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BLACK SWAN | ϐοα ℓєιτυяα
𔘓 ‧₊˚ Triângulo da Morte
ALGUMAS HORAS DEPOIS DE ZARPAR da ilha de Nabuco, o Black Swan seguia seu curso a lenta velocidade. A tripulação seguia em direção à um novo possível local onde o terceiro fragmento do Imperium se encontrava. Pelo menos assim era como Hoseok havia dito.
Todos estavam cansados devido aos fatos ocorridos na Ilha. Junbuu levou Taehyung consigo para abastecer o navio enquanto a tripulação estava no Forte de Barba-Ruiva, e enquanto isso, os demais bucaneiros levaram um longo tempo até conseguirem levar o navio ao mar, logo mereciam um descanso.
Após o funeral dos quatro bravos piratas que perderam suas vidas em represália do Barba-Ruiva, sendo seus corpos lançados ao mar, alguns preferiram dormir e descansar e outros permaneceram no convés inferior, bebendo e conversando.
Seokjin ajudou o Ômega a limpar o sangue de Barba-Ruiva que estava em seu corpo, e depois disso não queria deixá-lo sozinho, Jimin estava bem fisicamente, mas seu emocional estava abalado pelas mortes violentas que presenciou. Um pouco mais tarde ele se recolheu na cabine do Capitão e sem pensar em mais nada, deitou na cama dele.
Min decidiu descansar um pouco depois e assim que entrou na cabine, viu o Ômega deitado em sua cama. Nunca havia dito que ele poderia ficar alí, o pequeno colchão ao qual foi destinado à ele, ainda estava no cantinho do quarto. Jimin estava de costas, mas ele sabia que o Ômega não estava dormindo, podia ouvir seus fungados e soluços baixos. Min não sabia o que dizer, nunca teve que consolar alguém antes, então optou por deixá-lo quieto na dele, guardou suas armas, tirou suas roupas pesadas e subiu na cama, deitando na ponta de costas para o Ômega.
O Capitão fechou os olhos tentando ignorar os ruídos baixos do outro, mas falhou miseravelmente. Não pelo barulhinho que Jimin fazia, mas aquilo estava lhe incomodando de um outro jeito. Era quase como uma tortura ouvi-lo chorar.
— Pare de chorar e durma. — Min disse sem jeito, mas com uma voz suave.
— Não consigo. — Jimin respondeu baixinho.
— Não foi culpa sua. Ele atacou você. Estava apenas se defendendo.
Ambos estavam conversando ainda de costas um para o outro. Jimin ficou um tempo sem responder, e então confessou em um sussurro:
— Eu estou com medo.
— Do que você tem medo? — Yoongi virou o corpo e ficou de frente para ele.
— Sempre que eu fecho os olhos eu vejo Barba-Ruiva em cima de mim, e todo aquele sangue... — Jimin fez uma pausa. O choro intensificou e os soluços ficaram mais altos. — Eles virão atrás de mim e vão fazer comigo o mesmo que fizeram com aquele pirata que estava na cruz...
A voz de Jimin falhou e ele parou de falar, dando lugar ao choro intensivo. O Capitão então fez algo que nunca imaginava que faria, nem em uma centena de anos. Ele se aproximou um pouco mais do corpo do Ômega e o abraçou, encaixando seu corpo no dele. Jimin se assustou com o ato repentino e deixou o corpo rígido. Os olhos arregalados e seu coração acelerou, mas ele não tentou se afastar, e se acalmou a medida que Yoongi sussurrava na altura de seu ouvido.
— Está seguro comigo, Jimin. Não vou deixar ninguém machucar você. — conforme ia sentindo o cheiro suave de rosas que exalava do Capitão, ele relaxou o corpo e parou de chorar, passando a respirar mais calmamente. — Feche os olhos.
Jimin sentiu suas pálpebras pesarem, ele estava com sono mas não estava conseguindo dormir. Assim que fechou os olhos, ele se aninhou um pouco mais dentro do abraço do Alfa, e o calor que sentia de seu corpo assim como seu cheiro, o deram uma sensação de estar protegido. O Ômega conseguiu adormecer quando finalmente sentiu que estava no lugar mais seguro do mundo; entre os braços do Capitão Min.
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Quando abriu os olhos na manhã seguinte, Jimin teve o pensamento de que o Alfa já havia se levantado para dar início as suas obrigações daquele dia. Mas ele sentiu um peso na lateral do seu corpo e notou que se tratava do braço do Capitão, que ainda permanecia abraçado à ele na mesma posição que ficaram na noite anterior. Jimin sorriu suspirando e continuou onde estava. O abraço do Capitão era quente e seu aroma natural de rosas o deixava sereno. Era bom estar alí.
Por um breve momento desejou não sair daquela cama nunca mais, mas a vida ainda continuava lá fora e logo um pirata bateu na porta para saber quais seriam as ordens de seu Capitão. Min acordou e abriu os olhos. O Ômega fingiu que ainda estava dormindo, enquanto ele se levantava com cuidado para não acordá-lo.
— O vento está forte, Capitão. — Taehyung o recebeu informando sobre as boas condições do tempo.
