Capítulo 24
******Narrador*****
Cinco e meia da manhã, um frio congelante e uma Camille vestida numa calça legging preta e com um moletom igualmente preto com a arma de Arthur perfeitamente encaixada em uma de suas algemas favoritas em seu braço.
Paul estava saindo de casa e como sabia dos riscos que corria e poderia colocar em risco também sua ex patroa, saiu armado até os dentes, pegou o carro novo de Ricardo que ainda estava sem placa e dirigiu até a imponente entrada da mansão Fairchild.
Camille estava quase desistindo quando viu o carro se aproximando de onde estava.
- Deus me ajude, mas eu vou ferrar com aquele cara e vai ser hoje. - disse em voz baixa enquanto caminhava em direção ao carro, com o capuz na cabeça e as mãos nos bolsos; Paul abriu a porta do carro e ela entrou em seguida o cumprimentando - E aí Paul?!
- Bom dia senhorita Fairchild. - respondeu meio deslocado, afinal era a primeira vez que tinha contato direto com a melhor amiga de seu namorado.
- Corta essa Paul, nós vamos cometer um crime, o mínimo que você pode fazer é me chamar pelo primeiro nome.
Ele ponderou por um instante e acabou concordando.
- Certo Camille, - ela sorriu satisfeita - qual é o plano?
- Plano? Sei lá, minha vontade é invadir a casa e dar um tiro na cara dele.
Impulsiva? Jamais!
- Essa é nossa vontade, mas nós realmente precisamos de um plano antes de agir. - lentamente o carro foi tomando movimento e seguindo ainda sem rumo certo. - Ele não vai estar sozinho e muito menos desprotegido.
- Bom, - retomou Camille - eu tive bastante tempo para pensar. Eu não posso denunciar o cretino para a polícia, mas se eu tivesse comigo provas concretas do que ele é e das coisas que ele fez, talvez eu pudesse.
Paul refletiu um pouco e continuou:
- Então o melhor a se fazer é entrar na casa ou no escritório dele no centro da cidade e revirar tudo, até encontrar algo relevante.
- Mas é aí que está o problema. - ela bufou jogando as mãos para cima - Como vamos entrar sem sermos vistos?
- Isso não será problema, eu sei o que fazer. Mas você terá que entrar lá sozinha.
Camille estremeceu. Sozinha. Porque essa palavra incomoda tanto?!
- Você sabe usar armas? - Paul perguntou, já entregando uma para ela.
- Estou com a de Arthur aqui - disse entregando a arma de volta. - e sim, eu sei atirar.
- Ótimo, você vai ficar escondida dentro do carro e eu vou te mandar uma mensagem quando puder sair.
- Tá. - disse revirando os olhos. Se tinha uma coisa que Camille odiava, essa coisa era receber ordens.
*******
- Camille? - disse Arthur ao acordar.
Sem nenhuma resposta, ele levantou, se vestiu e saiu da biblioteca ainda sonolento. Foi até a cozinha e tomou seu café normalmente. Perto das sete da manhã e nada de Camille.
Arthur subiu as escadas e foi até o seu antigo quarto, onde ainda estavam suas roupas. Encontrou duas gavetas abertas no closet: gaveta de armas e a de munições.
Se aproximou um pouco mais e viu um bilhete.
“Saiba que essa noite foi a melhor da minha vida. Se eu não voltar, lembre-se disso. E lembre-se também que eu te amo mais que tudo e que serei sempre sua.
Camille Fairchild.”
Pânico. Essa era a palavra. Onde diabos Camille se enfiou? Ele se perguntava milhões de vezes enquanto vestia sua roupa de segurança.
Estava indo para a porta de saída quando passou em frente ao escritório de Camille. E foi como se uma luz brilhasse no fim do túnel.
Ele se lembrou de algo que Camille havia falado antes de irem para a biblioteca.
“- Arthur, alguém precisa pagar pelo que aconteceu. Isso não é justo, todos a minha volta sofrem simplesmente porque eu não quis transar com Humberto.”
Droga. Ela foi atrás dele e foi sozinha. Só o pensamento deixou Arthur insano e com sangue nos olhos.
