I ─ "Medusa"
"Algo ruim está para acontecer comigo
Eu não sei, mas eu sinto que está vindo"
(Dark Red, Steve Lacy.)
CAROLINE HARRIS
Princesa do Reino de Saphir
─ Hora de acordar, princesa Caroline! ─ Ouvi a voz de Leonard ecoar pelo quarto.
─ Deixe-me dormir só mais um pouco? ─ pedi, ainda com muito sono.
Não obtive nenhuma resposta e então a luz do Sol invadiu todo o meu quarto, causando desconforto para meus olhos.
─ Leonard, feche a cortina, por favor.
─ Acho melhor você se levantar e se arrumar logo. Sabe como a rainha ama atrasos ─ ironizou.
Totalmente relutante, levantei-me da cama.
Essa era a parte mais insuportável de meu dia: vestir-me.
─ Será que eu posso não usar corset hoje? ─ perguntei à uma das empregadas que me ajudavam com todas aquelas camadas de roupas quentes e desconfortáveis.
─ Uma dama sempre usa corset, princesa ─ respondeu ela, ajustando a peça ao meu corpo.
─ Mas eu mal consigo respirar usando isso.
─ Sinto muito, princesa, mas tenho certeza que não quer que sua cintura pareça mais larga, pois é isso que acontecerá se não usá-lo.
Bufei.
─ Na verdade, eu não me importaria se... ─ fui interrompida, assim que a mulher puxou a corda do corset sem nenhum cuidado, me impedindo de respirar. ─ Está muito apertado ─ disse com a voz falhando e, então, ela apertou mais um pouco. ─ Eu disse que estava apertado! ─ falei impaciente e incomodada com a peça que apertava minha cintura com exagerada força.
─ É nessa medida que uma dama usa seu corset ─ disse ela, por fim e eu nem sequer me atrevi a contrariá-la, afinal, estava muito complicado fazer qualquer movimento dentro daquele corset.
Outra mulher me ajudou a terminar de me vestir e eu simplesmente não entendia qual era a real necessidade de tantas camadas de roupas. Todos aqueles tecidos me causavam desconforto. Era irritante.
[...]
Segurando a saia de meu vestido, para que eu não tropeçasse, desci as enormes escadarias do castelo para tomar meu café.
─ Majestade, a situação é muito delicada. ─ Ouvi um homem falar ao me aproximar da mesa.
─ Qual é o problema que lhe traz até aqui tão cedo? ─ minha mãe perguntou.
─ É sobre a segurança do reino. Eu estou aflito com o que está por vir ─ falou o homem maltrapilho com os cabelos sujos.
─ Seja mais claro e objetivo. O que está por vir?
─ Eu não sei lhe dizer exatamente o que é, só sei que não é nada bom. ─ O homem dizia preocupado. ─ Há alguém contra nós, majestade, eu sinto isso. E eu temo que seja alguém dentro deste castelo...
─ Isto é ridículo. Todos os funcionários do castelo são de confiança.
─ Ontem meu gato estava com os pelos arrepiados e ele miou três vezes durante a noite. Sempre que ele age assim é porque algo ruim está para acontecer ─ ele continuou com suas teorias.
─ Você veio até aqui porque seu gato comportar-se como um gato comum? ─ minha mãe indagou com a sobrancelha arqueada.
─ Não, majestade, isso não é normal. Precisamos fazer algo para impedir que a situação piore.
─ Com certeza, senhor. Eu vou tomar medidas para que seu gato não se arrepie e nem mie mais. ─ Ironizou.
─ Majestade, a senhora precisa acreditar em mim! A lua cheia está chegando e tudo se alinhará causando uma tempestade terrível! ─ Minha mãe permaneceu indiferente. ─ Quem está armando contra nós não é humano! É algo muito maior e muito mais perigoso. Eu desconfio que seja... ─ ele tirou seu chapéu e sussurrou: ─ Uma medusa.
─ Isto é uma piada? ─ minha mãe levantou irritada, apoiando as mãos na mesa.
─ De jeito nenhum, majestade! Estou dizendo a verdade!
─ Chega. Guardas, tirem esse louco daqui.
─ Louco? A única louca aqui é a senhora de não acreditar em mim! ─ Dois guardas o seguraram pelo braço.
─ Abaixe seu tom ao dirigir-se a mim! ─ Mamãe ordenou, irritada.
─ Você vai se arrepender de não acreditar em mim. ─ disse ele e os guardas o arrastaram para fora do castelo.
Valquíria bufou e sentou-se novamente.
─ O que houve? ─ perguntei, curiosa.
─ Nada demais, apenas um louco tentando criar confusão. Sente-se e coma. Teremos um dia cheio hoje.
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