Prometam para mim.
Narrador pov:
Mais um corpo caía sem vida no chão do hospital, Esmeralda recarregou a escopeta enquanto subia mais dois lances de escadas e entravam nos corredores novamente, Joel e Esmeralda estavam completamente ofegantes e com alguns respingos de sangue. Eles finalmente haviam chegado no terceiro andar que ficava a ala da pediatria, soldados ainda tentavam os parar para impedir que chegassem até Ellie, mas era praticamente em vão.
O casal não pensava, apenas agiam, atiravam para matar, sem hesitar nenhum segundo quando tinham o dedo no gatilho, no segundo andar um soldado havia pegado Esmeralda desprevenida enquanto a mesma havia acabado de matar um homem, o soldado a segurou por trás enquanto colocava o cano da pistola em sua cabeça, ele tentou chantagear Joel enquanto ameaçava atirar em Esmeralda, ele só não esperava que o contrabandista tivesse uma mira certeira e o atingisse na testa.
Tiraram a vida de mais soldados, Esmeralda jogou a escopeta no chão antes de Joel lhe entregar a metralhadora e pegar a pistola que estava nas mãos do soldado morto e conferir o pente de balas, ao confirmar que estava carregado, a destravou e andaram juntos até a porta com a placa indicando ser a pediatria, Joel foi o primeiro a entrar podendo ver um corredor com cadeiras, indicando ser a sala de espera antigamente. O mais velho então abriu a porta de onde ouvia o som de movimentação, encontrando duas mulheres e um homem.
— Se afastem. - A voz de Joel soou baixa, mas mesmo assim foi o suficiente para atrair a atenção deles, a equipe médica os olhou assustados.
— Doutor… - A voz de uma das mulheres soou, apenas confirmando que ela devia ser enfermeira e que provavelmente a segunda também.
— O que estão fazendo aqui? - A voz do homem perguntou na defensiva.
— Se afastem dela. - Esmeralda quem mandou dessa vez apontando a arma para as mulheres, de repente o médico pegou um bisturi ficando entre Ellie e o casal.
— Não vou deixar vocês fazerem isso. Ela é o nosso futuro… - O homem tentava os convencer, Joel estava com sua arma abaixada e Esmeralda havia abaixado a dela enquanto o ouvia. - Pensem em todas as vidas que vamos salvar… - Joel e Esmeralda se entreolharam e o médico baixou um pouco o bisturi. - Apenas deixem-nos fazer a cirurgia, eu falo com a Marlene e… - Sua frase foi interrompida pelo som de tiro, Esmeralda em um movimento rápido havia apontado a arma e dado um tiro em sua cabeça, as enfermeiras gritaram apavoradas sendo silenciadas por Joel que atirou na cabeça de cada uma. O casal havia soltado a respiração que nem haviam percebido que seguravam.
— Rápido Joel. - O contrabandista se aproximou de Ellie junto de Esmeralda a ajudando a tirar os fios e agulhas que estavam nela, a mulher colocou curativos estancando o pouco sangue que saiu. O mais velho passou os braços por baixo do corpo de Ellie tendo cuidado para deixar sua cabeça em seu ombro enquanto a erguia nos braços. Esmeralda não demorou para liderar o caminho, seus passos eram rápidos assim como os de Joel, começarem a ouvir as vozes ao longe demais soldados que vinham por trás, conseguiram chegar até o elevador e Esmeralda apertou o botão o chamando.
— EI! - Um grito masculino soou atrás deles e a ex-detetive se virou dando um tiro em seu joelho o fazendo cair e em seguida atirando em sua cabeça.
— Esme. - Joel a chamou quando as portas do elevador se abriram, a mulher o seguiu e apertou o botão da garagem, Esmeralda conferiu o pente vendo que ainda restava algumas balas. - Estamos quase lá. - As portas se abriram após alguns segundos e Esmeralda puxou o botão de travamento antes de saírem do elevador. - Tá, vamos, vamos.
— Parados! - A voz de Marlene os fez interromperem os passos, a mulher tinha a pistola apontada para eles. - Não dá para salvar ela. - Começou a falar enquanto os olhava, Esmeralda estava a um passo à frente de Joel e Ellie. - Mesmo que a tire daqui, e depois? Quanto tempo até ela ser despedaçada por um grupo de estaladores? Isso se ela não for estuprada e assassinada antes.
