Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo Único

🦋 Hello minhas borboletinhas, capítulo finalmente betado, por mim mesma e com uma melhor leitura para vocês.

⚠️ Atenção contém gatilhos: doenças mentais: esquizofrenia, paranoia e terror noturno. Isolamento e desespero. Violência e trauma. Internação psiquiátrica, perda, luto, confusão entre a realidade e a ilusão. Assassinato.

🦢🦢

O silêncio naquele quarto era ensurdecedor. A mente do jovem deitado sobre a cama se perdia em um vazio repleto de cenas ilógicas, impossíveis de serem decifradas. Mas ele sequer queria compreendê-las. A última vez que havia estado do lado de fora parecia em uma memória distante, quase apagada. Ele não sabia o quanto o mundo havia mudado, nem se algum parente seu ainda estava vivo, já que ninguém mais o visitava, exceto os enfermeiros e, claro, seu psiquiatra.

Jungkook se remexeu desconfortável na cama, o suor escorrendo pelo rosto enquanto sua mente era atormentada pela voz que, mais uma vez, invadia seus pensamentos. Suave, quase um sussurro na escuridão, a voz não lhe trazia tranquilidade. Para ele, soava como um grito, ecoando de algum canto daquele cômodo.

Ele coçou a cabeça e grunhiu quando o som dos pingos de água alcançou seus ouvidos. Naquele quarto completamente branco, os ruídos reverberavam pelas paredes, como se fossem um reflexo de sua própria mente distorcida.

A porta se abriu, e por ela entrou um enfermeiro, sorrindo enquanto trazia sua medicação.

— Como estamos hoje? — perguntou o enfermeiro de cabelos roxos, suavemente, e Jeon apenas assentiu, indicando que estava tudo bem.

Ele não falava muito, mas era gentil com a equipe e, de vez em quando, até jogava algo com eles nos dias em que os sintomas estavam mais amenizados.

— Enfermeiro Kim — chamou o jovem, atraindo a atenção do homem que acabara de pegar os copinhos com os remédios e um copo d'água. — O senhor acredita em fantasmas?

— Não muito, Jungkook — Kim sorriu reconfortante e lhe ofereceu o remédio, que foi ingerido no segundo seguinte. — Boca.

Jeon abriu, moveu a língua pelos lados, e o Kim verificou os espaços antes de sorrir e se afastar. Era protocolo verificar, mas ele sabia que Jeon sempre tomava suas medicações.

— E quanto a traumas?

— Acho que é mais fácil explicar do ponto de vista psicológico e médico. Mas por que a pergunta? — Seokjin estava confuso. Jeon não costumava fazer tantas perguntas, e supostamente deveria estar perguntando aquilo ao doutor Park, não a ele.

— Não é nada — ele sorriu terno e suspirou.

O enfermeiro apenas se despediu e deixou o quarto, enquanto Jungkook se virava para o outro lado. Ele tinha apenas sete anos quando chegou ali, e agora, quinze anos depois, comemorava seu vigésimo segundo aniversário. Era doloroso admitir que aquela realidade era horrível, mas o que poderia fazer? Aquele cisne negro, aquela figura em sua vida, não parecia querer deixá-lo.

As horas que se seguiram foram torturantes. Jungkook sabia que em breve entraria em surto, mas se recusava a deixar aquilo dominá-lo novamente. Às vezes, parecia que as medicações não faziam diferença para sua mente atormentada. Seu corpo se remexeu inquieto sobre a cama, e as vozes começaram a afetar sua capacidade de raciocínio. Ele não sabia se aquilo era devido às lembranças que mal sabia se eram suas ou apenas parte de uma maldita e nova alucinação.

Jeon — a voz sussurrou em seu ouvido, e ele gritou com ódio, exigindo que o deixassem em paz, implorando para que parassem.

Mas aquilo não tinha fim. Mesmo que ele quisesse pôr um fim àquele tormento, sabia que nunca deixaria de ser atormentado. Aquele era o preço, seu carma, e ninguém, nem mesmo a morte, poderia salvá-lo.

— Doutor, o paciente 13 está novamente em surto, o que quer que façamos? — O enfermeiro Kim perguntou ao loiro sentado em sua cadeira.

Ele olhou para o enfermeiro parado na porta e negou com a cabeça, indicando que nada do que fizessem poderia adiantar. O paciente 13 tinha o caso mais grave daquele pequeno hospital psiquiátrico, e o doutor Park Jimin não tinha ideia de como ajudá-lo. Sempre que tentava, o garoto inventava uma nova fantasia em sua mente perturbada.

