Pesadelo
Amélia mal havia posto os pés no orfanato, e já sentia o peso dos olhares curiosos das crianças. As Madres cochichavam entre si, sussurrando o destino trágico de seus pais, e as crianças acompanhavam com murmúrios que pareciam penetrar sua pele.
— Sinto muito, Amélia — uma garotinha, visivelmente mais nova, disse em voz baixa, como se a culpa pela tragédia pudesse ser compartilhada.
Amélia não respondeu. Sua cabeça permanecia baixa, os olhos fixos no chão. Ela ignorava os cochichos, os olhares, tudo. Era um peso que ela carregaria sozinha.
Logo, uma jovem dois anos mais velha aproximou-se dela. Cabelos negros com mechas roxas desbotadas emolduravam seu rosto. Seus olhos, diferentes dos outros, não carregavam piedade, mas algo mais próximo de compreensão.
— Meu nome é Eve — disse ela, com um sorriso amistoso. — Minha mãe costumava pintar meu cabelo antes de me abandonar. Acho que o roxo está sumindo, assim como as memórias dela.
Eve não era como as outras crianças. Algumas zombavam de Amélia, mas Eve rapidamente se tornara sua protetora. Como duas irmãs que a vida não havia dado uma à outra. Não se separavam por nada. Eve sempre falava de seus sonhos, com uma paixão que a realidade do orfanato não conseguia apagar.
— Um dia, vou ser uma artista famosa — dizia Eve, cheia de convicção. — E não vou deixar nada, nem ninguém, impedir isso.
Certa noite, depois de muito implorar, as duas convenceram a Madre Superiora a deixá-las ir à despensa buscar tinta para o cabelo. No caminho, porém, viram algo inesperado: uma das Madres colocava um maravilhoso bolo de chocolate na geladeira, numa sala proibida para as crianças.
— Vamos pegar um pedaço esta noite — sussurrou Eve, os olhos brilhando de malícia. — Vai ser o nosso segredo.
Amélia concordou, e as duas esperaram pacientemente pela madrugada. Mas quando finalmente se aventuraram pelos corredores, tudo deu errado.
— Não, espere! E os outros? — Amélia sussurrou, os olhos arregalados de preocupação. — Precisamos avisá-los!
— Não! Eu vou. Você é pequena demais e vai demorar. — Eve respondeu com firmeza, a mão já no trinco da porta.
Amélia obedeceu, mas seus olhos estavam fixos na cena que se desenrolava. Quando a porta foi finalmente aberta, a tragédia já estava feita.
Mortos. Estavam todos mortos.
Amélia acordou com um sobressalto, o coração martelando no peito. O quarto estava escuro, exceto pela figura de Michael ao seu lado, a expressão preocupada.
— Ei, tudo bem? — ele perguntou suavemente, enquanto Amélia se sentava na cama, ainda ofegante. O pesadelo a havia jogado de volta ao passado.
— Foi só... — Amélia passou a mão pela testa, sentindo o suor frio. — Um pesadelo. Mas preciso ir à escola. Não posso ficar aqui parada o dia todo.
Michael hesitou, a preocupação clara em seus olhos. — Tem certeza? Você não precisa ir se não quiser.
Amélia levantou-se, afastando as cortinas para deixar a luz invadir o quarto. — Eu preciso. Ficar aqui me deixaria louca.
Michael deu de ombros, resignado. — Vou para casa. Nos vemos em breve, My Bee. — Ele sorriu, um sorriso genuíno que quase a fez esquecer as sombras do passado. Então saiu, deixando-a sozinha.
Após um banho rápido, Amélia desceu para a cozinha, onde Logan estava ajustando sua gravata.
— Bom dia, pai — disse ela, tentando soar despreocupada.
Logan a olhou com uma expressão paternal. — Como está se sentindo, Lia?
— Apenas uma dor de cabeça, nada grave.
