Capítulo XIV: Morte involuntária
Maxwell
Um sentimento forte e determinado
Um objetivo claro e obstinado
Entre a escola e casa me resguardo
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Poucos amigos, fiéis
Não só, ou só, sigo com meus pés
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Amada vida renegada, com orgulho
De um sonho se faz um percurso
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Um impulso incontrolável
Mas um erro e foi interminável
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Gritos gélidos como o ferro
Perda de um amigo feito no inferno
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Devo aguentar, aturar, suportar
Vão me matar? Será? De dor um urrar
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Resisto, respiro, tolero
Gritos e berros, louco ou flagelo?
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Devo salvar, proteger e liderar
Quero matar, macerar e rasgar
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Dor? Raiva, coração engasga na garganta
Medo? Mudo, abafa o desespero
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Tudo... Mentira... Tudo mentira?
Pena ou inveja do que acredita
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Sangue, quente, frio, metal e carne
Refina toda essa crueldade
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Quero morrer? Quero viver?
Não vou poupar, quero que isso acabe
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Se pensar, se olhar, some o chão
Desse fio a luz se apaga então
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Só, caminho sombrio, egoísta, quieto
Corrompido, ou talvez liberto~ — AAGHRRA!!!! — Um corte é feito no peito — ALGUIEN ME AYUDA!!!! AGHR! — *VAP* Um açoite nas costas. Um corte na barriga, choques pelo corpo, músculos latejam. — UGHR!AHHH!!!! — Uma facada no abdômen, um corte na perna, mais um no braço, no flanco, no pescoço, no pé, no peito de novo e mais uma vez. Uma perfuração no baço, um osso quebrado, dois três, quatro e mais dez. Eletricidade queima a pele. — AHH! MAMÃE! SOCORRO!!! PARAAAAAAGHR!!!!! — Um corte na vesícula. Uma facada no joelho e outra na coxa. Açoites nas costas, na barriga e nos braços. Sangue jorra, escorre e acorda. Eletricidade queima e queima mais. Bisturi abre a carne, órgãos saem. Bastões, pés-de-cabra, ossos quebrados, órgãos esmagados. Agulha fura, líquido desce, corpo arde. Bastão bate, ossos quebram. Bisturi rasga. Faca entra, gira. Eletricidade torra. Açoite acerta, rompe a pele. Gancho encrava, sangue escorre. Faca entre e gira e entra de novo. O corpo ferve, queima. — HAHAHAHA!! Isso é tão gostoso, gatinho! Grita mais! Continua! CONTINUAAAHAHAHAHA!!!! — Uma facada no peito.
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Narrador
— AAGH!! — Max gritou desorientado ao levantar a coluna abruptamente da cama, enquanto o som de um trovão ecoava ao fundo. Seus olhos brilhavam em azul, intensamente, mas sem iluminar muito, como um neon.
Diante o som da chuva e quietude do quarto, o jovem se viu ofegante, arfando pesadamente enquanto sua mente se encontrava nebulosa. Alguns momentos se passaram, e com eles, seu coração foi se acalmando, sua mente clareando e seus olhos apagando gradativamente. Uma gota fria de suor escorrendo pelo seu rosto o fez voltar a si por inteiro, numa rápida aspirada, que o devolveu aos pulmões nominais.
— "Eu... Dormi?" — O jovem se perguntou ao despertar, fitando o quarto por inteiro, desfocado pelo sentimento de diversas vibrações por todos os lugares, mais fortes do que o de costume. Aquilo o lembrou de sua fuga do porta-aviões.
Ele sentiu um peso ao seu lado. Era Mia, dormindo no terceiro sono enquanto sentada em uma cadeira e caída a cama, com os braços envolta do rosto e uma bandeja com alguns onigiris ao lado.
O jovem se levantou cuidadosamente para não a acordar, e com o mesmo cuidado, pegou-a em seu colo, sentindo o calor de sua pele, colocou-a na cama confortavelmente e a cobriu com carinho.
— "Ela parece um anjo..." — Ele pensou, sorrindo levemente ao observar o rosto branco, porém levemente rosado de sua amiga. Algo nela trazia paz a seu coração.
Mia, deitada a cama, dormindo quieta e bela, com seus cabelos pretos espalhados pelo colchão e suas duas mechas fofas que para frente ficavam e eram seguradas nas pontas de seus dedos, seus olhos fechados, tão suaves, sua feição delicada e pura, seus lábios finos e doces, bem rosados, e o calor harmônico que sua presença por si trazia...
Era como uma caricatura, uma pintura estonteante e hipnotizante que acalmaria qualquer coração, uma imagem que mesmo vendo era difícil de acreditar que era real.
Algum tempo hipnotizado pela garota, Max, acordado por um trovão, finalmente notou o tempo que passara a admirando, apenas se deleitando da mansidão que a garota o levava.
— "...Essa mulher... Melhor eu ir, tenho que falar com o Shogun." — O garoto corou intensamente, e sentiu um leve calafrio percorrer sua espinha, como se tivesse cometido um crime.
Ele pegou a bandeja com o onigiri e saiu do quarto com o coração apertado, engolindo seco, eufórico com a situação.
Ao olhar o apartamento, o jovem notou que todos os outros fugitivos já dormiam e que estava a noite, porém Yan não se encontrava lá dentro.
Ele deixou a prateleira à mesa e seguiu cautelosamente pelas crianças que dormiam na sala até a porta da varanda enquanto comia seu bolinho, se deparando com seu amigo monge vigiando o exterior, coberto de uma chuva densa e relâmpagos reluzentes.
*Inglês* — E aí, Yan! Quanto tempo eu dormi? — Max o cumprimentou.
— Você dormiu um dia inteiro, já são mais de onze da noite. — Ele se virou, revelando uma bela marca avermelhada no formato de uma palma de mão em seu rosto.
*Inglês* — Hm, pelo visto não perdi tanto temp~ Pera aí! Você acabou de falar minha língua?! — O moreno indagou surpreso.
— Falei sim! Haha! —
— Há! Eu falei pra Mia que ela era uma boa professora! —
— Sim! Mas escuta, agora que você acordou, acho bom você falar com o shogun. — Yan o olhou nos olhos.
