Capítulo 5
******Arthur******
Ver Camille com aquele tal de Ricardo quase acabou com minha sanidade. Vê-lo beijando ela me fez sentir uma raiva tão grande que eu joguei uma nota de $50 na mesa e fui para o carro. Mas não queria ir embora e deixá-la com ele.
A vi saindo sozinha de dentro da cafeteria. Desci e prontamente abri a porta do carro para ela.
- Arthur não precisa me levar em casa hoje.
- Mas.. - tentei em vão argumentar.
- Mas nada, faça apenas o seu trabalho.
- Sim Camille.
Era só isso que eu sabia dizer. Sim Camille. O pior de tudo é que eu poderia me demitir e arrumar outro emprego em qualquer lugar, mas eu nutria uma estranha necessidade de protegê-la.
Chegamos na empresa e ela nem me esperou descer do carro. Já foi abrindo a porta e descendo do carro. Não me deu mais nenhuma ordem e apesar disso, eu sorri.
Ela estava me provocando, e o pior, eu estava caindo na dela. Fui atrás dela instintivamente.
*****Camille*****
Entrei em minha sala e me deparei com a cena mais horrível da minha vida. Humberto Gaspar estava ali na minha cadeira com dois homens, um de cada lado.
Sabrina estava logo ali, em sua mesa, tranquila. Ela com certeza não tinha visto eles. Droga, eu devia ter trazido Arthur.
- Camille meu amor, ainda bem que chegou. Já estava ficando entediado.
- O que você quer? Como entrou aqui?
- Ora Camille. Você sabe o que eu quero. E como eu entrei não importa, o que importa é o que eu vim fazer aqui.
A essa altura eu já estava tremendo e não sabia o que fazer. Ele ia se aproveitar de mim. Ai meu Deus, cadê o Arthur?
- Você deve estar se perguntando onde está o seu capacho hum.. Arthur Branwell não é mesmo?!
Ouvi-lo pronunciar o nome dele me encheu de medo.
- Camille, Camille. Eu não fiz nada com ele. Só o atrasei um pouquinho. Quando ele chegar o estrago já estará feito e vocês poderão ver do que Humberto Gaspar é capaz!
Antes que eu pudesse falar qualquer coisa ou pensar em correr um dos seguranças dele trancou a porta e o outro me apertou forte contra seu corpo me fazendo gritar. Mas minha boca foi tampada por algo e eu não vi mais nada.
******Arthur******
Eu tive que subir as escadas até o andar de Camille. O elevador estava quebrado. Não sei como ela subiu tão rápido.
Quando cheguei a escada do penúltimo andar vi algo que me chamou a atenção. Um bilhete escrito a mão dizendo:
“Segurança maldito, dê adeus à sua patroa.”
H.G.
Meu sangue gelou e na hora eu só pensava em Camille, ela corria perigo e estava sozinha com aquele monstro.
Quando cheguei ao seu andar Sabrina me olhou assustada. E começou a mover a boca devagar sem emitir som:
- O senhor Gaspar está dentro da sala da senhora Fairchild, ele está com dois seguranças e ela está lá dentro há 15 minutos e eu não pude fazer nada.
Ela chorava enquanto tentava falar sem fazer barulho. Eu só pensava no que ele poderia ter feito à Camille.
Eu não pensei em nada, peguei minha arma na cintura e dei um tiro na fechadura e empurrei a porta com força. Não sem antes ver Humberto e seus capangas fugindo pela janela e subindo a escada para o térreo.
Olhei por toda a sala e não vi Camille e meu coração se apertou. Eu não suportaria perdê-la. Foi quando eu ouvi um barulho no banheiro de sua sala. Entrei e vi ela no cantinho do box, totalmente nua e machucada. Ela chorava como um bebê e eu não sabia o que fazer.
- Camille? O que aquele desgraçado fez com você?
- Eu não sei. - ela estava meio grogue. Como se estivesse dopada, ou drogada.
Corri até sua sala e pedi que Sabrina trouxesse um roupão de banho para Camille.
Voltei e ela ainda estava lá, encolhida e assustada. Não me olhava nos olhos.
- Camille, me mostre onde dói.
Ela apontou o próprio seio.
- Dói aqui. Ele me bateu e me xingou. Disse que ia voltar para me possuir um dia desses. Ele é mau. Não gosto dele.
Graças à Deus ele não abusou dela. Se ele tivesse feito isso eu o mataria sem pensar.
- Camille eu preciso te levar a uma delegacia.
- NÃO! Ele disse que vai matar você também. Eu não quero que você morra Arthur. Eu amo você!
Ok, ela realmente estava drogada. Eu precisava levar ela a um médico.
- Vamos pra casa diabinha?
Ela sorriu em meio às lágrimas.
- Ei! Só Maria me chama assim.
Sabrina trouxe o roupão e eu a levei para casa. Discretamente passei com ela no colo pela área dos funcionários. Que graças ao bom Deus estava vazia.
Algum tempo depois.
Camille agora dormia tranquilamente. O médico fez a perícia e constatou que não haviam entorpecentes agindo nela. E sim uma espécie de relaxante muscular ministrado em altas doses.
Ela não fraturou nada, sofreu diversas escoriações pelo corpo e não sofreu abuso sexual.
Agora não vou deixá-la sozinha por nada.
Reforcei a segurança na empresa. Três seguranças em cada andar, três por turno.
E reforcei a segurança na mansão também. Agora a casa está cercada e a partir de hoje vou dormir no quarto dela, nem que seja no chão perto da porta, como um verdadeiro cachorro.
Enquanto pensava nas piores maneiras de cometer um assassinato ela acordou gritando.
- NÃO!
Ela respirava com dificuldade e eu fiquei estático, prevendo que ela iria se irritar com minha presença em seu quarto. Mas aconteceu justamente o contrário.
- Arthur? Onde você está?
- Estou aqui Camille - me pus de pé imediatamente. E ela me chamou com a mão e eu fui até ela.
- Já é noite? - ela perguntou sonolenta.
- Sim. Descanse Camille.
- Não me diga o que fazer. - ela disse se levantando e eu tive a visão mais linda do mundo. Ela estava nua sob as cobertas e podem me chamar de pervertido, mas mesmo nessa situação, eu arfei desejando ela.
Ela pareceu notar, pois logo se cobriu.
- Deite aqui comigo, não quero dormir sozinha Arthur.
Ela se virou e eu fui obrigado a deitar ao lado dela, me policiando para não dormir antes dela.
E novamente ela me surpreendeu quando rolou pela cama e deitou sobre o meu braço, colocando sua cabeça em meu peito.
- Fica sempre comigo Arthur.
- Eu ficarei.
Disse sem nem saber se ela se lembraria disso quando acordasse.
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