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Elas são só duas cargas.

Narrador pov:

Vinte anos depois:

Verão.

Esmeralda abriu seus olhos ao se assustar com as batidas em sua porta, a mulher respirou fundo por breves segundos antes de se levantar, passou suas mãos sobre seu rosto e jogou suas pernas para fora da cama se levantando, calçou seus coturnos deixando os cadarços desamarrados e andou até a porta do apartamento chutando uma caixa que estava no caminho, abriu a porta e encontrou Marlene de braços cruzados.

— Pelo visto teve uma ótima noite. - Falou assim que Esmeralda lhe deu passagem para entrar, a mulher tinha o cabelo crespo que estava preso em um rabo-de-cavalo baixo, tinha a pele negra e usava um abrigo na cor verde desbotado, podia se ver alguns pequenos rasgos por conta do tempo que a roupa já tinha.

— Bom dia pra você também, Marlene. - A mulher tinha um leve tom irônico enquanto deixava para Marlene fechar a porta, Esmeralda andou até seu banheiro e fez sua higiene do jeito que conseguia com a precariedade que tinha, mesmo que tivessem água naquele esconderijo ela não era quente, apesar de que já tê-la era praticamente um luxo naqueles tempos, voltou até Marlene enquanto prendia seu cabelo em um rabo-de-cavalo alto.

— Você já deveria estar pronta. - Marlene falou enquanto a olhava apoiar o pé no sofá para amarrar seus cadarços.

— Hm. - Murmurou sem vontade enquanto terminava de amarrar e fazia o mesmo com o outro.

— Esmeralda, estou falando sério. - Seu tom se tornou mais sério enquanto a mulher pegava uma camisa de mangas longas em xadrez e a vestia, fazendo com que as cicatrizes de seus braços ficassem escondidas. - Tudo tem que dar certo hoje, se realmente quer fazer isso e ser a responsável por ela, tem que estar com a cabeça no lugar! - Esmeralda que agora estava próxima de sua mesa onde tinha um pente vazio, tinha começado a colocar as balas enquanto ouvia a mulher, por fora sua expressão era neutra, mas por dentro estava socando sua cara em pensamentos. - Então faça isso ou vou mandar outra pessoa ir com ela.

— Primeiro, ela não vai a lugar nenhum sem mim. - Começou a falar a encarando de forma fixa. - Segundo, você é líder deles não a minha. - Esmeralda pegou a arma colocando o pente agora cheio. - Terceiro, você quem deveria estar preocupada em tudo dar certo, é a sua cabeça que eles querem, não a minha. - Marlene balançou sua cabeça em negação enquanto respirava fundo.

— Você ainda vai ser a causadora da sua própria morte. - Esmeralda ignorou sua fala andando até sua mochila que tinha deixado preparada na noite anterior. - A Anna não iria querer que fosse assim.

— Hm. - Marlene revirou seus olhos enquanto Esmeralda botava mais algumas coisas que precisava dentro da mochila e pegava o cinto com seu coldre e faca, não demorando para prender, deu uma última conferida para ter certeza que tinha pegado o que precisava, deu mais uma verifica em sua máscara de gás que ficava pendurada pelo lado de fora de sua mochila e finalmente começou a caminhar em direção a Marlene que andou até a porta e a abriu deixando que Esmeralda passasse primeiro, assim que ela fez deixou a porta aberta e começou a guiá-la, andaram em silêncio pelos corredores e desceram algumas escadas passando por alguns Vaga-lumes que as cumprimentavam, Esmeralda dava pequenos sorrisos para os que recebia, não demorou muito para chegarem no térreo onde havia mais Vaga-lumes ainda.

— Nem demorei. - Uma voz feminina e com um leve toque infantil ainda soou, Esmeralda se virou podendo ver aquela por quem faria tudo e até mesmo daria sua vida, Ellie, uma garota ruiva de olhos verdes, ela tinha leves sardas por seu rosto, adorava piadas, ler e qualquer coisa que a pudesse distrair do mundo insano que era lá fora, a garota tinha seus 14 anos, mas uma língua afiada e uma boca muito suja, uma coisa que tinha adquirido de sua tia, ela usava uma calça jeans, all star, uma camisa preta de mangas longas e por cima, uma camisa vermelha com a estampa de um pôr do sol e um coqueiro na cor amarela que estava bem desbotada. - Oh Esme, peguei um sanduíche e uma água. - Estendeu um pequeno papel embrulhado e a garrafa.

