Capítulo 4
******Camille******
Assim que eu vi Arthur subir as escadas quase correndo, tive a certeza que ele me desejava tanto quanto eu à ele. Mas eu fui mais rápida e corri para o meu quarto, não sem antes o ouvir praguejar baixinho: “Essa mulher ainda me mata. Eu vou ficar louco.”
Ri comigo mesma. Arthur querido, se soubesse a maneira que eu quero te matar, você iria querer morrer.
Dormi como um anjo essa noite. Tive sonhos impublicáveis com meu segurança gostoso e acordei quase tendo um orgasmo. Droga, eu preciso desse homem.
Levantei cedo e me arrumei tranquilamente. Desci as escadas e Arthur já me esperava na mesa de centro.
- Bom dia senhorita Camille.
- Bom dia Arthur, me chame de Camille. Apenas Camille.
- Oh sim, me desculpe.
- Não peça desculpas. O carro já está pronto?
- Já, mas ainda é cedo para ir a empresa.
- Que bom, porque eu não vou para a empresa.
Ele me olhou envergonhado. Fazer o que?! Não gosto que me digam o que fazer, ou deixem a entender que eu sou obrigada a seguir um cronograma.
- E para onde quer ir Camille?
- Quero ir numa cafeteria no centro. É a melhor da cidade. Chegando lá eu vou esperar no carro e você vai descer. Vai pedir um cappuccino extra forte com chantilly e um croissant de chocolate. Entendido?
- Sim. Vamos?
- Ainda não querido. Tenho que te apresentar uma pessoa.
Segui rumo a cozinha sem esperar que ele me seguisse. Ele entendeu o recado e veio atrás de mim.
- Maria meu anjo?
Ele olhou confuso a senhora sair de dentro da dispensa. E ela olhou assustada para ele.
- Sim minha diabinha, o que deseja?
Ele arregalou os olhos ao ouvi-la me chamar de diabinha. Essa Maria.
- Quero que você conheça Arthur, ele é meu novo segurança particular e vai se mudar pra cá hoje. Arthur, essa é Maria, a governanta para os outros e pra mim, a minha mãe.
Eu sorri. Maria era meu porto seguro, sem dúvida.
- É um prazer conhecê-la senhora Maria..
- Maria Fontana querido. É um prazer conhecer você também.
- Apresentações feitas, podemos ir Arthur. Até mais meu anjo - dei um beijo na testa de Maria que me abraçou.
- Até minha diabinha, juízo. E mantenha a calcinha no lugar.
Eu ri. Maria não tem jeito. Sabe que eu não resisto a um moreno como Arthur.
*****Arthur*****
Arregalei os olhos ao ouvir a Maria falar para Camille manter a calcinha no lugar. Toda mulher nessa casa é doida?
- Nossa ela é muito simpática. Gostei dela.
Resolvi comentar diante do silêncio de Camille.
- É. Ela é realmente muito simpática. E se ela disse o que disse é porque gostou de você também.
Ela sorriu para mim e eu só pude sorrir de volta. Acho que devo ter ficado olhando para aquele rosto maravilhoso tempo demais, porque ela ergueu uma sobrancelha.
- Podemos ir Arthur?
-Ah, claro Camille. - abri a porta do carro com o rosto mais vermelho que tomate, fechei a porta e dei a volta, sentei no banco do motorista calmamente.
O telefone dela tocou e eu não consegui não prestar atenção.
- Alô - ela disse com uma voz sensual e eu quase a olhei, mas mantive o controle - claro querido. Podemos nos encontrar na cafeteria La Blake, estou indo para lá agora. Até já Ricardo.
Um sentimento de ódio tomou conta de mim. Ciúme.
******Camille******
Quando ouvi a voz de Ricardo Dorièer no telefone quase enlouqueci. Ele veio na hora certa e eu me lembrei que ele foi um antigo affair. Ele é o autor da minha coluna favorita da Times Reverse, uma revista crítica de moda.
Ele me adora e já havia um bom tempo que não me ligava.
Quando vi seu nome no visor do meu celular tive uma ótima ideia. Ontem a noite eu provoquei Arthur e vi que ele foi afetado, então um ciuminho básico não vai fazer mal, fora que eu vou poder me divertir com Ricardo que é o melhor amigo gay que uma mulher pode querer.
Enquanto falava com Ricardo, vi que Arthur estava inquieto. Ele estava com ciúmes. Ponto pra mim.
- Arthur, mudança de planos. Eu vou entrar na cafeteria e você vai me esperar do lado de fora. Se quiser entrar pode, mas não vai entrar comigo.
Peguei pesado, eu sei. Mas não tô nem aí. Eu quero que ele sofra como eu estou sofrendo sem ele. Ele vai me pagar por cada minuto longe da minha cama.
- Ok. E Camille, perdoe a intromissão, mas é que meu trabalho exige que eu faça isso.
- Sem rodeios Arthur.
- Com quem a senhorita vai se encontrar?
- Um amigo de longa data. Não se preocupe.
Ele não me respondeu e eu sorri pensando no quanto ele ia se roer em poucos minutos.
Chegamos em menos de dez minutos e Ricardo já me esperava em uma mesa no canto do estabelecimento.
- Olá mon cherry.
- Mon amour.
Ele é francês e gosta de me chamar de Cherry, por causa da revista.
- Já fiz nossos pedidos cherry.
- Sempre atencioso. Mas vamos ao ponto, sabe que odeio rodeios. Preciso da sua ajuda.
- Cherry, sabe que pode contar comigo para o que quiser.
- Quero transar com você de novo.
Ele sorriu. Esse é meu francês.
- Cherry, eu adoraria transar com você novamente, porém já que me conhece a tanto tempo, sabe que vario muito minha opção sexual - tinha me esquecido desse detalhe, nesse tempo em que não nos falamos ele assumiu sua bissexualidade - mas tenho certeza que não é exatamente isso que quer me pedir. Aliás, tem um cavalheiro muito bonito olhando para cá. - me indicou com os olhos e eu vi Arthur que rapidamente disfarçou.
- Ele é meu segurança particular. É sobre ele mesmo que quero falar. Quero que você vá a minha casa e pelo menos finja que está transando comigo. Eu quero dar pra ele, mas ele é certinho demais e parece não me notar.
- Cherry, abaixa esse fogo. Eu faço o que você quiser.
- Quero que me busque na revista hoje e vá comigo para minha casa.
- Claro mon cherry. A que horas?
Sorri mais uma vez para ele, que me deu um beijo rápido nos lábios. Esse é o melhor ator que eu conheço, e olha que ele nem é formado em artes cênicas.
É Arthur, é bom você se ligar, se não Camille vai te chutar.
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