— Vou falar com ele. Ahh, e falando nisso, não é que eu tava certo de usar o acordo com a Yakuza ao nosso favor? Só umas tarefas e essa história de terrorismo acaba. — Max afirmou fortemente.
— Eu sei, a Mia falou, de qualquer maneira, é bom que isso seja rápido, porque se não vamos ter muitos problemas amanhã. — O monge comentou preocupado e sem graça ao mesmo tempo.
— Como assim?! — Max franziu o cenho. Tendo um leve pressentimento de que o acanho de seu amigo tivesse algo a ver com aquela marca de tapa em seu rosto.
— Acho melhor você sentar... — Yan arfou, coçando a nuca.
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Uma longa explicação depois
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— ...E além de tudo eu e a Mia discutimos e como pode ver, ela estava tão irritada que acabou me batendo... Isso tudo e amanhã a rotina de trabalho e aulas vão voltar ao normal. O Sr. e a Sra. Aburaya disseram que terão que ir trabalhar, já que eles têm que pagar as contas, que já estão atrasadas do mês passado. E o Aki disse que quer ir pra escola. E sobre isso, a gente tentou te acordar de tudo quanto é jeito ao longo da tarde, mas você nem mexia. E aqui estamos. — Completou o monge.
— Puta... Que... Pariu!... — Max ficou desacreditado.
— Eu sei, a gente tá em uma situação bem complicada~ — Yan comentou.
— COMPLICADA?! Porra, Yan, esse nem é o pior! Como você me leva o Harry e o Finn pra uma confusão daquelas, caralho?! Se a Mia não tivesse feito isso já, eu estaria te enchendo de porrada agora! —
— Shiu! Tem gente dormindo! E outra, eu não levei ninguém pra lugar nenhum, foi o Harry que deu a ideia, e o Finn só veio atrás, mas quando eu percebi a gente já estava no meio do caminho. — Yan fitou os olhos de Max, assustado.
— Jesus! Cara, você tem alguma noção do perigo que você os colocou?! Eu sei que vocês tinham boas intenções, mas... Porra! Se alguém na sua responsabilidade se machuca, a culpa é sua, e a segurança de vocês é minha responsabilidade... Então lembra, não faz essa merda de novo! — Disse o mais velho emotivo, balançando seus braços ao vento.
— Eu~ Você não precisa me proteger, cacete! Aliás eu nem sei o porquê de você tentar salvar todo mundo, assim, sozinho! — O monge falou indignado.
Ao ouvir tais palavras, lembranças, como flashes, vieram a mente de Max, lembrando-o dos gritos finais de Jose Luis. Seu corpo congelou brevemente.
— Yan... Eu tenho meus motivos... Eu... Eu não... Eu sei que é difícil de entender, mas na nossa "crise" o único que tem meios pra resolver essa merda toda, direito, sou eu. — Max tentou se explicar com um aperto do peito.
— ...Tudo bem, você não precisa se forçar a falar nada, mas também não precisa fazer tudo sozinho. Não concordo com tudo que você faz, mas você me salvou. Eu posso te ajudar, sabia? Assim como no assalto. —
— Eu sei, obrigado, Yan. Só que nada disso muda os fatos, se você... Se qualquer um de vocês se ferir... A culpa vai ser minha. — Max falou, intenso.
— Certo. E você pretende carregar todo esse peso sem ajuda daqui pra frente, só por que as coisas pioraram e você não quer que nós tenhamos que lidar com os mesmo dilemas que você?! — Yan perguntou sem saber para onde olhar.
— Não... Cacete, isso foi bem específico... Temos... Temos que dividir nossos papeis. Olha, o que eu vou dizer vai parecer estranho, mas vamos ter agir como uma unidade de agora em diante. —
— O quê? — Yan indagou.
— Pensa, somos um grupo grande, temos que nos organizar pra sobreviver, temos que, uhh... "Brincar de casinha"! A Mia já é praticamente a mãe, e pelo que você disse que ocorreu hoje, isso é praticamente oficial, ela mantém o grupo unido e cuida dele com o coração. Você vai ser como um grande irmão mais velho, que está presente o tempo todo, sempre dando exemplo e mantendo a gente na linha, como um escudo moral e ético. E eu vou ser o pai, vou trabalhar pra conseguir uma boa vida pra vocês, custe o que custar. Entendeu o que eu quis dizer, ou eu fui muito metafórico? — Max explicou com seriedade.
Yan assentiu... Alguns momentos se passaram e um silêncio notório tomou a varanda, um clima estranho se instaurou, mas logo foi cortado pelo monge.
— Tem certeza que não quer o Harry ajudando também? — Yan sorriu debochado.
— Ehh, se calhar... — Max balbuciou.
— Haha! Vou considerar um sim. Mas lembra, se a Mia ou eu dermos uma ordem como hoje de novo, você obedece, não quero saber o argumento contrário, você obedece, faz algo como hoje de novo e quem vai te bater sou eu. — Ele ameaçou de forma séria, afinal, compreendia o que aconteceu, mas isso não torna aquele tipo de erro tolerável.
Yan concordou de cabeça baixa, levemente assustado, e ambos apenas ficaram quietos, sem qualquer outra ação além de se entreolharem de forma séria, alguns segundos se passaram até eles continuarem.
— Eu vou resolver esse lance com a tríade sozinho. Você vai ficar aqui e cuidar deles. Posso contar contigo pra ser o homem da casa, "filhão"? — Max brincou, mas ainda com tom de seriedade.
— Claro que pode, "papai". Haha! — Yan respondeu.
— Ótimo. E por favor, não faça o que você fez hoje de novo. —
— Eu não vou fazer... Mas eles são fortes, você sabe. —
— Da pra ver, Yan. Mas isso aqui não é um filme nem um "sonho", independentemente de termos poderes ou não, ou já se esqueceu? A gente ainda é humano, um vacilo e a gente morre... Ahr... Dito isso, até que vocês mandaram bem. — Max discorreu, intenso e sério, relaxando no final.
