Jimin correu sem olhar para trás, mas sabia que estava sendo perseguido. Subestimando o pequeno ômega, apenas um alfa o seguiu para capturá-lo, erroneamente imaginando que ele era o lúpus.

Ao adentrar na floresta e após ouvir os passos do alfa cada vez mais perto, Jimin olhou para trás e tropeçou em algumas raízes quando o viu a cerca de três metros, e caiu de costas no chão. O alfa sorriu, avançando contra ele.

Quando já estava quase em cima, Jimin apontou a pistola, fechou os olhos, como o Capitão Lee o ensinou ele apertou o gatilho. O barulho do disparo só não foi mais alto que o grito do próprio ômega, quando ele sentiu o corpo do alfa cair sobre o seu.

Assim que sentiu que seu perseguidor estava morto, ele grunhir ao passo que tentava sair debaixo dele, e continuou correndo, trêmulo e com os olhos embaçado em lágrimas.

Para a sua sorte, a primeira pessoa que encontrou em meio a uma luta entre piratas, guardas, nativos e agora, os recém libertos que se juntaram a defesa do lugar, foi o seu irmão.

— O que está fazendo aqui? — Jisung perguntou, escondendo-se com seu irmão atrás de uma árvore.

— Alma Negra... está na taberna... Capitão Lee... — Falou quase sem fôlego mas foi suficiente para que o mais velho entendesse o recado.

Jisung retirou o pergaminho de seu bolso e o colocou no do seu irmão.

— Caçador! — Ele gritou, tendo a atenção do alfa, que logo se aproximou matando mais inimigos pelo caminho, e perplexo por ver seu ômega onde não deveria estar. — Cuide dele.

Jungkook olhou confuso para Jimin e logo depois para o ômega lúpus que saiu correndo deliberadamente na direção da cidade.

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Alma Negra seguia avançando com seus ataques utilizando a sua espada e um punhal encaixado em seu outro punho, no lugar da mão perdida. A sua gargalhada era alta e aterrorizante. Os membros da sua tripulação atacavam todos de uma vez o Capitão Lee, que se defendia com sua espada e disparando contra os inimigos com sua pistola.

Quando a pólvora chegou ao fim, Lee a substituiu pelo punhal, interceptando um golpe no peito, afastando o metal para longe. Um alfa correu pela lateral segurando uma machadinha, pronto para abatê-lo, mas Lee se agachou e o golpe acertou um outro alfa que estava do outro lado. A arma ficou presa no meio do crânio dele.

Minho se aproveitou e cravou o punhal no coração do alfa que tentava puxar o machado de volta. Seguindo com os ataques, Lee desenterrou a machadinha e a lançou para trás, acertando o centro do peito de um outro alfa que correu para lhe atacar covardemente pelas costas.

No mesmo instante, outros dois piratas chegaram pelas laterais, ele lançou o punhal contra Alma Negra, distraindo-o por tempo suficiente para que Lee se abaixasse, ele girou o corpo e deslizou a lâmina da espada, abrindo o abdômen dos dois piratas.

— GRRR!! — Alma Negra rugiu de ódio, puxando o punhal que cravou em seu braço. — Maldito!

Alma Negra ergueu a espada avançando em um ataque mortal, Minho girou no chão para o lado e passou por debaixo de uma mesa. Enquanto levantava se defendendo de novos ataques, Lee recebeu um chute no rosto que o fez tombar para o lado, brevemente atordoado.

Alma Negra lançou a mesa para longe, acertando sem querer - ou não - os seus próprios companheiros. Minho girou para atacá-lo, mas o piratas desprezível também lançou-se em um ataque, fazendo as lâminas se chocarem uma na outra. Lee sentiu um pé acertar seu peito e ele perdeu todo o ar que tinha em seus pulmões, sendo lançado para trás. Ele bateu de costas contra uma parede.

Mais piratas do Estrela da Morte chegaram pelos lados, e Lee os acertou com sua arma. Alma Negra o atacou de frente, a espada foi interceptada pela de Minho, já o punhal deslizou para dentro da carne de seu ombro, e ele rosnou de dor. Alma Negra riu alto.

