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4.Ilha de Folsom

Uma ótima leitura! 

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[Não revisado]

🏴‍☠️

Por um momento, Yeosang sentiu que os olhos pretos do Alfa, ficaram mais escuros e tenebrosos. Ele viu a linha da sua mandíbula ser tensionada e engoliu em seco, temendo realmente ter passado dos limites. Mas para a sua surpresa, o Capitão de repente riu soprado e guardou sua espada. Ele olhou para sua tripulação logo atrás, que assistiam a tudo atentamente.

— Eu não mato Ômegas inocentes... — Choi repetiu as palavras que havia dito para Yeosang horas atrás. Ele riu mais alto dessa vez, diante da própria ironia. — Não, não mato.

O Capitão voltou a olhar o Ômega na beira da prancha, quase caindo no oceano, tentando ao máximo manter-se em equilíbrio. Ele o observou por apenas alguns segundos, que para Yeosang pareceram horas, com seus olhos profundos e misteriosos.

O Alfa pensava em algo que fizesse com que aquele Ômega abusado o obedecesse, sem ser necessário usar de violência. Uma ideia brilhou em sua mente e ele sorriu grande. Caminhou despreocupado até o Ômega, agarrando seu braço novamente e o puxando de volta para a segurança do navio. Yeosang estava com tanto medo, que seu corpo demorou para reagir e ele quase caiu tropeçando nos próprios pés.

— Acabei de ter uma ideia muito melhor — Os olhos do Capitão brilhavam e Yeosang não tinha certeza do porque. Mas de uma coisa ele sabia, a expressão no rosto dele o estava assustando. — Beomgyu, mude o curso outra vez. Vamos para a Ilha de Folsom.

Yeosang não fazia ideia do que aquele nome significava, mas ficou confuso ao ver o sorriso ganhar forma no rosto dos Alfas e Betas da tripulação. Aquela Ilha parecia ser algo bom, visto que todos ficaram felizes em saber que estavam indo para lá. O que Choi estava pretendendo?

— Finalmente! — A timoneira bateu no leme entusiasmada.

Com o auxílio do navegador sobre qual direção tomar, ela girou o leme rapidamente o máximo permitido para a estibordo, fazendo o navio fazer uma curva rápida para a direita. Os piratas trabalhavam com gosto, passando pelo convés, puxando cordas e manuseando as velas com bastante esforço físico. Não pareciam cansados enquanto vibravam pelo destino escolhido pelo Capitão.

Yeosang estava sentado em um pequeno caixote de madeira, enquanto observava a tudo sem compreender o motivo de tanta alegria. Um pirata passou ao seu lado e ele puxou o tecido de sua camisa para chamar sua atenção:

— Com licença, senhor — O Alfa girou para vê-lo. —, mas o que é a Ilha de Folsom ?

— Ele me chamou de senhor, vocês ouviram isso? Estou começando a gostar desse Ômega — O Alfa riu mostrando alguns dentes podres e voltou sua atenção ao loiro: — Folsom é o paraíso, garoto.

Yeosang permaneceu sem entender o que aquilo significava. Seus olhos percorreram pelo andar inferior do navio e o mesmo piso em que estava, procurando pelo Capitão Choi. Mas não o encontrou. Supôs que ele voltou para a sua cabine em algum momento quando os piratas correram para levantar mais velas e aumentar a velocidade.

Yeosang então permaneceu sentado quieto em seu caixote, enquanto observava os Alfas trabalharem.

🏴‍☠️

Algumas horas depois e Yeosang ouviu a ordem para soltarem a âncora, vinda do Capitão. Ele se levantou esperando pelo que iria acontecer. O navio ancorou a certa distância da costa e os piratas rapidamente desceram alguns botes para levá-los até a margem. Logo ele se viu descendo pelas cordas novamente, dessa vez sendo ajudado pelo próprio Capitão.

Quando chegaram no litoral, Yeosang pode finalmente entender porque a tripulação havia ficado tão animada em ir para aquela Ilha. O lugar era uma grande festa ao ar livre repleta de sodomia. Haviam algumas tendas espalhadas pela praia, onde se podia ouvir gemidos e gritos de prazer. De longe ele viu algumas construções e foi levado justamente na mesma direção.

Mesmo nas ruas, ele via Ômegas e até mesmo Betas, machos e fêmeas circulando usando apenas suas vestes íntimas. Yeosang tentava manter sua cabeça baixa e o olhar longe daquela vulgaridade toda.

O Capitão parou diante de um casarão, cujas paredes pintadas de amarelo estavam quase totalmente cheias de musgo e marcas da chuva. Logo na entrada, uma bela Ômega de cabelo ruivo e cacheado recebeu Choi, abraçando-o de lado. Outros surgiram e ficaram cada um com um membro da tripulação.

— Capitão... — A prostituta disse com voz melodiosa. — Faz muito tempo desde que o vimos por aqui— A Ômega não se importou em vê-lo acompanhado do garoto loirinho ao seu lado, na verdade, ela já imaginou que Choi o trouxe para participar da festa. Ela levou as mãos até os botões de sua camisa tentando abri-los, mas o Alfa a impediu.

