Capítulo 5. Fushiguro
— Maki, você conhece aqueles dois?
— Aqueles são Todo, e minha irmã gêmea Mai.
— Sua irmã gêmea?! — Nobara e eu dissemos juntas, estávamos tão surpresas que quase caímos para trás.
— Por que a surpresa? Ela é bem parecida comigo. — Maki disse como se não fosse nada demais, Nobara e eu trocamos olhares novamente.
— Não é não. — Dissemos juntas novamente, Maki gargalhou alto.
— Aí, eu quero um uniforme igual o dela, com uma saia daquelas pra não passar calor.
— Não vai rolar, vocês já estão usando os uniformes. — Maki disse, Nobara olhou para o meu uniforme avermelhado.
— Eu gostei do seu shorts. — Ela apontou, escondi as mãos nos bolsos.
— É bem curto.
— Se não quiser, eu quero. — Nobara pediu, Megumi resmungou algo. — O que? O que foi Megumi?
— Você não tem vergonha mesmo. Para de pedir as coisas assim, nem conhece ela.
— Aí, não tem problema. Se eu tiver outro, posso te emprestar. — Sugeri, Nobara balançou os ombros.
— Ouviu isso? É o som de uma amizade verdadeira.
— Me explica melhor isso. — Megumi parou na minha frente, quase esbarrei nele. Sua expressão séria e seu cabelo bagunçado me deixava nervosa.
— O-o que?
— O Yuji ta vivo? Como conhece ele? — Ele me confrontou com seriedade, Nobara revirou os olhos. — Faz poucos dias que ele morreu, mas não foi tempo o suficiente pra se conhecerem. A não ser que faça parte da escola que ele estudava, mas isso também não faz sentido, ele não tinha muitos amigos. Eu os conheci.
Os outros pararam, e ficaram esperando por nós. Maki cruzou os braços quase perdendo a paciência. Para ela, tudo parecia apenas uma discussão adolescente.
— Meu deus Megumi, deixa ela em paz. — Nobara puxou seu braço, ele passou direto por nós. Nobara o empurrou pelas costas para longe. — Meu deus como você é babaca.
— Só queria saber de onde se conhecem, não foi minha intenção.
— Akiko! — Gojo surgiu com um carrinho de mão, do outro lado estavam Mai, Todo e o restante dos estudantes do intercâmbio. — Vejo que conheceu seus colegas. Pessoal, essa é a Akiko! Cuidem bem dela está bem?
— Gojo, o que você ta planejando? Já tínhamos um plano. — Maki disse, Gojo levantou as mãos em rendição.
— Calma calma! Ta tranquilo. — Ele disse e se abaixou. — Eu trouxe uma surpresinha pra vocês.
— Então é agora que o Itadori entra? — Resmunguei, senti meu rosto corar completamente envergonhada da sua ceninha.
— Surpresa! — Gojo abriu a caixa, Itadori saiu de dentro com os braços para cima. Seus amigos não expressaram reação. Megumi olhou para mim, naquele momento queria me esconder em um buraco.
— Qual é pessoal, sou eu! Vocês nem parece surpresos... — Itadori disse, ele apontou para mim, quase me abaixei. — Akiko! Você contou algo para eles?!
— Cala a boca Itadori por favor. — Respondi entredentes, ele baixou os braços e saiu de dentro da caixa.
— Pessoal da escola de Kyoto, este é Yuji Itadori, ele é o receptáculo do Sukuna. Caso não saibam, é uma maldição de nível especial. Ele vai participar do evento de intercâmbio com vocês. — Gojo apresentou, os outros alunos trocaram olhares. — Então se eu fosse vocês, tomava cuidado.
— Era pra gente ter medo? — Uma garota baixinha, com os cabelos amarrados para trás, perguntou à Mai.
— Besteira. Vamos nos preparar. — Eles deram as costas e saíram como se não fosse nada demais.
— Mas vocês nem reagiram... — Itadori dizia logo atrás de nós, escondi o rosto no moletom.
— Gostando dos novos colegas Akiko? — Gojo ficou na minha frente, cruzei os braços. — Pra falar a verdade pensei que não viria, mas pelo visto gostou do uniforme.
— É. Você tem bom gosto. — Eu disse, ele sorriu e vibrou animado. — Pra um velho.
— Um velho?! Escuta aqui lindinha, eu estou longe de ser velho.
— Eu ein, tem cabelo branco e tudo. — Brinquei, Nobara ficou ao lado de Gojo e apontou para ele.
— Agora ela te pegou sensei.
— Vocês são hilarios. — Maki disse e gargalhou alto. — Mas eu quero ver a força no campo.
— Pode deixar Maki, essa garota amassou a Mai.
— É mesmo? Então, vamos acabar com eles. Venham comigo.
Assim que chegamos em uma sala fechada, me encostei em um canto e deixei Maki nos explicar como funcionava o primeiro jogo. Os organizadores soltam uma maldição de nível aleatório em um campo, e nós temos que exorcizar. O grande problema, era que Gojo me prometeu me ajudar com as maldições, mas ele sempre acaba desaparecendo e tenho que aprender sozinha.
— Vamos nos dividir. Agora com Itadori, as coisas podem melhorar, sem ofensas Akiko. — Ela apontou, dei de ombros.
