5. Na Companhia de Piratas
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[Não revisado]
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O pequeno bote seguia com Yeosang e Hueningkai na direção do Black Swan. O Ômega não ousava olhar para trás nem uma vez sequer. Estava torcendo que o Capitão decidisse zarpar assim que voltasse para o navio.
Aquela Ilha era medonha e Yeosang ainda podia sentir os toques daquele Alfa velho pelo seu corpo, e o cheiro de alguma bebida barata que exalava de suas vestes. Nunca mais, em toda a sua vida, ele iria querer voltar para lá um dia. Ele olhou para o pirata que remava sem parar, almejando chegar logo no navio para enfim poder voltar para a sua diversão que foi interrompida.
— Quanto tempo vamos ficar? — Yeosang quebrou o silêncio.
— Não sei. Depende do Capitão.
— E quanto tempo ele costuma demorar aqui?
— Três à quatro dias mais ou menos. Ele passa mais quando está em seu período de rut.
— Há muitos Alfas na tripulação... — Yeosang pensou consigo mesmo. — Vocês sempre vem aqui quando... estão... você sabe.
— Se o Alfa tiver a sorte de estarmos próximos à Ilha, sim. Caso contrário, ele ficará trancado no porão enquanto agoniza sozinho.
— E o... — Yeosang limpou a garganta. — O Capitão Choi também?
— Não. O Capitão é diferente. Ele é um lúpus, não pode ficar sozinho. Na última vez ele quase... por isso a cada seis meses nós viemos aqui.
Yeosang engoliu em seco sentindo um arrepio percorrer todo o seu corpo, imaginando o quão intenso poderia ser o cio de um Alfa lúpus. Lembrou-se de quando havia ficado preso no porão, a tortura que foi ficar durante algumas horas. Pensou nos Alfas que tiveram que ficar lá durante seus dias de rut. Isso era uma coisa horrível, e Yeosang sentiu vontade de vomitar.
Quando chegaram bem próximos ao navio, Hueningkai o ajudou a subir encaixando os pés em uma espécie de escada feita com a corda. Mas ele permaneceu no barco ávido para voltar a ilha, e mandou Yeosang subir sozinho.
— Eu não consigo sozinho. Vou cair.
O pirata revirou os olhos e esticou os braços para frente.
— Eu vou te agarrar se você cair. Continua, é só subir.
Ainda com bastante medo, Yeosang continuou seguindo seu caminho. Quando estava quase lá em cima, ele olhou para baixo e para seu desespero, o pirata já estava se afastando com o bote na direção da Ilha.
— Céus... — Yeosang sussurrou. — Ei! Você disse q-...
— Sobe logo! — Hueningkai gritou quando viu o Ômega hesitar.
— Eu vou cair! — Yeosang fechou os olhos e travou suas mãos e pés na escada.
— Você não vai cair! — Hueningkai gritou de volta, mas o Ômega permanecia parado com os olhos fechados. — Se você não começar a subir agora mesmo eu subo aí e te derrubo!
Yeosang não levou aquelas palavras à sério, ele sabia que aquele pirata não teria coragem de fazer isso depois da ameaça que seu Capitão fez na praia. Mas já estava ficando sem forças para se segurar e muito em breve ele iria cair.
Sentiu duas mãos agarrarem seus antebraços e quando olhou para cima, o navegador estava lhe segurando com firmeza, com metade do corpo debruçado para o lado de fora do navio.
— Vem! — Beomgyu indicou.
— E-eu tenho medo.
— Estou segurando você — O navegador afirmou ainda com calma. — Não vou soltar. Sobe.
Beomgyu puxou seus braços para cima, impulsionando-o a subir e o Ômega seguiu seu chamado. Ele ergueu um pé e depois o outro, logo já estava no topo de sua subida.
Yeosang colocou as mãos nos ombros do navegador para se equilibrar enquanto o outro envolveu sua cintura e o puxou para dentro do navio.