A mão que segurava a espada fraquejou devido ao golpe, mas Lee não a largou, girando o braço para que a lâmina acertasse Alma Negra, mas o piratas mais velho foi mais rápido e puxou um alfa para servir de escudo. O dito atingido teve o peito rasgado e caiu no chão sem vida. Minho estava cada vez mais cansado, devido a enorme quantidade de inimigos que enfrentava. Dentro da taberna haviam cerca de quarenta alfas, e mesmo que tivesse ceifado a vida de alguns deles, o número apenas parecia aumentar.

Uma lâmina vindo entre vários corpos, rasgou o braço de Minho e junto a vários ataques seguidos, ele deixou a espada cair no chão. Com a visão do Capitão Lee turva devido ao sangue e suor, Alma Negra conseguiu acerta-lhe um soco fazendo-o cair sobre uma mesa, e quando Lee se reergueu com as costas apoiadas na parede, foi recebido pela ponta de uma espada, que transpassou a lateral de seu abdômen e o fixou contra a parede de madeira.

— Parem! — Alma Negra gritou, e os alfas que estavam prontos para dar um fim a vida de Minho, obedeceram no mesmo instante. — Ele é meu!

Minho abriu a boca e uma golfada de sangue escorreu junto a um gemido de dor. Alma Negra ergueu o punho que possuía uma lâmina em vez de uma mão e o posicionou para cravar o punhal no olho do Capitão Lee.

Jisung surgiu pulando sobre uma janela, correu por cima das mesas e se jogou contra o corpo montanhoso do Alma Negra. O pirata mais velho, surpreso com seu ataque, se desequilibrou dando alguns passos para o lado. Um alfa surgiu e agarrou o ômega por trás, puxando-o de seu capitão, e tentando se defender dos ataques, enquanto o Jisung se debatia. Mais três piratas o ajudaram a contê-lo.

Quando Jisung viu o seu alfa preso na parede com uma espada na lateral de seu corpo, ele gritou em meio a angústia:

— MINHO! — Jisung chutou quem o segurava tentando salvar seu alfa.

A lâmina que Jisung utilizou em seu ataque ficou cravada no alto das costas de Alma Negra, que só agora a sentiu e puxou o objeto de metal.

Jisung lançou a cabeça para trás, acertando o nariz de um alfa, pisou fortemente no pé de outro e conseguiu se libertar. Ele tentou atacar Alma Negra novamente, mas foi impedido quando uma mão enorme se apoderou do seu pescoço, e o ergueu do chão.

— Então é você, seu pestinha! — Alma Negra rosnou sorrindo, com seus olhos vermelhos.

Diante da cena, Minho rugiu de ódio e agarrou a lâmina da espada com as mãos nuas e a puxou para fora de seu corpo, fazendo mais jatos de sangue vazarem do grave ferimento.

— Solte-o! — Lee gritou, avançando com a espada coberta pelo próprio sangue.

Minho estava mais devagar e zonzo, devido aos ataques e a alta perda de sangue. Alma Negra lançou o ômega para o lado, fazendo-o cair sobre algumas mesas, e com a ajuda de dois membros de sua tripulação interceptou facilmente o golpe de Minho.

Alma Negra se aproximou do Capitão Lee e o chutou algumas vezes, pisou na lateral de seu rosto contra o chão, fazendo-o olhar na direção em que os alfas mantinham Jisung imobilizado.

— Sabe o que vamos fazer com seu ômega quando ele não tiver mais serventia? — Alma Negra questionou, e logo depois ele e sua tripulação asquerosa riram alto.

Alma Negra então retirou seus pés imundos do rosto do Capitão Lee e agarrou o braço do ômega, levando-o consigo à força. Minho tateou pelo chão e recuperou seu punhal. Ele se ergueu apoiando-se nas cadeiras e mesas jogadas e avançou contra Alma Negra, mas recebeu o golpe de uma clava nas costas, que o fez cair de joelhos.

— Mas que decepção... — Alma Negra comentou, ao ver Minho ainda tentando se levantar e impedí-lo de levar seu ômega. — Matem-no.

Como se já não bastassem as críticas lesões em seu corpo e ver seu ômega ser levado pelo alfa mais bárbaro que ele já conheceu, Minho teve o caminho até ele bloqueado pelos alfas da tripulação inimiga, que o cercaram como um bando de hienas inquietas ao ver sua presa, aparentemente fácil.

Lee encolheu o ombro machucado e colocou uma mão no ferimento do abdômen. Munido com seu punhal na outra mão, ele foi se defendendo dos ataques até quando não aguentou mais e caiu de costas em uma mesa.