— Eu... Entendi... hum, e pensar que você realmente parece um pai, haha!~ Eita, agora que penso, você não tinha que falar com o Yakuza? — Yan apontou após tomar um choque de realidade.
— Cacete, verdade... Me dá só um segundo. — Max fuçou o bolso.
O garoto pegou o celular em sua calça, e ligou para o Shogun. O telefone começou a chamar, e quase que instantaneamente a ligação foi atendida, enquanto isso Yan apenas vigiava a cidade noturna, coberta pela chuva incessante da tempestade que tomara os céus.
*Japonês* — Puta que pariu! Até que enfim! Eu achei que a gente ia se foder bonito! Eu queria ligar pra você, mas o Hynder falava "Tá tranquilo, ele vai acordar a tempo. E os amigos dele vão acabar fazendo o serviço mais urgente. Não se desespere." Porra, eu quase perdi a fé nisso! — Reclamou o Shogun, aliviado.
*Japonês* — Fica tranquilo, papai chegou! Agora fala, o que eu tenho que fazer? — Max apressou.
*Japonês* — Bem, como você deve saber, seus amigos já salvaram a parte do transporte, o que evitou um grande problema. Ah, e o Hynder já me enviou as fotos e vídeos que eles fizeram então já temos a narrativa pendendo ao nosso favor, e também se livrou dos empecilhos locais, o gelo e os barcos de policia, no caso. Dito isso, agora você precisa acabar com o posto de fabricação, infelizmente com a nossa pressa não vai ser possível te colocar lá dentro de forma tranquila, então talvez você acabe entrando num combate ao invadir e aí... — Kyoichi explicou.
*Japonês* — Tá legal, foda-se aquilo que eu disse, mas lembra, se eu matar, matei por mim, não por você! — Max se virou bruscamente enquanto falava. — "E agora que eu tô pensando, esse cara sabe de tudo isso, e até conseguia me pôr lá sem alarde se não fosse a falta de tempo. Enquanto a conspiração – ou sei-lá-o-que – tava procurando... Hum, que porra... Se for o que eu tô pensando! Aí fudeu, mas que escolha eu tenho? — Refletia.
*Japonês* — Ótimo, então já vou começar. Existe um complexo de câmaras subterrâneas, localizado abaixo do edifício Umeda Sky, é lá que eles produzem as bombas. Tem dois jeitos de entrar, o primeiro é pelo prédio em si, pegando um elevador secreto no andar mais alto do arranha-céu, o outro é pelas tubulações de gás, deve haver uma entrada do lado de fora do prédio, dentro do "Island Garden", se eu não me engano a entrada é vermelha e fica ao lado de uma parede nas bordas do lago, o único problema é que o sistema de tubulação é extremamente quente. — Shogun apontou.
*Japonês* — Eu acho que fico com o elevador... — Pensou o jovem em voz alta.
*Japonês* — Infelizmente, você não pode passar por lá. —
*Japonês* — Ué! Por quê?! —
*Japonês* — Você já deve ter ouvido falar do Comandante Simon Kurt. Ele também está atrás do posto de fabricação, mas com a leve diferença que o objetivo dele é sumir com tudo e todas as provas, pra poder caçar você e seu grupo sem nenhuma interferência possível. —
*Japonês* — Então o que eu tenho que fazer é desmascarar o "projetinho secreto" da tríade pra você e seus camaradas mostrarem pro mundo antes que o Simon suma com tudo, certo? Isso ainda não explica eu não poder pegar o elevador. —
*Japonês* — Se o Simon entrar lá, vai ser pelo elevador. Você tem que evitar ao máximo que puder uma luta contra ele, aquele cara usa uma NeoGear, o que o deixa em um nível de força parecido com o seu, além disso, ele é o mais jovem marine no posto de coronel, o moleque tem dezesete anos, e acredite, isso é no mínimo um absurdo. Se lutarem, ele vai matar você, o Hynder discorda, mas eu ainda não acho que seja uma boa ideia. — Kyoichi falou ameaçador.
*Japonês* — DEZESSETE?! Tá certo... Com um passado como o meu não é tão difícil de acreditar, se for mesmo o que eu estou pensando, você tem razão em ter que tomar cuidado. Mas me diz, como eu vou passar pela tubulação sem me queimar? —
*Japonês* — O Hynder disse que você deve aguentar a temperatura, apesar de tudo. —
*Japonês* — Tinha que ser!... Ok, eu dou meu jeito, mas... O que eu faço se eu esbarrar com esse Simon? —
*Japonês* — Nesse caso, Sr. Fangs, fuja. Ou pelo menos tente. No entanto, por favor faça a sua parte o quanto for possível, Hynder disse que te enviou uma planta do complexo para facilitar sua vida. E, bom, caso esteja receoso, eu já preparei os "invasores" substitutos de vocês, são alguns prisioneiros de conflitos passados, todos criminosos. O sujeito com a cicatriz que escolhemos não se parece tanto assim com você, mas não vai dar problema, então fique tranquilo qualquer coisa. No mais... Boa sorte, Sr. Fangs, todos nós vamos precisar. —
Max, apesar de relutante, agradeceu ao desejo do Shogun. Antes de desligar o telefone, pediu uma entrega de comida, já que a outra, roubada, já estava no fim e também pediu roupas, para os mancebos que outrora foram atingidos a tiros e para si próprio, pensando que poderia danificar suas vestes atuais, além de escovas de dente e pasta extra.
Após isso, guardou o telefone e explicou tudo para Yan, e também o avisou para buscar os suprimentos dali uma hora, em uma praça a dois quarteirões para oeste do apartamento.
Então checou seu colete, debaixo da camisa, e pegou a MP5 na mochila de armas, junto de vários carregadores para a SIG e para a submetralhadora, que guardou nos apertados bolsos do colete.
O jovem, já preparado, se despediu de Yan, que o desejou boa sorte, e avançou rumo ao arranha-céu em meio a vasta tempestade que assolava o clima.