— Você confiou em mim — Beomgyu o estudou com sua expressão calma. — Não gosta de piratas, mas confiou em mim.
— Obrigado.
— Eu não... — Yeosang negaria o fato de não gostar de piratas, por educação. Mas o navegador parecia ser gentil e merecia sua sinceridade. — Não. Desculpa.
— Tudo bem, nossa fama não é das melhores — Beomgyu sorriu sem graça. — Com o tempo você vai perceber que sempre ajudamos uns aos outros e somos todos fiéis ao Capitão.
— Bom, pelo menos alguns eu já sei que são bons homens. — Disse se referindo ao Beta.
Beomgyu sorriu assentindo. Ele o estudou enquanto Yeosang observava a Ilha de Folsom pouco distante.
— Sei o que aconteceu lá — Chamou sua atenção e Yeosang girou para fitá-lo. — Está se perguntando se o Capitão faria mesmo aquilo, não é?
— E faria?
— Não. — Beomgyu respondeu sem nenhuma hesitação.
Yeosang suspirou olhando para a Ilha mais uma vez.
— O que seria um bom Alfa para você, Yeosang?
Em outra ocasião Yeosang responderia que são aqueles que possuem boa família, um ótimo trabalho e uma posição respeitada na sociedade. Mas ao conhecer aqueles piratas, tão brutos e ignorantes, mas ao mesmo tempo, leais uns aos outros, ele lembrou novamente das histórias que seu irmão mais novo lhe contava, concordando mentalmente que afinal de contas, eles eram realmente Alfas e Betas valentes e corajosos. Diferente de alguns amigos do seu pai, que só frequentavam a sua casa mediante algum interesse financeiro, ou em seus filhos.
Beomgyu não insistiu naquilo, ele já sabia que o Ômega havia chegado à uma conclusão por si só. Ele então girou e caminhou em direção à passagem que os levaria ao porão.
— Vem.
— Espera... Beomgyu, certo? — O navegador olhou para trás e confirmou: — Por favor, não me deixe naquele lugar escuro. Lá é frio e nojento. Úmido. Há ratos e insetos por todos os lados.
Beomgyu estudou o Ômega sabendo que sozinho, ele não poderia fazer muita coisa que prejudicasse o navio. Mas também não podia deixá-lo livre, sem o conhecimento do Capitão. Ele olhou na direção da Ilha, imaginando que neste momento Choi estaria bastante ocupado para resolver essa questão. Beomgyu então girou na direção contrária ao porão, seguindo até a frente da embarcação.
— Vamos falar com Seonghwa. — Afirmou passando por Yeosang, que o seguiu de imediato.
Ao passo que se aproximavam, Yeosang notou que dois homens estavam sentados bem próximos, na proa do navio, enquanto tomavam vinho. Eles riam e conversavam baixo, divertindo-se entre eles.
— Com licença, senhor — Beomgyu se aproximou do contramestre: —, onde devo colocar o Ômega? Ele não quer ficar no porão.
Seonghwa suspirou irritado, por ter seu momento com o médico da tripulação interrompido.
Ele se dirigiu ao Ômega:
— Pensa que está em seu castelo, alteza? — Yeosang não respondeu. — Se está insatisfeito com as acomodações no porão de carga, posso eu mesmo amarrá-lo do lado de fora do navio se preferir.
Seonghwa relaxou o corpo quando sentiu a mão do médico que lhe fazia companhia naquela noite, pousar suave em sua coxa.
— Vamos ter calma. Yeosang, sente-se ao meu lado — Hongjoong pediu com semblante sereno, sorrindo pouco, mas simpático. O Ômega hesitou, olhando para Seonghwa com o canto dos olhos. — Não tenha medo, ninguém vai machucar você.
Yeosang viu que o médico não apresentava nenhuma ameaça para ele, parecia estar falando a verdade. Ele então resolveu ceder e se sentou em um caixote ao seu lado.
— Meu nome é Hongjoong. — Ele se apresentou, sorrindo calmo — Está com fome? — Yeosang assentiu. — Gyu, pede pro Junbuu preparar alguma coisa para ele comer. Uma sopa talvez.
