23. Impacto das ações
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[Não revisado]
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Na manhã seguinte, porto estava bastante movimentado, por marinheiros que seguiam carregando provisões para a longa viagem que fariam e também alguns mercadores que comercializavam por ali. Mingi convocou alguns dos melhores capangas que conhecia para acompanhá-lo. Eram os piores criminosos da região; ladrões e assassinos. Alfas de aparência vil e com modos rudes. Mas o caçador não estava preocupado com isso, já que os mercenários eram capazes de fazer qualquer coisa mediante pagamento em prata.
Os alfas levavam barris cheios de bebida para dentro da embarcação. Estavam abertamente felizes e satisfeitos por enfim voltarem a encher seus bolsos. Um dos que carregava as provisões esbarrou no Tenente Ki, quase lançando-o ao chão.
— Olha por onde anda, marginal! — Tenente resmungou enfurecido.
A resposta veio atrás de um rosnado animalesco e uma cuspida no seu sapato lustroso.
— Porco fardado! — rugiu o bandoleiro.
Outros alfas do bando riam da cena.
—Por que esses sujeitos precisam ir conosco? — um oficial questionou ao Comodoro. — Eles não têm modos. Parecem animais.
—São peças descartáveis, Siwon.— O comodoro respondeu calmamente e acenou com a cabeça para o caçador, que estava examinando seus pertences do outro lado. — São eles que farão todo trabalho pesado, e felizmente morrerão em nome da causa. E toda a glória ficará para nós.
O oficial riu assentindo.
—Capitei a vossa mensagem.
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Como em todos os dias, desde que se juntou oficialmente à tripulação, Yeosang desceu até o convés inferior e seguiu até a passagem que levava à cozinha para ajudar Junbuu. Na porta, ele encontrou o alfa espadachim, e obteve certa dificuldade para poder pelo mesmo.
— Não pode passar, loirinho. — Taehyun afirmou pela segunda vez. — Não insista.
— Mas por que não?
— É, por que não? — Scott se aproximou de ambos e cruzou os braços. — Por que o capitão não deixa ele descer?
— Como assim? — Yeosang questionou confuso, mas Taehyun não lhe deu atenção e girou para o outro alfa:
— É tudo ordem. Tudo o que você precisa fazer é obedecer.
— E o Sven que se dane! Se fosse o Capitão aposto que iríamos atracar em algum porto...— Yeosang se aproveitou da pequena discussão entre os alfas e tentou passar de fininho, mas Taehyun esticou o braço e o puxou de volta, enquanto ainda fitava os olhos furiosos de Scott.— Ah, quer saber? Foda-se.
Taehyun e Yeosang observaram o alfa voltar para a coberta superior, pisando duro. O ômega então se voltou para Taehyun:
— Eu poderia passar por você, mas não quero. — Taehyun riu desacreditado, mas nada falou, e Yeosang saiu atrás de Scott.
O ômega encontrou-o mexendo nos caixotes do convés. Parecia estar furioso, então Yeosang permaneceu afastado alguns passos e o chamou cuidadoso.
— Scott?
O alfa ergueu os olhos para fitá-lo. Porra mais que estivesse chateado com a situação, sabia que Yeosang não era culpado de nada, quando ouviu chamá-lo com um tom de voz tão doce e viu seu olhar curioso, ele respirou fundo tentando afastar a raiva, para não tratá-lo com a grosseria que não merece.
— Sim?
— Você sabe por que o Capitão não quer que eu desça para as cobertas inferiores?
— Sei. — Scott largou as ferramentas que estavam dentro do caixote e girou para encará-lo.— Meu irmão está em seu período de rut. Sua presença neste navio e como uma tortura para ele. O coitado está neste momento sentindo seu cheiro doce, e o desejando mais do que tudo. Ele está sofrendo, Yeosang.
— M-mas Scott, eu sou do Capitão. — Yeosang respondeu, constrangido. — Não posso... você sabe...
