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014

˖࣪ ❛ FICAR OU IR?
— 14 —

No ano: 1965

ESTAR NA PRESENÇA de outras pessoas é desesperador, especialmente quando você é uma pessoa isolada como Jalan Madden. O resto da família deu espaço para Jalan e Carlisle conversarem. Os dois vampiros estavam agora sentados na sala ao lado de uma grande janela que apresentava uma bela vista das montanhas nevadas e do céu gelado.

Jalan já havia explicado sua história para ele, explicando como Carol a acolheu e todos os horrores que se seguiram.

Eles estavam agora no problema atual de Jalan.

— Você disse que minha irmã tinha um código que você usou. Passado? — Carlisle explica. — Ou seja, as pessoas que você matou, elas...

— Não sei se eles mereciam ser mortos ou não... — Jalan dá de ombros. — Parei de me importar. Fiquei imprudente. — ela não desvia o olhar das montanhas, quase com vergonha de olhar nos olhos de Carlisle.

— Você é uma boa pessoa, Jalan. Posso ver isso... Minha irmã viu isso, é por isso que ela salvou você. É por isso que ela se importou com você.

Jalan sorriu suavemente, finalmente olhando em sua direção. — Eu não sou mais uma boa pessoa.

— Todos nós fizemos coisas... Coisas das quais nos arrependemos, coisas que gostaríamos de poder apagar da nossa memória. — Carlisle admite. — Mas o que realmente define seu personagem é como você decide seguir em frente com seus erros. Você aprende com eles e faz melhor.

Jalan sorri. — Muito sábio da sua parte. — ela brinca.

— Disseram-me que posso ser um homem muito sábio. — Carlisle joga junto.

Jalan sorri antes de perguntar: — Sua família - como isso aconteceu, como vocês se uniram?

Carlisle sorri suavemente. — Edward foi o primeiro. Eu o transformei quando ele estava morrendo de gripe espanhola. Então minha esposa, Esme, apareceu. Imogen nos encontrou e nós a aceitamos em nossa família. Rosalie e Emmett vieram logo depois. Então Jasper e Alice.

— E você se alimenta de animais. Eu nunca fiz isso... Então... — Jalan admite para ele.

— Tudo bem. Jasper é um dos nossos mais novos vegetarianos. Acho que talvez você e ele possam se dar muito bem.

— Talvez. — Jalan murmura, apenas para outra questão importante surgir em sua cabeça.

Não era uma pergunta comum feita pela maioria, mas era uma pergunta importante para Jalan. — Tenho mais uma pergunta, se você não se importa?

— Claro que não. — Carlisle balança a cabeça.

Jalan se senta em sua cadeira. — Algum de vocês é racista?

Carlisle pisca freneticamente, de todas as perguntas que ele esperava que ela fizesse, essa não era uma delas. — Garanto que não somos. — ele ri.

Jalan acena com a cabeça, sentindo um leve alívio. — Então não há nada que eu deva saber?

Jalan percebe a forma como seu sorriso suave vacila. — Suponho que há algo que você quer me dizer?

Carlisle se levanta da cadeira antes de continuar. — Um deles... Era um soldado confederado.

É normal que a audição aprimorada de um vampiro fique completamente silenciosa?

Jalan se levanta, sem falar uma palavra com Carlisle enquanto ela se dirige para a saída.

— Espere. — Carlisle acelera em sua direção. — Ele não queria se juntar à confederação, ele foi forçado por seu pai.

— Posso perguntar o nome dele? — Jalan sorri, mantendo sua máscara calma.

Carlisle enfia as mãos nos bolsos. — Jasper Hale, ele... — Jalan sai furiosa da sala de estar apenas para encontrar o resto dos vampiros em outra sala de estar.

Qual o tamanho desta maldita casa?

Todo o clã estava de olho em Jalan assim que ela entrou na área, quase como se soubessem que ela estava chateada.

Jalan ficou de pé, examinando os rostos de todos, — Jasper Hale? — sua voz parecia viajar longe.

— Sim? — seu sotaque sulista atingiu seus ouvidos.

Antes que Jasper pudesse reagir, ele foi jogado de uma grande janela, quebrando o vidro. Ele cai na neve fora de casa.

— Jesus Cristo! — Alice fica de pé ao ver seu companheiro sendo ferido.

Rosalie observa a maneira como Jalan o batia repetidamente no queixo. Ela olha para Carlisle. — Você disse algo que a chateou?!