— Tem remédios no armário. — Ele apontou com a cabeça. — Tome, e... não se preocupe com Adam. Vou resolver isso pessoalmente.
Com um beijo na testa, Logan saiu, deixando Amélia tomar seu café em silêncio. Minutos depois, ela se encontrou com Michael, e os dois caminharam juntos até a escola, sem trocar muitas palavras.
Ao entrar na sala, Amélia avistou Klaus.
— Bom dia, sumida — ele sorriu. — Não voltou ontem.
— Me machuquei e tive que ir para casa — respondeu ela, desviando o olhar.
— Tudo bem agora?
— Sim, nada sério.
Enquanto eles falavam, Klaus mencionou algo que fez o estômago de Amélia se revirar.
— E a Bonnie? — perguntou Amélia.
— Ela não voltou hoje — respondeu Klaus, franzindo o cenho. — Ninguém sabe dela.
A manhã passou sem maiores eventos, e logo no intervalo, Amélia, Klaus e Michael estavam no terraço, conversando.
— Você viu a Julie? — cochichou Amélia no ouvido de Michael.
— Não. Você?
— Eu vi — Klaus interrompeu, sem se importar em disfarçar. — Ela não parecia bem. Foi embora antes de vocês chegarem.
Amélia trocou um olhar preocupado com Michael, mas antes que pudessem falar mais, Klaus os observou atentamente, com uma expressão que misturava curiosidade e frustração.
— Vocês escondem algo. Eu sei — ele disse, sua voz séria. — Mas não vou perguntar. Não é da minha conta... ainda.
O silêncio que se seguiu foi denso, até que Klaus o quebrou novamente.
— Talvez eu não tenha sido o melhor cara quando nos conhecemos, mas... podem confiar em mim. Sou mais leal do que pareço.
Amélia e Michael se entreolharam. Aquela jornada estava apenas começando, e eles precisariam de todas as alianças possíveis.
Michael olhou para o relógio com uma expressão tensa.
— Se minhas contas estiverem certas, o diretor está se encontrando com uns caras agora, atrás da escola.
— Por que não falou antes? — Amélia se levanta apressada, seguida por Michael e, logo depois, Klaus.
— Vem com a gente? — Amélia pergunta a Klaus.
— Vou. — Klaus concorda, e os três descem as escadas em silêncio, sentindo a adrenalina pulsar nas veias. Klaus, cauteloso, os guia até a porta dos fundos, escondida no quarto das funcionárias. Ali, eles se posicionam, escutando cada som do lado de fora.
— Como sabia disso? — Amélia sussurra, os olhos brilhando de curiosidade.
— Não tenho muita coisa interessante pra fazer aqui, princesa. — Klaus responde, mal disfarçando um sorriso.
A conversa do outro lado da porta começa a se desenrolar. O som de uma voz irritada quebra o silêncio.
— Vocês nunca vão me deixar em paz? — era o diretor, visivelmente desconfortável.
— Ele precisa de você lá até o final do mês. — a voz grave de um homem de terno se ergue, carregada de ameaça.
— Eu sei, vou organizar uma excursão. — A voz do diretor vacilava, tremendo.
— Se você se atrasar, você morre. — O tom do homem se tornava mais sombrio. — Ou prefere que todos os alunos saibam o que você fez?
O som abafado de um engasgo do diretor era audível. Ele parecia em pânico.
— Não, por favor!
— Ótimo. — Um vulto joga uma bolsa nas mãos do diretor, que a abre com pressa, revelando uma quantia assustadora de dinheiro.
Antes que o diretor pudesse perceber, Michael, Amélia e Klaus já estavam longe, correndo pelo corredor.
— Que merda foi essa? — Klaus sussurra, ainda confuso.
— Quem é "ele" de quem falaram? — Michael se pergunta em voz alta.
— A excursão vai ser para Nova York. Deve ser lá. — Amélia afirma com certeza.
— Vai ter uma excursão? Como vocês sabem disso? — Klaus os olha, desconfiado.