— Tudo bem, pra falar a verdade nem eu estava contando comigo. — Respondi, ela afirmou e voltou a focar no plano.
Maki mandou me mandou junto de Itadori, Fushiguro e Nobara para a área de busca. Passei por eles buscando por qualquer maldição em volta de nós, Nobara alcançou Megumi.
— Acha que ela estava falando sério? — Ela perguntou, Megumi franziu o cenho.
— Sobre o que?
— Ela disse pra deixarmos ela pra trás, disse que não se importava de morrer. — Nobara explicou, Megumi olhou para minhas costas logo na frente dos três.
— Eu ainda não sei qual é a dela, e porquê ela pensaria que deixaríamos algo assim acontecer...
Parei, Itadori esbarrou em mim. Os três ficaram ao meu lado quando nos deparamos com ele, Todo. Entramos em formação, Itadori passou na minha frente.
— Yuji é com você, estamos indo. — Nobara disse e passou por ele, Megumi e eu corremos logo atrás.
Yuji não era o único capaz de vencê-lo, mas no momento precisávamos buscar a maldição, e ele era capaz de ganhar tempo. Corri enquanto olhava para trás, mesmo confiando nele, tive receio.
— Aí, não se preocupa. — Megumi disse correndo ao meu lado. — Ele é o receptáculo do Sukuna. Então só vai morrer se o Sukuna quiser.
— Entendi. — Afirmei, voltei a correr com pressa. De repente uma barreira se fechou acima de nós, tudo ficou cinza. Parei com minha respiração ofegante, era difícil de controlar. — Que merda é essa agora?!
— Uma barreira, ela nos impede de sair. — Fushiguro explicou como se fosse a pessoa mais burra da escola.
— Eu sei o que é uma barreira, mas por que fariam isso? Estão querendo nos matar? — Retruquei, ele deu de ombros.
— Isso eu não sei. — Ele respondeu, torci o nariz e suspirei.
— Pelo visto eu não vou tirar respostas coerentes desse garoto. — Resmunguei para mim, Nobara tocou nossos ombros.
— Essa é a minha deixa, a gente se vê. Não vão se matar! — Avisou e correu na direção das árvores, Fushiguro olhou para mim.
— Eu to com fome, e você? — Tentei puxar assunto, ele deu de ombros. — Quer comer sashimi mais tarde?
— Ta. Beleza.
— Legal.
Continuamos andando, parei e segurei o braço de Fushiguro. Senti uma tensão de pesar em meus ombros, parecia que estava segurando uma mochila de 30 kilos em minhas costas.
— Ali, tem alguma coisa. — Apontei, Fushiguro olhou na direção e hesitou.
— É verdade, é uma maldição diferente. Mais forte, não dá pra deduzir seu nível.
— Acha que fariam isso? — Perguntei como se ele soubesse exatamente do que eu estava falando.
— Não. Somos novatos, isso poderia matar um de nós.
— Mas e se o plano realmente for matar um de nós? — Olhei para ele, Fushiguro pensou tão rápido que mal tive tempo de reagir.
— Querem matar o Itadori. — Antes que ele pudesse completar, raízes brotaram do chão nos jogando para trás, o empurrei.
— Mas que merda. Pensei que era um lugar seguro. — Gritei entredentes, ele esticou os lábios e debochou.
— Seguro? Esse evento todo é pra arriscarmos nossas vidas. Não é um escola qualquer de ensino médio, não estamos aqui para aprender cálculo. Estamos aqui para aprender a exorcizar demônios na porrada! — Ele gritou e se levantou do chão, nos deparamos com uma maldição deformada, com dentes afiados e pele pálida, seus chifres de madeira não condiziam com seu tecido muscular.
— Por favor parem de intervir, e se entreguem ao bem maior. — A maldição disse como uma pessoa qualquer, estremeci aterrorizada.
— E-ela falou. — Eu disse, Fushiguro se colocou na minha frente pronto para enfrentar a maldição. — Megumi.
— Essa maldição é diferente de qualquer coisa que já enfrentamos. Ela é capaz de falar normalmente, então deve ser uma maldição de nível especial. — Ele explicou para mim sem hesitar, esfreguei as mãos na terra abaixo de mim e me levantei.
— Se não puder enfrentá-la comigo tudo bem, eu não vou te obrigar ficar e lutar... mas não me atrapalhe. — Ele finalizou e juntou as mãos fazendo uma energia azulada surgir em torno de seus membros.
Esse garoto é louco.
Talvez esteja certo, eu nem sei dominar minhas habilidades amaldiçoadas ainda, então só vou atrapalhar. Mas se é pra algum de nós morrer hoje, que seja a garota que não tem ninguém além das suas maldições.
Fiquei ao seu lado com os punhos à mostra, nenhum poder, nenhuma magia. Apenas eu, pronta para enfrentar o poder daquela criatura híbrida diante de nós. Corremos um para cada lado, Fushiguro acertou o primeiro soco, e eu o segundo. A criatura usou suas habilidades para nos arremessar em direções contrárias, seu golpe me acertoui como uma faca atravessando meu estômago, mas sem me ferir fisicamente.
Fushiguro se levantou e voltou a lutar como se nada tivesse acontecido, logo atrás dele, uma energia sombria surgiu do chão pronta para acertá-lo. Estendi a mão na sua direção e gritei.
— FUSHIGURO!
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