Yan o olhava, ainda da varanda, pensando:
— "O que tá acontecendo comigo?... Eu sabia que era imprudente... Eu fui egoísta?... Eu pensei que essa fase já tinha passado." —
— "Merda... Já não basta trabalhar pra um criminoso... Então seis pessoas inocentes morreram por minha causa naquele prédio?... Merda... Porra..." — Max refletia com pesar, quase num desespero completo, enquanto seguia rumo ao arranha-céu.
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Enquanto isso, em algum lugar nas ruas de Osaka, numa limusine blindada
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O coronel Simon acabara de desligar o telefone, estava na presença de um sujeito elegante, um japonês de cabelo grisalho e terno azul-escuro, na casa dos 50 anos.
*Inglês* — Acabei de receber uma ligação do pessoal do SFG, achamos o posto de produção, o sorteado do porto falou, finalmente. — Disse Simon guardando seu celular blindado em um dos bolsos de seu traje.
*Inglês* — Muito bom. Qual o próximo passo, comandante Kurt? — Disse um sujeito num tom pensativo.
*Inglês* — Preciso ir até o Umeda Sky, me deixe na avenida Oyodonaka-Chome. De lá eu me organizo com eles... Vai ser complicado, fazer parecer que a operação foi realizada por seis pessoas com nosso equipamento, mas tudo bem, consegui NeoGears adaptaras para eles usarem.—
*Inglês* — Certo, vamos chegar em alguns minutos. Lamentamos esse obstáculo, se o pessoal das indústrias Toshiso não tivessem cometido traição, nós já teriamos acesso à viajens instantâneas, e os outros membros da Intrepid já estariam aqui, com exceção do meu representante, vocês fizeram o favor de nos entregar o soro só ontem, o adjunto está maluco gerenciando o processo agora. — O homem afirmou, falando algo em japonês com o motorista e se voltando para Simon.
*Inglês* — Culpe a sua incompetência, Senhor... A estrutura de defesa do seu país ficou tão catastrófica depois da invasão, que quase recorremos aos nossos sócios pra enviar o soro até seu exército... Mas falando do governo aqui, posso fazer uma pergunta, Sr. Primeiro-Ministro? —
*Inglês* — Claro, Coronel. —
*Inglês* — O que exatamente está acontecendo aqui? Quer dizer, quando me pediram pra investigar a existência de atividades terroristas no país, por precaução, o senhor pareceu surpreso quando eu falei da tríade. — Simon provocou.
*Inglês* — Onde você quer chegar com isso, coronel? —
*Inglês* — Você não fazia ideia de que algo desse tipo realmente estava acontecendo. Aliás o "esquema" sequer estava envolvido nesse assunto, além dos traidores da Toshiso, que por acaso, também fui eu que descobri. E os Chineses da Tríade que estavam trabalhando por aqui não sabiam de nada sobre a parte grande do próprio negócio, a única informação que tinham era que havia um "cliente figurão" envolvido, mas também não sabiam quem era. O que mais me incomoda nessa merda é o fato de ter que lidar com um assunto que não tem nada a ver com a minha nação, só pra cumprir minha missão e matar o Maxwell, e tem também o grupo dele... Aliás, não sei porque vocês não estão preocupados com os outros, pelo que sei eles também são mutantes. — O soldado provocou.
*Inglês* — O Maxwell se provou um grande risco para o "esquema", um risco grande demais para deixar solto, e sobre os outros, pelo que sabemos, eles não devem ser nada além de crianças, eles não são uma preocupação imediata. E sobre essa conspiração contra mim, eu já tinha informações sobre um golpe de estado, mas não sei de nada sobre quem organizou ou quem está colaborando. — O excelentíssimo falou ríspido.
*Inglês* — Hum!~ Crianças?! Como assim, crianças?! — O comandante soltou num suspiro. Ele não tinha muitos detalhes sobre o grupo de Maxwell, então ficou confuso com a informação... Infelizmente não foi sanado.
*Inglês* — O problema é que essa brincadeira está fechando o cerco para mim. Por mais que seja do meu interesse eliminar os fugitivos. Eu também preciso garantir a minha segurança. Para ser honesto, eu gostaria que você pelo menos me desse alguma informação do que descobriu, eu ficaria te devendo. —
*Inglês* — Escuta, assim como você não gostaria que te usassem, seus aliados também não gostam. Caso não se lembre, uma das regras do "esquema" é não se envolver nos conflitos internos de um país ou de um dos membros em específico, e você excelentíssimo, já tem muita sorte que minha missão, além de matar os fugitivos, é eliminar provas, o que te ajuda mais que o suficiente. Eu não posso, e não vou te dar mais informações sobre essa sua conspiração. Além disso, se esse "cliente figurão" conseguir o que quer, e você for destituído ou algo assim, tenho certeza de que ele será um membro muito melhor para o "esquema" do que você... Para falar a verdade, esse desgraçado sabe o que faz... Por algum motivo, minha intuição diz que os membros do "esquema" vão tomar na tarraqueta também por causa dele... Ainda assim, não vou agir sem ordens. —
*Inglês* — Droga... Depois de tudo o que eu fiz... — Disse o primeiro ministro, pensativo.
*Inglês* — Depois de tudo o que TODOS fizeram, senhor... Mas se quer um conselho, preste atenção nos seus arredores, Porque acha que não conseguiu reunir nenhuma informação até agora? Seus aliados políticos são alienados como você? Abre o olho! Já não está com ele fechado o suficiente? — Simon comentou, olhando para a janela com uma expressão forte, demonstrando seu foco na atual situação...
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Num tempo não muito diferente, nos quarteirões próximos do Umeda Sky
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Max se aproximava de seu destino, e mesmo com a leve névoa que subia nas ruas e a chuva pesada que escurecia ainda mais aquela noite sombria, ainda podia ver, dentre os lampejos e raios que frequentemente iluminavam o horizonte, o arranha-céu de dois grandes edifícios paralelos, ligados em seus últimos andares por um grande bloco suspenso entre eles, com um esboço circular em seu ponto central.
— "Bem, deve ser aqui." — Pensou o jovem ao notar que havia chegado a uma espécie de jardim repleto de densas árvores.
Max deu uma olhada a mais nas informações que tinha em seu celular. Hynder havia o enviado uma mensagem escrita "Pegue o HD laranja, das câmeras, na sala de segurança, no painel de comando geral".
