O que você fez comigo?
Narrador pov:
Três dias depois:
Os dias se passaram em Jackson, toda a confusão havia ficado para trás, bom… não totalmente pois sempre que Ellie e Esmeralda tinham a oportunidade de alfinetar Joel, elas agarravam como se suas vidas dependessem disso, isso acabava no contrabandista se sentindo culpado, mas ele sabia que merecia tal tratamento, Esmeralda havia feito uma pequena amizade com Maria, tanto por achar a mulher muito simpática apesar de sua expressão séria em certos momentos e é claro, para mostrar que o que tinha tido com Tommy era passado, era mulher e sabia o que Maria poderia estar sentindo, Ellie não saia muito da casa, se sentia estranha morando em um lugar com tanta gente pacífica, o clima sem dúvidas era completamente diferente das zonas.
Joel aproveitava ao máximo a companhia de ambas, mesmo com as alfinetadas conseguia ter bastante momentos com as duas, às vezes ficava conversando com Ellie e lhe contando como o mundo era antes disso, a ensinava as coisas que gostava antes do mundo acabar, já com Esmeralda, conversava mais quando era a noite e estavam no quarto que passaram a dividir, apesar de conversarem sobre muita coisa, nunca chegavam a tocar no assunto sobre a vida pessoal, mas tal coisa Joel gostaria de mudar em breve.
Agora no momento, os três estavam reunidos na mesa jantando o macarrão que Joel havia cozinha, Esmeralda não admitiria mas o contrabandista cozinhava muito bem apesar de bagunçar muito a cozinha o que deixava a mulher um tanto à agonizada por ver tanta coisa desorganizada e principalmente por conta do homem sujar muita coisa desnecessária, o jantar estava silencioso de certa forma, apenas com alguns comentários ali e aqui, a mais nova finalmente tomou atitude e cutucou a tia com seu pé por baixo da mesa ganhando sua atenção, Esmeralda a viu fazer um pequeno aceno de cabeça em direção ao homem, o que a fez olha-lo, Joel mastigava enquanto segurava o garfo com certa grossura enquanto mexia no macarrão, sua mão livre estava sobre a coxa da ex-detetive e as vezes um breve carinho era depositado quando mexia com seu polegar, a mulher já havia notado que Joel tinha adquirido essa mania, Esmeralda colocou o garfo sobre o prato e limpou sua garganta pegando o guardanapo e o passando em sua boca.
— Então… - Esmeralda começou e ganhou dessa vez a atenção de Joel que terminava de mastigar. - Eu já estou bem melhor e mais cedo quando você saiu, eu e a Ellie conversamos. - O homem continuava em silêncio esperando que Esmeralda terminasse. - Então poderíamos organizar nossas coisas e assim que o sol nascesse poderíamos seguir até a faculdade ou arrumarmos elas amanhã para fazer com mais calma e irmos depois de amanhã. - Joel ficou um tanto em choque, ele estava tão acomodado com a breve rotina que não parou para pensar que tudo aquilo iria ter que acabar para que eles fossem até os vagalumes.
— Por que sabe… posso ser a cura da humanidade e tudo mais. - Ellie comentou de forma despreocupada e pegou seu copo com suco bebendo um grande gole quando Joel a olhou.
— Não acham que deveríamos esperar um pouco mais? Até para que você se recuperasse completamente. - Seu tom era baixo enquanto soltava o garfo e pegava o guardanapo e limpava sua boca, Esmeralda pode sentir um pequeno aperto em sua coxa.
— Mas eu estou bem, vou estar bem agasalhada e nem vou pular em algum lado. - Esmeralda argumentou enquanto Ellie intercalava seu olhar entre a tia e o contrabandista.
— Você recém ficou boa, não podemos simplesmente ir. - A mulher estreitou seu olhar em direção ao Joel e em seguida olhou para a sobrinha que arrastou a cadeira para trás pegando seu copo e prato antes de andar até as escadas e subi-las para terminar seu jantar no quarto, em seguida Esmeralda voltou a olhar para Joel que respirou fundo passando sua mão sobre seu rosto antes de apertar seus olhos com as pontas de seus dedos. - Tá… fala.
— Você não quer ir.
— O que? - Franziu sua testa e viu Esmeralda se virando melhor em sua direção.
— Você não quer ir até a faculdade.
— Não é isso.
— Então é o que? - Joel empurrou levemente o seu prato para frente.