Os alfas discutiram rapidamente sabre quem daria o golpe final, o vencedor empunhou uma espada e quando a ergueu, pronto para enterrar no coração de Minho, Hyunjin e Jungkook foram os primeiros a surgir pela porta, sendo seguidos pelo restante da tripulação do Black Swan.

Ao ver o pirata com a lâmina perto de ceifar a vida de seu Capitão, Hyunjin lançou sua katana como uma lança, e esta, atravessou o tórax do alfa. Notando que sua tripulação estava cuidando dos malditos, Lee se levantou e seguiu tombando até a porta, ainda querendo seguir Alma Negra. Ele deu de cara com Felix que vinha chegando, e o beta quase caiu para trás ao ver o irmão mutilado daquele jeito.

— Bang Chan, pegue a minha bolsa no quarto! — O médico ordenou.

— Não! — Minho rosnou empurrando-o — Jisung... vão atrás dele! Alma Negra o levou!

Chan parou no terceiro degrau e precipitou-se:

— O quê?! Não! Precisamos salvá-lo!

— Bang Chan, você não ouviu o que eu disse?! — Felix gritou de volta, mas foi ignorado pelo ômega que parecia fora de si.

— Ele...

— Você vai morrer se não me deixar cuidar disso! — Felix gritou, impedindo-o de se levantar.

— Ele tá grávido porra! — O capitão gritou. O beta, assim como os outros ficaram sem reação durante alguns segundos. — Eu não tenho certeza, mas sinto pela marca.

— Céus! Jisung... — Jimin começou a chorar ainda mais.

Aproveitando-se da distração do médico, Minho o empurrou de seu caminho e se levantou.

— Espera... — Hyunjin considerou — Seungmin estava no Black Swan.

— Changbin também... — Felix sentiu uma pontada no coração.

O espadachim franziu o cenho e olhou para o capitão.

— Onde está o Jeongin?

— Eu o mandei para o navio. E onde vocês estavam que não foram para o Black Swan quando mandei?!

Os piratas hesitaram.

— Fomos com o Jisung proteger a aldeia. — Bang Chan revelou.

Todos os alfas e betas olharam enfurecidos para o ômega, que estava bem protegido perto de Yoongi.

— Eles tinham um fragmento. — Billy acrescentou, como se fosse diminuir o fato de terem desobedecido.

— O q-... — uma corrente de dor fez o capitão fazer uma breve pausa e respirar profundamente. — Isso não importa agora... vamos roubar um navio e ir atrás deles imediatamente!

Pouco se importando se Felix, terminou o curativo provisório, Minho pegou suas adagas, seguindo até a porta.

— Mas capitão. — Junbuu os lembrou — São quase trezentos alfas... não temos chance.

Minho o ignorou. No lado de fora, ele ficou surpreso ao ver uma enorme quantidade de alfas, betas e ômegas. Todos estavam munidos de arcos e lanças feitos manualmente com materiais da própria floresta. O capitão piscou atônito, perguntando-se quem seriam aquelas pessoas e por que estavam ali. Logo atrás dele, o restante da tripulação foi saindo aos poucos da taberna, e Jimin parou ao lado do lúpus, igualmente impressionado.

— Quem é essa gente toda? — Jungkook indagou, próximo ao ômega.

— Kunta... — Jimin murmurou olhando para o ômega em questão, e o mesmo sorriu para ele.

Os olhos do capitão moveram-se lentamente encarando cada uma daquelas pessoas, até pararem diante de um alfa que estava à frente dos demais.

— Sou Kinte. — o alfa se apresentou, dando um passo à frente. — Devo a minha vida àquele ômega, e se com ela eu puder ajudar a salvá-lo, a minha lança é sua. — Ele ergueu a arma, e os demais do seu povo fizeram o mesmo.

A princípio, Lee ficou sem reação. Aqueles eram os que seu ômega ajudou a libertar, quando ele próprio se negou a permitir tal ato. No entanto, no momento em que ele mais precisava de reforços, aquela multidão de alfas, betas e ômegas estavam dispostas a arriscar suas vidas, para resgatar o ômega dele.

Minho encarou o alfa, reconhecendo que nada fez para receber aquele auxílio, mas assentiu, apreciando a postura altruísta daquelas pessoas.

Continua