E junto da mensagem, uma planta das câmaras subterrâneas, não era muito detalhada, mas bastante útil.
Havia oito salas, três delas enfileiradas, uma ao lado da outra, paralelas a outras três iguais, todas de 20 por 10 metros, quatro delas eram salas de produção, as outras duas eram o refeitório e o dormitório. A maior sala, o depósito, de 40 por 25 metros, ao final do corredor das seis salas menores. Enquanto no início do corredor havia uma virada para outro corredor que passava por uma sala de 34 por 20 metros, onde ficava a segurança e a gerência, e ao final do mesmo corredor ficava o elevador.
— "Mas que diabos?! Por que tem um dormitório e um refeitório lá?!... Acho que vou descobrir logo, logo." — Max pensou confuso.
O garoto se viu procurando uma tubulação no vazio jardim, uma pequena entrada de ar quadricular com uma marcação vermelha nas bordas. As árvores rodeando aquele caminho escuro realçavam o clima sombrio que se formava àquela noite.
Não demorou muito para encontrar a entrada já que apesar da falta de luz frequente, sua visão o permitia enxergar bem o suficiente para distinguir as cores.
No que em poucos passos se aproximou, o jovem sentiu o calor emitido pela tubulação, quebrando a grade que a fechava, a temperatura apenas subiu, um vapor quente e excruciante emergiu de dentro da tubulação. Qualquer um saberia que, ao entrar lá, morreria queimado, ou asfixiado.
Antes de se pôr adentro, o jovem olhou outra planta enviada por Hynder, da tubulação, com uma mensagem abaixo dizendo que ele acabaria no depósito se seguisse até uma turbina de refrigeração no final da planta.
Então, mesmo que ainda com um pé atrás, Max se apoiou nas bordas e, lentamente, entrou de vez na tubulação. O calor era tão intenso, que garoto imediatamente começou a se sentir estranho, mais lento.
— "...Porra, o que eu não faço pra cumprir uma missão?... Pelo menos vai secar minhas roupas." — Pensou tentando ignorar o nervosismo.
O moreno desceu deslizando pela tubulação metálica, em uma velocidade controlada, seus dedos mediavam sua queda o mantendo em um ritmo constante. O calor só aumentava a cada metro descido, assim como a ausência de luz.
Após deslizar e descer vinte metros numa reta estreita, Max viu a primeira entrada à sua direita, maior que a tubulação onde descia. Com um rápido movimento, o jovem jogou sua MP5, antes presa à suas costas, para dentro da tubulação e foi junto em seguida, onde apenas se rastejava pela falta de espaço, e enxergava apenas o suficiente para ver as arestas e algumas poucas formas pelo caminho. Com dificuldade para mover qualquer músculo o garoto continuou, rastejando com a arma em uma mão, e a outra livre.
— "Não que eu seja claustrofóbico, mas porra... Tá quente, ta escuro e eu não consigo me mexer direito... Eu não tô me sentindo bem." — Max pensava enquanto sua mente entrava em náusea.
Quanto mais se movia, mais cansado se sentia, seu corpo superaquecia por conta do ambiente. Cada vez que punha suas mãos no metal para se rastejar sentia sua pele lentamente arder e queimar. Suor quente escorria por seu rosto, as pequenas gotas que em queda se viam vaporizavam em segundos ao com o chão se encontrar.
Se movendo rasteiro por metros, finalmente encontrava a próxima descida, Max, já tonto e lerdo, não parou, desceu como quando entrou. Nos próximos dez metros o jovem se sentou desorientado, com falta de ar, o rosto gorduroso e encharcado de suor.
Após segundos tentando se recuperar, Max percebeu que o melhor seria apenas seguir caminho, então o fez. Dada a volta do rastejar ele sentiu sua pressão corporal gradualmente subir ainda mais, com o aumento progressivo do calor já sufocante. Suas mãos, a cada vez que o puxavam, passaram a queimar e perder parte da pele.
Mais uma queda se fazia presente, o jovem se sentiu inseguro sobre descer, todas as suas funções fisiológicas estavam desreguladas, o suor em seu corpo vaporizava antes de sequer tornar-se gotas, suas mãos já estavam em carne viva regenerando. Suas roupas queimando e derretendo a cada segundo, já continham pequenos buracos que aumentavam de tamanho.
— "...Eu... Tenho... Que sair daqui... Agora!" — Max pensou lerdo, mas determinado.
Em seu momento de nervosismo, Max apenas se jogou ao fundo, por onde caiu vários metros e, mesmo sem sentir dor, os ossos do garoto rangeram, ao ponto de quase se partirem.
Sem sequer dar-se o tempo de saber que estava curado, o mancebo se impulsionou até a próxima queda, menor que a anterior, mas ainda grande. Maxwell colidiu com o chão com todo seu peso, porém não se machucou dessa vez. Com vista do que deveria ser a última reta até a turbina, o cicatrizado se encontrava a beira de um colapso, delírios rondavam sua mente dilatada.
Sem tempo para pensar, ele botou sua submetralhadora às costas, e em seguida, pegou impulso num pulo, o mais forte que pôde, até a última queda, o que resultou em uma forte colisão com a parede, amassando-a brutamente.
No que em segundos a queda se fez presente, Max foi a carregar um soco potente. E foi esse soco, desferido de forma implacável, que destruiu as hélices da silenciosa turbina, junto de seu interior. No que caíra na grade de saída, o moreno observou pequenos canos que saíam daquele ponto para os lados.
Ao olhar para baixo, ele viu o depósito cheio do que pareciam ser explosivos, um grande estoque deles. Com mais um soco, Max arrebentou a grade e no depósito caiu, onde o ar se fazia frio e seco.
Deitado e arfando, Max se viu recuperando todo seu fôlego e funções motoras. Em poucos segundos ele sentiu seu despertar, e assim como acordara mais cedo, o garoto se levantou em um pulo repentino.
Sua roupa estava toda esfarrapada, cheia de enormes buracos, e suas mãos terminavam de regenerar a pele queimada e carbonizada. Apesar disso, o jovem torturado não se importava tanto com a dor ao ponto de sofrer por ela, não mais.