********
Ricardo levantou e foi ao banheiro achando que Paul estava lá. No chuveiro logo cedo, essa ideia me agrada. Sorriu com malícia ouvindo o barulho da água enchendo a banheira, mas quando entrou e viu o banheiro vazio estranhou.
Paul não era de fazer surpresas pois sabia que Ricardo odiava tais coisas.
- Paul? Cadê você? - perguntou em voz alta e não houve resposta. - Paul, você está me assustando, se você estiver escondido, quando eu te achar, vou encher sua bunda de tapas.
Nada. O mais absoluto silêncio reinava no apartamento de Rick Dorèer.
Ricardo saiu andando pelo apartamento, nu mesmo. E nessa caça por Paul dentro da própria casa ele achou um bilhete.
“Amor, precisei sair às pressas para uma missão com a senhorita Fairchild. É uma missão perigosa, avise Arthur e não esqueça que eu te amo e que eu vou voltar para você fazer o que quiser comigo.
Paul Mitchell Gao.”
- Mas que porra...
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- Mas que porra Paul, será que dá pra ir mais devagar? - Paul dirigia feito louco pelas ruas ainda vazias - Minhas tripas vão sair pela minha boca se você continuar nessa velocidade.
Paul riu baixinho, tirando Camille do sério.
- Você sabe que não. Arthur vai descobrir onde nós estamos e aí sim tudo vai pelos ares, inclusive nossas tripas.
Ela se calou por um instante. Arthur deve estar louco atrás de mim, ela pensou.
O melhor era manter Arthur e Ricardo longe de toda essa merda. Camille e Paul tinham coisas a cobrar de Humberto. E por falar no maldito, eles chegaram.
A fachada bonita e bem cuidada, escondia a verdadeira face de seu proprietário. Um prédio simples, porém muito bem decorado, com várias plantas e e flores coloridas. Esse era o Gaspar Hotel's Corporation.
- Cá estamos. - Camille disse mais para si mesma, quando a adrenalina começou a correr por suas veias.
- Certo, eu vou até lá, assim que a mensagem chegar você entra. E seja rápida.
- Tá. Vai logo. - sobre odiar receber ordens.
Ele desceu do carro e começou a disparar em direção a empresa. Os poucos seguranças que haviam ali naquele horário, correram em direção ao carro em que Paul havia se escondido. Ele deu a volta e deu mais dois disparos, acertando em cheio dois homens. Enquanto Paul passava por tudo isso, Camille estava dentro do carro, olhando fixamente para uma foto dela e de Arthur em seu celular.
Eles estavam na praia, sorrindo para um aparelho tão insignificante e eternizando aquele momento numa simples fotografia.
- Seria mais fácil se pudéssemos ser tão felizes quanto parecemos ser em fotos.
O celular vibrou e uma mensagem de Paul ocupou a tela.
“AGORA”
Ela respirou fundo, bloqueando a tela do celular e descendo do carro. O vento forte bagunçou seus cabelos e ela fechou os belos olhos verdes e uma lágrima escapou.
- Você vai me pagar por isso Gaspar.
Ela entrou no prédio e subiu três lances de escada para não chamar atenção. A sala de Humberto ficava no quarto andar e ali estava um moreno alto e forte, com cara de mal. Ela pegou a arma de Arthur e a empunhou, se fosse preciso ela atiraria e deixaria para pensar depois.
- Hey, você pode me ajudar? - o cara arregalou os olhos com o susto, até que observou direito a invasora. Camille tratou de parecer sensual e confiante. Não que isso fosse difícil, ela era sensual por natureza, mas ser confiante numa situação dessas era simplesmente pedir demais. O homem pareceu analisar o corpo da mulher, como se fosse um animal prestes a atacar. - Humberto me pediu para pegar alguns documentos, ele vai chegar mais tarde hoje. - ela disse com um toque de malícia na voz.
- Senhorita, infelizmente eu não posso autorizar sua entrada.
- Ah, mas é claro que pode. - ela disse se aproximando e passando uma das mãos pelo peitoral do homem, que estremeceu pelo toque, patético. - Só cinco minutos, prometo te recompensar no final do dia. - disse e mordeu o lábio inferior.
