[65] Novos Rumos
Um ano depois...
Do ataque liderado por Jisung, a China tomou conhecimento tarde demais, porém, um bloqueio fôra montado entre os mares que cercavam as regiões do Nabuco, Japão, Coréia e a própria China para impedir que qualquer navio pirata se aproximasse e atacasse qualquer um destes reinos.
O bloqueio se encontra até os dias atuais, e por este motivo, o Black Swan não navegava pela Costa asiática, haviam pelo menos doze meses. No momento atual, ele seguia seu curso tranquilamente pelos mares do oceano índico.
O pequeno Jungwon estava sentado em um canhão, brincando com a cordinha do pavio. Seungmin o segurava para que o ômega não caísse, e o ensinava como manusear aquele aparelho:
— ... é aí mesmo que você ateia o fogo. — O atirador disse, como se o ômega estivesse compreendendo o que ele dizia. Ou talvez estivesse, já que ele estava brincando justamente com o objeto que o alfa explicava. — A bolinha vai sair do outro lado e destruir qualquer coisa coisa que estiver em seu caminho. Legal, não é?
Hyunjin estava sentado na mureta próximo a eles, rindo do intusisasmo de Seungmin. Ele desceu, puxou um punhal e se colocou diante de Jungwon.
— Mas isso aqui é bem mais legal. — Hyunjin afirmou, exibindo a lâmina para o pequeno. Jungwon foi atraído pelo brilho da lâmina e ficou prestando atenção no que o alfa espadachim dizia: — Você segura ela assim, bem firme, e rasga a garganta de qualquer um.
Dito isso, Hyunjin deslizou a ponta do punhal na madeira do navio, arranhando-o instantaneamente.
— Vocês estão assustando ele. — Jeongin disse se aproximando para retirar o pequeno ômega dali.
Mas para a sua surpresa, Jungwon começou a sorrir batendo palminhas. Hyunjin repetiu o processo e o pequeno sorriu ainda mais, batendo com as mãos no canhão.
Seungmin sorriu orgulhoso e indagou:
— Vocês viram isso? Ele quer atirar. — ele se virou para Jungwon: — Você quer atirar? Eu deixo. Deixa só o tio minnie ver um alvo para você.
— Ensinar à ele os dons da cura é muito mais producente. — Felix disse, juntando-se a eles.
Uma leve discussão se formou entre eles. Cada um com seu ponto de vista e discordando da opinião um do outro.
Enquanto isso, próximo ao anoitecer, Minho ensinava Jisung sobre os mastros, cabos e velas. A utilidade de cada um dos componentes, que dão velocidade ou diminuem a distância percorrida por um navio.
— Capitão. — Moonbyul o chamou.
— Sim? — Jisung e Minho responderam ao mesmo tempo.
Minho olhou para o pequeno com o cenho franzido. Jisung mordeu o lábio inferior, segurando o riso. Ele abaixou a cabeça ruborizado e coçou a nuca. O alfa sorriu, achando-o adorável.
— Há um navio se aproximando pela proa a estibordo. — Moonbyul continuou.
— Deixe-me saqueá-lo. — Jisung disse.
Minho suspirou estudando-o e assentiu no segundo seguinte. Moonbyul manobrou o navio e a tripulação diminuiu as velas para que o Black Swan deslizasse calmamente, até estar lado a lado com a outra embarcação.
A tripulação do navio mercante renderam-se inteiramente quando viram o navio de velas negras se aproximar sorrateiro. Quando vigas de madeiras foram postas entre as embarcações, estavam todos com as mãos erguidas e a cabeça baixa.
Changbin, Hyunjin, Billy e alguns outros piratas cruzaram o caminho até o navio mercante, Jisung seguiu por último. Tão calmo que nem parecia que estava prestes a roubar as cargas de um navio.
Ao descer pela rampa, o seu cheiro doce de Jasmim chamou a atenção dos alfas e betas que estavam no navio comercial. O próprio comandante ergueu a cabeça e olhou confuso quando, ao invés de um alfa forte - Changbin - liderar aquele ataque, era o ômega loirinho e de aparência angelical que estava no comando.
— Se renderam... — Jisung pensou em voz alta, caminhando entre os alfas e betas. — Que bom, vejo que são inteligentes. Seria uma pena se houvesse um banho de sangue desnecessário.
Quando Jisung passou pelo comandante, ele sentiu o alfa apertar sua bunda. No mesmo instante, Jisung puxou sua pistola e virou, apontando a arma na cara do alfa.
