Sempre foi apenas a gente.
Narrador pov:
— Que lugar é esse? - Ellie perguntou ao olhar os enormes muros feitos com troncos de árvores, haviam chegado a poucos segundos no lugar, precisaram usar cavalos e a garota ainda estava sobre um deles, Joel estava em outro com Esmeralda que estava sentada em sua frente com seu corpo de lado, os braços do homem estavam em volta da mulher que ainda tinha os olhos fechados e agora tinha uma manta para a proteger da pouca garoa que caía.
— Aqui é Jackson, nossa comunidade. - Tommy explicou e os portões foram abertos, Ellie observou o lugar enquanto entravam e estava completamente espantada com a quantidade de pessoas e até mesmo animais, não demorou para pararem e descerem, antes que Joel descesse do cavalo para poder pegar Esmeralda, Tommy apareceu ao seu lado estendendo seus braços. - Deixa comigo. - O contrabandista demorou alguns segundos até ajudar o irmão a pegar a mulher nos braços, desceu do cavalo e quando foi estender seus braços para pega-la novamente, Tommy já andava para longe, Joel franziu a testa e o seguiu junto de Ellie que vinha logo atrás. Passaram por algumas pessoas que os observavam até que finalmente entraram em uma casa. - Denver? - Chamou por um homem que não demorou para aparecer, era um senhor de meia idade um tanto baixo com cabelos brancos, ele arrumava seus óculos enquanto andava em direção ao grupo. - Preciso que o senhor examine essa mulher, o nome dela é Esme e é uma amiga.
— Claro Tommy, a deixe aqui. - Abriu espaço para o homem dando a visão da maca que estava atrás dele, não demorou para que Tommy colocasse Esmeralda deitada e assim que o fez, Ellie se aproximou da tia ficando ao seu lado.
— Denver é um ótimo médico, a Esmeralda logo vai estar bem. - A garota se virou para Tommy com uma expressão agradecida.
— Obrigada.
— Posso falar com você? - Joel perguntou para o irmão demorando alguns segundos para ganhar a atenção do mesmo.
— Claro. - Tommy colocou o braço sobre os ombros do irmão o apertando levemente.
— Em particular. - Assim que as palavras saíram de sua boca, Ellie olhou para o contrabandista com as sobrancelhas franzidas.
— Joel?
— Fica com a Esme. - Joel se afastou deixando tia e sobrinha para trás, Tommy o seguiu tendo tempo de ver a garota segurar a mão da mais velha entre as suas, saíram de dentro da casa e o contrabandista sentiu a mão do irmão sobre seu ombro atraindo sua atenção.
— Eu nem tive tempo de te dar um abraço, vem cá meu velho. - Joel riu fraco e o abraçou sentindo o mais novo o apertar e dar leves tapas em suas costas antes de se afastar. - Você envelheceu, a Esmeralda que deve ter feito isso.
— É. - Foi a única coisa que disse antes de se afastarem completamente.
— Vem, vamos ir para um lugar mais tranquilo. - Joel olhou de forma discreta para a casa e seguiu o irmão, andaram por poucos minutos até entrarem em outra casa, Tommy foi o primeiro e esperou o mais velho entrar antes de fechar a porta. - Então, a quanto tempo vocês estão juntos?
— O que? - Joel devolveu com outra pergunta tentando esconder o susto da pergunta.
— Você, Esmeralda e a sobrinha dela, quanto tempo estão juntos? - Apontou para a poltrona e viu o irmão se sentar enquanto fazia o mesmo, mas no sofá que ficava em frente.
— Faz alguns meses.
— Estão juntos? - Joel franziu sua testa pois havia acabado de responder, quando iria fazer novamente, Tommy tomou a frente. - Agora quero saber se você e a Esmeralda estão juntos.
— Por que a chama de Esmeralda? - Joel não conseguiu segurar sua língua, tanto ele como Ellie a chamavam por Esme, por conta da mesma preferir assim, já Tommy a chamava pelo nome completo.
— Já dá pra perceber que nós conhecemos.
— Se conhecem bem. - Seu tom acabou saindo rude demais e essa não era a sua intenção, Tommy coçou sua nuca um tanto nervoso, então o irmão sabia…
— Olha, eu não vou tentar nada com ela.