Beomgyu assentiu e foi em busca do cozinheiro.
Quando o médico segurou nas mãos de Yeosang, notou como seus pulsos estavam arroxeados e maltratados.
— Como Jongho permitiu que fizessem isso? — O médico questionou incrédulo. — Que absurdo.
— Está falando do seu Capitão, Joong. — Seonghwa o lembrou.
— E daí? Sou mais velho que ele. — Hongjoong suspirou, examinando os braços do Ômega. — É um inconsequente. Ele está com marcas nos braços também...
— E você queria que o Capitão o deixasse livre pelo navio?
— Claro que não, olhe para ele. — O médico respondeu fingindo preocupação: — Que Ômega feroz, a tripulação corre grande perigo. Ui, que medo.
Yeosang tentou segurar o riso mas não conseguiu, enquanto Namjoon comprimiu os lábios revirando os olhos.
— O Capitão não vai gostar nada disso.
— Depois eu me entendo com ele. — Hongjoong respondeu totalmente despreocupado. — Seja útil e me arranje algumas gazes.
Seonghwa respirou fundo e saiu a procura do que o médico lhe pediu.
— Vocês se parecem um pouco — Yeosang comentou, depois que o Alfa e sua presença intimidadora se retiraram.
— Quem?
— Você e o Capitão Choi.
— Ah, sim — Hongjoong sorriu, assentindo. —, nós somos meio irmãos. Minha mãe teve um caso com um pirata conhecido como Choi, o estripador. Ela engravidou dele e meu pai jurou matar a criança assim que ela nascesse. Com medo, minha mãe entregou o Jongho para que uma família de pescadores o criasse em segredo. Ela sempre me levava para visitar meu irmão às escondidas. Mas quando completou quatorze anos, Jongho se juntou a uma tripulação pirata e só voltou quando se tornou Capitão do Black Swan. Nossa mãe já tinha falecido e como eu não queria mais viver ao lado de um pai alcoólatra e abusivo, me juntei ao meu irmão.
— E o que aconteceu com o pai dele?
— Foi preso e condenado à forca — Nesse momento, Seonghwa retornou e entregou as gazes para o médico. — É o destino que aguarda muitos piratas.
— Vocês não tem medo?
— Não. — O Alfa que respondeu — Essa é a vida que escolhemos, e todos estamos cientes dos perigos que nos rodeiam. É até excitante.
— Eu nunca vivi nenhum tipo de aventura na minha vida, apenas nas leituras de alguns livros — Yeosang esticou as mãos para que o médico passasse a gaze pelos pulsos — Estava voltando para a Coréia e ia me casar na semana que vem.
— Casar? — Hongjoong questionou surpreso, já que o Ômega lhe parecia ser bastante jovem — Quantos anos tem?
— Tenho dezenove.
— Céus! — Hongjoong olhou para o contramestre com incredulidade. — É por isso que desisti da sociedade "civilizada" — disse fazendo duas aspas com os dedos —, obrigam os filhos a se casarem em troca de contratos lucrativos ou status.
Beomgyu chegou com um prato de sopa e uma colher. Ele a entregou para o Ômega e assim que inalou o cheiro da comida, Yeosang sentiu seu estômago roncar.
— Obrigado. — A sopa estava com uma aparência muito boa e o sabor ainda melhor.
Assim que ele terminou de comer, Hongjoong tratou de encontrar um novo lugar para Yeosang dormir. Não podia deixá-lo voltar para o porão e muito menos acomodá-lo nas cobertas inferiores com dezenas de Alfas e mais alguns Betas.
Hongjoong então resolveu tomar uma atitude que muito provavelmente não agradaria o seu irmão. Ele permitiu que Yeosang dormisse em um pequeno colchão no chão, dentro da cabine do próprio Capitão.
Continua...
Mais um capitulo para vocês!
Espero que tenham gostado...
Até sábado que vem.
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