— Mas não estou vendo nenhuma marca em você.
— No meu coração eu pertenço a ele. É como eu desejo, não preciso de uma marca para provar isso.
— Escute, não me entenda mal. Eu não quero que Sven o estrupe. Mas você poderia dar uma mãozinha a ele, se é que me entende...
Yeosang abriu a boca e ergueu as sobrancelhas indignado com a proposta. Ele não soube o que responder. Mas não conseguia enxergar a diferença. Para ele, em toda a casa, ainda seria como um abuso.
— Scott!— A voz do Capitão soou como um estrondo do convés superior.
O alfa sentiu seu corpo paralisar. Foi como se sua vida estivesse passando diante dos seus olhos. Lentamente, ele girou para encará-lo.
— Sim, Capitão?
— Quando eu pedi para que me trouxesse as ferramentas, estava me referindo para hoje mesmo, não semana que vem,
— Estou indo. — Scott voltou-se para a caixa e erguendo-a do chão, seguiu para as escadas.
Jongho, que estava com um semblante sério no rosto, levou o olhar até o ômega e suavizou as feições, sorrindo e piscando com um olho. Yeosang mordeu o lábio e sorriu de volta. Mas quando o capitão lhe deu as costas, logo o que Scott havia dito começou a incomodá-lo fortemente.
Mesmo que não fosse sua intenção, ele estava contribuindo para o sofrimento do pobre bucaneiro. Então se tivesse algo que Yeosang pudesse fazer, ele o faria. Ele passou os olhos pelo convés, ponderando no que poderia ser feito, mas não conseguiu pensar em nada que ajudasse de fato. Mas quando viu Beomgyu observando algum lugar distante com sua luneta, ele logo seguiu em direção á ele.
O navegador é inteligente, logo saberia o que fazer.
— O que tanto vê de interessante? — O ômega questionou se colocando ao lado dele.
— Veja você mesmo. — Beomgyu sorriu entregando o objeto ao outro.
Yeosang pegou a luneta e elevou com curiosidade. Ele viu uma grande faixa de terra ao longe e outras pequenas ao seu redor.
— Por que não podemos ancorar?
— Porque essas terras são um pouco... bem, há muitos animais estranhos e não catalogados por aqui. Essas ilhas estão repletas de criaturas mortais, o que se sabe é que ninguém que tenha ido até lá voltou vivo para contar as histórias.
— Se ninguém voltou, como sabem dos perigos que tem lá?
Beomgyu olhou para ele e sorriu dando de ombros.
— Você é inteligente. Mas é o que dizem, sabe?
— Sim... uhm, eu preciso da sua ajuda.
— Pode falar.
— O Svenn está trancando no porão...
— Eu sei. É o que acontece com todos os alfas da tripulação quando entram em no período do rut. Bem alguns...
— Sim, o Capitão... já explicaram isso.
— Seonghwa, Taehyun e Hueningkai também não passam por isso sozinhos. Hongjoong ajuda nosso contramestre. E eu...— Beomgyu umedeceu os lábios. — Eu tenho trabalho em dobro.
— Oh... eu não quero ofender, mas, nesse período particular de um alfa, eu pensei que apenas um ômega era capaz de...
— Satisfazê-los? — Yeosang assentiu, envergonhado. — Não ofendeu. Você tem razão em parte... eu não sei o Hongjoong, mas eu dou conta, sabe?
— Sim...
— Você é muito adorável. — Beomgyu riu da expressão envergonhada do ômega. — Mas não entendi no que você quer a minha ajuda exatamente.
— Scott contou que a minha presença é como uma tortura para o Sven. Então eu pensei que você soubesse de alguma coisa que pudesse ser feita... mas agora vi quelas ilhas, talvez eu possa descer um bote e ficar por lá esses dias.
— É muito nobre da sua parte. Entendo que queria ajudar e eu mesmo o levaria e ficaria com você lá, mas só se o Capitão deixar. E eu acho difícil que ele permita isso.
