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Capítulo 28

****** Narrador *******

O mundo havia parado com a notícia da morte de Camille Fairchild e de Humberto Gaspar. Ricardo e Maria eram os únicos que ainda tinham esperanças de encontrar Camille viva.

Arthur se sentia inconsolável, sozinho e vazio. Queria acreditar na teoria deles, mas tinha medo de ter esperanças e se decepcionar, seria ainda mais doloroso.

Arthur decidiu que ficaria no velório. O resultado da autópsia ainda estava nas mãos da polícia, ninguém sabia realmente o que havia acontecido, se fora realmente o fogo que matara Camille.

Ele sabia do medo de Camille e pedia em seu íntimo a qualquer Deus, que aquele homem não a tivesse tocado.

*****

Ricardo, Paul e Maria seguiram de volta ao galpão. O fogo já estava extinto e pouca fumaça ainda subia de alguns pontos. As faixas policiais que deviam estar isolando o local, já não estavam mais lá. Não haviam policiais, bombeiros, nada. Ninguém.

— A polícia é completamente inútil. Nem isolaram o local. – disse Paul mais a si mesmo que para alguém específico.

— Isso me revolta também amor, mas precisamos focar. Nós vamos encontrar Camille. - disse Ricardo olhando em volta, analisando por onde deveriam começar a procurar.

— Nós podemos nos separar e tentar encontrá-la. – sugeriu Maria.

— Maria, eu já assisti muitos filmes e isso nunca dá certo. Melhor ficarmos todos juntos. – disse Ricardo achando a ideia um absurdo, mas tentando falar da maneira mais doce possível.

Com apenas um aceno de cabeça, todos concordaram e seguiram Ricardo em silêncio, por uma trilha do lado de fora do galpão.

Por mais abandonado que o lugar parecesse, a natureza tratava de cuidar de si mesma, e o verde das florestas em volta contrastava com as cinzas do galpão.

Andaram cerca de quinze minutos e nada. Mais quinze e nada.

Ricardo chorava em silêncio e Paul tentava confortá-lo com seus toques vez ou outra. Maria seguia convicta, e apesar da idade e das dificuldades do caminho, seguia em frente sem reclamar e sem perder nem sequer uma gota de esperança.

De repente ouviram um barulho vindo ao lado oposto de onde estavam. Alguém tossindo.

— É ela. CAMILLE! CAMILLE QUERIDA! SOU EU MARIA, ONDE VOCÊ ESTÁ? – Maria gritava desesperadamente e todo o controle que tinha minutos antes se esvaiu.

Paul se mantinha em silêncio e enquanto Maria chorava, ouviram novamente o ruído.

— Daquele lado. Vamos!  – Paul liderou agora.

Seguiram e em poucos passos conseguiram avistar a figura feminina encostada na raíz de uma árvore grande e esplendorosa. Era uma mulher, mas ainda não sabiam se era Camille.

Paul foi na frente, se aproximou devagar e pôde confirmar. Era Camille que estava ali.

Se aproximou ainda mais e a viu sorrir e logo desfalecer.

Maria abraçou Ricardo, numa forma calorosa de agradecimento e este logo retribuiu.

Paul pegou Camille em seus braços e seguiram de volta para o carro. O caminho era longo e era difícil caminhar carregando uma pessoa, mas eles foram assim mesmo.

Chegando no carro, colocaram ela deitada com a cabeça no colo de Maria e seguiram para o hospital de confiança da família Fairchild. A imprensa não precisava saber de nada agora. Não ainda.

********

A polícia chegou a mansão Fairchild por volta das 5:00 da tarde, trazendo consigo os resultados da autópsia.

— O que fazem aqui? – perguntou Arthur, revoltado demais para ser cordial com os policiais.

— Viemos trazer os resultados da autópsia. Há algum familiar de Camille Fairchild presente no velório? – perguntou o policial, entediado. Como se passasse por aquilo todos os dias desde sempre, e talvez fosse isso mesmo, Arthur não quis pensar muito a respeito.

— Eu. – o policial o olhou de cima abaixo, com os trajes de trabalho, Arthur era só mais um segurança da namoradeira mais conhecida do país.

— Bem, você pode receber os papéis, mas duvido que seja da família. – disse com desdém. – Assine aqui e cuidado para quem vai revelar o conteúdo destes documentos rapaz.

Arthur olhou para o policial com tanto ou mais desdém com o que este o olhava, assinou, pegou os papéis e entrou para o escritório de Camille. Estranhamente aquele lugar ainda tinha o cheiro dela.

Se sentou no chão, exatamente no mesmo lugar onde tinha se sentado na outra noite, na sua última noite com ela.

E ele se permitiu chorar, como um garotinho. Chorou o quanto pôde e decidiu ler o documento.

Abriu o envelope, com medo do conteúdo. Arthur nunca tinha sentido tanto medo como agora.

— Mas que porra é essa? – disse em voz alta, esbravejando com ele mesmo.

O documento dizia que aquela não era Camille.

Então por que a polícia havia liberado o corpo antes do resultado da autópsia? Quem era a mulher no caixão? O homem que estava morto ao lado dela, realmente era Humberto?

Tantas perguntas sem resposta, mas Arthur não queria saber de nenhuma delas, exceto uma:

Onde estava Camille?

*****

GENTEEEEEEEE!!!!!!!

Eu demorei mas cheguei, espero que vocês me perdoem e apreciem a reta final de Blank Space. Até logo!

Bjs da Nah

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