50. Alma Negra
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[Não revisado]
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Assim que chegaram na hospedaria, Yeosang viu seu irmão seguindo para o corredor em que ficava o quarto do caçador, antes que pudesse dizer qualquer coisa, ele foi rebocado até seu quarto pelo Capitão.
Jongho fechou a porta, retirou as botas e foi lavar as mãos na pia do lavabo, enquanto Yeosang caminhava aflito até a janela. Ele espiou a rua pouco movimentada e o caminho até a floresta.
— Você ignora totalmente minhas ordens. — O Ômega girou para encará-lo e viu o Capitão saindo do banheiro, sem camisa. — Eu sou uma piada para você?
— Não! Jongho, você não acha nem um pouquinho errado aquelas pessoas serem vendidas como escravos?
— O problema é que eu não me importo com elas, Yeosang. Parece que você esqueceu o que eu sou.
O Ômega suspirou caminhando até estar diante dele. Yeosang elevou a mão e a pousou do lado esquerdo do peito do Alfa
— Não é possível que nesse coração não tenha sequer um pingo de compaixão.
Jongho encarou aqueles olhos azuis e intensos, mas não respondeu. Yeosang segurou em seus braços girando seu corpo, e o empurrou fazendo o Alfa cair sobre o colchão.
Yeosang subiu logo atrás. O Capitão ainda foi se levantar e sem pensar direito no que estava fazendo, o loiro acertou uma tapa na bunda dele. Ele olhou para o Ômega com o cenho franzido. Yeosang levou a mão até a boca, escondendo o riso.
— Sua massagem... fique deitado.
Jongho soltou um suspiro e encostou a bochecha no colchão, com Yeosang posicionado em cima dele, sentado bem em cima da parte traseira das coxas do Capitão. Ele fechou os olhos quando sentiu as mãos do Ômega trabalharem entre suas costas e os ombros.
— Eu não faço isso de propósito — Yeosang começou. — Não é minha intenção ignorar suas ordens...
— Pois para mim, parece que você faz de propósito. — Choi fez uma pausa e logo depois acrescentou: — Se eu usasse minha voz de comando, você me obedeceria.
Yeosang apertou os ombros dele com força e o Alfa gemeu.
— Prometa que nunca vai fazer isso!
— Não preciso prometer, nunca faria isso com você. Nunca usei com Ômega algum.
— Hm...— a massagem voltou a ser suave. — Então seu ponto fraco são os Ômegas...
Jongho girou o corpo e agora ficou deitado, de frente para Yeosang.
— Meu ponto fraco é você. E ao mesmo tempo, o meu forte.
Yeosang se acomodou novamente, dessa vez sentado sobre os quadris do Capitão.
— Eita que não é apenas seu ombro que está duro...
— Você me deixa assim. — Choi fixou as mãos em sua cintura e o puxou para si.
Yeosang inclinou o corpo para frente, até encontrar os lábios do Capitão. As mãos do Alfa já entrando por dentro da roupa do mais novo, explorando-o.
— Mas não fazem nem duas semanas que teve seu rut... — Yeosang articulou respirando com dificuldade, ao passo que Choi o estimulava.
— Preciso estar no cio para desejar o meu Ômega? — Yeosang sorriu erguendo os quadris para que o Alfa retirasse sua calça e a roupa íntima.
Yeosang imaginou que depois de ser marcado, a libido do Alfa diminuiria consideravelmente, visto que o lobo de Yeosang já pertencia ao dele, e vice versa. Mas estava obviamente enganado.
Jongho os virou, invertendo as posições. O membro dele ficava mais coberto pelo lubrificante do Ômega, à medida que escorregava entre suas coxas. Com um único movimento de quadril, ele o penetrou deslizando até o fundo. Yeosang gemeu seu nome, sem se incomodar se alguém poderia ouvir. Ele estava amando o seu Alfa e não tinha nada de errado nisso.
Yeosang deslizou as mãos pelas costas de Jongho, fincando as unhas na pele e arranhando-o levemente. Tudo estava mais intenso. Ambos podiam sentir seus toques de um jeito mais acentuado. A marca os conectava de uma forma, como se eles fossem um só. Até mesmo o orgasmo um do outro eles sentiam, o que deixava o ato ainda mais febril.
— Eu amo você. — Choi afirmou, deixando alguns selinhos pelo rosto dele.