— Obrigada. - Pegou sorrindo para a garota e tirou a mochila das costas e a abriu guardando as coisas antes de fechá-la. - Está pronta?

— Eu tô muito pronta. - Sua voz era animada enquanto segurava as alças da sua mochila.

— Não se desviem do caminho, no local de encontro terá alguns Vaga-lumes, fiquem lá até que eu apareça com Robert. - Marlene avisou enquanto olhava para as duas.

— Beleza. - Ellie deu de ombros e balançou sua cabeça positivamente, Marlene olhou para Esmeralda que apenas concordou em silêncio.

— Ótimo, nos vemos daqui a algumas horas. - Esmeralda e Ellie foram escoltadas até a saída, a porta foi aberta e por breves desejos de "boa sorte", ambas saíram do prédio, começaram a caminhar por um pequeno beco de forma cuidadosa e assim que estavam longe o bastante, ambas se olharam dando um sorriso cúmplice e começaram a correr na direção oposta do trajeto, assim foram por várias e várias quadras, mas sempre tomando cuidado para evitar ficar muito nas ruas por conta dos soldados que poderiam aparecer, finalmente pararam de correr recuperando o fôlego.

— Eu tô muito velha pra esse tipo de coisa.

— Mas que bobagem, já vi você fugir de corredores.

— Surto de adrenalina e instinto de sobrevivência, pirra. - Ellie revirou seus olhos enquanto ria de forma baixa começando a andar ao lado de sua tia.

— Tanto faz, mas de qualquer forma você vai poder se aposentar disso tudo, não esqueça que me prometeu quando eu era mais nova que iríamos à lua quando isso tudo tivesse um fim. - Esmeralda acabou rindo colocando uma mecha solta de seu cabelo atrás de sua orelha.

— Não se preocupe, vamos pisar na lua um dia.

— Isso seria muito irado, imagina, eu guiando a espaçonave cheia de astronautas. - Esmeralda sorriu ouvindo a sobrinha, gostava de ver que ela ainda possuía um pouco de inocência, mesmo que grande parte disso já tivesse ido embora. - Será que encontraremos algum alienígena?

— É provável. - Respondeu se aproximando de uma janela que não possuía vidro, se aproximou passando uma perna por vez e espero que Ellie fizesse o mesmo. - Não demore escolhendo.

— Vou ser bem rápida. - A garota logo sumiu da vista da tia andando pelas várias prateleiras, ambas estavam em uma livraria, um dos lugares favoritos de Ellie, Esmeralda andava de forma calma pelas prateleiras, estava atenta a qualquer barulho suspeito, foi então que escutou o grito um tanto contido mas animado de Ellie antes dela aparecer. - Achei o que eu queria. - Balançou um livro no ar antes de colocá-lo em sua mochila que já estava aberta.

— Então é melhor irmos antes que pensem em vir atrás de nós.

[...]

— Ellie, silêncio. - Esmeralda mandou de repente fazendo com que a garota parasse na mesma hora, a mais velha encostou suas costas contra a parede e usou sua mão para deixar Ellie atrás de si, com cuidado espiou para o outro lado e viu o jipe dos soldados e alguns deles por onde deveriam fazer o caminho para o local de encontro, voltou seu corpo se escondendo por completo. - Soldados. - Sussurrou para a sobrinha.

— E agora? - Usou o mesmo tom para perguntar, passar por eles não era uma opção e fingir estarem perdidas também não, ainda mais que civis não podem andar fora da zona de quarentena de forma tão livre assim, Esmeralda olhou em volta e seu olhar se focou em uma tampa de esgoto, ergueu sua sobrancelha ao se lembrar de um certo caminho, não era o melhor e esperava que ainda estivesse limpo.

— Vamos fazer outro caminho. - Colocou a mão nas costas de Ellie e a guiou de forma rápida até a tampa do esgoto, se agachou e com dificuldade ergueu e a empurrou para o lado.