O depósito, com as paredes cinza e lisas, estava cheio de caixas táticas abertas, com a logo "TOSHISO Inc." escrita em suas tampas. Todas estocando em si, bombas plásticas C-4, mas diferente das C-4 normais, as caixas continham explosivos com um pequeno dispositivo estranho conectado à suas partes elétricas por fios pretos, e aos seus interiores por tubos carregados de um líquido roxo e preto, assemelhado ao céu noturno quando estrelado. Entretanto, a atenção de Maxwell estava totalmente voltada para inimigos que pudessem tê-lo escutado chegar.
Então, preocupado, o garoto foi até a porta, dois enormes pedaços de metal que pareciam funcionar com eletricidade, portas automáticas de correr no fim das contas. Ele se aproximou e ouviu o que se passava do lado de fora, aparentemente ninguém ouvira sua espetaculosa chegada. Então o garoto pegou seu celular e filmou o depósito, pegou cada detalhe.
— "Caramba, esse celular é bem resistente, a câmera também é muito boa, e não é de marca alguma... Deve ter algo a ver com o fato de ter vindo do Hynder." — Max refletiu, impressionado ao ver o dispositivo com vida.
Depois de realizar gravações do depósito, Max se dirigiu a porta e ouviu novamente o que ocorria do lado de fora. Havia apenas um batimento cardíaco no corredor, calmo e tranquilo. Ao se concentrar, o mancebo pode ouvir o som dos dedos da tal pessoa deslizando por algo metálico enquanto andava, assim como os sons de chacoalho mínimos que se exaltavam a cada passo, era uma arma.
— "Pelo visto tem um segurança armado lá. Tenho que dar um jeito de chamar a atenção dele... Talvez uma batida na porta?... Não, se eu fizer isso, ele vai vir em alerta, preciso de algo que apenas chame sua atenção e o faça cogitar outra coisa que não seja uma invasão..." — Max pensou, se programando.
O moreno pôs seus dedos na fresta da porta e forçou um pouco para abri-la de leve, e deixá-la fechar por conta, apenas para chamar a atenção do guarda.
Do lado de fora, no corredor branco, o guarda notou a estranheza acontecendo com a porta. O homem, em uma farda preta, usando joelheiras, cotoveleiras, luvas de kevlar, um colete balístico tático e uma máscara balaclava, decidiu investigar apenas por capricho, já que não faria sentido ter algo ou alguém lá dentro, sendo a única opção seria um problema elétrico, considerando que a porta apenas se moveu sozinha por um instante.
O homem se aproximou do painel de controle do depósito e usou um cartão para abri-la. Ao entrar no lugar, agora iluminado, nem se deu conta dos estilhaços da grade da ventilação mais a frente, invés disso, observou direto a porta, tentando notificar algum problema, quando de repente, simplesmente apagou, caindo inconsciente no chão.
Maxwell dera um golpe em sua nuca, nocauteando-o de imediato. O guarda era alto e forte, do mesmo porte do jovem. Por conveniência do destino, o uniforme coube no cicatrizado, que além de roubá-lo do guarda, também deixou o homem, chinês, oculto atrás de algumas caixas ao fundo, coberto com suas roupas queimadas e deterioradas.
O garoto saiu, fechou a porta do depósito usando o cartão, e andou até chegar na primeira sala a direita. Abrindo a porta com o cartão, o jovem se espantou com o que encontrara na sala.
— "Mas que porra é essa?!" — Se espantou ao ver tal cena.
Na sala, várias crianças, mulheres e alguns poucos homens, eram uns dez chineses, todos com olhares sem vida, todos subnutridos e raquíticos, praticamente sem músculos ou gordura separando a pele de seus ossos, que davam forma à suas feições.
Estavam usando farrapos como roupas e coleiras de aço com uma luz laranja no pescoço, trabalhavam passo a passo na produção das bombas numa mesa, eles pareciam cansados, e tinham olheiras enormes indicando que não dormiam a dias.
*Chinês* — Por favor! O que fizemos dessa vez?! Nós estamos quase acaband~ J~Já entendi~i... Por favor, se você só quer se satisfazer, você pode usar o meu corpo! Mas por favor, deixe as crianças em paz! Elas não aguentam mais!... — Suplicou uma mulher mais velha no meio deles enquanto soltava lágrimas em sua expressão desesperada.
Max, confuso, tinha deixado seu celular filmando enquanto preso em uma alça na frente de seu colete balístico. Mas tirou alguns segundos depois que voltou a si. Nesse fatídico momento seu rádio chamou.
*Chinês* — Aí, Choi! Tem uma notificação de abertura do depósito aqui, aconteceu alguma coisa?! Tá fazendo o que aí na sala?! A gente tem que acabar as coisas por aqui logo! — Disse uma voz masculina no rádio.
— "Caralho! Fudeu! Eu tenho que sair daqui!" — Max pensou nervoso.
A voz continuou chamando, mas Max, sem entender, não respondia nada.
*Chinês* — CHOI?!~ Merda preciso que investiguem~ — A voz desligou o rádio no meio da frase.
— EI, VOCÊS! EU NÃO SEI SE ME ENTENDEM MAS ME SIG~! — Ele disse, ou melhor, tentou dizer às crianças lá trabalhando para o seguirem, mas, de repente, uma explosão ecoou pelos corredores das câmaras.
Tiros foram dados e devolvidos, um tiroteio começou. Um tumulto se fazia na entrada do complexo. Soldados vinham em rápidas marchas rumo ao lugar onde Max estava.
O garoto se alertou, pegou sua submetralhadora e se escondeu por trás da mesa, a qual sem nem pensar, já havia virado como um escudo.
— "Droga! Será que é o Simon?! Se for eu tô na merda! De qualquer forma tenho que tirar essa gente daqui antes que~!" — Pensou, logo antes de ser surpreendido.
A coleira que os pobres prisioneiros usavam apitou em aviso, e segundos depois, eletrocutou todos naquela sala, o choque foi tão violento, que não levou mais do que cinco segundos para que todos caíssem como cadáveres, ainda assim, os gritos de agonia que soaram em coro nesse pouco tempo pareceram inacabáveis.