— Investigações. — Amélia responde, com um ar enigmático.
— Atrás do quê? — Klaus insiste, mas ao ver o olhar de ambos, desiste. — Tá... Vocês não confiam em mim.
— Uma hora você vai saber. — Amélia diz, dando-lhe um leve sorriso antes de voltarem para a sala.
O sinal havia tocado, mas a tensão no ar não se dissipava. Amélia olha para o trabalho sobre a mesa.
— Olha só que coisa linda. — comenta com um sorriso.
— Claro, fui eu quem fiz! — Klaus responde com uma confiança exagerada, arrancando uma risada de Amélia.
Mas a calma dura pouco. No fundo da sala, uma confusão começa. Mason, com os punhos cerrados, se levanta após Noah derramar água nele.
— Vai pegar alguma coisa pra me secar, agora. — Mason ordena com uma voz gélida.
— Acho que não... preguiça. — Noah sorri, provocando.
Antes que pudesse terminar a frase, Mason o atinge com um soco. A sala toda assiste, em choque, enquanto os dois começam a lutar. Mason, com o dobro de força, domina Noah com facilidade. Amélia e Klaus observam, perplexos.
No fim da aula, enquanto procuravam Michael, Mason esbarra em Amélia no corredor.
— Olha por onde anda, porra! — Ele rosna, mas ao ver Amélia, sua expressão muda. — Ah... Perdão. — A surpresa de Amélia é visível.
— Achou que eu ia brigar com você também? — Ele sorri de lado. — Não bato em mulher, não sou covarde.
Amélia relaxa um pouco, mas fica alerta. Mason era forte, e por mais habilidosa que ela fosse, ele representava um perigo.
— Amélia, certo? — Mason pergunta, tentando lembrar.
— Isso. — Klaus responde, o olhar fixo em Mason.
— Prazer em conhecê-la, Amélia. — Mason diz com um sorriso, antes de se virar para Klaus. — Nos vemos por aí.
Depois de um tempo, já a caminho de casa, Michael quebra o silêncio.
— Klaus... deveríamos contar para ele?
Amélia hesita, mas responde.
— Ele ajudou mesmo sem saber. Acho que devemos contar.
— Ele mostrou ser confiável. — Michael concorda, depois de um momento de reflexão.
— E Mason? — Amélia sugere, surpreendendo Michael.
— Mason?
— Ele é forte, sabe lutar, e foi educado comigo. Não é um covarde. — Ela sorri. — Acho que deveríamos testá-lo também.
Michael suspira, mas concorda. — Vamos ver do que ele é capaz.
O silêncio retorna enquanto os dois seguem para casa, mas a sensação de que algo grande estava por vir pairava no ar.
— Então a gente testa ele também — Michael suspirou, como se já previsse os desafios à frente.
— Temos eu, você, Klaus, provavelmente Julie, Leslie, Joe, Logan... e se der certo, Mason — Amélia sorriu, os olhos brilhando com a perspectiva. — Mas também vamos precisar de mais gente pra excursão.
O silêncio pairou entre eles, denso como se o peso de tudo o que estava por vir estivesse sobre suas cabeças.
— Amélia? — Michael quebrou o silêncio, sua voz carregando algo mais que simples curiosidade.
— Sim? — Ela o olhou de lado, curiosa com o tom.
— Me ensina a lutar?
Ela sorriu, surpresa. — Precisa pedir? Claro! O Logan pode te ensinar também. — Sua empolgação crescia. — Nunca ensinei ninguém antes, vai ser interessante.
— Talvez você possa ensinar a Julie, Klaus, Joe...
— Vamos começar por você. Depois, você me ajuda com os outros — Ela fez uma pausa, os olhos firmes nos de Michael, e então concluiu com determinação: — Vamos logo pra casa. Preciso saber do Logan e se ele falou com Adam.
Quando chegaram em casa, a tensão entre eles ainda era palpável. Amélia, sentindo que algo estava prestes a acontecer, implorou para que Michael ficasse. Ele hesitou, mas acabou cedendo.
