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27. O Quarto Fragmento

Uma ótima leitura!

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[Não revisado]

🏴‍☠️

Após todo o ritual dançante, os nativos fizeram silencio outra vez. O xamã jogou cada porção de ervas aos pés das piras de cada sacrifício. Assustado, Yeosang automaticamente chutou a parcela que estava próxima dele. O velho alfa o olhou com uma expressão muito brava e assustadora, pegou os ramos e os colocou de volta, dessa vez, em um lugar onde o ômega não pudesse alcançar.

O velho, ainda de costas para os nativos, pegou duas pedras e criou fogo a partir delas, em algumas palhas que estavam no chão. Ele acendeu um pedaço de madeira e entregou a tocha á um de seus alfas. Quando o xamã girou, ficando de frente ao seu povo, ele caminhou ate eles, que logo abriram caminho para que pudesse passar e ficar no centro novamente. Porém, ele cessou os passos quando viu uma criatura parada do outro lado, na beira da floresta. Um alfa estava parado de frente para eles, e uma de suas mãos empunhava uma linga katana. Linda, afiada e mortal.

— A gente vai viver! — Yeosang gritou quando viu Taehyun, e sorriu. O nativo que segurava a tocha, a largou no chão e empunhou uma arma, correndo na direção do xamã para protegê-lo. O fogo bateu em alguns gravetos na pilha em que Yeosang estava e ele logo lamentou:— A gente vai morrer!

Pensando que estavam na vantagem, os Kangaroo correram afoitos na direção de Yeosang, e então os piratas da tripulação pularam entre as árvores e a luta se iniciou. Jongho surgiu atrás de Yeosang e usando uma de suas adagas, ele cortou as amarras que o prendia, e do outro lado, Chaerin fez o mesmo com Seonghwa.

— Quantas vezes eu vou precisar te salvar, hm? — Yeosang o abraçou com força, inalando seu forte cheiro de rosas e o alívio percorrendo todo seu corpo. Choi separou o abraço e o encarou com um semblante sério. — Quando voltarmos para o Black Swan a gente vai ter uma longa conversa.

— Como é bom te ver! — O ômega exprimiu, ignorando o fato de que lavaria uma grande bronca por ter "fugido" do navio sem que o Capitão soubesse.

— Hora de treinar tiro alvo, coração— Choi retirou suas duas pistolas de seu cinto e as entregou ao menor. — Como eu te ensinei...— Yeosang empunhou as pistolas e Jongho que estava atras dele, ergueu a mão do ômega, apontou para um navio que aproximava segurando uma lança e apertou o gatilho, levando o inimigo ao chão. —  Apontar e atirar. Fácil, não?

Yeosang assentiu e logo disparou contra outro nativo que vinha correndo a esquerda.

Seonghwa recuperou suas armas com ajuda da alfa, e Yeosang se juntou à eles, deixando Jongho menos preocupado e podendo agir livremente, enquanto manuseava com bastante habilidade suas adagas. Do outro lado da batalha, Taehyun deixava pilha de corpos pelo chão, conforme brandia sua katana e dilacerava a carne dos nativos.

Uma figura branca, meio acinzentada chamou sua atenção ao lado, e ele viu que se tratava do velho xamã que estava dançando momentos atras. O xamã estava parado, com os braços esticados para os lados e ambos os olhos fechados. O espadachim se aproximou com cautela, com o cenho franzido se perguntando o que aconteceu com aquela criatura estranha, para ficar parada daquele jeito.

Devagar, Taehyun inclinou o rosto para frente até estar bastante próximo do rosto dele, e de repente, o xamã esbugalhou os olhos e gritou:

—Aaaaaaaaahhh!

O corpo do pirata sobressaltou e ele gritou de volta:

—Aaaaaaahhh!— Taehyun girou sua katana e cortou-lhe o pescoço.

A cabeça do Xamã caiu no chão, com seus olhos e boca ainda bem abertos.

Taehyun notou que havia uma pequena bolsa de pela presa no torso do velho, ele se agachou e recolheu o pedação de pergaminho que ele guardava dentro. Um nativo se aproximou por trás do pirata com um machado nas mãos, pronto para acertar suas costas, mas um tiro o acertou no meio das sobrancelhas e ele caiu por terra. Sem entender, Taehyun ergueu os olhos e viu Hueningkai carregado com suas seis pistolas. O atirador sorriu para ele e piscou.

— Você me deve uma.

Taehyun levantou-se rapidamente e lançou a ponta de sua katana alguns milímetros acima do ombro do outro alfa, e atravessou com a lâmina o coração do inimigo que estava atrás de Hueningkai. O espadachim sorriu, piscando de volta.

— Não mais.

Yeosang atirava em todos os nativos que se aproximavam. Seu sangue estava fervendo e seus sentidos mais aguçados. Ouviu passos apressados atrás de si e logo girou para disparar contra um outro alfa. Quando descobriu que a pólvora das duas pistolas havia acabado, ele não se assustou, ao invés, soltou um rosnado enfurecido. Estudou os arredores e viu Jongho lutando contra alguns nativos, Yeosang correu até ele e desembainhou sua espada. Quando girou para frente para procurar um novo inimigo, eis que o alfa que segurava a tocha surgiu, Yeosang deu dois passos para frente, transpassando a espada em sua barriga.