O Ômega sorriu, retribuindo:
— Eu também te amo. — Yeosang estava deitado de barriga para cima, o Alfa então desceu um pouco mais e deitou a cabeça em seu peito, abraçando-o pela cintura. Yeosang inclinou a cabeça e beijou o topo da cabeça dele.
Ainda com os pensamentos nos escravizados libertos e nos nativos, Yeosang permaneceu encarando o teto, reflexivo. Jongho, por outro lado, havia adormecido sentindo os dedos do Ômega deslizando entre seus fios negros.
Yeosang sentia-se muito envergonhado pensando no que tentou fazer – roubar o pedaço do mapa –, não conseguia dormir com o peso na consciência. Muito menos agora que estava quase certo de que a aldeia seria atacada. Ele olhou para baixo e viu que Choi ainda dormia sereno. Com certo esforço, conseguiu sair debaixo dele, sem acordá-lo, pegou as armas e saiu do quarto, com cuidado.
No andar térreo, ele encontrou os Alfas e Betas da tripulação se preparando para voltar ao Black Swan.
— Preciso da ajuda de vocês.
— E o que seria? — Taehyun indagou e os outros também prestaram atenção.
— Os nativos estão com um grande problema e a culpa é toda minha...
— Por causa dos escravizados? — Chaerin presumiu. — Era de se esperar. Você libertou todos de uma só vez, Yeosang. Claro que os donos deste lugar não iam ficar calados.
— Sim. Céus... por isso que eu preciso da ajuda de vocês.
— O Capitão mandou a gente ir direto para o Black Swan — Jared os lembrou. — Foi mal aí, Yeosang.
— Eu sei, mas...
— Eles que se fodam. — Outros piratas concordaram.
— Eles possuem um dos fragmentos. — Jimin os interrompeu com a revelação, e isso fez com que todos parassem o que estavam fazendo. — Eu o vi quando fui lá. Até tentei roub... pegar emprestado, mas fui pego em flagrante.
— Eu fiquei dias procurando, em todos os lugares desse maldito inferno e você só diz isso agora?! — Billy esbravejou.
— O Capitão precisa saber — Taehyun afirmou. — E ele vai ficar uma fera...
— Não! — Yeosang exclamou. — Ele vai ficar muito bravo e é bem capaz que mande matar toda a aldeia só de raiva.
Taehyun olhou ao seu redor, e deu de ombros quando nenhum dos que estavam presentes se manifestou.
— É. Acho que ninguém se importa.
— Veja, nós podemos juntar o útil ao agradável. Ele vai ficar muito, muito bravo, vai querer descontar toda a raiva em alguém, e ele não vai fazer isso em mim. Vocês sabem, sou o Ômega dele. Já a tripulação... Imaginem, o Capitão Choi de mau humor durante semanas...
— Já entendemos. — Jared o cortou. — Podemos pegar o fragmento enquanto damos uma passada por lá. O Black Swan não vai sair do lugar. Pegamos o fragmento e depois vamos para o navio.
— E vão ajudar a aldeia também. — Yosang acrescentou.
— Eu também vou. — Jinkin afirmou.
— Eu não quero atrapalhar, então vou ficar aqui. — Yunho disse, subindo as escadas — Vou para o meu quarto arrumar minhas coisas.
Yeosang respirou aliviado ao ver o irmão sumir pelo corredor. Saber que Yunho ficaria a salvo, era menos uma preocupação para ele.
— Vamos. — Até mesmo Mingi, que queria encontrar o tesouro o quanto antes, se prontificou.
Os piratas seguiram sendo guiados por Yeosang, e como o Ômega imaginou, assim que chegaram na aldeia, estava acontecendo uma batalha entre os aborígenes, a guarda Real e alguns Alfas de aparência abominável.
A tripulação logo se juntou à luta, que estava mais vantajosa para os guardas. Kauana estava sozinha contra um grupo de cinco Alfas, e a construção que guardava o fragmento estava completamente exposta.
Para todos os lados tinham corpos caídos espalhados pelo chão. Yeosang viu o xamã entrando na habitação e correu atrás, quando viu um Alfa seguir o mais velho. Byue tentava proteger a relíquia sagrada quando foi atacado, o golpe só não foi fatal porque Yeosang atirou nas costas do Alfa, fazendo o mesmo perder a precisão de seu ataque e acertar o Gama no braço.
Yeosang atirou novamente, e o Alfa caiu no chão sem vida.
— O que faz aqui? — Byue perguntou, pressionando o ferimento do braço.