— Nós realmente vamos por aí?

— É… eu também não gosto. - Limpou suas mãos em sua calça e a olhou. - Desce para eu fechar a tampa. - A garota fez uma breve careta antes de ir até as escadas que tinha e começar a descer, Esmeralda não demorou para fazer o mesmo e se firmou nas escadas enquanto puxava a tampa dando um breve resmungo ao arranhar sua mão, conseguiu fechar e voltou a descer e assim que estava perto do chão, pulou das escadas e ligou a lanterna que ficava grudada na alça de sua mochila, Ellie a imitou e cobriu seu nariz por um momento.

— Espero que esse cheiro horrível valha a pena. - Esmeralda riu começando a andar tendo a luz da lanterna iluminando o caminho.

— Se serve de algo, o cheiro é de pequenos animais e provavelmente de alguns infectados.

— Ajudou muito. - Debochou enquanto revirava seus olhos, de forma sutil Esmeralda pode ver uma pequena névoa mais ao longe, puxou sua mochila para frente pegando sua máscara de gás que ficava pendurada pelo lado de fora.

— Coloque a máscara, tem esporos mais à frente. - Avisou colocando sua máscara sobre seu rosto após retirar uma mecha que tinha caído sobre sua testa, Ellie pegou a sua enquanto resmungava.

— Eu preciso mesmo? Sabe que isso não me afeta.

— Precisa, não esqueça que você ainda pode morrer por algum humano.

— Que bosta. - Reclamou enquanto colocava a máscara.

— Olha a boca. - A repreendeu sem olhá-la enquanto caminhavam.

— Mas você fala palavrão.

— Mas eu sou mais velha.

— Velha você é mesmo. - Esmeralda parou e Ellie a imitou, a morena apontou para um lugar aleatório. - O que foi?

— Sentiu isso? - Devolveu com outra pergunta e Ellie olhou confusa e balançou sua cabeça em negação. - E agora? - De repente sentiu um tapa em sua nuca a fazendo encolher seus ombros, Esmeralda não demorou para voltar a andar.

— Eu sempre caio nisso. - Resmungou passando sua destra na nuca enquanto seguia sua tia, a mulher riu fraco e desviou de um rato que estava morto, após mais alguns minutos chegou até o bueiro que usariam de saída, colocou seu pé no degrau da escada e não demorou para começar a subir, se firmou nas escadas antes de começar a abrir a tampa e torcendo para não ter ninguém por perto, assim que conseguiu colocou sua cabeça para fora olhando para todos os lados possíveis antes de abaixar seu rosto.

— Pode subir. - Avisou e saiu de dentro do bueiro e limpou suas mãos antes de retirar a máscara e respirar fundo enquanto a prendia em sua mochila, ajudou Ellie a sair e assim que ela estava ao seu lado, começou a fechar a tampa e a soltou de qualquer jeito enquanto puxava o fôlego. - Eu preciso de férias. - Limpou suas mãos na calça e ouviu sua sobrinha rir agora já sem a máscara.

— Você tá muito reclamona hoje, dormiu pouco é?

— Hm, talvez seja isso. - Balançou sua cabeça positivamente, arrumou a alça de sua mochila em seu ombro e colocou uma mecha de cabelo atrás de sua orelha novamente.

— Acha que a Marlene está bem?

— Deve estar. - Respondeu sem muita importância enquanto olhava pelo caminho tendo certeza que não seriam pegas de surpresa.

— Nunca entendi essa briga que vocês tem.

— Nós apenas nunca nos demos bem desde que nos conhecemos.

— Marlene diz que se dava bem com a minha mãe.

— Sua mãe se dava bem com qualquer coisa que respirava. - Ellie sorriu ao ouvir a tia, sabia o quanto doía falar sobre sua mãe, por isso sempre tentava perguntar o mínimo possível, ficaram em silêncio por um momento antes de Esmeralda quebra-lo. - Vocês se parecem em muitas coisas.

— Marlene já me disse isso também.

— É… Marlene diz muita coisa. - Murmurou sem vontade, ainda mais ao se lembrar quando ouviu um dos vagalumes dizer que tinha ouvido pela líder que Esmeralda não olhava para a sobrinha por lembrar a irmã e que por isso a mantia de certa forma afastada.