— Eu… o que estamos tendo aqui, já não é o suficiente? Estamos indo atrás de uma cura que pode nem dar certo.
— E se der? O sangue da Ellie pode fazer uma grande diferença nesse mundo de merda. - Joel apoiou seus cotovelos sobre a mesa antes de colocar seu rosto em suas mãos, a ex-detetive deixou sua mão sobre a nuca do mesmo e acariciou levemente acabando por enrolar algumas mexas de cabelo em seu dedo indicador levemente.
— Vamos terminar isso juntos, trazer a cura e então voltarmos e continuar tendo momentos bons, eu preparando a mesa, você cozinhando e a Ellie contando as melhores piadas dela, mas para termos isso, precisamos terminar oque começamos. - O contrabandista ergueu seu rosto e o deitou em sua mão para olhar a mulher que tinha a cabeça levemente inclinada para o lado. - Vai dar tudo certo.
— Eu sei.
— Você sabe muitas coisas. - Brincou e ganhou um revirar de olhos, o contrabandista não demorou para sentir os lábios de Esmeralda sobre os seus em um beijo suave, quando a mulher se afastou passou a mão sobre o rosto de Joel a levando para seu cabelo. - A louça é sua.
— Ela foi minha ontem. - Reclamou e Esmeralda deu de ombros.
— E quem disse que isso é problema meu?
— Você é o capeta, sabia? - Devolveu com outra pergunta a vendo se levantar balançando a cabeça positivamente.
— Sim e o trono do meu inferno é você.
— Para. - Esmeralda acabou rindo enquanto dava as costas para o homem que após soltar um longo suspiro se levantou, apesar de não querer ir, sabia que a mulher estava certa, precisavam terminar o que tinham começado e quanto antes fizessem, mais rápido poderiam voltar para Jackson e viverem normalmente, Joel faria isso por elas, na verdade ele faria qualquer coisa por aquelas garotas, pois elas agora fazem parte de sua vida.
[...]
— Eu consegui algumas roupas mais quentes para vocês. - Maria falou após descer as escadas de sua casa, Esmeralda havia ido visitá-la.
— Obrigada, prometo ajudar bastante em Jackson quando voltarmos. - A loira sorriu levemente e balançou a cabeça positivamente de leve.
— Tenho certeza que vai. - Entregou as sacolas para a mulher que as pegou. - Então, como você e o Joel estão?
— Não estamos querendo matar um ao outro. - Maria acabou soltando um riso baixo.
— Isso é bem importante, mas o que eu quero dizer é como está a relação de vocês? - Esmeralda acabou franzindo sua testa enquanto a olhava.
— Relação?
— Sim, vocês não são um casal? - A ex-detetive abriu sua boca por alguns segundos mas voltou a fechá-la em seguida, ficou em silêncio por alguns segundos até quebra-lo.
— Na verdade eu não sei exatamente que tipo de relação nós temos. - A mulher confessou enquanto a olhava. - Bom, a gente se beija e faz sexo, eu sei que não é como acontecia quando não o conhecia, pois no outro dia eu ainda estou na cama com ele, mas eu não saberia nos definir.
— Por que não pergunta?
— Eu vou parecer uma adolescente. - Maria revirou seus olhos e respirou fundo, era por momentos como aquele que entendia Tommy ficar tão irritado com Joel.
— E como você vai querer descobrir se não perguntar? Com o poder da mente? - Esmeralda ergueu a sobrancelha e inclinou levemente sua cabeça para o lado como se pensasse em fazer tal coisa. - Esme!
— Tá bom, tá bom, eu vou perguntar. - Ergueu uma de suas mãos em forma de rendição e ganhou um estreitar de olhos de Maria.
— Você não vai né?
— Não vou.
Joel pov:
— Joel, você tá me ouvindo? - Pisquei algumas vezes antes de olhar para Tommy, ele segurava um pedaço de madeira em suas mãos.
— Sim.
— E o que eu disse?
— Alguma coisa que não tem importância.
— Deixa a Esme saber que você a acha sem importância. - O vejo se virar e arregalei levemente meus olhos.
— O que?! - Tommy volta a me olhar com certo divertimento em seus olhos, bufei de forma baixa e balancei minha cabeça em negação. - Você é um idiota.
— Você que fica com cara de idiota quando se trata da Esme, só falta se assumirem.
— Não temos nada pra assumir. - Resmungo pegando um martelo e pregos antes de começar a martelar a madeira que estava em minha frente.