Todos estavam ansiosos por estarem em posse do segundo fragmento. A ansiedade era grande, eles sentiam que estavam cada vez mais próximos de encontrar o tesouro de Francis Bonny. Min caminhou pelo convés até chegar na proa e observou o horizonte à frente. Haviam apenas água e o imenso azul céu. Logo atrás, a tripulação aguardava ansiosa pela sua próxima ordem.
— Subam todas as velas! — Min comandou.
— Vocês ouviram o Capitão. — Namjoon acrescentou logo depois: — Ao trabalho!
Os tripulantes vibraram e correram cada um a sua função. Aqueles pirata nunca trabalharam com tanta vontade como naquele dia.
— Manejem os cabos! — o contramestre ditava ordens ao lado do Capitão.
— Todas as auxiliares à barlavento!
Os piratas seguiam correndo de um lado para o outro. Jimin apareceu no convés superior e ficou observando lá de cima o vai e vem deles. Para o Ômega, tudo parecia uma enorme confusão e ele não estava entendendo nada. Mas os Alfas e Betas sabiam exatamente o que estavam fazendo, nenhum esbarrava no outro.
— Segurem a retranca da gávea!
A embarcação logo ganhou velocidade e os bucaneiros gritaram e vibraram entre si, conforme o Black Swan avançava a caminho do horizonte. Estavam seguindo em direção ao Triângulo da Morte, mas ninguém pareceu se importar com este detalhe. Eles apenas queriam encontrar a terceira parte do mapa. Estavam julgando-se invencíveis.
— Chaerin. — o Capitão chamou a Alfa enquanto subia até onde Jimin estava. — Assuma o leme.
— Sim, senhor.
O Capitão se apoiou na grade de proteção, ao lado do Ômega. Com a velocidade atingida, o vento batia e espalhava os cabelos de ambos. Min achou aquela cena adorável, Jimin ainda estava com sinais de sono no rosto, as bochechas levemente avermelhadas e os fios bagunçados. Já o Ômega sorriu ao ver como o Capitão ficava diferente com suas madeixas castanhas livres ao vento. Jimin possuía um pedaço de pergaminho em sua mão, que ele logo tratou de entregar ao Capitão.
— O que é isto? — Min perguntou, recebendo o pergaminho.
— A tradução do segundo fragmento.
Min abriu e leu em voz alta:
— Quando a derradeira luz. — ele olhou para o Ômega que deu de ombros, sem entender o que aquilo significava. — o que isso quer dizer?
— Eu acredito que só vamos obter respostas concretas quando encontrarmos todos as outras cinco partes.
Yoongi assentiu e desceu para a cabine, reunindo-se com seu contramestre e logo depois, contando aos demais membros da tripulação sobre a nova parte traduzida. Como esperado, ninguém soube identificar ou dar sentido àquelas palavras.
Durante os dias de viagem, eles seguiam na mesma velocidade, só diminuindo temporariamente durante a noite, para evitar colisões acidentais com outras embarcações.
Demoraram cerca de um mês até chegarem próximos ao misterioso Triângulo da Morte, onde muitas coisas misteriosas e inexplicáveis aconteciam à todos que ousavam passar por aquela região. Como a maioria imaginou, o primeiro desagrado que ocorreu foi uma repentina tempestade que apareceu, aumentando ainda mais a força do vento, que, consequentemente, arrastava o navio em sua direção.
— Tempestade pela proa à bombordo. — Chaerin informou em voz alta.
— Estamos indo na direção dela a mais de dez nós. — Namjoon virou-se para o Capitão: — Capitão?
— Diminuam as velas! — Yoongi ordenou.
Os piratas voltaram ao trabalho temendo a forte mudança no tempo. O vento estava extremamente forte, causando ondas enormes, tão gigantescas que se atingissem o navio, corria o risco de destruí-lo.
— Protejam as escotilhas!
— Soltem a âncora e segurem firme!
Os esforços da tripulação pareciam estar cada vez mais inúteis. As ondas e os ventos empurravam o Black Swan e faziam com que ele quase virasse sobre o mar bravo.
Jimin estava dormindo na cabine do Capitão quando foi acordado pelo movimento brusco do navio, sendo lançado para fora da cama e indo parar no canto da parede. Ele sentiu seu braço doer fortemente e se levantou com dificuldade.
Perguntou-se se estavam sofrendo algum ataque e decidiu sair para entender o que ocorria do lado de fora. Ele se assustou ao ver a escuridão que cercava o navio e a sua volta. Ainda era dia, mas a tempestade estava tão forte que deixava o clima sombrio.
Jimin tentou voltar para a cabine mas uma grande onda bateu contra a embarcação e o lançou ao chão alguns passos a frente.
— Cortem os cabos! — ouviu Namjoon gritar antes que uma segunda onda, dessa vez muito maior, o atingisse arrastando com força e lançando-o para fora do navio.
— JIMIN! — Min gritou soltando as cordas e correu na mesma direção onde o garoto foi lançado. Sem pensar duas vezes, ele pulou atrás do Ômega fazendo o restante da tripulação ficar abismada.
O navio logo foi seguindo o curso do vento, e sem as velas para atrapalhara sua direção, o Black Swan se viu longe da perigosa agitação. Os tripulantes desceram botes e procuraram durante horas pelo Capitão Min e o Ômega, mas não havia nenhum sinal deles.
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