— Acha que esse cara vai nos ajudar?

— Bom, ele não tem muita escolha. - Deu de ombros ao responder e parou olhando para a sobrinha em seguida. - Chegamos. - Ellie olhou para frente encontrando uma lanchonete com alguns vagalumes na frente. - Vamos lá, você precisa descansar pois vai ser uma boa caminhada.

— Qualquer coisa você me carrega.

— Folgada. - Ellie sorriu convencida e começaram a se aproximar, os homens se viraram rápido ao perceberem a aproximação e Esmeralda ergueu suas mãos. - Que recepção.

— Estão atrasadas. - Josh, um dos vagalumes avisou de forma irritada.

— Tivemos que fazer outro caminho.

— O que Marlene disse sobre desvios?

— Não sei, quer que eu volte e pergunte pros militares que estavam no caminho? - Devolveu com outra pergunta e o viu ficar em silêncio. - Foi o que pensei, vamos Ellie. - A chamou e não demorou para a porta da lanchonete ser aberta e ambas entraram, a porta foi fechada com certa força fazendo com que Esmeralda reprimisse uma careta. - Idiotas, sempre se achando superior. - Retirou sua mochila a deixando em um canto e Ellie fez o mesmo se espreguiçando antes de sentar no chão, Esmeralda se sentou ao seu lado, acabaram ficando escondidas por conta do balcão que tinha no lugar, o sol ja tinha passado do meio-dia, viu quando Ellie abriu sua mochila e retirou o livro que tinha pegado mais cedo, já Esmeralda deixou suas pernas estendidas e as cruzou juntamente com seus braços e fechou seus olhos, não notou quanto tempo se passou e teve certeza que caiu no sono por conta do silêncio do lugar, o tempo passou e foi depois de algumas horas que acordou em um pulo juntamente de Ellie que levantou sua cabeça de seu colo ao ouvirem os tiros. - Fica abaixada. - Mandou de forma baixa e puxou a arma de sua cintura enquanto andava agachada até a janela que estava protegida com pedaços de madeira, olhou por entre as frestas podendo ver um grupo de militares perto dos corpos dos vagalumes que tinha falado a horas atrás, pode ver os soldados rindo e um deles cuspindo em um dos corpos, se abaixou no momento em que um deles olhou em direção a lanchonete, destravou sua arma apontando para a porta enquanto mantia suas costas coladas na parede, o soldado se aproximou e forçou sua visão para olhar para dentro não encontrando nada, ficou mais alguns segundos ali antes de sair com os outros, Esmeralda os ouviu se afastarem e esperou por mais alguns minutos até ter certeza que poderia se levantar, assim que o fez Ellie a imitou soltando a respiração que tinha segurado pelo medo que sentiu só de pensar que eles poderiam ouvir.

— Eles… - Ellie não terminou sua frase enquanto olhava sua tia travar a arma e a colocar no coldre novamente.

— Vamos esperar até a noite, nenhum minuto a mais.

— Mas e se aconteceu algo com a Marlene?

— Ellie, não se preocupe com isso, ela é a última pessoa que você deve se preocupar nesse momento, entendeu? - Seu tom era sério e recebeu um aceno positivo da sobrinha que ficou em silêncio ao concordar, Esmeralda passou a mão em seu cabelo respirando fundo, onde Marlene estava?!

[...]

O sol já estava se pondo enquanto Esmeralda e Ellie ainda estavam dentro da lanchonete, a garota tentava se manter calma mesmo que não estivesse dando muito certo, mas queria mostrar que conseguiria para sua tia já que ela estava vigiando o lugar e não queria a fazer se distrair, a mais velha olhava para a rua por entre as frestas e acabou virando seu rosto e olhou por cima de seu ombro ao escutar vozes um pouco abafadas. Andou de forma rápida e silenciosa para fora da vista da porta dos fundos, deixou Ellie atrás de seu corpo e destravou a arma apontando em direção a porta, a viu abrir com certa força e por pouco não bater contra a parede, Marlene foi em direção ao chão mas não chegou a bater contra ele, pois viu quando um homem a segurou a impedindo.