Emmett estava sorrindo. — Eu já a amo.

— Pare com isso! — Alice corre, agarrando o braço retraído de Jalan que estava se preparando para outro soco brutal.

Os olhos de Jalan se voltam para a garota. — Ou o quê?! — ela retruca, seus olhos fixos em Alice.

Alice começa a sentir sua cabeça zumbir enquanto ela olha Jalan nos olhos. Pequenas rachaduras escuras começam a se formar em volta de seu pescoço, fazendo Alice gritar e cair de joelhos.

Jasper aproveita seu momento de distração para jogá-la para trás. Deixando-a cair na neve enquanto ele volta os olhos para sua companheira ferida.

Carlisle pega Jalan enquanto ela tenta correr de volta para Jasper. — Eu preciso que você se acalme, ok? Vamos. — ele a afasta da situação.

Carlisle sabia que seria melhor levá-la o mais longe possível da casa dos Denali. Ela estava agora no banco do passageiro de seu Pontiac GTO 1964. Jalan não tinha falado uma palavra desde que ela entrou. Mantendo-se completamente em silêncio, mas sua raiva parecia ter aumentado.

Carlisle tenta simpatizar com ela. — Eu entendo como você está se sentindo...

— Realmente? — Jalan o interrompe. Ela então zomba: — Você sabe como é ser espancada a ponto de parecer que seu corpo vai se dividir em dois? Você sabe como é ser um prisioneiro e ainda assim ter pessoas pregando que todos os homens são iguais?

Os olhos de Carlisle suavizam.

Jalan tenta se recompor. — Você tem alguma ideia de como é ser tratada de forma diferente só por causa da cor da sua pele?

Ele fica quieto.

— Você sabe? — Jalan espera por sua resposta.

— Não... — Carlisle responde, quebrando o silêncio. — Eu não sei como é isso.

— Então não sente aqui e me diga que você sabe o que estou sentindo, porque confie em mim, você não sabe. — ela retruca, voltando os olhos para as estradas.

— Você tem todo o direito de estar chateada... Você tem. — Carlisle valida seus sentimentos: — Jasper é uma boa pessoa. Ele se preocupa com as pessoas, se preocupa com sua família e se preocupa com todos. É por isso que ele está tentando ser melhor do que a pessoa que era antes de conhecer Alice.

Jalan sabia que as pessoas podiam mudar. Ela sabia que as pessoas nem sempre eram quem pretendiam ser. Mas a jovem escrava de dezoito anos ainda estava dentro dela, era a única coisa que mantinha seu coração aquecido.

Ela estava machucada. Ela sempre ficaria magoada.

— Ele é uma boa pessoa? — Jalan murmura.

Carlisle acena com a cabeça, um sorriso suave aparecendo no canto de seu lábio. — Ele realmente é.

Carmen estava agora verificando o pescoço de Alice para ter certeza de que a ferida gelada em sua pele estava completamente curada. — Nunca vi um poder como esse antes em toda a minha existência.

— Talvez seja algum tipo de telecinesia. — Emmett adivinha.

Alice esfrega o pescoço. — Eu não acho que foi. Quando eu olhei nos olhos dela, pessoal... Foi como se o mundo simplesmente tivesse desaparecido ao meu redor. Como se fosse só eu e ela, mais ninguém.

— Parece familiar. — Eleazar podia ser ouvido dizendo.

— Por que você diz isso? — Esme franze a testa.

— Algum de vocês já ouviu a pequena lenda que se seguiu ao longo do século? — ele questiona seus amigos: — O vampiro que você não pode olhar nos olhos.

Emmett encolhe os ombros, cruzando os braços. — Sim, mas isso foi apenas um mito que os vampiros inventaram para parecerem mais assustadores.

— E se não fosse?

— Você está dizendo que Jalan é a vampira que você não pode olhar nos olhos? — Rosalie ri, sem acreditar na lenda.

Eleazar inclina a cabeça. — Isso explicaria o que aconteceu com Alice.

— Eu me senti um pouco desconfortável enquanto estava na cabana dela. — Edward admite. O resto concorda.

Rosalie não conseguia acreditar no que estava ouvindo. Mas ainda assim, apesar de Jalan matar pessoas, ter que lutar contra sua companheira, e sia companheira quase ter matado sua irmã adotiva...

Tudo o que ela queria era ver seu rosto novamente.

Mas ela só podia esperar que Jalan decidisse ficar.

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