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Cinco anos antes

Cinco anos antes


Se alguém dissesse que Melissa acabaria a noite de sábado com uma garrafa de corote em uma sarjeta ao lado de um estranho, ela negaria veementemente.

No entanto, a vida nunca trabalhava da maneira que ela esperava que trabalhasse, ela era estranha e engraçada e possui um humor negro que tanto era fascinante quanto assustadora.

Eram três horas da manhã quando ela saiu do bar ao lado de Gabriella, sua melhor amiga, querendo que ela apenas parasse de vomitar para que fossem para casa.

Droga, elas não eram mais adolescentes para ficarem bêbadas daquele jeito! Elas tinham 23 anos! Mas pareceu uma ótima ideia antes do primeiro shot de tequila e ficou ainda mais sedutora depois de dois Gin Tônicas — então por que diabos ela estava com uma garrafa de corote sabor morte na mão?

— Gabi! — Melissa ouviu, virando o seu corpo a tempo de ver um rapaz pegando Gabriella pelos braços e a abraçando com afeto.

Ele era apenas o rapaz da fila do banheiro, desde quando eles ficaram tão íntimos?

— Vamos criar uma distância? Vamos sim — Melissa pediu, puxando sua amiga para mais perto do seu corpo e rezando para que ela não vomitasse, senão seus cabelos castanhos teriam uma aparência de morte e um cheiro de enterro.

— Eu conheço a Gabriella — o rapaz explicou dando um sorriso amigável que puxava ainda mais seus olhos, olhando dele para o seu colega que havia se materializado naquele segundo ao seu lado — meu nome é Caio, eu trabalho na B2W, a empresa que ela faz estágio. Este é meu amigo Ricardo, um monstro do mercado financeiro.

— Tudo bem então — ela respondeu, recuperando a amiga contra seu ombro e sacando o celular para chamar um taxi, afastando-se brevemente dos dois — meu nome é Melissa. Conheço a Gabriella desde sempre.

Sempre começou quando as duas se encontraram em um site de fanfics de Justin Timberlake, mas ela jamais lhe contaria isso. Alguns segredos devem sempre permanecer secretos.

— Quer ajuda? — o rapaz se ofereceu, porém Melissa apenas se recusou, olhando para os lados e dando um passo de ajuste, contudo este passo foi o seu maior erro, pois as duas despencaram no chão.

Ela ainda tentou segurar Gabriella da melhor maneira que pôde, contudo, depois disso, um segurança informou que o melhor era dar glicose para as duas em um hospital.

Visto o estado precário de Gabriella, hospital era o melhor para ela — e apenas para ela.

Sorte a sua que Caio não parecia tão resistente a entrar em um hospital pela emergência com uma garota nos braços como se ela estivesse prestes a morrer — então ela logo foi atendida.

Melissa ficou em um pequeno dilema entre entrar ou não no hospital, porém aquilo era quase uma batalha vencida, afinal, Gabriella estava sendo bem socorrida pelo seu super colega de trabalho e não corria nenhum perigo.

Foi assim que ela se encontrou sentada na sarjeta, em frente ao hospital, esperando sua amiga sair já consciente, enquanto arrancava o rótulo da garrafa misteriosa de corote.

— Ei, tudo bem? — o rapaz amigo de Caio se aproximou dela com um aceno informal, tomando o seu lado na sarjeta sem se preocupar se a sua calça azul-marinho sobreviveria a sujeira daquele local.

— Levando em consideração tudo, acho que sim — ela comentou, virando para olhá-lo.

Cabelos bem escovados, colete da Patagônia, relógio com cara de importado e a camisa com a manga dobrada de maneira estilizada. Ou ele entendia mais de moda do que ela, ou ele trabalhava na Faria Lima — e ela se lembrava que Caio havia comentando algo sobre investimentos.

— Eu peguei isso com uma enfermeira — ele comentou, estendendo um pedaço de algodão ensopado com algum cheiro de remédio — seu cotovelo está sangrando e você não entrou, então achei melhor trazer isso para você.

— Oh — ela se contorceu para tentar ver onde estava o machucado e notou uma trilha de sangue em sua pele.

Imediatamente sua pressão abaixou e ela engoliu seco, tentando fingir que estava tudo bem, mesmo sabendo que não estava. Ela tinha afirmado que estava tudo bem, então tudo tinha que estar bem.

Sem perguntar muito, o rapaz apenas colocou o algodão no braço dela e a observou, talvez porque pensasse que aquilo poderia doer, porém ela estava com álcool demais em seu sistema para sentir algo.

— Obrigada — ela agradeceu da melhor forma que pôde, sentindo-o, gradativamente, o gelado do líquido contra a sua pele.

— Tudo bem — ele comentou depois de um tempo jogando o algodão no lixo ao lado deles — a Gabriella está bem, está tomando glicose na veia. Daqui a pouco deve estar pronta para ir para casa.

— Ok, obrigada — ela agradeceu novamente, sentindo-se incomodada — não é que eu seja uma péssima amiga por não estar ali com ela, mas eu odeio hospitais.