Max, confuso e perplexo, sentiu seu coração acelerar, e uma raiva indescritível explodir em seu peito. Pessoas inocentes haviam morrido sem motivo algum, e isso, ele não poderia aceitar, sofredores sendo esmagados como se suas vidas não importassem. Ainda abalado, o garoto tirou sua máscara, tentando recuperar o fôlego que suas emoções lhe tiraram.
O jovem torturado, com o dedo indicador dando tremeliques psicóticos, começou a ouvir os gritos incessantes que o perseguiam do seu passado, o Gritante veio a sua mente como um estorvo em seu caminho. Se lembrou das crianças que lá estavam, se lembrou de José Luís... Da maneira como foram estraçalhadas. Maxwell perdia sua consciência, e como uma besta irracional, o ódio latejava em seu ser a cada batida de seu coração, como um ácido corrosivo.
E foi naquele instante, que Max perdeu completamente sua linha de raciocínio...
Na sala de segurança, os guardas resistiam fortemente contra um ataque repentino de soldados equipados com NeoGears. O elevador fora detonado, o grupo de forças especiais, seguido por Simon, descia os cabos. Uma troca intensa de tiros se fazia no corredor, um total de 24 soldados enfrentavam 30 guardas do local, e mais nove estava para chegar.
Havia mais vinte guardas no corredor das salas de produção, todos armados com fuzis de assalto, todos com os trajes iguais ao que o guarda já abatido pelo invasor solitário usava.
Maxwell saiu da sala onde estava, com um forte chute na porta, que a jogou toda deformada do outro lado do corredor.
Ao virar o corredor, se deparou com cinco guardas. Todos apontaram suas armas para ele, visto que o garoto não era chinês, e seus olhos brilhavam um azul intenso e aterrorizante. Olhos que criavam uma atmosfera opressiva, capaz de gelar a espinha de qualquer coisa que estivesse viva para ver aquele olhar selvagem.
Os guardas congelaram por um momento antes de dispararem efetivamente, mas no fim, para Max as balas vinham como um frisbee, apenas esperando para serem pegas ainda no ar.
O cicatrizado reagiu instantaneamente, num passo largo foi até a porta amassada e a usou para avançar em um dos guardas mais ao canto direito de sua visão, atropelando-o e dilacerando todo o seu corpo, espalhando seus restos por todo lado.
O rapaz freou bruscamente, girando o quadril em conjunto com seus braços, e lançou a porta com toda sua força no quarto guarda a direita. O homem, ainda de costas, foi atingido com tanta velocidade, que a porta o partiu ao meio e jogou seu corpo para trás vários metros, se fincando profundamente na parede em seguida.
Os três restantes atiraram feito uma verdadeira infantaria, porém Max saltou na direção do terceiro guarda a direita, enquanto desviava de todas as balas fluidamente ainda no ar, e ao ganhar proximidade o suficiente, o garoto desferiu um chute com o calcanhar entre o nariz e a boca do sujeito, completando o golpe "Aptcha Oligui", e com tanta a força, a parte inferior da cabeça do mesmo terminou esmagada aos pedaços, que ficaram prensados ao pescoço, ou espalhados pelo chão.
Os dois guardas restantes tentaram o abater, mas, antes que sequer pudessem apontar suas armas, Maxwell atravessou seu braço no peito do guarda ao seu lado, e com um grito de fúria, continuou num passo aberto e atravessou também o peito do último guarda, ainda com o outro corpo preso em seu braço.
Relaxando seu ombro, ambos os corpos caíram ao chão, deixando seu antebraço lambrecado pela hemoglobina, e aumentando a poça de sangue que se formou com as mortes.
Sem tempo para respirar, das duas salas de produção mais a frente saíram dez guardas, e da sala de produção a esquerda da qual Max saíra surgiram mais cinco, todos armados. O moreno apontou sua MP5 e tentou atirar na direção dos dez a frente, mas a arma não disparou.
Surpreso, ele checou como um reflexo a trava da arma, e a mesma estava destravada. O que ocorreu foi que, por conta do calor na tubulação, o metal do interior da arma havia dilatado, o que emperrou todo o interior da submetralhadora.
Uma chuva de tiros se fez de ambos os lados do corredor, o rapaz, mesmo distraído, viu tudo que estava rápido ficar lento em um instante. Aproveitando a vantagem, o garoto arrebentou a alça da sua arma e a jogou como uma lança no rosto de um dos cinco para trás, atravessando o crânio do homem.
Em seguida o jovem avançou até o homem mais próximo da parede à direita entre os dez da frente e o acertou com um chute frontal usando toda sua força. Por conta do corredor de cinco metros de largura, alguns guardas estavam posicionados atrás uns dos outros, então quando o guarda chutado foi lançado para longe, seu parceiro também foi atingido e jogado.
Ambos os homens atingiram juntos no mesmo lugar, a força com a qual foram jogados foi tamanha que o de trás foi esmagado pelo corpo do primeiro, que apesar já ter morrido pelo choque do chute, ainda teve a parte de trás de seu crânio completamente esmagada.
O homem da esquerda apontou sua arma para Max, que a empurrou para o lado fazendo com que a soltasse, ela apenas se manteve próxima por conta da alça. Girando por trás do guarda, o jovem aplicou um ponta pé no queixo do próximo guarda, deformando brutalmente sua face e, consequentemente o matando.
No abaixar de sua perna, o cicatrizado potenciou o movimento para desferir uma rasteira por trás do inimigo desorientado pela perda de sua arma, que caiu com todo o peso no chão, o golpe fora tão forte que seus joelhos se quebraram no movimento contrário.
Em seguida, com um rápido movimento, ainda meio deitado, Maxwell segurou o fuzil do sujeito derrubado e disparou contra os cinco soldados na parte de trás.
A última sequência havia sido tão rápida que o guarda morto pelo pontapé ainda caía ao chão. Naquele ponto, o garoto estava entrando em um estado chamado de "zona", o momento em que uma pessoa alcança o pico de adrenalina e tem uma melhoria notória em seus sentidos, força, velocidade, agilidade e foco, e com os aprimoramentos do moreno, entrar neste estado significava um nível desconhecido de periculosidade.