Um som alto e retumbante surgiu das colinas mais distantes, e a tripulação soube que mais daqueles nativos iriam surgir.

— Voltem para a praia! — Choi gritou, segurando na mão de Yeosang e o puxou consigo, correndo na direção em que citou.

Na margem, eles encontraram Beomgyu, Jared, Billy e Sana. Assim que viram os nativos surgirem da mata correndo com pressa, eles cortaram as cordas que prendiam os botes e com ajuda dos que acabaram de chegar, os empurraram de volta á água. Alguns nativos apareceram com flechas e começaram a disparar contra a tripulação. Taehyun conseguiu interceptá-las com sua katana, e Jongho com suas duas adagas.

Desse modo ainda seria difícil que todos embarcassem nos botes, mas Hueningkai socou duas pistolas que ainda continham pólvora e disparou rápido e certeira contra os nativos, eles deram as costas e voltaram correndo para se esconder na floresta. A tripulação finalmente entrou nos botes e remaram de volta para o navio. Enquanto se aproximavam do Black Swan, Taehyun lembrou-se do pedaço de papel e o mostrou para Yeosang.

— Loirinho, esse seria um dos fragmentos?

Yeosang estudou o pergaminho e rapidamente assentiu.

— Sim, eu posso ver as runas.

Os alfas e betas entreolharam-se, vibrando pela conquista inesperada.

Já no navio, os bucaneiros subiram a âncora e com o leme livre de qualquer impedimento, eles seguiram continuando sua viagem, rumando para o Oceano Índico.

Jongho estava conversando com seu contramestre, sozinhos na proam e após o repreende severamente, ele seguiu até sua cabine. Assim que a porta e entrou, ouviu sem querer um trecho da conversa entre o ômega e seu navegador.

— ...E aí eu girei e atirei nele, e salvei a vida da Chaerin!— Yeosang contava empolgado ao beta.

— Beomgyu, deixe-nos á sós.

O beta assentiu e imediatamente se retirou da cabine.

— Sua espada...— Yeosang entregou a arma ao capitão, sorrindo amarelo. —Antes que você comesse, eu devo informar que Seonghwa não teve culpa alguma no que aconteceu. Ele me acompanhou porque ficou preocupado com minha segurança.

— Admiro sua sinceridade. Quan-...

— E acrescentando em meu favor. — Yeosang o interrompeu com cuidado. —, que só fiz isso porque estava me preocupando com um alfa da tripulação.

— Quem falou para você que eu me importo com o rut do Sven ou de qualquer outro alfa aqui?

— Ninguém, mas ele estava sofrendo.

— Dane-se o Sven! Ninguém liga para um alfa em seu rut. Ele é um pirata, Yeosang! Já passou por coisa bem piores. Ele aguenta.

— Ele e um ser humano. E não precisa falar desse jeito. Eu percebo que errei...

— Não, você não percebeu ainda. Fica criando argumentos para refutar tudo que eu falo. — Dessa vez o ômega permaneceu calado. — Se você pertence realmente a essa tripulação precisa entender que quem dá as ordens por aqui sou eu. Você não pode fazer tudo o que lhe der na telha sem o meu consentimento, Yeosang.

— É mesmo? E seu eu não quiser? E se eu achar que suas ordens são frias e cruéis? Se eu não obedecer, vai fazer o que? Me vender para um bordel? Ou me fazer andar na prancha? Porque se fizer isso de novo eu mesmo pulo!

Yeosang sobressaltou quando teve um braço agarrado e foi puxado de forma brusca, até bater contra o peito do alfa. As mãos de Jongho desceram até a cintura dele e encaixaram com força controlada.

Choi O estudou com uma expressão colérica, sua mandíbula travada e a respiração pesada passavam uma impressão completamente diferente de seus olhos. Ah, as orbes negras e misteriosas do Capitão Choi. Jongho o fitava com desejo. Yeosang podia ver, e quase perdeu-se dentro daquela galáxia escura e profunda, que eram aqueles olhos.

— Que vai fazer? — o ômega lúpus insistiu, com os lábios entreabertos, em um sopro de voz.

— Vou amarrá-lo em minha cama e domá-lo até que me obedeça. — Yeosang arquejou e fechou os olhos, esperando ser tomado pelos lábios do capitão.

— Capitão — uma voz surgiu na porta. Era o alfa Billy. — o Scott acordou.

Yeosang sobressaltou abrindo os olhos, e assim como Jongho, ele olhou para a porta O capitão pegou uma de suas adagas e lançou na porta. Só não acertou Billy, porque este, arregalou os olhos e fechou-a rapidamente.

— Para o inferno com Scott! — o capitão rugiu.

Yeosang levou a mão na boca tentando conter o riso.

— Ah —foi até a mesa do alfa e lhe entregou a próxima tradução que encontraram. — E o vermelho escarlate. É a tradução desde.

Jongho segurou o fragmento e o olhou confuso.

— Isso fica vez mais estranho. — Disse, e o ômega concordou.

Continua....

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