— Qual é, não estamos em uma história para jovens lerem. - Tommy desvia o olhar para além de mim por breves segundos antes de voltar sua atenção em minha direção.
— É complicado, talvez ela só esteja acomodada, talvez ela ainda ame esse tal Taylor, talvez…
— Maninho, são muitos "talvez", você não tem certeza de nada. - Tommy me interrompeu e soltou a madeira antes de se aproximar de mim e colocar sua mão sobre meu ombro. - Olha, o mundo tá uma merda e relacionamentos são raros hoje em dia, não pode perder uma chance por um simples "talvez", você precisa aproveitar essa segunda chance e agarrá-la como se sua vida dependesse disso.
— Parece que todo mundo quer me dar conselhos.
— É claro, vocês são muito cu doce. - O olhei um tanto irritado e o sinto pegar o martelo da minha mão antes de se afastar. - Agora vai lá, eu termino isso aqui sozinho, só não corra pois pode ter um infarto antes de chegar nela.
— Vai se foder. - O escuto rir enquanto me afastava e pegava meu casaco, o visto antes de sair para fora da casa já sentindo a brisa gelada contra o meu rosto, comecei a andar de volta para casa e no meio do caminho encontrei Ellie conversando com um garoto, ela parecia bem animada, me aproximei um tanto sério e o garoto foi o primeiro a notar a minha presença, não demorou para Ellie me olhar e sorrir.
— Oi Joel, já terminou de ajudar o Tommy?
— Quase isso, eu ia falar com a Esme.
— Ela passou agora a pouco com o meu tio. - O garoto falou e acabei o olhando novamente, pude notar que ele havia se encolhido levemente.
— Esse é o Jesse. - Ellie o apresentou apontando para o garoto com seu dedo indicador.
— Hm.
— A gente tá se conhecendo, mas ele é legal.
— Sei bem o que ele quer conhecer. - Pude ver que Ellie fez uma expressão confusa, mas logo tratei de mudar de assunto. - Por que a Esme tá com o tio dele?
— Sei lá. - Deu de ombros. - Mas parece que se entenderam bem. - Acabei trincando meu maxilar e a vi bater em seu queixo com seu dedo indicador parecendo pensar. - Ela deve tá perto de casa. - Me afastei deles e andei um tanto rápido demais, eu não me orgulhava da sensação que estava se apossando no meu peito, mas era algo inevitável, era a mesma coisa que eu havia sentido quando ouvia Tommy falando com tanta intimidade com Esme, respirei fundo e pude ver a casa mas não havia ninguém na frente, sem pensar muito entrei na casa podendo ouvir a voz de Esme junto com uma masculina e as segui, acabei por ouvir um gemido e senti meu corpo gelar, minhas mãos se fecharam em punho e cheguei na cozinha os encontrando.
— O que é isso? - Perguntei confuso e ambos me olharam ao mesmo tempo, o tio do tal Jesse estava sentado em uma das cadeiras enquanto tinha suas mãos sobre a mesa, Esmeralda segurava uma delas e parecia ter uma espécie de alicate em mãos e tirava algo de perto das unhas do homem.
— Oi Joel. - Esme sorriu para mim e apontou para a mão. - Tô tirando as cutículas do Ed.
— Você está é arrancando pedaços da minha alma, isso sim. - Esme revirou os olhos e o tal Ed olhou para mim. - Então você é o famoso irmão gostoso do Tommy? - Esme pareceu segurar o riso e olhei um tanto assustado para o homem. - Ele é soca fofo ou…
— Ed! - Esme o interrompeu e o mesmo riu. - Mal me conhece e já chega na intimidade que nem tem.
— Mas você já me adora.
— Olha, eu não tô entendendo os códigos de vocês, mas eu posso falar com a Esme em particular?
— Sei, "conversar". - O vejo rir novamente e ganhar um chute de Esme enquanto levantava, ele soltou um resmungo passando a mão em sua canela. - Louca.
— Arrombado. - Um sorriso discreto surgiu nos lábios de Ed enquanto o mesmo dava tchau com a mão, ele fez algo que não consegui ver, mas Esme se levantou ameaçando correr atrás, mas Ed foi quem correu e pude escutar o barulho da porta. - Não se pode mais dar intimidade pros homens hoje em dia, um absurdo. - Esme começou a limpar a mesa.
— Você consegue intimidade rápido?