O enfermeiro assentiu e se retirou, deixando o loiro com uma expressão frustrada no rosto. Ele poderia receitar outro calmante, outro sedativo, mas nada adiantava. Jeon Jungkook supostamente sofria de esquizofrenia paranoica com terror noturno, mas Jimin acreditava que o diagnóstico havia sido fechado de forma errada. Ele não era o psiquiatra anterior do jovem, mas o que poderia fazer se nada mudava nos sintomas e Jungkook se recusava a contar o que guardava no mais profundo de sua mente? A essa altura, não havia ninguém que pudesse ajudá-lo, nem mesmo o melhor psiquiatra da Ásia.

O homem se levantou e caminhou até o quarto, logo avistando o garoto andando de um lado para o outro, com as mãos na cabeça, enquanto gritava: "Você não pode fazer isso comigo, saia daqui, não vou deixar, não pode, saia". Park Jimin já não sabia mais o que fazer.

Jungkook era muito jovem quando chegou, com sintomas muito fortes, vivendo sempre em um mundo de fantasias, desconexo da realidade. O psiquiatra anterior fez uma longa avaliação sobre a origem dos sintomas, deixando várias possibilidades em aberto, mas quando o jovem completou treze anos, o diagnóstico foi fechado, embora não fizesse sentido. Eles só conheciam o nível mais superficial, apenas os sintomas que o atormentavam, não a causa — e era justamente isso que Jimin queria descobrir.

Jeon continuava mudando constantemente, trazendo novas e mais intensas fantasias, tentando fazer todos acreditarem que estava sendo assombrado por uma figura específica, que sempre remetia ao próprio Park Jimin. Mas todos sabiam que era a mente de Jungkook ligando a ele algo que estava enterrado profundamente.

— Há quanto tempo estamos administrando placebo? — Jimin questionou ao enfermeiro Min, que estava ali em seu posto, apenas guardando a entrada. Sempre que os médicos visitavam os quartos, dois enfermeiros permaneciam à porta, para qualquer situação imprevista.

— Faz uns seis meses, doutor. Desde que o psiquiatra anterior se aposentou e o senhor assumiu o caso.

— Alguma mudança?

— Bom... — ele disse pensativo, e encarou Seokjin do outro lado. — A frequência das alucinações diminuiu, ele tem menos acessos de raiva e parece confuso às vezes, mas está mais sociável.

— E o terror noturno?

— Ele não teve nenhum episódio durante o sono.

— O que mudou hoje para ele estar agitado? — Jimin inclinou a cabeça, parecendo confuso.

— É o aniversário dele. Todo ano, ele fica mais agitado nessa mesma data — Seokjin comunicou, e Park assentiu, deixando um suspiro escapar.

Com cuidado, ele abriu a porta e entrou no quarto branco, recebendo instantaneamente a atenção do jovem, cujos olhos brilhavam em completa insanidade.

— Meu amor, você chegou — Jungkook falou animado, mudando completamente sua postura. Não era uma alucinação, mas mais um dos seus episódios de fantasia. Sempre que Jimin aparecia, a mente de Jeon parecia voltar a algum lugar que nem o próprio Park conseguia compreender, porque sempre que tentava, ele parecia impedi-lo. — Achei que chegaria mais tarde, querido.

— Jeon, quem eu sou hoje para você? — Jimin perguntou. Era a mesma pergunta que fazia todas as vezes que entrava no quarto.

— Você sempre se esquece que somos casados — Jungkook riu, achando engraçado. — Aquele casamento na infância não valeu, né? Eu prometo que vou comprar uma aliança de verdade para você e iremos nos casar, querido. — Jungkook deu um sorriso tímido e começou a arrumar a cama bagunçada. — Amor, sabe aquele cisne que vimos quando éramos crianças? Pensei que talvez eu possa usar a imagem para meu novo quadro, sabe, uma mescla entre as luzes e as trevas, como aquele filme do Cisne Negro.

Ele estava muito falante naquele dia, e aquilo era, no mínimo, estranho.

— Jun — Park chamou, decidido a seguir por outro caminho. — Eu não me lembro de como ele era, já faz muitos anos.

— Como assim, amor? Acabamos de voltar do laguinho perto de casa.

Ele estava intercalando entre épocas diferentes, se vendo no passado e no futuro, mas tudo o que dizia fazia apenas uma pergunta reverberar na mente de Jimin: onde estava Jeon há quinze anos?

— Goo... — Jimin chamou pelo apelido que havia dado a Jeon, diferente daquele que Jungkook preferia. Era uma tentativa de trazê-lo de volta à realidade. — O que aconteceu no laguinho?

