Gaiola de fogo
Amélia despertou com um sobressalto, a cabeça girando e o coração acelerado. Ela estava em uma sala fria, as paredes de concreto refletindo uma luz fraca e estéril. A última lembrança que tinha era da luta na van e do confronto com o diretor. Agora, tudo parecia um pesadelo.
Ela se levantou, mas logo percebeu que estava trancada em uma pequena cela, sem janelas, apenas uma porta pesada à sua frente. O medo começou a se instalar, mas Amélia respirou fundo, tentando manter a calma.
Logo, a porta se abriu com um rangido, e uma mulher loira entrou. Sua postura era forte, e seu olhar gelado transparecia autoridade. Amélia a observou, seu estômago revirando.
- Você deve ser a famosa Amélia - disse a mulher, cruzando os braços. - Vamos fazer isso rápido.
Amélia não respondeu, mantendo os lábios selados. A mulher se aproximou, e a expressão em seu rosto deixou claro que a paciência era uma qualidade que ela não possuía.
- Você e seus amigos estavam bisbilhotando onde não deveriam. O que queriam? - a mulher perguntou, sua voz firme.
- Não sei do que você está falando - Amélia respondeu, tentando manter a compostura.
A mulher deu um passo à frente, e sem aviso, desferiu um tapa no rosto de Amélia, fazendo sua cabeça girar. O impacto a pegou de surpresa, e a dor a fez estremecer.
- Vamos lá, você pode fazer melhor que isso. Onde estão Logan e os outros? - a mulher insistiu, seus olhos desafiadores.
Amélia tentou ignorar a dor, concentrando-se na situação. Sabia que falar não seria uma opção. Assim, decidiu se calar, buscando uma maneira de escapar.
- Silêncio não é uma boa ideia - a mulher disse, sua expressão se endurecendo. - Você vai aprender isso da maneira mais difícil.
Novamente, ela atacou, desta vez desferindo um soco no estômago de Amélia. O ar saiu de seus pulmões, e ela se curvou, lutando contra a onda de dor que a atingia. Mas sua determinação era mais forte do que a dor.
Enquanto isso, em salas separadas, Mason e Haruki enfrentavam seus próprios interrogatórios. Mason estava em uma sala escura, cercado por homens de olhar ameaçador.
- O que vocês queriam? - um dos homens perguntou, se aproximando de Mason. - Onde está Logan?
Mason manteve o olhar fixo no chão, recusando-se a falar. A última coisa que queria era comprometer seus amigos.
Um soco atingiu seu rosto, fazendo-o girar. Ele não se deixou abater, olhando de volta para o homem com uma determinação silenciosa.
- Se você não falar, a dor só vai aumentar - o homem avisou, pronto para atacar novamente.
Do outro lado, Haruki também estava em apuros. Ele estava cercado por dois homens robustos, cada um mais intimidador que o outro.
- Você estava com eles, não estava? O que queriam? - um deles perguntou, seu tom de voz carregado de ameaça.
Haruki manteve-se em silêncio, os músculos tensos, esperando pela oportunidade certa para lutar de volta. Com um movimento rápido, ele esquivou-se de um golpe e tentou contra-atacar, mas o outro homem o segurou, imobilizando-o.
- Você realmente acha que pode escapar? - o homem rosnou, desferindo um golpe no rosto de Haruki.
As respostas vinham em forma de dor, mas os três permaneceram firmes, cada um em suas respectivas salas, determinados a não ceder.
Amélia, ainda ofegante, ouviu os ecos dos gritos de Mason e Haruki, e isso lhe deu força. Eles estavam juntos nessa, mesmo que separados fisicamente. A conexão que compartilhavam era uma chama em meio à escuridão.
A mulher loira voltou sua atenção para Amélia, claramente frustrada.
- Vamos tentar isso de novo. Onde estão seus cúmplices? - ela perguntou, a voz agora carregada de impaciência.
- Eu não sei do que você está falando - Amélia repetiu, sua voz firme apesar da dor.
- Você vai se arrepender de não cooperar - a mulher avisou, levantando a mão novamente.
Amélia estava pronta para o impacto, mas em sua mente, ela planejava uma maneira de sair daquela gaiola de fogo. Ela sabia que a força de vontade deles poderia superar qualquer desafio. O silêncio e a resistência se tornariam sua arma, e a esperança de escapar alimentaria sua determinação. Eles não iriam se render tão facilmente.
Amélia respirava com dificuldade, cada golpe a deixando mais fraca, mas não quebrada. A mulher loira a observava, a frustração se tornando evidente em seu rosto.
- Você acha que esse silêncio vai te proteger? - ela perguntou, um tom de desafio na voz. - Vou descobrir tudo o que quero saber.
Amélia fechou os olhos por um instante, tentando se concentrar. As lembranças de seus amigos inundavam sua mente, e ela sentiu a força deles pulsar dentro dela. Não importava o que aquela mulher fizesse, ela não cederia. O pensamento de Mason e Haruki a manteve firme.