— Ah, você vai atirar, coisinha linda? — o comandante riu alto — Mas que traseiro gostoso você tem. — ele umideceu os lábios com a língua, descendo o olhar pelo corpo do ômega. — Vai machucar suas mãozinhas delicadas se apertar esse gatilho. É melhor que use essa mão para fazer o que os ômegas sabem fazer de melhor. Pegar no pau de um alfa.
Ainda encarando o alfa nos olhos, Jisung desceu a mão que segurava a pistola e a apontou diretamente para o pênis do comandante. O alfa só teve tempo de arregalar os olhos, e no mesmo segundo, o ômega apertou o gatilho e o disparo destruiu o órgão do comandante, que caiu urrando de dor, colocando a mão em sua região íntima e assustando-se ao notar que já não existia mais nada lá.
— Billy? — Jisung o chamou.
— Sim, Capitão? — o bucaneiro respondeu no mesmo instante.
Os marujos do navio mercante ficaram pasmos ao ouvirem aquele ômega ser chamado de capitão. Eles só ouviram falar em um ômega que conquistou esse posto em navios piratas, e o mesmo já havia sido executado há anos.
— Tire esse lixo da minha frente. — Jisung ordenou.
Billy assentiu. Ele agarrou o comandante que agonizava no chão, e o atirou em um outro canto do navio.
— Caramba... — Um dos alfas rendidos sussurrou baixinho.
— Obrigado.
Jisung sorriu para Billy e deu um largo passo a frente, para não pisar no chão sujo de sangue. Ele passou a mão na franja e jogou o cabelo para trás, caminhando até a cabine.
— Senhor, por favor, leve tudo de valor que temos. É tudo seu. — Um dos alfas gritou desesperado. Jisung parou de andar e o fitou, esperando que ele terminasse de falar. — Mas não faça isso...
— Isso o quê, alfa? — o ômega lúpus indagou desconfiado.
O marujo olhou para cabine e depois para Jisung. Não era preciso que ele dissesse mais nada, o ômega logo entendeu do que ele estava com medo.
— Acalme-se. — Jisung ditou, e virou para Changbin: — Podem levar as cargas do porão.
O contramestre assentiu e junto à ele, outros piratas desceram para saquear o estoque.
Jisung abriu a porta da cabine com cuidado e entrou devagar. Seus olhos percorreram toda a extensão do cômodo, e ele não encontrou mais ninguém, além de duas crianças escondidas atrás de uma estante.
Instantaneamente ele se lembrou dele mesmo e do seu irmão, quando o navio em que eles estavam seguia seu curso para a Coréia, e do quanto eles estavam assustados quando a tripulação do Black Swan invadiu o galeão.
— Olá. — Jisung falou com a voz suave, sorrindo gentil. — Sei que estão escondidos atrás dessa estante. Tudo bem, são muito espertos.
Jisung se aproximou um pouco mais e parou no estante que viu um par de olhos verdes o espiar por entre dois livros, e uma voz surgir logo depois:
— Você é um pirata?
— Sou sim. — Respondeu firme.
— Mas você é um ômega. — Outra voz disse.
— Isso não me impede de ser o que eu quiser. — Jisung contrapôs — Ômegas podem fazer tudo que alfas fazem, e até melhor.
Curiosos a respeito daquilo, dois garotinhos surgiram detrás da estante. Eram dois ômegas, sendo um deles pouca coisa maior que o outro.
— Primeira vez que eu vejo um ômega pirata. — o menor disse.
— E o que acharam? — Jisung perguntou.
Os garotos entreolharam-se. O mais alto deu de ombros e respondeu:
— Bem legal.
Jisung sorriu, assentindo. Ele retirou duas moedas de ouro do bolso e as entrou para os pequenos.
— Comprem vários brinquedos quando chegarem em casa. — O lúpus piscou para eles, sorrindo com a reação bastante animada que as crianças tiveram.
O ômega lúpus então saiu da cabine e indicou que Jared ficasse guardando a porta.
— Não permita que ninguém entre nessa cabine. — Jisung exigiu e o alfa assentiu.
Ao caminhar de volta para a rampa de madeira, Jisung viu com canto dos olhos que os alfas rendidos estavam olhando para ele. Quando virou o rosto para encará-los de volta, todos os alfas abaixaram a cabeça.
Jisung guardou a arma no cinto e cruzou o caminho de volta para o Black Swan.
— Ji. — Bangchan o chamou com voz baixa — Como você soube que estava grávido?
