Passado
Julho de 1994, Santarém, Portugal...
António Sobrinho estava sentado no seu banco habitual, no pub Stellar, na zona histórica de Santarém, com uma imperial à frente. De repente, dois homens e duas mulheres, juntam-se a ele.
Roberto: Mais quatro imperiais para aqui, se fizeres favor, Costa!
O barman tira as cervejas e entrega-as ao grupo.
António: Então, o que é que vamos fazer quanto a esta situação?
Sandra: Acho que é óbvio, agarrar nos italianos e entregá-los à PSP.
Mário: Por mim, espancavamos os cabrões, até eles ficarem meio mortos.
Roberto: Claro, és um psicossociopata, é óbvio que queres isso!
Mário: Ouve lá, meu balde de merda, eu tenho um puto a caminho, ele nasce em dezembro, não quero que o miúdo nasça com um império de droga na merda da cidade! Quanto mais no Alto do Bexiga, que é o bairro onde vivo!
António: Tem calma, Mário, ninguém neste bar quer que o André cresça num ambiente perigoso e violento. Não é preciso perder a cabeça.
Este grupo, na verdade, era composto pelos cinco vigilantes da cidade de Santarém, Black Wing, Hellfire, Link, Psycho e Hammer. Estes eram os Cães de Guerra.
Alexandra: O que é que acham que vai acontecer? Sabem, quando todos nós nos reformar-mos?
Roberto, o mais velho do grupo, fica pensativo.
Roberto: Eu cá não faço a mais pequena ideia. É difícil pensar nisso.
António: Com sorte, alguém resolve isso, tornando-se num vigilante.
Um rapaz, com os seus oito anos, e uma Coca-Cola na mão, aproxima-se do grupo.
João: Olá, eu sou o João Marcano, e sei quem vocês são. Vocês são os Cães de Guerra.
Alexandra e Sandra sorriem, assim como os homens do grupo.
Sandra: Nós não contamos, se tu não contares.
João coloca o indicador à frente da boca, mostrando que se vai manter calado.
João: Shiu, é um grande segredo.
O rapaz ri-se, fazendo o grupo de heróis citadinos rir e vai embora.
Sandra: Adoro esta parte do trabalho, a miudagem idolatriza-nos, é algo que me faz sorrir, ser o modelo de alguém.
António: Se o Mário continuar a ser como é, o André acaba num lar de acolhimento antes dos quatro meses de idade.
Mário: Fazes-me um favor e vais fazer pouco do caralho que te foda? Era um grande favor que me fazias, pá.
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