— Devagar. - Ele tinha uma voz grave, não percebeu quando Ellie puxou seu canivete e foi para cima do desconhecido.

— Fica longe dela! - Ellie mandou e tentou acertá-lo, mas uma mão segurou seu pulso.

— Ei, calma aí. - Uma voz feminina soou, Esmeralda puxou Ellie fazendo com que a mulher a soltasse e o canivete caísse.

— Se tocar nela de novo, eu vou meter uma bala no meio da tua testa. - Seu tom era ameaçador enquanto segurava a arma com firmeza, seus olhos tinham se tornado inexpressivos enquanto encarava os desconhecidos.

— Abaixa a arma. - Marlene pediu enquanto Ellie se abaixava e pegava o seu canivete o guardando, se aproximou da mulher ao ver o sangue em seu casaco.

— Merda, o que aconteceu? - A mais nova perguntou desesperada a ajudando a se sentar, já Esmeralda ainda olhava os desconhecidos, a mulher tinha um semblante sério, seus cabelos iam até os ombros, usava uma faixa no cabelo e uma parte estava presa e a outra solta, suas roupas não estavam em perfeito estado, mas também não era das piores, seus olhos eram na cor avelã e dava para ver que ela tinha comido o pão que o diabo amassou, possuía alguns machucados pelo seu rosto e um hematoma abaixo do seu olho direito, tudo indicava que tinha recebido ou trocado socos com alguém, já o homem a encarava como se fosse matá-la a qualquer momento, seu cabelo preto possuía alguns fios brancos perdidos, possuía uma barba um pouco curta, assim como a mulher tinha alguns machucados no rosto e pode até ver um com sangue seco.

— Não foi nada, vai dar pra consertar. - Deu um riso fraco, Esmeralda finalmente abaixou a arma e a guardou em seu coldre após trava-la. - Aconteceu uma pequena mudança de planos.

— Cadê o Robert? - A mulher perguntou para Marlene e a mesma olhou para os dois desconhecidos e depois para si, Esmeralda riu sem vontade balançando sua cabeça em negação andando um pouco para longe. - Ótimo.

— Olha, eles vão levá-las e vai dar tudo certo. - As palavras saiam com certa dificuldade, Esmeralda a olhou de braços cruzados com certo desdém.

— Espera, você quer que a gente leve elas? - O homem perguntou completamente incrédulo.

— De jeito nenhum que vamos te deixar assim. - Ellie falou um tanto exaltada e Esmeralda a olhou, sabia que a sobrinha se preocupava com a mulher e não poderia mudar aquilo.

— Eu vou ficar bem. - Antes que a mais nova falasse algo, Esmeralda tomou a frente.

— Como conhece eles?

— Ele é irmão do Tommy. - A mulher forçou um pouco sua memória e se recordou do rapaz que fazia parte do grupo, nunca chegou a trocar mais que algumas palavras com ele quando o encontrava, mas isso não os impediu de trocarem muitas outras coisas. - Me disse que eu poderia confiar nele.

— Isso foi antes ou depois de abandonar o seu grupinho? - O homem perguntou com sarcasmo e Marlene o encarou irritada.

— Também abandonou você. - Se a situação fosse favorável, Esmeralda com certeza teria rido.

— Ei, nós só vamos fazer isso depois de vermos as armas. - A mulher avisou e Marlene balançou sua cabeça positivamente.

— Tudo bem, eu levo você, faço um curativo, mas elas não vão ir até essa parte da cidade, quero que o Joel fique com elas. - O homem que agora Esmeralda sabia o nome, passou a mão sobre seu rosto enquanto respirava fundo e se afastava, viu a mulher se aproximar dele.

— Leva elas pro túnel do norte. - Joel a encarou com um olhar de poucos amigos. - Elas são só duas cargas. - Esmeralda estreitou seu olhar ao ouvir aquilo.

— Marlene. - A voz de Ellie saiu baixa e Marlene balançou sua cabeça em negação.

— Chega, vocês vão ficar bem. - A mais nova olhou para a tia e a viu acenar suavemente, a garota respirou fundo antes de se aproximar dela.