— Tudo bem — ele repetiu, e ela se sentiu em um Deja vú.

— Minha última visita me traumatizou para o restante de minha vida. Se eu puder evitar, nunca mais entro nesta prisão destas — Melissa confessou, sentindo sua língua dormente — quer corote?

O rapaz riu dela, porém aceitou a oferta, surpreendendo-a.

Ele tinha uma tatuagem de um animal em seu antebraço direito que ela pode apenas vislumbrar a cauda — que parecia de uma vaca, porém que tipo de pessoa tinha uma tatuagem tão detalhada de uma vaca? Ele tinha uma vaca de estimação?

Depois de tomar dois longos goles, ele não devolveu a garrafa, brincando com a sua tampa. Rosqueando e desrosqueando.

— Qual a sua história triste? — Melissa perguntou, ainda assistindo cada movimento dele com atenção.

Era como se o mundo estivesse em câmera lenta e apenas ele estivesse em foco, seus cabelos negros sendo despenteados pelo vento ou seus olhos castanhos começando a formar bolsas de cansaço.

— Normalmente as mulheres me pagam um café antes dessa pergunta. E, se eu for bem sincero, poucas perguntam — ele comentou, parando de brincar com a garrafa.

— Isso significa que existe uma história triste — ela confirmou e ele apenas assentiu — se servir de incentivo, eu só estou neste estado degradante porque terminei com o meu namorado. Faz um tempo. Uma ou duas semanas? Ele terminou comigo, eu acho. Na verdade, foi um pouco dos dois — ela retirou o anel de seu dedo com um pequenino brilhante e se perguntou se deveria jogar aquele pedaço de metal fora — eu sei que ele não é o cara certo para mim, mas ele é simplesmente incrível e eu acho que só não queria perder a sua amizade.

Sergio era realmente incrível, só não era o cara certo para ela. Tudo o que eles precisaram foi um momento. Um momento para notarem que não daria certo, não importava o quanto tentassem — pelo menos foram bons quatro meses.

— Acabei de perder uma aposta de trabalho — ele comentou — vou ter que trabalhar usando a samba-canção por uma semana por cima da roupa.

Aquilo chamou a atenção dela.

— Primeiro: que tipo de aposta você anda fazendo? — ela levantou um dedo — segundo: isso não é uma história triste — ela levantou o segundo dedo.

— Eu trabalho em uma corretora de investimentos e as apostas são meio intensas lá. Eu disse que o Ibovespa iria cair mais de cinco porcento hoje. Caiu 4,99. Estatisticamente estou correto, porém aposta é aposta — ele deu de ombros.

— E a história triste? — ela indagou novamente.

— Por que quer tanto saber? Não muda nada — ele se virou para ela.

O movimento dele foi quase como um eclipse lunar, onde apenas ele existia.

Nossa, se ela não estivesse tão bêbada e tivesse terminado a mais tempo com o Sergio, provavelmente ela se inclinaria para frente e beijaria aquele rapaz com tudo o que tinha dentro de si, porém ela tinha certeza que se o fizesse, seu estômago convocaria uma tormenta mais violenta do que o fez com Gabriella.

— Porque aí nós seremos praticamente amigos e não será nada estranho se eu dormir no seu ombro — ela deu um sorriso que esperava ser simpático.

O rapaz apenas voltou a sorrir, como se aquilo fosse um hábito e franziu seu cenho, pensando no que poderia entregar àquela pessoa sedenta por uma boa triste história.

— Meu avô tinha uma coleção de selos quando eu era menor, e sempre que eu ia visitá-lo, eu levava um selo novo que havia buscado naquela semana no correio. Fizemos isso por, no mínimo, uns cinco anos. Tínhamos uma coleção incrível, com vários selos que simplesmente não valiam nada. Mas era nosso e por isso valia tudo — ele voltou a brincar com a tampa da garrafa, abrindo-a para tomar mais um gole — nossa isso é horrível — ele comentou antes de matar a garrafa e jogá-la no lixo — mas um dia ele faleceu, como todas as pessoas de idade.

Melissa se aproximou mais dele, encostando seu braço contra o tecido da camisa dele, tomando uma das suas mãos para si, contanto os seus dedos e garantindo que ele tinha cinco em cada uma.

— E o que aconteceu com a coleção? Você nunca mais a alimentou? — ela questionou em um murmúrio, pois algo dentro dela lhe disse que aquilo era uma história triste de verdade e ela não merecia nem um centésimo do que ele estava lhe entregando.

— Meus pais jogaram fora. Acharam que era apenas um monte de coisas velhas de um homem velho em uma casa velha.

Os dedos de Melissa pararam de contornar as digitais dele, sentindo uma pontada no seu coração por aquilo e não era taquicardia por ter excedido na bebida.

— Você ganhou na história triste — ela comentou, vendo que ele deu um riso desgostoso com aquele anúncio — você nunca mais quis colecionar nada?

