Vou contar-te uma história.

De quatro amores. Ambos, com passados distintos e vivências diferentes.

Ele, um vampiro bonito e da alta classe. Com milênios pela frente, apenas aproveitou, mesmo que a consequência da imortalidade fosse ver as pessoas que mais amava morrerem.

De acordo com seus desejos, ele foi embora. Separou-se de sua família para viver da maneira que queria. Os anos passaram-se, até que encontrou o motivo do seu coração frio sempre parecer quente.

Deu a ela tudo que fora lhe dado. E a reciprocidade sempre parecia fazê-lo perder o ar inexistente.

Mas, em uma noite, quando o céu chorava flocos de neve; seu pequeno grande motivo precisou de si. A dor lhe corrompendo todo o ser, o vampiro não poderia negar ajuda para sua menina. E naquela noite, enquanto os flocos de neve caiam, ele amou-a de corpo e alma; mesmo que não tivesse uma, ao lado dela, sentia-se completo.

No belo pescoço que foi lhe cedido de bom grado, mordeu-o. Tomando do sangue doce e inebriante. Cedendo também o seu, para o alvo de toda sua euforia. Sendo assim, conectados através daquele laço de sangue, que apenas fortaleceu-se conforme os anos passaram-se.

Contudo, em momentos de caos e brigas. O vampiro fora convocado, perdendo-se em meio a uma multidão desejosa de sangue e vingança. Dado como desaparecido para muitos, e morto para outros.

A pequena estrela, seu pequeno motivo, perdeu o motivo e o gosto de viver. Sobrevivendo-se apenas do amor que sentia por seu primeiro senhor e melhor amigo.

E em um solstício de inverno, não era mais o seu melhor amigo e amor que residiam consigo. Mas, sim, o irmão de seu amor e o seu esposo. Os dois estavam ali, observando sua face, esbanjando inexpressividade.

Fora ali, no solstício de inverno, que o demônio encontrou a alma que faltava. E o lobo? o lobo desejou que sua parte vampira não sentisse tanta sede.