Jisung abriu a boca e a cobriu no mesmo instante, com uma mão.
— Channie...
— Shh! — O mais velho chiou, para que Jisung não fizesse alarme. - Eu acho que estou grávido... sinto-me um pouco enjoado esses dias.
— Fale com o Lix.
— É né... — Chan sorriu amarelo, já imaginando a reação do médico.
Percebendo a hesitação na voz do mais velho, Jisung decidiu resolver a situação naquele momento, e chamou pelo beta.
— Felix, precisamos de sua ajuda. — Jisung afirmou se aproximando da proa, e levando consigo o outro ômega.
— Em que posso ajudar? — Felix indagou.
Jisung fez um gesto com a cabeça, para que Bangchan contasse ao médico a sua suspeita.
— Acho que estou grávido.
— Eu sabia! — Felix disse, com as mãos na cintura. — Saiba que não vou correr atrás de abacaxi para ninguém!
Os ômegas entreolharam-se e riram.
— Eu nem gosto de torta de abacaxi. — Chan deu de ombros.
O médico examinou o ômega rapidamente, e logo constatou que ele realmente estava gestante. Com cerca de oito semanas.
— Yoongi já sabe? — Felix perguntou.
— Não. Ele ainda não me marcou, então nem deve fazer ideia.
— O quê?!! — O beta rosnou — Aah, mas... Yoongi! Venha aqui, agora!
Jisung tentou conter o riso, colocando uma mão na boca e saiu de fininho, caminhando na direção da cabine.
— O que eu fiz dessa vez? — o alfa perguntou quando se aproximou.
— Bang Chan está grávido. — o médico foi direto.
— Sério?! — Yoongi indagou e o ômega apenas confirmou com a cabeça. O alfa abraçou Chan tão fortemente, que quase o fez sufocar. — Precisamos pensar nos nomes...
— Precisa marcar seu ômega, isso sim. — Felix o lembrou — Pensa que é fácil sustentar uma gravidez sozinho, seu irresponsável...
O beta seguiu com seu sermão por um tempo, com Chan concordando com cada palavra, e Yoongi evitando revirar os olhos, para não apanhar dos dois.
Já dentro da cabine, Jisung estava sorrindo feito bobo, observando seu alfa brincando com Jungwon. Porém, seu sorriso murchou quando ele percebeu com qual objeto o pequeno ômega estava brincando.
— Uma pistola, Minho?! — Jisung se aproximou bravo.
— Não está carregada. — O alfa não deu importância.
Jisung estendeu a mão e o olhou com um semblante assustador. Minho pegou a arma das mãos do pequeno e a entregou para Jisung. Ele foi até a mesa e a depositou em cima, pegando um chocalho de brinquedo em seu lugar, e o entregou para o alfa.
Minho pegou o objeto e o chacoalhou duas vezes, olhando para ele. Jisung não conseguiu manter sua expressão zangada e começou a rir, achando muito fofo um alfa lúpus brincando com um chocalho de bebê.
O alfa entregou o brinquedo para o filho, e logo Jungwon se distraiu, chacoalhando-o.
— Eu ouvi um tiro. - Minho afirmou.
— Ah, foi eu castrando um idiota. — respondeu simples.
Minho apenas assentiu. Ao voltar sua atenção para Jungwon, ele se assustou ao notar que o ômega já não estava sentado próximo a ele, mas perto de uma estante, tentando alcançar um objeto brilhante.
— Parece que nisso, ele puxou você. — Minho declarou, sobre a habilidade que ambos os ômegas tinham em comum, de desaparecer diante das pessoas.
Jisung riu, se sentando na cama.
— Se ele for parecido em tudo, então, futuramente será sequestrado por uma outra tripulação de piratas e-...
— Eu mato todos eles. — Minho disse, interrompendo-o — Quero ver o alfa que vai levar meu filhote daqui.
— Mais que papai mais ciumento... — Jisung articulou, ainda sorrindo.
— Papapapa... — Jungwon gritou, irritado por não conseguir alcançar o que tanto desejava na estante.
Ambos olharam na direção dele e Minho caminhou até onde ele estava. Ele olhou surpreso para Jisung, ao perceber o que Jungwon estava querendo.
— Ele é um lúpus? — Minho perguntou.
— Não sei. Felix falou que só é possível saber por volta dos quatro anos. Por que?
— Esse não é o mapa do Imperium? — Minho perguntou para confirmar, erguendo o pergaminho e mostrando para Jisung.
— É sim. Posso ver as runas claramente.