Jungkook piscou algumas vezes, antes de mirar o chão e voltar a olhar para Jimin. Ele não conseguia entender em que ponto começou a associar Jimin a uma figura maligna, sempre que o via, mas aquilo nem fazia mais sentido.

A expressão no rosto de Jungkook se tornou distante por um momento, como se estivesse tentando resgatar algo enterrado nas profundezas de sua memória. Jimin se manteve paciente, observando cada pequeno gesto, cada mudança no tom de voz. Ele sabia que qualquer palavra ou ação precipitada poderia quebrar aquele frágil fio de conexão com a realidade.

— Goo, o que aconteceu naquela tarde? — Jimin perguntou novamente, suavizando a voz, tentando trazê-lo de volta ao presente sem pressioná-lo.

Jungkook olhou para o lado, como se estivesse vendo algo que Jimin não conseguia enxergar. Seus olhos estavam vidrados, e sua respiração se tornou irregular. Ele murmurou algo inaudível, antes de dar um passo para trás, como se estivesse se afastando de uma presença invisível.

— Não... não foi minha culpa... — ele sussurrou, a voz falhando, enquanto seus olhos se enchiam de lágrimas. — Eu... eu tentei ajudar, mas... mas não consegui...

Jimin deu um passo em direção a ele, tentando estabelecer uma conexão visual. Sabia que estava perto de uma revelação, talvez a mais importante desde que começara a tratar Jungkook.

— Goo, você tentou ajudar quem? — perguntou com cuidado.

Jungkook apertou os olhos, como se estivesse tentando afastar uma imagem perturbadora. Ele deu outro passo para trás, tremendo visivelmente.

— Ele... o Kun... — ele finalmente murmurou, a voz quase inaudível. — Ele estava no lago... e eu... eu vi o cisne... mas não era um cisne... era algo... algo ruim...

Jimin sentiu um calafrio percorrer sua espinha. O que Jungkook estava revelando parecia ser o cerne de seu trauma, a origem de todos os seus delírios e alucinações. Ele sabia que tinha que continuar, mas com extremo cuidado.

— O que era, Goo? O que você viu? — Jimin incentivou, sua voz se tornando ainda mais suave, quase um sussurro.

Jungkook olhou diretamente para Jimin, seus olhos estavam cheios de pânico, como se estivesse revivendo aquele momento aterrorizante.

— Eu vi... eu vi o cisne se transformar... — ele respirou fundo, sua voz falhando enquanto lutava para continuar. — Ele... ele o puxou para dentro da água... e eu... eu tentei... mas... mas eu estava com tanto medo... Eu fugi... e ele... ele se afogou...

Jimin sentiu um aperto no peito. Finalmente, as peças do quebra-cabeça estavam começando a se encaixar. O cisne negro não era apenas uma figura simbólica nas alucinações de Jungkook. Era uma representação de algo terrível que ele havia testemunhado — talvez até algo em que ele acreditava estar envolvido.

— Goo, escute-me com atenção — Jimin começou, aproximando-se lentamente de Jungkook, tomando cuidado para não assustá-lo ainda mais. — O que você viu naquele dia não foi sua culpa. Você era apenas uma criança, e o que aconteceu foi um acidente.

Jungkook começou a sacudir a cabeça vigorosamente, como se estivesse tentando se livrar das palavras de Jimin.

— Não... você não entende! — ele gritou, a voz quebrando. — Ele está sempre lá, me observando, esperando... ele quer me pegar também... como pegou o meu irmão...

Jimin sentiu um misto de compaixão e preocupação ao ouvir aquelas palavras. Ele sabia que a mente de Jungkook havia distorcido os eventos daquele dia, criando uma figura monstruosa que o atormentava desde então.

— Goo, o que você está vendo agora não é real — Jimin falou com firmeza, tentando trazer Jungkook de volta à realidade. — Você está seguro aqui. Eu estou aqui para ajudá-lo, para protegê-lo.

Jungkook olhou para Jimin, mas seus olhos ainda estavam cheios de terror.

— Ele nunca vai embora... — sussurrou, antes de cair de joelhos, as mãos cobrindo o rosto enquanto soluços desesperados sacudiam seu corpo.

Jimin ajoelhou-se ao lado dele, sem saber o que mais poderia dizer. Aquele era um momento crucial, mas sabia que não poderia forçar Jungkook a confrontar tudo de uma vez. Ele precisaria de tempo, e Jimin estava determinado a estar ao lado dele durante esse processo doloroso.