— Você não demore. - Joel falou para a mulher antes de se virar para Ellie e Esmeralda. - E vocês, não se afastem.

— Ele acha que tenho o que? Cinco anos? - Esmeralda resmungou para si mesma saindo logo atrás de Joel, olhou para trás vendo Ellie olhar para Marlene que lhe deu um breve aceno, viu a líder a encarar mas não fez questão de segurar o olhar por muito tempo, apenas desviou e voltou sua atenção para frente, assim que saíram pode ver melhor os corpos dos vagalumes caídos no chão, Ellie se aproximou e sentiu seu estômago revirando ao ver aquilo.

— Estávamos aqui quando aconteceu. - A garota falou enquanto olhava e Joel a olhou antes de desviar o olhar para Esmeralda.

— Vem, você não tem que ficar vendo isso. - Afastou a sobrinha ao colocar suas mãos em seus ombros.

— Vamos lá, temos que sair logo das ruas antes que aconteça o mesmo com a gente. - Ellie ficou um tanto irritada e o encarou.

— Você é o profissional, só estamos seguindo você. - O homem bufou andando em direção às escadas que levava a uma pequena rua de lojas, Esmeralda acabou sorrindo discretamente com a resposta da sobrinha, ambas seguiam Joel em silêncio o que era novidade por parte de Ellie que geralmente estaria falando algo, mas Esmeralda sabia que seu silêncio um tanto repentino era devido a preocupação dela com Marlene.

"Atenção:
Abrigar ou ajudar criminosos procurados é passível de pena de morte.
Não se arrisque.
Informe qualquer atividade suspeita, imediatamente."

Esmeralda reprimiu a careta ao ouvir o comunicado que era emitido em alto e bom som pelos alto-falantes, ele ficava se repetindo juntamente do aviso de toque de recolher que já estava ativo, aquele barulho todo fazia seus ouvidos doerem, enquanto andavam viu Joel se abaixar e fazer sinal para elas.

— Abaixa. - Mandou e Esmeralda deixou seu braço sobre os ombros de Ellie ao ver o comboio dos militares passando muito próximo deles. - Merda, vamos ter que fazer outro caminho.

— Tem um beco por ali. - Ellie apontou para umas escadas e não demorou para os dois adultos olharem, em seguida ainda agachados andaram até o beco e só levantaram quando tiveram certeza que não poderiam ser vistos, os passos deles se tornaram mais rápidos dessa vez, tiveram que andar agachados mais uma vez por estarem perto da rua, alguns militares passaram correndo com suas armas, talvez tivessem achado alguém e não queriam perder de vista, entraram em mais um beco e finalmente voltaram a ficar em pé ao estarem a uma distância mais segura. - Essa foi por pouco.

— E agora? - Esmeralda perguntou a Joel que estava olhando em volta como se procurasse algo, não demorou para vê-lo se afastar e sumir de sua vista por alguns segundos antes de um barulho de algo sendo puxado preencher o silêncio e seu corpo aparecer enquanto puxava uma caçamba de lixo. ‐ Pra que isso?

— Vamos usar para chegar naquelas escadas. - Indicou com a sua cabeça e a mulher olhou encontrando as escadas de incêndio que ficavam do lado de fora do prédio, fez um estalo com a sua língua antes de andar até Joel e segurar na barra da caçamba e ajuda-lo a empurrar, notou quando ele olhou para si. - Temos que ser rápidos, não é? - Joel apenas concordou e continuou empurrando, mesmo que não fosse admitir em voz alta, a ajuda extra facilitou muito, finalmente colocaram a caçamba onde precisavam, Esmeralda respirou fundo para tomar fôlego e limpou suas mãos na calça. - Vem Ellie. - Chamou pela sobrinha deixando que ela subisse na frente, foi logo atrás da garota e Joel foi por último, ele acabou percebendo que a mulher fazia uma leve careta quando forçava seus ombros, talvez tivesse dado um mal jeito em algum momento.

— Você já foi mais rápida. - Ellie alfinetou a tia que revirou seus olhos.

— Calada. - A garota acabou rindo e ambas deixaram Joel ir na frente ao subir as escadas para poder guiá-las.