— Cheguei! — Amélia anunciou em voz alta, tentando aliviar o ar pesado. Logan apareceu na porta, enxugando as mãos, mas seu rosto estava indecifrável.
— Tá tudo bem?... — Amélia perguntou, percebendo a gravidade em sua expressão.
— Não, Amélia... — A voz de Logan era um murmúrio sombrio, cada palavra pesando no ar como uma sentença.
Horas antes, Logan havia chegado mais cedo do trabalho e, sem sinal de Amélia, decidiu agir por conta própria. Ele foi direto até Adam, que mantinham preso na dispensa. Ao entrar, viu Julie dormindo profundamente no quarto ao lado, alheia ao que estava prestes a acontecer.
Quando Logan entrou na pequena sala, Adam o encarou com ódio. Seu rosto estava machucado, a boca ressecada pelo sangue seco e o olho ainda roxo da última vez que Logan o "visitara".
— Você? — Adam rosnou, a raiva faiscando em seus olhos.
Logan deu um sorriso frio, a calma de um predador prestes a atacar.
— Vai me dar as informações ou terei que sujar as mãos de novo? — Sua voz era um sussurro, mas cada palavra parecia ameaçadora.
— Vai à merda! — Adam cuspiu no chão, apenas para sentir o punho de Logan explodir contra o lado direito de seu rosto.
— Quem matou Barbara?
— Não sei... — Mais um soco.
— Quem. Matou. Barbara?
— Um cara entrou em contato comigo... pediu meus serviços, e eu indiquei outro...
Logan se aproximou, o rosto frio e calculista. — Quem pediu, e quem você indicou?
Adam hesitou, o medo nos olhos, mas outro soco, desta vez no estômago, o fez ceder.
— Não posso falar... — Ele cuspiu sangue, sentindo o corpo todo arder.
— Responda! — Logan ordenou, a paciência diminuindo a cada segundo.
— Foi Robert... eu indiquei meu irmão.
Logan franziu o cenho. — Quem é seu irmão?
— Dennis... — Adam respondeu com dificuldade, o nome saindo de sua boca como uma confissão maldita.
— Onde ele mora?
— Brooklyn, Nova York.
— Como eu posso ter certeza de que é lá que ele está?
Adam sorriu, seu rosto deformado pela dor. — Ele vem pegar mercadorias todo mês. Leva direto pra facção de lá.
O silêncio que seguiu foi tão tenso quanto o início, mas agora, havia uma certeza sombria pairando no ar.
— Quando ele vai vir?
— Sábado, provavelmente — respondeu Adam, antes de levar mais um soco.
— Quando ele vai vir? — A voz de Logan soou fria, sem paciência.
— Sábado ou domingo, sem falta! — Adam arfou, cuspindo algumas gotas de sangue.
Logan, em uma breve demonstração de misericórdia, ofereceu a Adam um pouco de água e pão seco. Mas, assim que virou as costas, Adam, em um último ato de desespero, conseguiu se soltar das amarras e atacou Logan pelas costas, envolvendo o pescoço dele em um estrangulamento desesperado.
Porém, Logan, com a experiência de quem já enfrentara muitas batalhas, rapidamente reagiu. Com um movimento ágil, ele lançou Adam por cima de suas costas, fazendo-o colidir com o chão. Sem hesitar, Logan o ergueu pelo pescoço como se fosse um peso morto, arrastando-o até a sala.
Quando chegaram, Logan começou a distribuir socos e chutes com brutalidade, cada golpe reverberando pelo ambiente. No auge do desespero, Adam mordeu a perna de Logan e conseguiu se levantar, tentando uma fuga desesperada. Mas Logan, implacável, pegou uma garrafa de vinho da mesa, a quebrou e lançou o pedaço pontiagudo contra a perna de Adam. O homem caiu ao chão com um grito sufocado de dor.