— Está tudo bem, Goo — Jimin murmurou, estendendo a mão para tocar o ombro de Jungkook. — Nós vamos passar por isso juntos. Eu não vou a lugar nenhum.

Jungkook não respondeu, mas seus soluços diminuíram gradualmente, até que ele finalmente ficou em silêncio. Apesar da dor que ainda era palpável no ar, Jimin sentiu que, pela primeira vez, eles haviam dado um pequeno passo em direção à cura.

Naquele momento, Jimin tomou uma decisão. Não importava quanto tempo levasse ou quantos obstáculos encontrassem no caminho, ele faria tudo o que estivesse ao seu alcance para ajudar Jungkook a superar os demônios que o assombravam. Mesmo que isso significasse mergulhar junto com ele nas profundezas sombrias de sua mente.

Quando Jimin deixou o quarto silenciosamente, Jungkook dormia tranquilo. Ao fechar a porta atrás de si, ele suspirou profundamente e recostou a cabeça na parede, ao lado de Seokjin.

— O que vai fazer? — Seokjin perguntou, sua voz baixa e preocupada.

— Vou descobrir o que aconteceu de verdade — Jimin respondeu, decidido. Se um crime realmente havia acontecido, ele precisava saber mais, antes de poder ajudar Jungkook da maneira correta.

De volta ao consultório, Jimin começou a buscar informações sobre o caso. Artigos antigos falavam sobre o desaparecimento de um garoto, Jeon Kun, irmão mais novo de Jungkook, e de um incidente envolvendo um lago e um cisne negro. A mídia, na época, especulava sobre um ritual ou alguma espécie de vingança, mas o caso acabou caindo no esquecimento. Poucos sabiam que Jungkook estava ali, internado, tratado como um doente mental, quando na verdade ele era a vítima sobrevivente de um crime brutal.

Nos dias seguintes, Jungkook se isolou e se recusou a ver Jimin, mas a culpa do doutor só aumentava. Ele agora sabia que havia mais por trás da doença de Jungkook, algo que a psiquiatria tradicional não poderia curar. Jungkook não era louco; ele era um sobrevivente, alguém que havia sido deixado para sofrer sozinho, carregando o fardo de um trauma inimaginável.

Era uma noite de sexta-feira quando alguém bateu na porta do consultório de Jimin. A porta se abriu e ele ficou visivelmente surpreso. Era Jungkook, acompanhado pelos dois enfermeiros responsáveis por ele.

— Desculpe, doutor Park. Ele pediu para vê-lo — Min Yoongi, um dos enfermeiros, se curvou brevemente.

Jimin assentiu e indicou a cadeira em frente à sua mesa para que Jungkook se sentasse.

— Eu... — Jungkook olhou ao redor do consultório, notando as estantes de madeira repletas de livros sobre medicina, alguns enfeites que remetiam à profissão de Jimin, e um quadro do doutor com duas garotinhas no colo, gêmeas.

— São minhas filhas — Jimin explicou, percebendo o olhar de Jungkook no quadro. — A mãe delas faleceu no parto.

— Sinto muito — disse Jungkook, a voz cheia de empatia.

— Não sinta. Está tudo bem, isso foi há anos atrás — Jimin sorriu de forma reconfortante. — O que o traz aqui, Jeon?

— Eu quero parar com as medicações, doutor — Jungkook começou, a voz firme, mas cansada. — Ou pelo menos reduzi-las. Eu preciso enfrentar o que aconteceu, quero retomar minha vida.

— E o que mais? — Jimin perguntou, sabendo que Jungkook tinha mais a dizer.

— Acha que é possível eu voltar à sociedade, depois de tudo? — a pergunta do jovem foi carregada de esperança e medo.

Jimin assentiu com um sorriso encorajador.

— Você não é louco, Jungkook. O que você passou foi real, e foi terrível. Mas você sobreviveu, e isso mostra sua força. Com o tempo e o apoio certo, acredito que você pode encontrar uma maneira de seguir em frente.

Jungkook suspirou, aliviado. Pela primeira vez em anos, ele sentiu que alguém o compreendia, que havia uma chance de se libertar dos fantasmas do passado.

— Eu sempre achei que minhas memórias eram apenas delírios, fruto de uma mente doente — Jungkook admitiu. — Mas agora, com sua ajuda, estou começando a ver a verdade. E isso é libertador.

Jimin sorriu, sentindo que, finalmente, estavam no caminho certo. Embora o caminho à frente fosse difícil, eles agora sabiam com o que estavam lidando. E, juntos, poderiam ajudar Jungkook a encontrar paz e justiça.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro