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Cacos

Quinta-feira, 28 de fevereiro de 1996.

Os dias se arrastavam, em um silêncio quase torturante. A cada momento passado naquela casa, Amélia e Logan pareciam se aproximar, mas a tensão no ar só aumentava, como se cada palavra não dita pesasse ainda mais. Julie e Leslie haviam se unido a eles, mas, mesmo cercada, Amélia não podia escapar da dúvida. Será que queria continuar com aquilo? A lembrança de Michael ardia em sua mente como uma ferida que nunca cicatrizava. Não. Ela sabia que não.

- Oi, garota. - A voz de Klaus a trouxe de volta à realidade. Ele se sentou atrás dela, um leve sorriso no rosto. - Ainda com essa cara triste?

Amélia forçou um sorriso. - Bom dia, Klaus.

- Você está assim desde que o Michael viajou - ele comentou, sem perceber o nó que aquelas palavras criavam no estômago dela. Viajou... era o que haviam inventado.

Ela balançou a cabeça, tentando desviar do assunto, mas Klaus insistia. - Tudo isso é saudade? Ficaria assim se fosse eu? - Ele tentava arrancar um sorriso dela, mas não havia espaço para isso.

Amélia suspirou, o olhar fixo no chão. - Posso confiar em você, Klaus?

A pergunta pairou no ar como um segredo proibido. Ele ficou em silêncio, apenas assentindo. Claro que podia.

A aula começou com a interrupção do diretor. - Bom dia, queridos alunos! - Ele sorriu, mas sua chegada não trazia boas lembranças. Mason, sentado ao fundo, provocou: - Veio prender mais alguém?

O sorriso do diretor sumiu no ato. - Teremos uma excursão - anunciou. - Vamos para Nova York!

O barulho de cochichos e risos preencheu a sala, mas Amélia sentiu um aperto no peito. Aquela excursão... ela sabia que algo estava por vir.

Depois da aula, Amélia conduziu Klaus até o terraço. - Espere um pouco aqui. Preciso falar com Julie e Leslie.

As duas garotas a receberam com abraços, mas Amélia não conseguia relaxar. - Precisamos de ajuda para... - ela olhou em volta, certificando-se de que ninguém escutava - vocês sabem o quê.

Julie assentiu. - Já estamos pensando nisso. Tem alguém em mente?

- Klaus, Joe e Mason - disse Amélia.

- Mason? - Leslie arregalou os olhos.

- Ele sabe de algo... sobre o diretor. Confio nele.

Julie e Leslie concordaram, e logo estavam combinando os detalhes. A tensão estava no ar, mas havia uma centelha de esperança em cada passo que Amélia dava.

Joe, que costumava ser animado, estava diferente quando Amélia o encontrou. Ele estava mais quieto, abatido pela ausência de Michael. Mas quando ela falou: - Chegou o dia, Joe -, ele entendeu. Juntos, caminharam em direção à escola, onde o grupo os esperava no terraço.

- Que demora! - Klaus reclamou quando os viu.

O grupo estava completo, e a tensão crescia a cada momento. Amélia olhou ao redor, nervosa. Então, uma voz familiar cortou o silêncio.

- Amélia?

Ela se virou, e seu coração quase parou. Era Eve. Sua amiga de infância, dada como morta no incêndio, estava ali.

- Como? - Amélia mal podia acreditar. - O incêndio...

Eve sorriu, com lágrimas nos olhos. - Eu consegui escapar.

O choque percorreu o grupo como uma corrente elétrica. Amélia mal podia acreditar que sua amiga estava viva. Mas o momento de alegria foi breve.

- Muito lindo, mas por que estamos aqui? - Mason interrompeu, impaciente.

Amélia respirou fundo, sentindo o peso do momento. - Preciso da ajuda de vocês. É algo perigoso.

Ela contou tudo, sem esconder nenhum detalhe. As reações foram um misto de incredulidade e fúria.

- Então o Michael não está em uma viagem? - Klaus se aproximou, abraçando Amélia de lado.

Ela se afastou, ainda firme. - Não... ele não está. E preciso da ajuda de vocês para encontrá-lo.

A determinação no rosto de cada um era evidente. Todos tinham suas próprias razões para se juntar àquela causa. Mason queria vingança pelo irmão, Joe pela verdade sobre Michael. Haruki, em um tom sombrio, revelou: - O diretor matou minha mãe.

O silêncio que seguiu foi sufocante. Haruki não deu mais detalhes, mas a raiva e a dor em seus olhos eram suficientes para unir o grupo.

Naquela noite, Amélia estava sozinha em seu quarto, as memórias de Michael pairando sobre ela como sombras. Seus olhos pararam na mochila que dividia com ele. Ao abri-la, encontrou as anotações que ele havia deixado.

- Sinto sua falta... - sussurrou, guardando a mochila de volta.

Logo depois, Logan chegou, tentando aliviar o clima tenso com conversas triviais sobre a excursão, mas Amélia não conseguia se desprender da inquietação que a dominava.

Ela sabia que a viagem era apenas o começo de algo muito maior.

Deitada, sem conseguir dormir, Amélia foi arrancada de seus pensamentos por um barulho na janela. Seu coração disparou, e ela foi conferir.

- Amélia, precisamos de você - disse Klaus, ao lado de Mason. A noite havia ficado muito mais perigosa, e ela sabia que não havia mais volta.

- Eu entendo vocês - disse Amélia, a voz carregada de uma fúria silenciosa. - Eu quero matar Dennis... por Michael.

Aquela noite, entre planos e confissões, foi a primeira vez que Amélia sorriu em muito tempo. Mas a escuridão ainda a cercava, e o verdadeiro desafio estava apenas começando.

Amélia respirou fundo, seu olhar distante refletia o peso de cada palavra.

- E sabe o que é pior? - Sua voz saiu quase num sussurro, tremendo levemente. - O corte foi no pescoço... as chances de sobrevivência são baixas.

Klaus, sem saber exatamente como consolar aquela dor palpável, desviou o olhar por um instante.

- Não conhecia bem o Michael, mas ele parecia ser alguém incrível. Eu gostaria de ter feito algo... qualquer coisa antes - disse ele, com a voz pesada de arrependimento.

Amélia não respondeu imediatamente. Em vez disso, tirou alguns papéis amassados de seu bolso e os entregou aos dois, o rascunho de um plano rabiscado em linhas apressadas.

- Eu tenho um plano. - Seus olhos ganharam um brilho intenso, quase febril. - Vocês sabem lutar?

Mason deu um sorriso convencido.

- Eu sei.

- Isso eu já esperava - respondeu Amélia com um leve aceno.

Klaus pigarreou.

- Eu sei um pouco, mas minha especialidade é velocidade. Sou bem ágil.

Amélia levantou uma sobrancelha, desafiadora.

- Mais ágil que eu? Vamos descobrir. - Ela o encarou com determinação. - Corrida!

Sem pensar duas vezes, os dois caminharam até a esquina, e Mason, com um ar despreocupado, assumiu o papel de juiz. Com um sinal de sua mão, eles dispararam. A corrida foi acirrada, mas Klaus a venceu por poucos segundos.

Mason sorriu, balançando a cabeça.

- Você é rápida, Amélia, mas Klaus foi um pouco mais.

Eles riram, e Amélia, recuperando o fôlego, estendeu a mão para Klaus.

- Realmente, você me surpreendeu.

Os três continuaram conversando, a noite avançando sem que percebessem. Pela primeira vez desde que Michael desaparecera, Amélia sentiu algo que havia esquecido: felicidade. Mesmo com o vazio que ainda residia em seu peito, a companhia deles a fazia se sentir viva. As horas passaram como se não existissem, e Amélia, exausta, mal conseguia manter os olhos abertos.

- Acho que já está na hora de entrar, não? - Klaus sugeriu com um sorriso suave, notando o cansaço evidente em seus olhos.

- A conversa está tão boa assim? - Mason brincou, rindo.

Amélia sorriu, algo genuíno e raro nos últimos dias.

- Está sim. Obrigada por estarem aqui. Vocês fizeram minha noite muito melhor.

- Podemos repetir isso sempre que quiser - Mason disse, animado.

Amélia se levantou da calçada, com um longo suspiro.

- É melhor eu entrar. Boa noite, meninos.

Os dois a observaram enquanto ela caminhava até a casa, sentindo que, de alguma forma, aquela amizade que nascia tinha o poder de aliviar um pouco o peso que ela carregava.

Deitada em sua cama, o som suave da noite a envolveu. Amélia suspirou, fechando os olhos e permitindo que as memórias de tempos mais simples invadissem seus pensamentos.

Ela se lembrou de uma noite distante, quando seu pai se atrasou para o jantar. Sua mãe estava furiosa, pronta para deixá-lo sem comida como punição. Mas quando ele chegou, trazia nas mãos um buquê de rosas e um ursinho de pelúcia. Ele passara a tarde toda procurando o presente perfeito para ela, e, com isso, todo o estresse da mãe desapareceu. Eles riram, o jantar foi animado e cheio de amor.

Mais tarde, naquela mesma noite, os dois a colocaram para dormir e começaram a contar uma história, uma tradição que Amélia adorava.

- Em um bosque de neve, havia uma pequena fada, mimada e curiosa... - começou seu pai, a voz suave e melodiosa. - Tudo o que ela queria tinha que ser feito na hora, ou ela brigava com todos.

Amélia, ainda pequena, ouvia com atenção, os olhos grandes e atentos enquanto a história se desenrolava.

- Um dia, ela brigou com suas amigas porque elas não quiseram sair do bosque com ela. Mas, quando uma decidiu ir, acabou ficando muito doente. Arrependida, a fada viajou até o outro lado do bosque, atrás de um feiticeiro que pudesse curar sua amiga. Mas ele só aceitou ajudá-la se ela desse suas asas em troca.

Amélia sentiu o peso da decisão da fada, mesmo sendo tão jovem.

- E ela deu suas asas? - perguntou Amélia, seus olhos brilhando.

Seu pai sorriu.

- Ela deu. Mas, ao voltar, descobriu que o mago já havia curado sua amiga, e, por seu ato de compaixão, ele devolveu suas asas e libertou todos do bosque.

Amélia sorriu, satisfeita com o final da história.

- Conta mais uma! - pediu ela, já lutando contra o sono.

Sua mãe riu e se aproximou, acariciando seus cabelos.

- Agora é a minha vez. Essa, sua avó me contou quando eu era pequena...

Amélia se aconchegou mais nos lençóis, o calor e o amor daqueles momentos parecendo distantes agora. Antes que sua mãe pudesse terminar a segunda história, o sono finalmente a venceu.

E, naquela noite, com a lembrança de seus pais ainda viva em sua mente, Amélia adormeceu com um raro sorriso no rosto.

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