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capítulo treze

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1868

Eles se irritavam e, com isso, irritavam a Jasper. Certo dia, ele chegou ao seu limite e se trancou no quarto de Maria enquanto ela estava se admirando no espelho, reflexiva e parada como uma estátua. Jasper a tirou de seu transe ao bater a porta.

— Eles estão muito, muito insatisfeitos — ele sussurrou entredentes. Deixara os soldados sob supervisão de Daktari para treinarem ao ar livre, mas todo cuidado é pouco. Ele fechou a cortina e ficou atrás de Maria.

— E qual seria o motivo? — perguntou ela, calmamente. — Não os alimento bem o suficiente?

— Sabe o que quero dizer — Jasper retrucou, impaciente para joguinhos. — As coisas sairão do controle quando eles passarem a se comportar como a sua protegida. Quando começarem a achar que podem se comportar como ela.

— Alika é uma mulher livre. Pode ir onde desejar.

— O inferno que é. Nenhum de nós é, não importa a nossa cor. Somos todos os seus servos e de nada adianta a senhorita agir como se não fosse a simples realidade.

Maria o lançou um olhar mortal que faria qualquer um se encolher. Jasper nem sempre abaixava a cabeça e, quando decidia mantê-la erguida, poderia gerar problema.

— Há semanas ela passa mais tempo fora daqui do que treinando, cuidando mais de seus assuntos do que seguindo às suas ordens. Não sabemos onde ela vai, mas ela retorna com cheiro de comida, de humanos. O que ela está fazendo, Maria? Você tem algum controle sobre ela?

— Não pretendo controlá-la! — Maria se levantou da cadeira abruptamente. — Pretendo ser sua melhor amiga e melhores amigas não dominam umas às outras.

Aquilo soou como uma piada tosca aos ouvidos de Jasper.

— O que ela tem de tão especial? Nunca tentou ser a melhor amiga de Aiyana e nós sabemos como ela é poderosa.

Maria respirou fundo e cerrou os dentes.

— Não é da sua conta.

Jasper não queria receber mais uma dispensa. Não queria mais ficar sem entender nada. Há um ano ela mantinha seus segredos a sete chaves e ele tinha que continuar obedecendo suas ordem sem questionar. Vigie Alika. Proteja Alika. Treine Alika. Ele estava farto. Aproximou-se de Maria e agarrou seu braço, usando do seu dom para amedrontá-la. Aquela poderia ser sua sentença de morte, ele sabia. Nunca tinha usado do seu talento para arrancar coisas dela, mas para entregar.

Maria o encarou com os olhos arregalados. A traição estampada em seu rosto.

— Por que ela é tão especial para você? — ele perguntou pela última vez.

— Ela me recorda alguém de muita importância para mim, para o meu passado — Maria murmurou, tremendo um pouco. Tinha uma boa resistência à manipulação do loiro, mas ainda não era o suficiente para preveni-la do terror. — Solte-me.

Ele não soltou.

— Isso eu sei. Mas por que a trata tão diferente de todos os outros?

Ela selou os lábios e assim permaneceu, teimosa. Frustrado, Jasper a soltou e se afastou, dando-lhe as costas. Nada daquilo fazia sentido para ele. Que importância tinha Alika se parecer com alguém que deve ter cuidado de Maria?

— Se quer tanto saber o que ela anda fazendo — Maria ajeitou a postura, profundamente irritada por ter sido submetida ao medo. — Por que não tenta descobrir por si só? Já parou para pensar que posso não ter todas as respostas?

— É. Isso fica cada vez mais claro.

Ele saiu. Dentre tantos cheiros, identificou o de Alika sem dificuldade e foi atrás do rastro dela em uma marcha zangada, ignorando seus soldados e a sua palpável curiosidade. Em pouco tempo, passou a correr. Se concentrou tanto em se afastar do que o afligia que parte da sua caçada perdeu o sentido. Ele só queria um motivo para ficar longe de Maria. Talvez estivesse com inveja de Alika por mais de uma razão, porque ela tinha algo para procurar fora daquelas paredes. Porque ela tinha coragem de sair sempre que lhe desse na telha. Ela queria algo diferente dos outros.

Aos poucos, ele parou de correr. Alika estava ali, agora a poucos metros, ajoelhada no meio do nada. Sua boca estava suja de sangue e ela segurava uma boneca de porcelana rachada. Ela não o olhou conforme ele se aproximava. Estava congelada no tempo, gerando uma enorme curiosidade no loiro.

Jasper se abaixou a cinco passos da cacheada, tentando entrar em seu campo de visão. Sem sucesso. O remorso que sentia vindo dela era sufocante, o suficiente para dominar uma centena de corações. Se os sentimentos fossem capazes de matá-la, ali estava ela, agonizando em seus últimos momentos.

Ele viera na hora certa ou na pior hora possível?

— Alika — ele chamou e acenou diante do rosto dela. Ela não reagiu. — Alika.