- Cin.. cinco minutos. - o homem gaguejou nervoso, dando espaço para ela entrar.
Assim que Camille entrou viu uma pilha de papéis em cima da mesa principal. Se lembrou da primeira reunião que teve com Humberto e alguns outros editores de revistas, foi aí que começaram a trabalhar juntos, mas o ponto não é esse. Camille se lembrou de uma gaveta estranha, com uma madeira diferente, provavelmente um fundo falso e foi exatamente a essa gaveta para a qual ela se dirigiu.
- Merda. Tá trancada, ainda bem que papai me ensinou a abrir as gavetas de doces da mamãe.
Disse enquanto retirava do cabelo um grampo e o forçava contra a fechadura. Dois minutos depois a gaveta estava aberta. A princípio haviam algumas fotos dos hotéis Gaspar de outras cidades, mas depois de afastar um pouco desses papéis, a madeira cedeu e ela finalmente encontrou o fundo falso.
Haviam vários pen drives, fichas e fotos de mulheres que Camille conhecia, as funcionárias dele. Decidiu conferir tudo em casa. Fez o limpa na gaveta e saiu da sala, dando de cara com o segurança.
- Conseguiu encontrar o que procurava senhorita? - indagou emanando falsa curiosidade, ele queria mesmo era saber do pagamento.
- Consegui sim, você foi muito gentil e sua recompensa será ótima. - ela sorriu e ele se aproximou - espera! O que é aquilo?
Assim que ele se virou para onde Camille apontou, ela deu com a arma em sua nuca o fazendo desmaiar.
Correu como louca até o térreo e ligou para Paul desesperada. Nunca tinha feito nada parecido e a ansiedade começava a esvaziar seus pulmões, tamanho desespero por ar.
- Estou no estacionamento, corra o mais rápido que puder.
E foi só o que ele disse, ela correu, correu como se sua vida dependesse disso. Assim que avistou o carro, se jogou dentro dele, tentando normalizar sua respiração.
Paul acelerou o carro de volta para a mansão Fairchild.
Assim que entraram, deram de cara com um Arthur vermelho de raiva e um Ricardo vociferando todos os palavrões que conhecia.
- Camille, que merda você estava pensando quando saiu daqui sem mim? Ele podia ter matado você!
Camille olhou espantada para Arthur, não esperava uma reação dessas.
- Em casa a gente conversa Paul, e Camille - Ricardo apontou um dedo em sua cara - você é uma piranha sortuda, mas não faça isso de novo, ou eu mato você!
Camille se jogou no sofá, horrorizada com tamanha afronta. Ela era capaz de se cuidar muito bem sozinha.
- E você Paul, eu não tenho nenhum direito de reclamar com você, mas saiba que Ricardo vai acabar contigo.
Paul riu e Ricardo deu um belo tapa em sua bunda. Mas antes de obterem qualquer reação o telefone fixo da mansão tocou e Camille atendeu, colocando no alto falante para que todos escutassem.
- Alô?! - silêncio. Havia alguém na linha, ela podia ouvir a respiração - Alô?! Olha, eu sei que tem alguém aí, responda ou eu vou desligar.
- Minha gatinha, continua com a língua afiada.
- Humberto?! - ela olhou para os três rostos que a olhavam cautelosos. Ouviu uma risada insana e em seguida a voz asquerosa de Humberto preencheu seus ouvidos.
- Você pensou mesmo que eu não ia descobrir o que você estava planejando? O que você vai encontrar nesses arquivos é só uma amostra do que vou fazer com você e com sua querida governanta.
- DEIXA A MARIA EM PAZ. - disse já chorando. Meu Deus, Maria não.
- Só depois que você me entregar tudo que pegou e se entregar a mim.
Ela respirou fundo, tomou coragem, engoliu todo o seu orgulho e dignidade e disse:
- Deixe ela em paz e eu faço o que você quiser.
- É assim que eu gosto.
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Uhuuuuu caralhoooooo
É de treta que nois gosta...
Sem comentários...
Até a próxima...
Bjs da Nah!!
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