— Eu não estou preocupado com isso. - Tommy soltou um riso fraco.
— Eu sei que se garante e…
— Não estamos juntos, não dou a mínima se vai ou não. - Tommy franziu sua testa, não acreditava muito nas palavras do irmão, ainda mais pelo olhar que viu o mesmo dar em direção a mulher.
— Claro. - Sorriu forçado e limpou sua garganta. - Então, não que eu tenha que explicar, mas eu conhecia a Esmeralda quando ela ajudava a irmã em algumas coisas dos vagalumes, mas a Ellie é a primeira vez que a vejo de perto, a Esmeralda me falava dela.
— Espera, a Esme fazia parte dos vagalumes? - Tommy soltou um suspiro e apoiou seus antebraços em suas coxas.
— Ela fazia e ao mesmo tempo não, olha… é complicado e é melhor deixar ela te explicar quando se sentir bem.
— Eu não preciso que ela me explique. - Tommy ergueu sua sobrancelha e o viu se arrumar. - Eu sei que você não queria olhar mais na minha cara.
— Isso são águas passadas. - Tentou soar o mais calmo possível por conta do tom um tanto desesperado do irmão, mesmo que fosse sutil.
— Eu preciso de um favor seu. - Tommy balançou a cabeça positivamente.
— Claro, se estiver ao meu alcance.
— Eu preciso que você leve a Esme e a Ellie até os vagalumes. - O mais novo arregalou levemente seus olhos com o pedido do irmão. - Esme falou que a Marlene não dizia tudo pra ela e por isso não sabe onde eles poderiam estar, mas você conhece, andava com essas pessoas e pode encontrar eles.
— Joel, Joel, calma. - Pediu erguendo suas mãos o fazendo parar de falar. - Eu não posso fazer isso, tenho pessoas para ajudar aqui, uma casa, uma…
— Ela é imune.
— O que?
— Ellie é imune ao vírus, eu mesmo vi a mordida e ela está a meses com ela.
— Eu não posso.
— Tommy…
— Eu não posso Joel, eu…
— Porra, então manda um dos seus caras.
— Eles tem família Joel, não posso simplesmente mandar alguém as levar. - Joel se levantou irritado e passou a mão sobre seu rosto respirando fundo.
— Eu trago a cura pra humanidade e você diz que não pode por que está ocupado plantando? - Tommy respirou fundo enquanto se arrumava no sofá.
— Eu posso dar suprimentos para vocês quando a Esmeralda melhorar, posso até mesmo fazer um mapa mostrando onde eles devem estar.
— EU NÃO POSSO LEVAR ELAS! - A voz do contrabandista acabou se exaltando, Tommy ficou o olhando até que o viu colocar as mãos na cintura e abaixar a cabeça por um breve momento. - Eu… eu…
— Você está às amando. - Tommy falou o que Joel não admitia em voz alta e muito menos para si mesmo, o homem se aproximou da poltrona e apoiou suas mãos.
— Toda vez que olho para a Ellie, penso em como Sarah iria gostar dela. - A voz de Joel era baixa. - Toda vez que olho para Esme, penso em como seria se tivéssemos uma vida, eu não posso dar o que elas querem e não posso fazer isso.
— Joel, eu não posso. - Joel abriu sua boca para contestar, mas antes que qualquer palavra saísse, a porta da casa foi aberta e uma mulher entrou enquanto fechava a porta, seus cabelos loiros estavam levemente úmidos enquanto balançava para os lados, ao erguer seu rosto um sorriso surgiu.
— Oi. - Joel estava confuso e isso era nítido, Tommy se levantou e se aproximou da mulher colocando seu braço em volta de sua cintura.
— Joel, essa é a Maria, minha noiva, Maria, esse é o Joel, meu irmão.
— Oh, finalmente estou conhecendo o meu cunhado pessoalmente. - Maria estendeu sua mão e Joel demorou alguns segundos para processar a informação até que segurou a mão da mulher dando um breve aperto antes de soltar. - Então foi você que chegou com a mulher e a criança, certo?
— Sim.