— Eu senti que isso ia acontecer, por causa das pessoas que ajudei a libertar. Eu precisava fazer alguma coisa para ajudar vocês. Sei que me expulsou mas...
Byue o interrompeu, segurando em suas mãos.
— Você é um bom Ômega. Corajoso, de alma forte e pura. Tenho certeza que esse ataque não foi porque você libertou aquele povo. Yahto sempre faz isso e nunca aconteceu tamanho ato covarde. A Lua está nos castigando porque me recusei a enxergar que você é o verdadeiro possuidor da relíquia. — O xamã retirou a fragmento da tábua, o enrolou como pergaminho e o entregou para o lúpus — Tome.
— Tem certeza?
O xamã assentiu.
— Só você pode enxergar o que tem escrito, então é com você que a Lua quer que ele fique.
— Obrigado.
Mais do que a satisfação de ter conseguido o sexto fragmento, era o alívio de não ter que ver a tripulação tomando-o com mais violência.
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Jongho acordou com um disparo de uma arma. Ele estava abraçado a um travesseiro com cheiro de jasmim. Ele se levantou da cama, vestiu sua roupa, calçou as botas e empunhou todas as suas armas.
Assim que saiu do quarto, viu Yunho parado no fim do corredor, com uma expressão assustada e olhando para todos os lados, completamente perdido sobre o que fazer. Jongho correu até ele, e ao passar pelas escadas, viu rapidamente que uma tripulação estava invadindo as estalagens.
— Onde está o Yeosang? — Choi perguntou. O Ômega abriu a boca mas estava nervoso demais para responder, ou estava com medo da reação do Capitão. Jongho viu algo em seu ombro e franziu o cenho enquanto retirava uma pistola do cinto. — Está machucado?
— Não! — Yunho respondeu nervoso, puxando a camisa para cobrir o ombro.
— Está marcado... — o Ômega abaixou o olhar, envergonhado e outro disparo junto ao som de um grito desesperado fez o Alfa voltar a si. — Sabe atirar?
— Não.
Jongho pegou a pistola e a colocou entre as mãos do mais novo, com o dedo já no gatilho.
— Só precisa apertar isso daqui quando mirar em alguém. — Choi tentou ensinar rapidamente. O Ômega sem querer apontou para ele, Choi então guiou a arma para outra direção. — Não em mim!
— Desculpe.
— PEQUENO JON, SEI QUE ESTÁ AQUI — A voz de Alma Negra soou alto nos ouvidos de todos que estavam naquele local. — NÃO VAI VIR DAR UM OLÁ AO SEU CAPITÃO? NÃO TEM MAIS NINGUÉM PARA MATAR AQUI... ESTÁ FICANDO CHATO, MALDIÇÃO!
— Quem é? — Yunho questionou baixinho.
— Meu antigo capitão... Fique atrás de mim.
Yunho assentiu e segurou o cabo da pistola com mais força, enquanto seguia o Alfa lúpus colado às suas costas. Eles estavam no andar de cima, era muito alto para pular com o Ômega, logo, o único caminho era este, ou esperar que a tripulação subisse para buscá-los.
Jongho mantinha uma pistola apontada para o Alma Negra e uma espada na outra mão, sempre olhando ao seu redor.
— Quanto tempo, Choi Jongho. Nem parece que foi aquele grumete assustado implorando pela vida.
— Como vai a sua mão? — Choi questionou.
O sorriso de Alma Negra diminuiu. Ele notou outro par de pernas atrás do Alfa e ignorou a pergunta irônica.
— Não me diga que o Ômega lúpus é essa coisinha pequena atrás de você. Tsc, tsc, tsc... Você cuidou muito bem do meu navio, sendo assim, se me entregar o Ômega sem resistir, eu prometo que vou te matar rapidamente e sem sofrimento.
— Você, tentando negociar... — Jongho sorriu, à medida que caminhava de costas, guiando Yunho atrás dele, até uma das saídas. — Se não te conhecesse diria que está com medo de mim.
— Escolha errada. — Alma Negra pressionou o dedo no gatilho.
Jongho atirou de volta e gritou para Yunho:
— Fuja!
O Ômega assentiu e girou correndo em disparada na direção do único lugar que conhecia, a aldeia dos nativos. Jongho não o seguiu, para segurar a tripulação do navio Estrela da Morte e também, o próprio Capitão dele, Alma Negra.
Continua.....
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