Respostas
01.02.1996
Lá estava eu, pronta para enfrentar um novo desafio. Michael prometeu ficar ao meu lado e me alertou sobre as pessoas problemáticas que encontraríamos. Era um aviso que me deixava inquieta, mas eu estava decidida. Logan, visivelmente nervoso, me deu um adeus cheio de esperança.
Michael chegou pontualmente, com um sorriso cansado, e começamos a caminhada até a escola. O caminho parecia interminável, mas cada passo nos aproximava da verdade.
Chegamos e, apesar do tamanho da escola, ela estava surpreendentemente vazia. Talvez alguns alunos preferissem chegar apenas em agosto. Michael me guiou até um banco onde uma garota estava sozinha, com o olhar cabisbaixo. Era Leslie Ruby.
— Ali está ela — Michael apontou para Leslie.
Ela parecia determinada a ignorar qualquer tentativa de interação. Michael me pediu para me apresentar, então me sentei ao lado dela e disse:
— Leslie, soube do que aconteceu. Sinto muito.
Ela levantou os olhos, lutando contra as lágrimas, mas permaneceu em silêncio. Michael sugeriu que voltássemos a falar mais tarde e mencionou procurar a amiga de Barbara.
Andamos pela escola até uma área isolada nos fundos e encontramos um garoto de cabelos escuros, com um olhar impiedoso. Michael tentou se apresentar, mas o garoto interrompeu:
— Quem são vocês?
— Amélia, você seria ?— respondi, tentando manter a calma.
— Isso não interessa — ele respondeu e virou as costas, se afastando.
Michael e eu trocamos olhares frustrados antes de voltarmos para as salas. A aula começou, e eu me sentei perto do garoto de cabelos escuros, que continuava a me observar com uma intensidade inquietante.
A Sra. Honni entrou na sala, uma mulher severa que parecia disposta a fazer o mínimo necessário. Quando os alunos começaram a se apresentar, a tensão na sala aumentou. Noah e outro aluno começaram a brigar, e a Sra. Honni, incapaz de conter a situação, deixou a sala em caos até o sinal tocar.
— Amélia — Michael me chamou, tirando-me dos meus pensamentos.
— O que aconteceu? — perguntei, ansiosa.
— A amiga de Barbara está aqui — Michael anunciou, puxando-me em direção ao terraço.
No terraço, encontramos Julie, encostada na grade e fumando um cigarro. Seu olhar era impassível, mas havia uma ameaça no ar.
— Julie — perguntei.
Ela levantou uma sobrancelha, claramente irritada.
— Quem é você?
— Amélia. Tenho algumas perguntas sobre Barbara — respondi.
Ela apagou o cigarro com um gesto abrupto.
— Pense bem no que vai falar — a voz dela se tornou ameaçadora.
— Você sabe algo sobre o que aconteceu com Barbara? — insisti. Ela balançou a cabeça.
— Não sei — afirmou com firmeza antes de se afastar.
Michael e eu nos olhamos, frustrados. Eu sabia que Julie estava escondendo algo. Então, lembrei de Leslie e sugeri que Michael a chamasse de volta.
Quando Leslie retornou, estava visivelmente abatida, mas disposta a falar.
— Antes daquele dia, Barbara tinha uma vida complicada. Ela se envolvia com drogas e roubos, e eu a amava, apesar dos problemas. Meus pais usaram a influência da família para manter a gente na escola — ela confessou.
Michael então a interpelou sobre Julie.
— Julie era a principal influência negativa na vida de Barbara. Ela a levou para esse caminho. E o namorado dela — Leslie hesitou — Ele é um problema por si só. Não estuda aqui e tem 34 anos.
A revelação me surpreendeu.
— Onde podemos encontrar esse cara? — perguntei.
Leslie anotou e entregou um pedaço de papel com um endereço.
— Obrigado, Leslie. E lamento pela sua perda — eu disse.
Ela sorriu tristemente.
— Desculpe por ter sido grosseira antes.
Com as informações em mãos, Michael e eu fomos diretamente ao endereço que Leslie forneceu. A casa era decadente e não parecia promissora. Tocamos a campainha, mas ninguém atendeu. Michael encontrou uma carta no correio, marcada com "Para Adam 012 Confidencial S09".
— Podemos descobrir algo sobre esse Adam — Michael comentou.
— E o que significam esses números e letras? — perguntei.
Michael estava perdido em pensamentos quando decidimos ir à casa de Joe. Ele nos recebeu com um entusiasmo que contrastava com a desordem do lugar.
— Vocês não vão acreditar no que eu descobri — Joe exclamou. — Esse "S" é de uma gangue de Nova York. E mais, a escola está planejando uma excursão para lá.
— Uau — Michael exclamou.
— Por que a escola iria para lá? Isso não é estranho? — questionei.
Joe revelou que o diretor da escola tinha um passado sombrio com gangues. Michael e eu começamos a planejar nossa próxima etapa: investigar Adam, Julie e o diretor.
Voltando para casa, Logan estava dormindo, e eu, exausta, segui para a cama. No dia seguinte, ele me acordou cedo.
— Precisamos conversar — ele disse.
— Demorou para voltar ontem — ele comentou.
— Estava trabalhando em uma investigação — respondi.
— Fiquei preocupado. Não pode simplesmente desaparecer sem dar notícias.
— Desculpe — eu disse.
— Vai demorar para voltar hoje? — ele perguntou.
— Talvez. Não me espere, mas prometo voltar antes da meia-noite.
Depois de um café rápido e uma despedida, fui encontrar Michael. Ele estava me esperando com um sorriso.
— Vamos, lady — ele disse, e o apelido me fez revirar os olhos.
— Não me chame assim novamente — reagi, e ele rapidamente se tornou sério.
— Vamos primeiro interrogar Adam. Podemos sair da escola durante o intervalo e voltar antes que acabe. O zelador sempre vai tomar café e tira uma soneca — Michael planejou.
Chegando à escola, fizemos um reconhecimento discreto. A tensão na sala de aula era palpável e o olhar do garoto de cabelos escuros nunca me deixou em paz. No intervalo, finalmente conseguimos sair e fomos direto para a casa de Adam.
Tocamos a campainha, e um homem com aparência endurecida e uma nuvem de fumaça ao redor respondeu.
— Quem são vocês? O que querem? — a voz dele era grave.
— Conhece Julie? — perguntei.
Adam confirmou e, ao mencionarmos o "S", o silêncio se fez presente.
— Certo — ele finalmente disse, abrindo a porta. — Entrem.
A verdade estava prestes a ser revelada.
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