— Eu acabei de vir de lá, já a colocaram no soro, ela está muito desidratada e desnutrida, vai precisar de algumas vitaminas e por sorte temos, vocês vão poder ficar em uma casa que fica próxima. - Joel apenas balançou sua cabeça positivamente, ainda um tanto surpreso com a situação, ainda mais por ele nem ao menos imaginar que seu irmão estaria noivo de alguém.
— Obrigado, eu…
— JOEL! - A voz de Ellie soou e o contrabandista virou seu rosto na direção do som, não demorou para correr para fora da casa, Tommy e Maria o seguiram e encontraram Ellie procurando pelo homem.
— Ellie, o que aconteceu? - Assim que a garota focou seu olhar no mais velho, correu até ele com um grande sorriso no rosto.
— A Esme… a Esme. - Estava um tanto ofegante e Joel colocou suas mãos sobre seus ombros. - A Esme acordou, vem rápido. - Segurou sua mão e começou a puxar o homem, Tommy observou aquilo e escutou um riso baixo de Maria, acabou olhando para a mulher, pensou por um momento em contar sobre Esmeralda, mas seria melhor dizer que eram apenas amigos, iria fazer isso só não sabia quando e como, já Ellie e Joel voltavam para a casa onde Esmeralda estava, o contrabandista tinha quase certeza que poderia ter sido arrastado pela garota se ela tivesse força o suficiente para isso, não demorou muito para entrarem e encontraram Esmeralda com o corpo levemente sentado na maca. - Tia Esme, achei ele. - Ellie soltou a mão do contrabandista e voltou a ficar perto da tia que tinha um pequeno sorriso em seus lábios.
— Pensei que tinham te colocado em um asilo. - Joel soltou um riso nasal e balançou sua cabeça em negação.
— Que bom que seu humor voltou.
— Você ainda vai me aturar muito, vocês dois. - Ellie acabou rindo e Joel se manteve em silêncio as observando, precisava convencer Tommy de levá-las.
[...]
Ellie havia acabado de sair do banheiro já vestida, tinha conseguido roupa limpa e olhava para o quarto observando os detalhes, era bem diferente do que tinha no apartamento que dividia com a tia, já começava pelo tamanho dele, mas estava feliz de estar ali e de sua tia estar sendo tratada, com a ajuda de Joel a levaram para a casa e a mulher já havia tomado banho e trocado de roupa, agora se encontrava dormindo após tomar algumas vitaminas e tomar uma sopa, Ellie saiu do quarto e pensou em ir até o quarto de Esmeralda, mas o barulho da porta do andar de baixo soou e a garota franziu sua testa, pois Joel havia falado que iria deitar, desceu as escadas o procurando mas não encontrou o homem, arrumou o casaco antes de abrir a porta para sair, mais a frente conseguiu ver a silhueta do contrabandista e começou a segui-lo após colocar o capuz, estava andando a uma distância segura, mas seus passos foram interrompidos com o barulho de porta sendo aberta de repente.
— Ei. - Uma voz feminina soou e a garota virou seu rosto encontrando Maria, a mulher que tinha visto mais cedo verificando sua tia. - Quer entrar? - Ellie olhou para onde Joel tinha ido e voltou sua atenção para a mulher antes de balançar sua cabeça positivamente e andar em direção a porta, não demorando para passar por ela e a mesma ser fechada. - O que está fazendo nesse frio?
— Eu fui andar um pouco. - Tirou o capuz de sua cabeça, Maria observou seu cabelo solto e apontou para o mesmo.
— Você quer que eu corte um pouco?
— Não, Esme que faz isso pra mim. - Maria sorriu balançando a cabeça positivamente e apontou para o sofá.
— Se senta um pouco, quer beber algo?
— Não, eu tô de boa… olha, eu tenho que ir, Esme pode acabar acordando e…
— Na verdade, eu queria conversar com você. - Ellie segurou a vontade de suspirar e colocou as mãos nos bolsos do casaco.
— Tá bom.
— A sua tia e o Joel estão juntos?
— Não oficialmente. - Maria fez uma expressão confusa, mas preferiu manter para si mesma suas perguntas.