— Ainda não, Rubi. Mais tarde... — Choi piscou para a ruiva, que afastou as mãos dele. — Quero falar com Long Vane.

— Ele está lá em cima, em seu escritório — Ela apontou para o alto, no segundo andar. — Pode subir, segunda porta à direita.

Choi anuiu e passou entre os prostitutos e clientes bêbados, levando Yeosang junto consigo. Alguns estavam quase transando nas mesas e sofás do prostíbulo, sem se importar se estavam sendo observados.

Yeosang estava sentindo seu rosto pegar fogo, se Choi não estivesse o segurando tão firmemente ele já teria saído correndo daquele lugar. O Ômega ficou aliviado quando o Capitão abriu a porta indicada pela prostituta e finalmente se viu longe de toda aquela depravação.

— Capitão Choi! — Um Alfa alto e bastante velho se levantou de uma poltrona para recebê-lo. — Quanta honra tê-lo novamente em meu humilde bordel. Temos novos Ômegas se está interessado em descansar os dias difíceis no mar. — Seus olhos desceram pelo corpo de Yeosang e ele inspirou fundo.

— Talvez depois... agora estou mais interessado em negociar — Choi empurrou o Ômega para frente, ele tropeçou até chegar perto do homem velho, que o amparou antes de cair. Assustado, Yeosang se desvencilhou de suas mãos e voltou a se esconder atrás do Capitão. Choi sorriu. — Roubei este Ômega durante uma de minhas investidas. Ele é novo, muito belo e perfeitamente educado. E o melhor de tudo, ainda é puro. Estou disposto a vendê-lo pelo valor certo.

Yeosang arregalou os olhos sem querer acreditar no que acabara de ouvir. Ele se afastou do velho dando alguns passos para trás, mas quase gritou assustado quando teve o braço agarrado por Choi novamente e ser lançado outra vez nos braços do velho dono do estabelecimento.

O Capitão Choi não pretendia vender Yeosang de verdade. Sua intenção era causar grande pavor no Ômega, diante da ameaça de ser vendido para o bordel. Ele supôs que, para Yeosang, ser entregue à prostituição seria muito pior do que pular de uma prancha direto para o oceano. E estava certo.

— Hmmm... — O velho sorriu enquanto passava suas mãos imundas pelo corpo do Ômega. — Eu o quero, Choi, e quero agora. Pago o que você quiser, mas por favor, venda-o para mim. Diga o valor e eu pago na hora.

— Não! — Yeosang gritou mas foi ignorado pelo Capitão. Ele empurrava suas mãos contra o peito do velho, tentando afastá-lo de si. — Por favor Choi?!

O Capitão continuou ignorando enquanto Jimin implorava por sua ajuda.

— Mil moedas de prata. — Choi lançou seu preço com voz calma.

— Sim! — O velho aceitou a proposta de imediato.

— Não! — Yeosang gritou de volta, curvando o corpo para trás, afastando-se enquanto o velho tentava lhe beijar. — Por favor! Eu faço! Vou decifrar o frag-... — Foi interrompido pela mão do Capitão que cobriu sua boca antes que falasse demais.

— Vai me obedecer sem exceções? — Desesperado, Yeosang balançou a cabeça positivamente. Choi suspirou e olhou para o velho: — Solte-o.

Sem questionar, o velho tirou seus braços do Ômega que caiu tropeçando para trás, apoiado pelo Capitão.

— O que houve? — O velho questionou desesperado.

— Negócio cancelado. — Choi afirmou saindo do escritório e levando Yeosang consigo. Eles desceram as escadas e no andar térreo, o Capitão chamou um dos Alfas para segui-lo, pouco se importando se ele estava acompanhado. — Hueningkai. Tudo já foi resolvido.

Quando chegaram na margem onde os botes estavam presos, Choi sacou uma faca do seu cinto e cortou as amarras que prendiam as mãos do Ômega. Yeosang ofegou, massageando seus pulsos.

— Leve-o de volta ao Black Swan.

— Sim, senhor.

— Espera! — Yeosang pediu agarrando o braço do Capitão, mas soltou imediatamente quando este franziu o cenho. — Você ia mesmo me vender para aquele velho?

Choi suspirou estudando-o por alguns segundos, mas não respondeu. Como havia dito, ele não matava Ômegas inocentes, tão pouco os venderia para um bordel. Além do mais, Yeosang era o único que pode ler as runas nos fragmentos do Imperium. O Capitão voltou sua atenção a Hueningkai:

— Diga ao restante da tripulação que ficou no navio, que se alguém encostar um dedo nele contra a sua vontade, eu corto seu pau fora com uma faca cega.

Hueningkai engoliu em seco assentindo. Ele ajudou Yeosang a subir em um dos barcos e o levou para o navio. Enquanto o Capitão voltava para o centro da Ilha de Folsom.

Continua...

Mais um capitulo para vocês!

Espero que tenham gostado...

Até sábado que vem.

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