— Então, seu nome é Joel? - Ellie perguntou curiosa enquanto subiam as escadas.

— É.

— Eu sou a Ellie. - Joel a olhou e fez um pequeno aceno de cabeça antes de olhar para a mulher que ao perceber que a sobrinha não iria lhe apresentar para poupar a si mesma, o olhou antes de responder.

— Pode me chamar de Esme. - Mais um aceno por parte de Joel foi feito. - Qual o nome da sua parceira?

— É Tess.

— Nome legal. - Ellie fala recebendo um olhar da tia. - Então, você já contrabandeou uma mulher e uma criança antes? - Perguntou assim que entraram no prédio, Esmeralda podia ouvir que a madeira rangia, tinha mofo nas paredes e lixo espalhado.

— Não, é a primeira vez.

— Emocionante. - A voz de Esmeralda saiu com mais sarcasmo que esperava, mas não pensava em pedir desculpas.

— O que vocês são da Marlene?

— Ela é nossa amiga, eu acho.

— Então vocês são amigas da líder dos vagalumes? Ao invés de ficarem em casa com a proteção do governo, decidiram se rebelar? - Um sorriso debochado dançava nos lábios de Joel que recebeu um olhar nada agradável de Esmeralda.

— Desculpa te decepcionar senhor patriota, mas se esse é o seu jeito de descobrir o motivo de estar nos levando, esta indo muito mal.

— Sabe a melhor parte do meu trabalho? É que eu não preciso saber de nada, porque eu não dou a mínima para vocês.

— Então esconda seu interesse e apenas faça o trabalho para o qual está sendo pago. - Joel revirou seus olhos e bufou baixo com a fala da mulher, Ellie apertou seus lábios para segurar o riso que queria escapar. Continuaram andando agora em silêncio por mais alguns minutos até pararem em frente a uma porta, Joel a abriu e entrou ficando ao lado dela deixando que Ellie e Esmeralda entrassem, a mais nova foi a primeira a retirar sua mochila e a deixar em um canto, sua tia fez o mesmo deixando a sua ao lado da sobrinha, Joel fechou a porta e andou até o sofá, retirou a mochila de suas costas a deixando perto do braço do sofá antes de se deitar já fechando seus olhos. - O que está fazendo?

— Matando o tempo. - Respondeu para a mulher enquanto colocava seu braço sobre seus olhos.

— E o que a gente faz enquanto isso? - Ellie perguntou olhando em volta para encontrar algo que lhe chamasse a atenção, mas a coisa mais diferente que tinha ali, era uma mancha de mofo entre várias que possuía o formato de uma nuvem.

— Tenho certeza que vão encontrar algo. - Seu tom se tornou baixo e Esmeralda revirou seus olhos indo até a janela do apartamento e se sentando no chão abaixo dela.

— Seu relógio tá quebrado. - Ellie avisou enquanto passava, Joel deu um resmungo inaudível, Esmeralda olhou a sobrinha se sentar na poltrona que estava em frente da janela, a mais nova colocou suas pernas para cima e se acomodou melhor, o silêncio tinha dominado o apartamento e a morena logo notou a respiração de Joel ficando mais suave, assim como a de Ellie, encostou sua cabeça contra a parede fechando seus olhos enquanto mexia seu ombro levemente o sentindo latejar um pouco, estava exausta mentalmente desde que Ellie tinha sido mordida, sua cabeça não parava de trabalhar um minuto sequer, sempre pensando que alguém poderia ver sua mordida ou até mesmo a matar sem saber que era imune, isso a consumia e a levava ao limite muitas vezes, mas em algumas horas estariam no congresso e iriam para o hospital dos vagalumes, Ellie faria os exames e isso tudo teria um fim e ambas teriam um pouco de paz.











Oi '3'

Olha eu com mais um capítulo aqui, tururu

Nossa Esmeralda está muito fechada para o mundo já.

Relação da Esmeralda com a Marlene é muito tensa 😰

Mas a relação da Esmeralda com a Ellie é um amor 🥺🤧

Nossos contrabandistas favoritos já estão com a gente.

Desculpe por qualquer erro e obrigado por ler '-')sz

-W

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