— Certo, você sabe…
— Quer saber se o Tommy e a Esme já transaram? - Maria sentiu suas bochechas um tanto quentes, mas não sabia dizer se era por ter sido pega ou por conta da garota ser tão direta, depois do noivo ter falado com ela sobre a mulher, alguma coisa lhe dizia que eles não foram apenas amigos e isso começou a lhe incomodar de certa forma. - Olha, eles são só amigos, Esme não o vê dessa forma e ela não se envolve com quem é comprometido.
— Então eles já tiveram algo?!
— Sim. - Maria se sentou fazendo uma pequena careta. - Mas isso faz muito tempo, eu era até mais nova do que sou, tenho certeza que ele nem pensava em te conhecer.
— Você tem razão.
— Claro que tenho, então não se sinta intimidada ou algo do tipo, a Esme pode acabar pensando que está flertando com ela. - Maria arregalou levemente seus olhos. - Calma. - Acabou rindo e Maria acabou soltando um riso fraco ou estava mais para nervoso.
— Eu vou pegar um chá, você quer?
— Tô de boa. - A mulher se levantou e andou em direção a cozinha, Ellie olhou o lugar enquanto sentia a sensação quente que a lareira lhe dava, seu olhar acabou se focando em uma foto, andou até a mesma e a observou mais de perto, acabou erguendo sua sobrancelha levemente ao reconhecer Joel, ele sorria na foto e tinha um de seus braços sobre os ombros de uma garota loira, ela segurava um troféu em mãos enquanto sorria.
— Eu trouxe…
— Quem é essa? - Ellie interrompeu a mulher que deixou a bandeja sobre a mesa de centro antes de se aproximar para olhar a foto.
— Essa é a Sarah, a filha do Joel. - Os olhos da garota se arregalaram levemente ao ouvi-la, agora observando melhor, a garota da foto tinha alguns traços do homem.
— Eu não sabia que ele tinha uma filha.
— É um assunto delicado dele, por isso não deve ter contado.
— Como aconteceu? - Voltou seu olhar para Maria que suspirou levemente.
— Foi no dia do surto, um soldado atirou neles mas acabou acertando apenas a Sarah.
— Eu não sabia disso. - A voz de Ellie soou baixa voltando a olhar para a foto, em seguida começou a se afastar lentamente. - É melhor eu ir, boa noite Maria. - Deu as costas para a mulher não lhe dando a chance de dizer algo, não demorou para sair da casa, assim que fechou a porta soltou um longo suspiro, olhou para os lados tentando pensar onde o homem poderia ter ido, mas mesmo o lugar sendo protegido, não gostaria de acabar perdida, andou de volta para a casa e entrou fazendo o máximo de silêncio possível, foi para o andar de cima e andou até a porta do quarto da tia e abriu uma fresta a observando dormir de forma tranquila, a fechou e voltou para o quarto que usaria, entrou fechando a porta e se sentou perto da janela e ficou observando a lua, algumas nuvens estavam presentes e tentavam esconde-la, mas após alguns segundos conseguia vê-la novamente, não percebeu quanto tempo ficou a olhando, mas foi tirada de seus pensamentos com batidas na porta. - Entra. - Falou e a porta foi aberta mostrando Joel, o homem entrou deixando a porta encostada. - Ei, achei que estava dormindo.
— Eu fui conversar com o Tommy.
— Não parece que a conversa foi muito boa. - Ellie tentou soar brincalhona, mas a expressão de Joel continuava séria, a garota se virou em direção ao mesmo. - O que foi?
— Quando a Esme melhorar, Tommy vai levá-las até os vagalumes. - Ellie deu um riso desacreditado e balançou sua cabeça em negação.
— É piada, né?
— Ele sabe onde eles estão, vai ser melhor para vocês.
— Melhor pra gente?! É sério? Qual a porra do seu problema? - A voz de Ellie estava um tanto exaltada e acabou se levantando e dando alguns passos para frente. - Ficamos juntos esse tempo, somos…
— Não somos uma família. - Joel interrompeu a fala da garota a fazendo fechar a boca. - Vocês vão ficar melhores com o Tommy.
— Eu não sou ela, sabia? - O contrabandista franziu sua testa e a garota continuou. - Maria me falou sobre a Sarah e eu…
— Ellie, esse assunto, é muito delicado.