Minho pegou o filho no colo, o levou até a cama e o colocou sentado no colchão, entre Jisung e ele. Também colocou o mapa diante do pequenino. No mesmo instante em que seus olhos tiveram contato com o mapa, Jungwon levou seus dedinhos até as figuras e traçou o caminho o caminho certo de cada uma delas, com a ponta do dedinho.
— Céus... — Jisung falou, boquiaberto — Ele é realmente um ômega lúpus.
Jungwon continuou estudando o mapa muito atentamente. Ele murmurou alguns sons que não eram possíveis de se entender, já que ele ainda estava aprendendo a falar.
Jisung tentou retirar o mapa dali, mas Jungwon segurou na outra ponta e o pergaminho rasgou. O pequeno começou a chorar no mesmo instante. Minho agarrou os dois pedaços e o levou até a mesa, também pegou uma vela e os colou novamente.
Jisung pegou o filhote no colo e o balançou para que ele parasse de chorar.
— Não chora, meu amor. O mapinha é todo seu. Papai minmin está consertando para você. Vamos ver a lua?
Assim que saiu da cabine, Jisung seguiu com o choroso Jungwon nos braços e caminhou até estar na popa da embarcação, onde eles podiam ver a lua mais claramente.
Quando viu o corpo celeste no céu, o pequeno ômega parou de chorar, e olhou para a lua com os olhinhos úmidos e brilhantes.
— É a lua. — Jisung explicou.
Jungwon não piscava, olhando-a encantado.
Quando Minho saiu da cabine, procurou pelos ômegas, encontrando-os poucos segundos depois na parte de trás da embarcação. Lee caminhou até eles levando consigo o pergaminho enrolado, e o entregou ao filhote. Jungwon agarrou o mapa enrolado e o escondeu, enconlhendo-se dentro do abraço de Jisung.
— Ele parece gostar bastante desse mapa. — o alfa falou — Deve gostar das runas brilhantes.
— Elas são realmente lindas. — Jisung articulou — Quando ele crescer, vou contar a história desse mapa e de toda a aventura que tivemos em busca do Imperium.
— Eu imagino que sim. — Minho disse, aquecendo ambos os ômegas dentro de seu abraço. Jisung riu baixo, soprado. — O que foi?
— Estava pensando em como eu estaria agora, se tivesse me casado com o Comodoro Choi. Provavelmente, minha vida seria bastante infeliz. Sempre fui otimista quanto a isso, por causa do que me ensinaram. Oh céus, como eu era tolo.
— Você não era tolo, era inocente.
Jisung ergueu o rosto e o fitou em silêncio por algum tempo, antes de falar:
— Obrigado por ter me tirado de um destino sem amor. Você me fez ser quem eu sou hoje.
Minho tomou um longo suspiro.
— Você sempre foi forte.
— Ele dormiu. — Jisung sussurrou — Aqui está frio, melhor levá-lo para dentro.
Minho concordou e ambos seguiram de volta para a cabine. Assim que entraram no cômodo, Jisung subiu na cama e se deitou no cantinho, abraçado a Jungwon.
— Está frio, hoje. — Jisung articulou — Podeira aquecer seus ômegas?
— Que tipo de alfa eu seria se não fizesse isso? — Minho indagou sorrindo, subindo na cama e logo em seguida, passando os braços entre eles.
Jungwon se moveu, zunindo alguns resmungos, e os dois mais velhos pararam de conversar. Jisung começou a cantar uma canção, em um tom muito baixo. Jungwon rapidamente caiu em um sono profundo.
Jisung sentiu a tranquilidade do pequeno e sorriu olhando para Minho. Mas o alfa acabou adormecendo juntamente com o filhote. Ele sorriu grande, observando a respiração calma do alfa e o quanto ele e Jungwon eram parecidos, até mesmo dormindo.
Jisung tomou um longo suspiro, beijou o topo da cabeça do pequeno, fechou os olhos encostando a testa no peito do alfa, ele adormeceu algum tempo depois.
Fim
Nessa quarentena eu estava muito mal. E em um dia eu tomei coragem e pedi pra Lari me deixar fazer uma adaptação da obra dela, e vocês não tem ideia do quanto eu amei.
Fico muito feliz de cada comentário, cada voto, parece que foi ontem que essa fanfic tinha só 3 views. Eu amo vocês demais. Eu gostei muito de passar essa experiência com vocês, muito obrigada por terem acompanhado a história até o fim.
Quem sabe eu volto com a segunda temporada se a Lari permitir.
Até a próxima marujos!!
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