— Sempre consegui, mas não entendo o motivo. - Só podia ser uma piada, mas quando vejo seu rosto tive a certeza que não era. - Mas ele e o marido são legais. - Arregalei meus olhos e Esme se vira em minha direção e ao me olhar, ergueu a sobrancelha. - Não vai me dizer que achava que ele era hetero depois desse papo?
— Eu só…
— Caramba, então você nem deve ter percebido dela. - Seu tom era surpreso e franzi minha testa.
— Dela quem?
— Deixa pra lá. - Abanou uma de suas mãos no ar antes de terminar de limpar. - Maria nos deu roupas mais quentes para levarmos, deixei no quarto para você experimentar.
— Obrigado. - Esme sorriu novamente e começou a arrumar a toalha de mesa e o vaso com flores artificiais no meio dela, o silêncio tinha reinado na cozinha, não pensei muito quando as palavras saíram da minha boca.
— O que somos?
— O que somos? - Esme repetiu minha pergunta, tombando levemente sua cabeça para o lado, coloquei minhas mãos nos bolsos da minha calça.
— É… eu quero saber.
— Por que? O que temos, já não é o suficiente?
— Não. - Respondi prontamente e isso pareceu à pegar de surpresa. - Não é o suficiente, porque… - Passei minha língua por entre meus lábios e dei alguns passos para frente tirando minhas mãos do bolso tomando coragem e principalmente calando a voz em minha mente. - Eu quero mais, eu quero saber e poder dizer que você é minha, que você é a porra da mulher da minha vida. - Esme estava em silêncio enquanto me escutava. - Eu tive que quase te perder para perceber isso, precisei do Tommy me jogando coisas na cara e até mesmo a Ellie fazendo isso, eu não quero você apenas para sexo casual ou qualquer outra coisa, quero conhecer você, quero descobrir cada segredo e sonho seu, quero saber sobre a sua família e assim também contar sobre mim. - Fiquei em sua frente e segurei seu rosto por entre minhas mãos. - E eu quero que me fale… me fale em quantos pedaços você foi partida antes que eu te encontrasse, quero saber quantas versões suas terei para amar. - Os lábios de Esme se entreabrem enquanto levava sua destra até minha mão a deixando sobre ela.
— O que você fez comigo?
— Eu quem deveria estar perguntando isso.
— Eu te odeio tanto.
— É… eu sei. - Juntei meus lábios aos de Esme e assim como nas outras vezes, todo beijo parecia ser como se fosse a primeira vez e isso só me fazia querer beijá-la cada vez mais, amá-la cada vez mais, eu simplesmente estava viciado nela e não me importaria de continuar assim, movi meus lábios sobre os de Esme e a sinto segurar minha camisa com sua mão livre, a empurrei com meu corpo levemente para trás e a encostei contra a mesa a sentindo suspirar por entre o beijo, Esme mordeu meu lábio inferior o puxando levemente por entre seus dentes antes de soltá-lo e olhar em meus olhos.
— Como isso aconteceu?
— Eu não sei, mas também não me importo, desde que você e a Ellie estejam aqui, tudo vai estar bem. - Esme colocou sua mão sobre a minha bochecha e acariciou de forma lenta e passou as pontas de seus dedos sobre a minha barba e acabei abaixando meus olhos para seus lábios.
— Você pode me beijar.
— É o que eu pretendo fazer e muitas vezes.
Oi 😗
Mais um capítulo pimposo pra vocês
Vocês acham que não, mas eu sofro também taok? E vamos sofrer tanto, mas tanto na segunda temporada quando eu destruir essa família
Mas antes de destruir ela, teremos aquela coisa chamada David, sim gente, teremos ele
Quando estivermos no penúltimo capítulo daqui, irei postar o elenco do spin-off, então fiquei ligados nos avisos no final do capítulo
Tommy e Maria entrando no grupo de cupidos para ajudar a líder Ellie
Esme e Joel são meus pais, só não disse em qual sentindo 😏
Tivemos pov do Joel 🥺
Esse homem 🤌
Lembrete, quando não tem quebra de tempo é pq as coisas estão acontecendo quase ao mesmo tempo ou está ao mesmo tempo
Próximo capítulo vamos ir embora de Jackson, mesmo que vá acontecer uma desgraça, estamos cada vez mais perto de terminar e eu não estou preparada para isso
Talvez não tenha capítulo no proximo domingo, pois é dias das mães, mas não é nada confirmado ainda, pois posso adiantar ou deixar para segunda, ainda não me decidi
Desculpe por qualquer erro e obrigado por ler '-')sz
-W
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