— Sinto muito pela sua filha Joel, mas a gente também perdeu pessoas, não diga que vamos ficar melhores com o Tommy, pois só teríamos mais medo, você se importa com a gente, apenas não quer admitir. - O contrabandista a olhou por um momento, conseguia ver a tristeza e até mesmo decepção no olhar da garota.
— Você tem razão, você não é minha filha e com certeza eu não sou seu pai. - Ellie o olhava sem acreditar, na verdade sua mente não queria acreditar em uma mísera palavra que saia da boca do contrabandista. - Tudo o que eu fiz, foi pela promessa que fiz a Tess, apenas isso, não existe nós, amanhã mesmo eu vou avisar a Esme.
— Não precisa ter o trabalho. - A voz de Esmeralda soou os fazendo olhar para a porta que agora estava aberta, seu semblante estava sério e beirava a frieza, a mulher havia acordado por conta das vozes e achou que algo não estava certo, o que era verdade. - Vem Ellie. - Chamou pela garota que andou até a tia após passar pelo contrabandista.
— Esme… - O homem tentou tocá-la, mas a mesma rapidamente se desviou.
— Não encosta em mim. - Mandou se virando de forma abrupta para o homem, seus olhos brilhavam pelas lágrimas que se acumulavam. - Ellie, vai pro quarto que estou usando, agora. - Mandou e a garota assim o fez sem nem ao menos questionar a mulher, assim que o som da porta se fez presente, se voltou para o homem. - Não seria mais fácil ter dito isso tudo meses atrás?
— Eu tinha que entregar vocês até o Tommy em segurança.
— "Entregar"? Você nos vê apenas com cargas, mesmo depois de todo esse tempo. - Esmeralda sentia uma irá surgindo em seu peito, nem ao menos ligava para o peso de seu corpo. - Agora eu consigo entender o motivo de você ser assim, eu realmente nunca vou entender a sua dor pois não tive filhos, mas você não pode se apegar ao passado e achar que vai acontecer o mesmo com a gente.
— Me apegar ao passado? Como você? - Esmeralda franziu sua testa em questionamento, Joel precisava fazer com que elas fossem com Tommy, nem que para isso, tivesse que fazer a mulher odiá-lo.
— O que?
— Me diga, quando transamos, você pensou que era o Taylor no… - Sua fala foi interrompida pelo barulho do estalo em sua bochecha, Esmeralda havia acertado um tapa em seu rosto.
— Não diga o que você não sabe, seu filho da puta desgraçado. - Esmeralda apontou seu dedo indicador para o rosto do homem quando o mesmo voltou a olhá-la. - Seu irmão só soube ficar com a boca ocupada quando tava me chupando. - O olhar do homem vacilou por um momento, mas Esmeralda não notou para a sua sorte.
— Eu não…
— Taylor foi o meu primeiro amor verdadeiro, eu o amei com todas as minhas forças, ele se sacrificou para que eu fugisse com a minha irmã, me fez prometer que sobreviveria a essa merda e eu quase quebrei, pois não consegui manter minha irmã viva por puro orgulho meu, minha sobrinha acabou sendo mordida e eu achei que fosse enlouquecer e então apareceu você, o homem que só estava fazendo seu trabalho, mas com o passar dos dias você se tornou mais do que isso e não apenas um contrabandista que estava fazendo o seu trabalho, eu… eu… - Esmeralda respirou fundo para não deixar que nenhuma lágrima caísse. - Eu fui uma idiota por sentir qualquer coisa, não se preocupe que vou fazer o meu melhor para me recuperar e você não vai precisar nunca mais olhar na nossa cara, finja que nunca existimos na sua vida. - A mulher se virou sentindo seu corpo tremer, mas não sabia dizer se era por conta de estar doente ou pela raiva que sentia, entrou no quarto fechando a porta e a trancando em seguida, precisou se apoiar na mesma quando sentiu seu corpo fraquejar, Ellie que já estava no cômodo correu até a tia e a ajudou a levando até a cama, não demorou para a mesma se sentar e apoiar seus braços em seus joelhos.
— Conversou com o Joel? Ele mudou de ideia? Ele…
— Esqueça ele.