- O que você quer? - Amélia finalmente perguntou, sua voz mais forte do que esperava.
A mulher arqueou uma sobrancelha, surpresa pela mudança de atitude.
- Queremos saber onde está Logan e o que vocês estavam fazendo na nossa área. Você sabe que não deve estar aqui.
- E o que acontece se você não souber? - Amélia desafiou. - Não tenho medo de você.
A mulher sorriu, mas a raiva estava evidente.
- Você vai ter medo quando eu acabar com você.
Novamente, o golpe atingiu Amélia, desta vez um soco no rosto. Ela caiu de joelhos, a dor se espalhando pelo corpo, mas sua determinação não vacilou. O pensamento de seus amigos, a promessa de que iriam se reunir novamente, eram âncoras em meio à tempestade.
Enquanto isso, em suas salas, Mason e Haruki lutavam contra a dor e a tortura psicológica. Mason estava preso em uma sala escura, sua cabeça doendo após os golpes. Um dos homens, percebendo que Mason se recusava a falar, decidiu intensificar a violência.
- Você não tem ideia de com quem está lidando - o homem disse, seu sorriso ameaçador. - Não temos limites.
Mason se levantou, apoiando-se na parede. O sangue escorria pelo seu queixo, mas ele não ia se deixar vencer. Ele sabia que a resistência era tudo o que tinham.
- Você não sabe nada sobre nós - Mason respondeu, o olhar firme.
O homem se aproximou, pronto para atacar novamente, mas Mason se preparou, tentando se lembrar de cada movimento que havia aprendido em sua vida. Quando o golpe veio, ele desviou e contra-atacou, fazendo o homem tropeçar.
- Você realmente acha que pode sair daqui? - o homem gritou, furioso, enquanto Mason se preparava para a próxima defesa.
Do outro lado, Haruki estava lutando com um sentimento semelhante. Ele foi agredido, mas em sua mente, a imagem de Amélia e Mason era um combustível.
- O que você quer? Onde está Logan? - um dos homens exigiu, socando o rosto de Haruki.
- Eu não sei onde ele está - Haruki gritou, a dor pulsando em sua cabeça, mas não ia desistir. - Se você quiser me machucar, faça isso. Mas não vou te dar nada.
O homem, percebendo a determinação de Haruki, lançou um novo ataque, mas Haruki conseguiu se desviar e revidar, desferindo um golpe que fez o homem recuar. A luta se tornava mais intensa, e Haruki sentiu a adrenalina subindo.
Enquanto Amélia estava sozinha em sua sala, a dor parecia interminável. A mulher loira voltou a se aproximar, os olhos frios como gelo.
- Você realmente acha que pode nos desafiar? - ela perguntou, quase sussurrando, como se tentasse desestabilizar Amélia.
- Eu não vou te dar nada. Não sou uma traidora - Amélia respondeu, a voz firme, mesmo diante da dor.
A mulher hesitou, surpresa pela resistência. Em um momento de raiva, desferiu mais um golpe, mas desta vez Amélia se manteve de pé, desafiando-a com um olhar que falava mais do que palavras.
- Você pode me bater, mas não pode quebrar o que somos. Nós somos mais fortes juntos - Amélia declarou, a chama de esperança queimando dentro dela.
A mulher, irritada, tentou mudar de tática.
- Você está sozinha, não está? Seus amigos estão em salas separadas, e a cada minuto que passa, eles estão sofrendo. Você quer isso?
O coração de Amélia disparou. A ideia de que Mason e Haruki estavam em perigo a fazia sentir-se impotente, mas ela se lembrou de sua promessa a eles. Eles iriam sair dali juntos.
- Você não pode me ameaçar - Amélia respondeu, a voz mais forte agora. - Eles não vão se entregar. E eu não vou deixar você levar isso de mim.
A mulher olhou para ela, uma mistura de frustração e respeito surgindo em seu rosto. Era um pequeno reconhecimento, mas foi o suficiente para Amélia perceber que sua resistência estava afetando a interrogadora.
Enquanto isso, Mason e Haruki continuavam lutando, cada um enfrentando seus próprios demônios. A dor era intensa, mas a determinação de não se render, de proteger um ao outro, os mantinha firmes.
- Não importa o que façam com a gente, nós somos uma equipe - Mason declarou, com o rosto ensanguentado, mas os olhos brilhando com determinação.
Haruki assentiu, cada golpe o fazendo mais forte. Eles eram mais do que amigos; eram uma família. A ideia de perder um ao outro era insuportável, e isso se tornava a força motriz por trás de cada movimento.
Enquanto a luta continuava, a esperança começou a acender uma chama nas sombras. Amélia, Mason e Haruki estavam separados, mas unidos em espírito. E essa união, mesmo em meio à dor, os tornava imbatíveis.
A resistência deles seria a chave para escapar daquela gaiola de fogo, e a determinação de se reencontrar era o que os manteria vivos. Eles não iriam desistir. O amor e a amizade que compartilhavam eram as chaves para a liberdade, e, juntos, eles lutariam até o fim.
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