— Você tem merda na cabeça? — Logan cuspiu as palavras, aproximando-se do adversário caído. — Hein? Seu merda! — E, sem piedade, deu mais um chute.
— O que está acontecendo? — A voz de Julie soou atrás dele, na porta, os olhos arregalados ao ver a cena.
— Volte para o quarto, e só saia quando eu mandar — Logan ordenou sem sequer olhar para ela, voltando sua atenção para Adam, que, mesmo com dificuldade, agora estava de pé, segurando uma arma trêmula.
— Solta a arma — Logan disse, sua voz baixa e mortal. Mas Adam, com o rosto contorcido de ódio, ignorou, virando a mira em direção a Julie.
— Sua cretina! Nunca aprendeu a me respeitar! Antes de morrer, saiba que foi um prazer matar sua mãe e fazer parecer que ela se matou! — Adam rugiu, um sorriso cruel se formando enquanto se preparava para apertar o gatilho. Julie, paralisada de medo, mal conseguia reagir, sua mente presa no terror das palavras de Adam.
O tempo pareceu desacelerar. Quando o som do gatilho ecoou pelo ambiente, Logan, com uma agilidade impressionante, se lançou contra Adam. Um silêncio pesado caiu sobre a sala.
O disparo ecoou pelo cômodo, uma reverberação pesada que parecia durar uma eternidade.
— Vocês não vão conseguir o que querem... Eles vão matar cada um de vocês... inclusive sua filhinha... — Adam sussurrou com a voz vacilante, um sorriso sombrio nos lábios, antes de tombar no chão.
Silêncio.
Morto.
Julie e Logan começaram a cavar nos fundos da casa, suas mãos sujas de terra e sangue. Julie tremia descontroladamente, as lágrimas escorrendo por seu rosto sem parar.
— Esse tempo todo... — Ela soluçava, a voz embargada pelo desespero. — Eu achei que minha mãe tinha se matado... que ela não aguentava mais a vida miserável que levava... Por isso me vendeu, me abandonou... — A pá tremia em suas mãos enquanto ela continuava a cavar. — Mas não! Ele a matou... Ele fez isso... Ela ainda estaria comigo... E nada disso teria acontecido...
Logan permanecia em silêncio, cavando ao lado dela. Não havia palavras para aquele momento, nada que pudesse acalmar a dor ou o choque. Ele apenas cavava, cada movimento pesado e calculado, enquanto Julie desmoronava ao seu lado.
Finalmente, o buraco estava fundo o suficiente. Eles jogaram o corpo de Adam dentro, jogaram whisky sobre ele, e logo depois, o fogo consumiu o que restava do homem que os aterrorizou.
Logan observava as chamas dançarem sobre o corpo, o cheiro de carne queimada e álcool misturado no ar. Ele havia matado para proteger Julie. E agora, além do peso da morte, carregava o fardo de ter escondido a verdade, de enterrar um corpo e encobrir um crime.
Enquanto limpava o sangue do chão mais tarde, os pensamentos o perseguiam implacavelmente. O som do tiro ressoava em sua mente como um fantasma. A promessa venenosa de Adam, de que os matariam um por um, assombrava seus pensamentos. A ideia de Amélia, Michael e Julie estarem em perigo o corroía por dentro.
Ao chegar em casa, a casa estava vazia. Amélia ainda não havia voltado. Logan, silenciosamente, escondeu a arma dentro da velha lareira, um esconderijo improvisado. Depois, com mãos trêmulas e a mente pesada, foi lavar as roupas imundas, manchadas pelo sangue de um homem que agora não passava de cinzas.
Mas mesmo enquanto esfregava o tecido, o sangue parecia não sair. Assim como a culpa.
Ele ouve a porta se abrir e uma voz suave anunciar:
— Cheguei!
Sem hesitar, ele vai ao encontro de Amélia e conta tudo. Juntos, eles correm até Logan e o envolvem em um abraço apertado.
— Tudo vai ficar bem...
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