— Não é a mesma coisa, parece errado — ele virou o seu rosto para o dela, fazendo com que as suas testas se encontrassem.

Instintivamente, a garota fechou os olhos, respirando fundo, tentando guardar aquele momento em sua memória, porém algo parecia extremamente errado e ela notou que tudo o que sentia era o cheiro horrível do corote que ele havia acabado de beber.

— Tudo bem então, eu te ajudo — ela decidiu, afastando-se dele e retirando o botom do Queen que estava preso em seu colete preto — pronto, pode começar uma nova coleção.

— Não é bem assim — ele murmurou, contemplando o objeto.

— É sim, você pega a sua história triste e dá um novo final, preferencialmente feliz. É assim que histórias tristes terminam, senão, qual a graça? Você tem que ter rotatividade nelas para não ficar repetitivo — ela lhe explicou.

— Todo dia você tem uma nova história triste? — ele indagou, aceitando o botom, girando-o entre seus dedos.

— Todo dia é muito tempo, mas se eu não tiver, será que eu estou vivendo ou apenas existindo neste espaço-tempo? — ela estreitou seus olhos, esperando que ele seguisse sua linha de raciocínio e chegasse as mesmas conclusões.

— E qual vai ser o novo final feliz da sua história?

Naquela luz de poste de fim de noite em que eles se encontravam, o rosto dele parecia que incorporava a luz em cada expressão de seu semblante, intensificando todas elas.

— Ainda não sei, mas acho que essa noite supera o término — ela confessou e os dois riram — nada contra, mas não estava nos meus planos acabar na sarjeta de um hospital com Gabriella desmaiada tomando glicose.

Ela tinha que ver como estava sua amiga, porém seu corpo era feito de gelatina e ela simplesmente não tinha forças para se levantar.

— Para ser sincero, nem eu. Isso porque eu saí faz menos de cinco horas do trabalho.

— São quatro da manhã de um sábado — ela apontou, vendo os números embaçados em seu celular.

— Eu sei — ele riu, sendo acompanhado por ela — eu amo meu trabalho, mas eu também odeio meu trabalho.

— A fábula do trabalhador moderno.

Os dois caíram em um silêncio confortável, do jeito que Melissa gostava.

Não era a toa que ela sempre perguntava para desconhecidos "qual a sua história triste?", pois isso sempre fazia com que eles tirassem alguns belos elefantes do guarda-roupa e conseguissem falar sobre tudo. A moral da história triste não era um teste ou uma cantada, era apenas o melhor jeito que ela encontrou para iniciar uma conversa até que lhe provassem o contrário.

— Ei, Melissa — o rapaz lhe chamou e ela virou o rosto, notando que ele estava com o olhar mais sério, como se estivesse em um debate interno sobre sua vida e morte.

Por favor, que ele escolhesse a vida, pois, se não, ela teria que entrar com ele no hospital e não estava nenhum pouco pronta para aquilo.

— O que foi? — ela indagou, puxando seus joelhos para mais perto do corpo e sentindo um pequeno latejar em seu cotovelo machucado.

— Minha vez de dar um final feliz para você — ele comentou, inclinando-se na direção dela, selando os lábios deles.

Por mais que tivesse gosto de sono e álcool, era doce. Os lábios dele se encaixaram nos dela como se fossem antigos amantes, encontrando-se com intimidade e fervor.

Ela se afastou dele primeiro, passando sua mão nos cabelos dele pela primeira vez da noite, desejando que ela o tivesse feito antes, pois eles pareciam seda e ela queria morar em seus fios.

— Obrigada, mas agora vou ter que me matar para encontrar uma nova história triste para contar — ela sussurrou, soltando os cabelos dele enquanto apoiava sua cabeça em seu ombro, fechando os olhos enquanto ria.

O mundo deu duas voltas completas e ela sentiu que agora estava de cabeça para baixo.

— Se precisar de alguém para animá-la — ele deu de ombros, mexendo o corpo inteiro dela junto no pior gesto possível — pode contar comigo.

— Droga — foi o que ela conseguiu murmurar antes de devolver ao mundo todo destilado que havia consumido durante toda sua faculdade e estava humilhada pelas próximas quatro vidas.

Oito, se contasse que metade daquilo foi parar nos sapatos de couro do rapaz que ela havia acabado de beijar.

A/N: Sim, estou de volta! Pelo jeito a quarentena está rendendo, não é?

Mas eu tenho uma notícia triste. Removi todos os capítulos já postados de BP, pois eu realmente estava incomodada com algumas coisas na história que apenas reescrevendo eu poderia corrigir. 

Não desistam de mim, eu juro que vou compensá-los daqui a pouco.

Enquanto isso, aproveitem um pouquinho de um Melissa jovem conhecendo Ricardo.

O que acharam? Eu simplesmente senti que esse capítulo deu um novo olhar para a história e ele representa muito a relação dos dois.

Obrigada pessoal, por me aguentarem em minhas loucuras e ainda sim sempre apoiarem minhas histórias <3

Até a próxima.

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