— Mas Esme… ele iria com a gente e depois nós iríamos à lua, lembra? - Tentou sorrir mesmo que tal ato saísse um tanto estranho.
— Não existe "nós", eu e você vamos terminar isso, sempre foi apenas a gente, não ia ser diferente agora. - A garota não queria acreditar nisso, não queria acreditar nas palavras de Joel mesmo que essas tenham a machucado e não queria acreditar nas da tia.
[...]
O sol estava quase nascendo, mas Esmeralda não havia dormido, ela se encontrava sentada na poltrona do quarto com as pernas para cima com seus joelhos encostados contra o seu peito, uma manta estava em sua volta enquanto tinha o olhar para a vista fora da janela, Ellie dormia na cama de forma tranquila, apesar que para isso a tia precisou ficar com ela por um tempo para conseguir acalmá-la.
Esmeralda sentia dor, mas não era física como sentiu durante todos esses dias, era emocional e isso estava a sufocando lentamente, mesmo depois de todas as coisas que Joel tinha dito, uma parte sua implorava para que o homem dissesse que era tudo mentira, mas a outra parte não queria vê-lo nunca mais, a mulher finalmente se moveu e levou sua mão até seu peito onde sentia a dor, se levantou de forma desengonçada e andou até o banheiro puxando o ar com força, entrou e fechou a porta do banheiro, se apoiou na pia sentindo suas mãos tremerem e seu coração martelar contra seu peito, fechou seus olhos por alguns segundos tentando se acalmar, mas não estava sendo fácil.
Suas pernas começaram a seder e ainda se segurando o máximo que conseguia, seu corpo foi indo em direção ao chão, quando já estava nele encostou suas costas contra a parede voltando a ter as mãos sobre seu peito que subia e descia com rapidez, Esmeralda estava com a visão embasada por conta das lágrimas que se acumulavam sem conseguir cair, seus olhos vagaram pelo pequeno cômodo procurando por algo, mas o que ela procurava? O que estava tentando encontrar tão desesperadamente? Acabou piscando e ao abrir seus olhos novamente, se viu no dia em que o mundo colapsou, olhou suas mãos ao senti-las estranhas, acabou por encontra-las cobertas com sangue.
— ESME! ESME ME AJUDA! - Aquelas vozes… seus passos se tornaram vacilantes antes de começar a correr, mas não conseguia sair do lugar, suas pernas estavam pesadas mesmo que fizesse o máximo de esforço para se mover.
— TAYLOR! ANNA! - Gritou por eles, mas sentiu que alguém a segurava. - NÃO, NÃO, NÃO!
— Tia Esme, tia Esme! - Ellie chamava pela tia de forma desesperada, havia acordado com os gritos da mulher e a encontrado no banheiro com as mãos segurando seus fios de cabelo, a abraçou de forma apertada a vendo cada vez mais encolhida. - JOEL! JOEL! - Gritou pelo contrabandista, mas o homem não apareceu, Ellie tinha lágrimas pelas suas bochechas ainda se mantendo abraçada na tia, a mais velha tinha razão, sempre foi apenas elas, porque agora seria diferente?
Oi 😔
Aí gente, esse capítulo acabou comigo, mas ele é necessário, taok? Taok
Eu me matei rindo com vocês dizendo que a Esme tava grávida, mas assim, só se fosse do espírito santo
Joel fazendo merda e pode ter certeza que ele tá sofrendo
Esmeralda e Ellie tem joel issues (eu também)
E essa parte aí da Esme escutando eles chamando por ela, eu peguei do segundo jogo quando a Ellie escuta o Joel chamando por ela quando tá tendo uma crise, mas a Ellie nem ao menos ouviu a voz do Joel enquanto a cabeça dele tava sendo feita de bolinha de golfe
E a Esmeralda também não ouviu o Taylor e muito menos a Anna chamando por ela
As minhas meninas só precisam de um abraço e serem protegidas desse mundo cruel
Lembrando que eu fiz o elenco quando a série ainda não tinha divulgado os atores e tals, então é baseado tudo no jogo, mas obviamente se sintam livres para imaginar como na série, até por isso não descrevo muito os personagens
O elenco do spin-off já tá pronto, tururu
Desculpe por qualquer erro e obrigado por ler '-')sz
-W
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