Nathalie despertou com gritos de dor de Dean, ela havia caído sobre ele, seu corpo pesado sobre o peito mutilado do loiro. Ela havia cochilado mesmo com seu organismo lutando contra o frio e seu cérebro luntando contra o sono, era quase impossível de se vencer.

- Ah droga!- Era cedo da manhã, entre seis e sete horas uma garoa fina passou a cair sobre os dois- Dean!- Ela segurou o rosto do loiro que permanecia apagado desde a noite anterior -Dean, por favor.

Ela segurou firme a mão do rapaz enquanto permitia que suas lágrimas deseperadamente corressem pelo seu rosto. Ela tirou a jaqueta de cima dele e então viu os símbolos, cravados em carne viva junto ao sangue seco sobre ele. Ela o cobriu de novo e se encolheu em volta do rosto de Dean, naquele momento, por mais que ela o odiasse insanamente, ela quis protege-lo, naquele momento Dean Winchester era intocável. Ela fechou os olhos com força e secou-os no mesmo instante com as costas das mãos, ela não queria molhar Dean, por um segundo Nathalie sentiu que a chuva aumentava sua força sentindo leves pancadas nas costas. A chuva caía traiçoeiramente. Nathalie não tinha como fugir e então numa breve prece Nathalie pediu por ajuda:

- Que os anjos nos protejam. - Disse em um curto sussurro mesmo que seu psicológico  gritando isso era idiotice e que isso não daria nada.

Poucos segundos depois a chuva havia parado de debruçar sobre o corpo de ambos, porém ela não havia parado de cair, Nathalie abriu os olhos vagarosamente e viu um garoto loiro de olhos claros os envolvendo em um abraço. Um anjo. Pensou imediatamente, mas não era possível apesar deque ela vira o que Castiel era capaz de fazer, então sim, era possível.

O anjo vestia uma blusa cinza e por cima uma jaqueta mostarda, ele parecia por toda sua força e concentração naquele abraço, em protegê-los , num piscar de olhos eles estavam no carro, Nathalie com Dean no banco traseiro e o anjo na frente, o Impala continuava no mesmo lugar da noite anterior.

- Obrigado - Ela disse num tom baixo, quase um sussurro, a verdade é que Nathalie estava a ponto de explodir, se ela tinha um defeito, o mais destrutivo era sua curiosidade insana.

- Por nada - Ele posicionou as mãos no volante com firmeza e olho pra trás e deu um sorriso simpático e amável - Eu sou Jack .

- Sou Nathalie - Ela estendeu a mão em direção ao garoto - Este é...

- Meu pai - Jack disse com serenidade, Nathalie ficou rígida por um momento, Jack parecia ter vinte anos e Dean supostamente tinha mais de trinta, sim era inacreditável mais possível - Quer dizer um dos.

- Ah... Você tem dois pais? - Ela parecia ainda mais confusa.

- Não, tenho três - Jack disse com a maior naturalidade, depois voltou sua atenção para o volante e ligou o carro.

- Sabe fazer isso? - Nathalie parecia assustada com a ideia do garoto ao volante.

- Sei, Dean me ensinou. - Jack pisou no acelerador deixando Nathalie com suas curiosidades e perguntas pra trás, eles precisavam agora chegar em Lawrence.

Nathalie acariciou o peito de Dean, o coração dele batia devagar, fraco de uma forma quase imperceptível e frágil, sua pele fria, seus lábios escuros, era triste vê-lo tão vulnerável, tão indefeso, logo ele que era - ou demostrava - ser tão imponente, o inderrotável

O sol irradiava quando eles chegaram a Lawrence, Jack encontrou o hotel mais barato e alugou dois quartos por três noites, e em um novo piscar de olhos Jack os levara á um dos quartos alugados.

- Você precisa descansar - Jack diz pondo a mão sobre o ombro de Nathalie já com olheiras profundas por ficar tanto tempo acordada.

- Ele precisa de ajuda, eu... Eu não posso simplesmente...

- Fique tranquila, - Jack sorriu - Ele vai ficar bem, eu vou ajudá-lo - Nathalie se deixou levar pelo brilho que os olhos de Jack emitiam, eles eram tão tranquilos que convenceram a ela que tudo ficaria bem, Jack sabia o que estava fazendo - Agora - Ele caminhou até os uma mochila velha e encardida tirando um maço de dinheiro de dentro de um dos bolsos externos. - Compre roupas pra você,eu reparei que não trouxe nada no carro e que está vestindo uma roupa do Sam então, compre algo - Ele estendeu a mão - Tome banho, descanse, o Dean ficará bem. - Nathalie não podia negar aquela oferta tentadora, precisava mesmo de roupas e um bom banho.

- Obrigado Jack - Ela disse pegando o dinheiro das mãos dele.

- Só estou protegendo quem eu amo - Ele foi sincero - Não faço mais que meu dever. - Nathalie concordou e saiu, ela queria conhecer Jack, falar mais com ele, saber se ele era confiável, mas ela sentiu que Jack era um bom menino então passou pela porta, atravessou metade do corredor e se lembrou que havia deixado suas chaves na estande do quarto mal decorado. A garota abriu a porta devagar após ouvir um choro quase silencioso.

- Vai ficar tudo bem pai - Jack tirou a jaqueta de cima do peito de Dean e se assustou com o que viu, sangue seco, corte fundos e na carne viva do rapaz, o peito mutilado, Jack esfregou as mãos momentaneamente colocou sobre Dean sem tocá-lo irradiando uma luz amarela no mesmo tom que seus olhos, olhos vibrantes e penetrantes que pareciam ler sua alma e julgar seus pecados condenando-os ao inferno. No mesmo instante as feridas de Dean foram se fechando, tornando-se cicatrizes e em seguida sumindo, não durou mais de trinta segundos aquele processo. Jack se virou após apagar as mãos e Nathalie viu um filete de sangue escorrendo do nariz dele.

- Ah não, - Ele passou a mão no sangue e encarou os dedos sujos por um tempo - De novo não.- Então os olhos apagaram e ele caminhou até o banheiro, Nathalie ficou feliz e não conseguiu evitar que seus olhos ficassem marejados.

- Dean ... - Ela conteve o impulso de entrar e agarrá-lo agradecer a Jack por tê-lo curado mas ela não o fez. Decidiu que precisava descansar, principalmente agora que Dean estava bem e sendo cuidado pelo filho, espera... Filho? Jack era filho de Dean. Natahalie  não conseguia entender. Preferiu ignorar qualquer ideia, ela precisava relaxar.

Nathalie atravessou o corredor sem as chaves mesmo, ela desceu ao estacionamento e bateu no carro de leve, respirou fundo e sorriu, era tão bom ter a sensação de que tudo estava bem. Portman jurou a si mesma que acharia a vagabunda que quase matou Dean e prometeu que a torturaria e a faria se arrepender dos seus miseráveis e malditos dias de vida, todos eles.