— Isso não vai acontecer.
— Quem garante que não? - Marlene perguntou olhando para Esmeralda. - Você sabe como o mundo é lá fora, vocês dois sabem.
— A decisão não é sua. - Joel murmurou enquanto arrumava Ellie em seus braços.
— É o que ela gostaria, o que Anna gostaria. - Marlene intercalava o olhar entre o casal. - Lá no fundo vocês sabem disso. - A mulher começou a abaixar a arma enquanto mantinha o olhar neles. - Olha… olha, vocês ainda podem fazer a coisa certa aqui. Ela não vai sentir nada.
— Ela realmente não vai. - Esmeralda murmurou e Joel pode ver o sutil aceno de cabeça que ela fez enquanto Marlene havia abaixado a arma completamente agora, o breve silêncio foi quebrado pelo som do disparo da arma que Joel estava segurando o tempo todo embaixo das pernas de Ellie, Marlene caiu no chão com a mão sobre o abdômen, Esmeralda chutou a arma dela para longe e Joel se afastou levando Ellie para um dos carros e a colocando no banco de trás, a ex-detetive se aproximou de Marlene que ergueu a mão livre.
— Espere…
— É difícil quando sua vida depende de outra pessoa, não é? - Esmeralda perguntou enquanto a olhava. - Você tinha razão. - Marlene a olhou confusa enquanto respirava pesado e a via se agachar a uma certa distância. - Anna quem deu a luz a Ellie, você pode ter feito o parto dela, mas fui eu quem cuidou dela. - Esmeralda apontou para o próprio peito. - Fui eu quem ficou com ela quando ela teve medo do escuro, quando teve febre pela primeira, fui eu quem estive nos bons e maus momentos, eu e não você! - A mulher se levantou a olhando friamente. - Ela é minha filha, ela faz parte de mim. - Esmeralda jogou a arma longe no chão. - E quer saber, não importa se a Anna iria gostar ou não, ela não está mais aqui para te salvar. - Sorriu friamente enquanto se afastava ao mesmo tempo que Joel voltava com a arma ainda em mãos, Marlene ao ver o contrabandista se aproximando começou a tentar se afastar enquanto mantinha a mão sobre o ferimento de bala.
— Espere…espere, me deixe ir, por favor. - Pedia olhando para Joel que parou em sua frente.
— Você iria atrás delas.
[...]
— Que porra é essa que eu tô usando? - A voz um tanto grogue de Ellie quebrou o silêncio do carro, a ruiva estava ainda deitada no banco de trás, Joel dirigia e Esmeralda estava sentada no banco do passageiro.
— Vai com calma… o efeito das drogas ainda está passando. - Joel avisou a olhando pelo espelho retrovisor, Esmeralda virou o corpo para poder olhar a sobrinha melhor.
— O que aconteceu?
— Encontramos os vaga-lumes. - Esmeralda respondeu enquanto a olhava. - Você estava desacordada e começaram a cuidar de você por conta do afogamento, mas… eles mentiram para nós. - A mais velha falou.
— Tem várias crianças como você Ellie. - Joel a olhou brevemente pelo espelho. - Havia pelo menos uma dúzia no hospital e tem mais dezenas espalhadas por aí. Os vaga-lumes não fizeram nada de bom com isso, na verdade, eles pararam de procurar uma cura. - Ellie ouviu cada palavra em silêncio, colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha enquanto se virava no banco e ficava de costas para o casal. - Vou levar a gente pra casa. - Esmeralda levou a destra até o ombro da sobrinha fazendo um pequeno carinho.
— Sinto muito. - Sussurrou antes de se voltar para frente e Joel levou a mão até a da mulher e entrelaçou seus dedos, apertando sua mão suavemente de forma reconfortante.
[...]
O som do capô do carro sendo fechado, tirou Ellie dos próprios pensamentos, a garota havia trocado a camisola hospitalar por uma roupa normal, ela tocava a mordida no braço e ergueu o olhar quando Joel e Esmeralda pararam em sua frente.
— O carro já era, nem a Esme conseguiu arrumar. - Joel zombou e a mulher revirou os olhos. - Mas estamos a alguns minutos de Jackson, vamos conseguir a pé. - Ellie desceu do carro e fechou a porta seguindo o casal que andava mais a frente.
— É bem bonito, não é?