Nada. Jasper olhou ao redor como se fosse encontrar na paisagem seca dicas de quais passos dar. Ele não queria se aproximar. Bem, não queria sentir o que ela estava sentindo de perto. Mas precisava entender. Ele se levantou e avançou dois passos curtos e calculados, sua postura era de quem estaria pronto para se defender de um bota de cobra.

— Alika.

— Eu matei uma criança — murmurou a mulher, girando a boneca nas mãos. Ela levantou os olhos para encontrar os dele. Ela era uma casca vazia e ele finalmente entendeu aquele sentimento a oprimindo. — Eu a matei. Já matou uma criança, senhor Jasper?

Jasper fechou os olhos com força e abaixou a cabeça, tamanho peso das palavras dela.

— Uma criança?

— Uma menina boa. Uma linda menina. — Disse ela, ainda apática. Ela levantou a boneca até a altura dos olhos vermelhos. — Você também já foi um lindo menino. Um menino bom. — Ela acariciou o rosto de porcelana com cuidado.

— Do que está falando? — ele a encarou sem disfarçar a sua revolta. No fundo, ele sabia que não podia julgar. Ele também não teria autocontrole se chegasse perto de uma criança. Seus instintos gritavam isso. Eles precisavam de sangue e sangue eles teriam, não importava de quem. Felizmente, ele não tinha passado por isso ainda, mas temia ser questão de tempo.

— Ela não me chamou de preta ou criola quando levei comida para ela nesses últimos dias — ela apontou a boneca para Jasper. — As crianças sabem que somos da mesma cor por dentro, senhor Jasper. Nosso sangue é o mesmo e a essência também... Ou o senhor já nasceu ordenando que um preto te servisse?

Jasper balançou a cabeça, sem saber o que dizer ou fazer. Onde estava a criança? Será que ela sofreu muito? Era impossível ficar indiferente com aquele assunto. Não se surpreenderia se Alika ficasse perturbada para sempre por ceifar a vida de uma alma tão inocente.

— O que aconteceu? Você a enterrou?

— Ela caiu e ralou o joelho enquanto brincávamos — Alika continuou, afundando-se em seu mundo. Era como se estivesse falando com a boneca. — Ela sangrou só um pouquinho, mas eu nem pensei antes de... atacar. — Ela estourou a cabeça de porcelana da boneca, apertando-a e esfarelando-a em sua mão. — Só parei quando não tinha mais do que tirar.

— Já chega, Alika — Jasper queria que ela se calasse. Estava enlouquecendo junto só de imaginar.

— Vocês mataram os pais dela antes que eles a ensinassem a me odiar. — Ela apontou a boneca sem cabeça para a casa sem vampiros e depois para o seu próprio peito. — E eu a matei antes que ela fosse capaz de aprender a me amar.

— Já chega, Alika!

Alika o atacou tão rápido que Jasper não pôde se defender. De repente, ela estava em cima dele com a mão no seu pescoço, como ele já a dominara uma vez no passado.

— Vocês fizeram isso comigo — ela rosnou. — Vocês me transformaram em uma besta. Uma abominação.

Ele tentou acalmá-la com seu dom, mas sua raiva era intensa. Jasper segurou o braço dela, hesitando em se defender. Sabia como sair daquela situação, mas não tinha interesse de ser alvo de Alika naquele momento. Ela lutava muito bem e, com seu escudo, deixava Jasper em uma posição desfavorável. Ele nunca foi um apostador.

— Você aceitou a oferta de Maria — disse. — Ninguém a obrigou a isso. Você que escolheu viver. — Alika sacodiu a cabeça.

— Não é a isso que eu me refiro, branco. — Ela montou nele e segurou sua cabeça com as duas mãos, trazendo seu rosto bem para perto porque queria ser ouvida com atenção. Não queria que ele a ignorasse. Estava cansada de ser ignorada por essa maldita raça. — Vocês nos tratam como animais então nós nos tornamos animais. Me refiro à opressão, a escravidão e a sua serventia. Por causa da cor da minha pele, o senhor me odeia. Por causa forma como o senhor me trata, eu o odeio. Entende a maldita diferença, branco? Você é capaz de entender alguma coisa?! — ela gritou.

Se não tivesse sido tirada de sua casa, se não tivesse sido escravizada, ela nunca teria se tornado uma assassina. Ela era boa antes de ser abusada e rebaixada a nada. Há muito tempo se desligara de sua humanidade verdadeira e, infelizmente, ela sobreviveria a isso. Morreu mil vezes antes de Maria aparecer em seu caminho e sabia que se ela tivesse tido uma vida diferente, nunca machucaria aquela criança pela qual criara grande afeição em pouco tempo.

Sem o dar tempo de pensar em responder, Alika o largou abruptamente e saiu de cima, marchando em direção à sua casa que não era sua.

Jasper se sentou. Não passava nada em sua mente enquanto ele se levantava e encarava a mulher se afastando. Ele não se sentiu bem ou mal. Dentro de si, não encontrou absolutamente nada. Era isso culpa dele de alguma forma? O que ela quisera dizer de verdade?

Jasper se levantou sem se incomodar de tirar a sujeira das suas roupas e voltou para casa.

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