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Capítulo 2

****Camille****

Tem alguns momentos na vida que você quer simplesmente jogar tudo pro alto, largar seus princípios e sua moral e ser você mesmo sem se importar com a opinião alheia.

Eu sou esse tipo de pessoa. Sou uma profissional excelente e digo isso sem modéstia alguma. Não sou uma viciada em trabalho, daquelas que dedicam a vida ao próprio.

Eu amo o que eu faço e não há nada que me faça querer parar o trabalho e deixá-lo de lado sem me importar.

Bom, não havia nada. Agora há Arthur.

Antes eu não me importava com nada, nem com o que as pessoas falariam de mim, da minha vida pessoal. O meu lema era o próprio “Foda-se ”.

Mas agora eu me importo. Me importo com a opinião que Arthur tem sobre mim. Ultimamente tudo que me importa é o que ele acha de mim.

Eu sei que isso soa meio apaixonado, tipo aqueles romances água com açúcar, mas eu não ligo para a opinião dos outros. Só para a dele.

Eu não estou apaixonada e isso é um fato. Eu acho que uma parte de mim quer se aventurar em outra parte dele, se é que me entendem.

Não consigo me concentrar no que estou fazendo agora. Da última vez que ele veio na minha sala, o que foi a poucas horas atrás, eu vi com meus próprios olhos que eu o afeto.

Eu sei que joguei baixo quando resolvi mostrar um pouco do que eu tenho embaixo da saia, mas foi o que eu consegui pensar na hora.

E eu vi algo muito interessante: um volume, que poucos minutos antes era inexistente.

Eu acho que ele está a algum tempo sem sexo, porque pra ficar duro só olhando.. a coisa tá feia. E quem melhor do que eu, pra tirar o atraso dele?!

Eu sei. Ninguém.

É claro que a maldita ética nos atrapalha. Parece que ele finge não notar minhas insinuações. Ou ele finge ou é muito sonso.

Eu sei que sou safada, admito isso. Mas quem não é?! Eu sou e admito isso, mas muitos que me julgam por aí queriam ter essa coragem.

Eu só sei que em poucos minutos eu irei para casa e espero que ele vá comigo.

Eu só queria que ele fosse pra minha cama também.

****Arthur****

Ontem eu recebi uma ligação do banco. E isso está me deixando de cabelo em pé. Meu aniversário é em poucas semanas, três para ser exato, e eu não tenho mais condições de pagar pela casa que estou morando agora. É uma boa casa, eu diria que é um pouco exagerada. Talvez pelo gosto extremamente refinado de Emma.

Enquanto estou no elevador vou relembrando a última conversa que tive com Emma.

Ela me dizia que queria prosperar. Queria subir na vida, ter dinheiro e faria isso com ou sem minha ajuda.

Ela era louca, mas a loucura dela era o que me cativava. Mesmo que ela quase não quisesse fazer amor comigo.

Eu a amava de forma imatura, era só um menino que tinha acabado de entrar para o exército americano.

Hoje eu a amo como uma boa lembrança de tempos que, eu sei, não vão voltar.

Estava tão distraído que tomei um susto quando ao abrir o elevador minha chefe estava entrando e eu saindo. Resultado: caímos os dois dentro do elevador e este fechou as portas.

- Me perdoe senhori.. Camille. Não foi minha intenção derrubá-la.

Ela estava em cima de mim e não parecia disposta a sair até que eu falei.

- Eu perdôo sim Arthur. - disse ela se levantando - não foi sua culpa.

E de repente o elevador sacudiu e as luzes se apagaram. Já era noite e haviam poucas pessoas na empresa. Isso poderia ser um ataque do tal Humberto Gaspar. Me coloquei em posição de ataque para defender a vida de minha chefe com a minha se fosse necessário.

Mas um suspiro forçado em minha frente me chamou a atenção.

Ela estava chorando e tremendo novamente como naquele dia.

Ela estava com uma crise de pânico.

- Arthur, eu não estou vendo você. Me diz que você está aqui?! Por favor?!

Eu a ouvi suplicando. Uma mulher tão poderosa estava como uma menina que teve um pesadelo, ali, na minha frente.

- Eu estou aqui Camille. - a puxei para mais perto e ela me abraçou forte. - Eu estou aqui. Eu preciso ligar para alguém da segurança, eles precisam nos tirar daqui.

- NÃO! - ela gritou - Não me deixa aqui - ela soluçava enquanto falava - Arthur ele vai me matar. Eu não quero morrer.

- Ele não vai fazer nada com você anjo - senti a necessidade de ser carinhoso. - eu vou te proteger.

Passados alguns minutos, as luzes voltaram, e o elevador voltou a funcionar.

Não tinha mais ninguém na empresa. A não ser os seguranças noturnos. Que nem levantaram a cabeça para ver Camille passar.

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