— Podemos ir escondidos.
O beta cumpriu os lábios.
— Sinto muito, Sangie. Mas sem a permissão do capitão, eu não posso fazer nada.
Yeosang suspirou derrotado, mas entendia a situação do beta. Até admirava sua lealdade. Ele o deixou a observar as terras envoltas de mistérios e seguiu cabisbaixo pelo convés. Yeosang olhou para os botes e as grossas cordas que o prendiam nas laterais do navio, pensando consigo mesmo que não precisava de ajuda de ninguém. Olhou para os lados e quando percebeu que ninguém estava por perto, tentou liberar os botes. Bufou irritado depois de longos minutos na tentativa frustrada de desfazer os malditos nós. Estavam muito firmes.
— O que está aprontando? — ouviu a voz do contramestre e quase teve um ataque cárdico.
— Eu só estava conferindo se os nós estavam firmes.
— Mentira. — Seonghwa se aproximou vagarosamente, e Yeosang retrocedeu alguns passos. — Fale o que está fazendo, ômega.
Ele viu que Yeosang estava com medo e parou cruzando os braços, esperando pela resposta. De repente, algo passou pela cabeça do ômega; Seonghwa nunca gostou dele, então seria possível obter a sua ajuda se ele contasse sobre sua verdadeira intenção. Era isso, ou o alfa recorreria ao capitão, na intenção de obter sua confiança outra vez.
— Eu estava tentando descer um dos botes e acampar em uma daquelas ilhas até que o rut do Sven passasse. — falou firme, com o rosto erguido.
Seonghwa ficou calado durante alguns segundos, estudando as feições do ômega. Algum tempo depois, ele articulou:
— E ia fazer isso escondido do capitão, eu suponho.
— Ele não se mostrou muito preocupado com a situação do Sven.
— Não e apenas ele. Ninguém liga. Por que você se importa?
— Porque é desumano! Se eu desembarcar ajude um pouco no sofrimento dele, então eu preciso fazer isso.
Seonghwa o estudou desconfiado. O ômega estava apenas com uma pequena faca em sua posse, era muito inocência de sua parte pensar que estaria seguro se fosse sozinho para aquelas ilhas, portando apenas uma simples adaga. Mas havia sinceridade em suas palavras.
— Vá em frente. Estamos ancorados.
Yeosang o olhou surpreso.
— Não vai mesmo me impedir?
— Não.
Desconfiado, o ômega se voltou para as cordas, com o contramestre ainda observando com seus braços cruzados.
Novamente ele não conseguiu desatar os nós.
— Será que você poderia me ajudar? — Yeosang perguntou receoso e pronto para receber um sonoro não.
Mas o alfa revirou os olhos e Yeosang se afastou rapidamente, saindo de seu cominho quando ele se colocou a desfazer os nós que prendiam o bote, e o desceu devagar.
— Desça e espere por mim. Vou buscar algumas coisas que iremos precisar.
Yeosang o olhou confuso, mas antes que a pergunta saísse de sua garganta, o alfa se fastou e desceu para as cobertas inferiores. Yeosang então olhou para os lados, e como ninguém o observava, ele desceu e se acomodou no barquinho, aguardando o alfa assim como ele havia lhe dito. Um tempo depois, Seonghwa pareceu lá no alto e desceu pelas cordas trazendo consigo algumas provisões.
— Você também vai? — Yeosang perguntou surpreso e o afla confirmou, balançando a cabeça.
— Essas ilhas são perigosas para um ômega sozinho.
— Você se preocupa comigo...
— Não se iluda. Você é o único ômega lúpus que temos no momento. Não seria inteligente da minha parte deixá-lo se matar, quando dependemos de você para decifrar o mapa.
Yeosang suspirou entristecido. Ele ficou quieto, observando Seonghwa pegar dois remos e levá-lo na direção das ilhas.
Continua.....
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