— É. - Ellie respondeu a tia enquanto os três entravam na floresta.
— Quando eu era mais nova, costumava a acampar com a Anna, ela adorava ir atrás de borboletas. - Ellie riu fraco enquanto segurava a alça da mochila. - A noite ela olhava as constelações.
— Sinto minha idade agora. - Joel brincou após ter pulado um tronco caído, Esmeralda acabou rindo e Ellie apenas sorriu fraco. - Sabem…eu e a Sarah, fazíamos caminhadas assim…ela era boa, tinha que correr para acompanhar.
— Então já sentia sua idade há muito tempo. - Esmeralda comentou e Joel revirou os olhos.
— Acho que, hã…você e ela teriam sido boas amigas. - O contrabandista olhou para Ellie antes de olhar para a ex-detetive. - Ela teria gostado de você. - A mulher sorriu de forma discreta e Joel voltou a atenção para Ellie após limpar a garganta. - E você teria gostado dela. Eu sei que ela gostaria de você.
— Sim.
— Uau, olhem lá embaixo. - Joel avisou enquanto subiam uma parte mais inclinada. - Estamos quase lá. - Estavam quase chegando perto da beirada para usarem para descer, mas Ellie começou a diminuir o passo até parar.
— Peraí, peraí. - A ruiva sussurrou fazendo assim os dois adultos pararem e se voltarem para ela. - Lá em Boston, quando fui mordida…eu não estava sozinha, a Esme sabe disso. - Ellie apontou para a tia, Joel ergueu a sobrancelha enquanto a ouvia. - Minha melhor amiga estava lá e ela também foi mordida. Não sabíamos o que fazer, eu tinha medo de voltar até a Esme e acabar me transformando e a machucando. - A expressão de Esmeralda se tornou neutra enquanto a ouvia e Joel cruzou os braços. - Então ela disse: “Vamos esperar acabar. Na real, podemos ser poéticas e enlouquecer juntas.” Ainda estou esperando a minha vez.
— Ellie. - Joel a repreendeu trocando o peso de perna.
— Eu sei que ela não falaria. - Ellie continuou e apontou para Esmeralda enquanto olhava para Joel. - Mas me culpo todo dia por ter saído escondido dela naquela noite, se eu não tivesse ido nada disso teria acontecido, mas o pior de tudo nem foi a mordida, o pior foi ter que contar e ver o olhar de medo que ela tinha, aquilo me machucou tanto e eu sei que a decepcionei. - A ruiva sentia os olhos marejados e olhou para Esmeralda. - Eu sei que te decepcionei.
— Ellie, se isso tudo aconteceu, foi para que chegássemos onde estamos agora. - Esmeralda tinha o tom suave enquanto falava com a sobrinha. - Está tudo bem.
— Não, não está tudo bem. - A ruiva os olhava. - O nome dela era Riley e foi a primeira a morrer, depois a Tess e depois o Sam.
— Nada disso foi sua culpa.
— Não, você não entende, nenhum de vocês entende. - Ellie cortou Joel de sua fala, mas ele continuou mesmo assim.
— Tive que lutar muito para sobreviver. - Joel tocou suavemente o relógio no pulso quando descruzou os braços. - Não importa o que aconteça, você sempre está lutando por algo. - Ellie balançou a cabeça em negação abaixando o olhar.
— Ellie, sabemos que não é o que você quer ouvir agora, mas é…
— Prometam para mim. - Ellie interrompeu Esmeralda ao fazer o pedido enquanto os olhava. - Prometam para mim, que tudo o que vocês disseram sobre os vaga-lumes, é verdade.
— Nós prometemos. - O casal falou ao mesmo tempo, seus tons firmes e sérios enquanto olhavam a mais nova que após um momento balançou a cabeça positivamente de forma lenta e murmurou de forma baixa.
— Ok.
Continua...
Oi
Finalmente chegamos ao fim de mais uma fic, demorou? Sim, mas pelo menos chegou.
Ainda teremos o spin-off e a segunda temporada, mas será mais para frente e provavelmente quando os capítulos estiverem prontos, mas ainda não me decidi.
Agradeço a cada comentário (sem ser os "continua" ksksks), curtida e visualização, espero encontrar vocês na jornada da nossa Esme e em outras fics minhas.
E pela última vez aqui, espero que não tenha nenhum erro e muito, mas muito obrigada por ler '-')sz
-W
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