Quando o jovem começou a atirar contra os inimigos ao fundo do corredor, não ocorreu nada senão uma sequência de acertos na cabeça, e quatro abates consecutivos.
Então, tentando dar sequência aos disparos nos inimigos a sua direita, o rapaz se viu deixar levar pela emoção e esmagar o punhal junto do gatilho do fuzil. Mas sem perder tempo, ele sacou sua SIG e tentou disparar contra os homens, mas o interior da pistola havia dilatado, assim coma o da MP5.
Enraivecido, ele jogou a arma no rosto de um guarda posicionado na fila de trás, o primeiro da direita para a esquerda, entretanto para a sorte, ou azar, do indivíduo, não jogou a arma com tanta força, então apenas quebrou seu nariz.
Usando o corpo já ajoelhado do guarda morto pelo pontapé, o cicatrizado se protegeu das balas que vieram dos homens ainda vivos.
Nesse momento as coisas voltaram a uma velocidade próxima da normal. Maxwell avançou usando o fuzil do defunto que usara de escudo.
Em meio aos disparos de Max, que atingiram três homens, um inimigo mais próximo da outra parede correu e tentou derrubar o garoto, mas sequer tremeu, na verdade, o guarda, que havia se jogado de corpo inteiro, simplesmente caiu de bruços no chão.
Maxwell simplesmente pisoteou sua cabeça.
E então, o jovem se viu de frente contra os últimos quatro guardas, Já que o corpo escudo se tornara apenas um trapo cadavérico em pedaços pelo corredor.
O rapaz jogou o corpo em cima dos três atiradores mais ao canto, e usando a brecha, desferiu um golpe clássico de caratê, o nukite, no quarto guarda a sua direita, partindo seu corpo em uma laceração transversal.
Em sequência o garoto chutou a cabeça do próximo homem caído no chão, despedaçando-a. E com extrema velocidade, ele pegou o outro guarda ainda vivo pelo rosto e bateu sua nuca na face do último homem, até que, após três golpes, descansou o braço com ambas cabeças destroçadas.
Assim, com fúria, e ainda segurando o agora defunto, Maxwell chicoteou seu braço para frente e rasgou o pescoço do cadáver, decapitando-o, e deixando a cabeça rolar em seguida.
Por fim, o homem que quebrara as pernas alguns segundos atrás, ainda vivo, se engasgava com a própria saliva, assustado, tinha removido sua máscara para melhor respirar. O garoto ouviu seus soluços e, friamente, se virou lançando um olhar amedrontador e sanguinário enquanto caminhava lentamente.
*Chinês* — NÃO! NÃO! NÃO SE APROXIME! ME DEIXA EM PAZ! POR FAVOR, NÃO ME MATE! — O homem implorava enquanto se arrastava com dificuldade até a parede.
— Verme... — Balbuciou Max em um tom completamente alterado.
O rapaz colocou seu pé na cabeça do guarda e começou a pressioná-la contra a parede, e foi gradativamente aumentando a força.
*Chinês* — AHHHHHHGH! SOCORR~UHGR! — O homem gritou logo antes de seu crânio ser exposto junto de partes de seu cérebro, agora esmagado em meio a carne e pele reviradas em seu rosto macerado e preso na parede.
Maxwell nem quis saber de observar, ou mesmo retomar sua respiração, coberto de sangue e tripas, tendo sua cicatriz do rosto ocultada pelo vermelho, caminhou intrépido e impaciente até a esquina do corredor, quando se deparou com um soldado usando um traje diferente dos guardas.
O sujeito vestia uma espécie de farda preta e justa, porém claramente resistente, com uma textura de Kevlar, envolto de um tipo de exoesqueleto metálico, além de um capacete balístico com o formato de caveira na face e duas lentes nos olhos. O traje era uma NeoGear.
Ambos estavam surpresos, mas isso não os impediu de avançar e, com um gingar bem datilografado, desferir um forte soco, um no punho do outro, força que se anulou sequencialmente.
O garoto soltou um olhar estranho ao fitar tal equipamento, e a força que apresentara, o analisando confuso de cima a baixo, ainda na posição que se anularam os socos.
A distração criou uma brecha, o soldado atingiu um soco no abdômen de Max, onde se encontrava o diafragma, lançando o rapaz alguns metros para trás, eufórico.
Porém, sem descanso o cicatrizado retomou o controle de seu corpo apenas forçando os pés contra o chão. Rosnando, correu brutalmente na direção do soldado, que apesar tentar desferir outro golpe, foi pego pelo pescoço segundos antes e batido contra a parede do final do corredor.
O jovem, ainda o prensando contra a parede, deu-lhe uma porrada no rosto, que apenas destruiu o capacete, e ainda devolveu ferimentos na mão e rompimentos na pele que cobria a cabeça de seus metacarpos, deixando também trincas nestes ossos. Mas sem se importar com os músculos latejando, atravessou o punho no crânio do soldado.
Largando o corpo do homem, Max sentiu olhares hostis voltados para si. Foi quando fitou em direção ao elevador e viu um esquadrão completo de soldados usando NeoGears. Do qual dois dos vários homens saíam de dentro da sala de segurança, com um guardando o que parecia ser um disco rígido laranja em seu bolso.
Em um pulo nervoso, o moreno voltou direto à proteção da parede, logo antes de uma chuva de balas se criar em sua direção. O jovem esperou os soldados se aproximarem, eles pararam de atirar e, cautelosamente andaram ao seu encontro.
O rapaz correu até o corpo de um dos homens já estripados e pegou seu fuzil, era uma FN scar (Modelo L). Com o coração acelerado, ele aguardou paciente sob cobertura da parede entre o corredor e a entrada da primeira sala de produção a esquerda até que os soldados viraram o corredor.
Assim que os soldados cruzaram a esquina, o garoto deixou a espera e disparou inclinado, direto nos homens. Seis de oito deles foram atingidos bem na viseira do capacete, os outros dois voltaram para o corredor e ficaram junto com o grupo, um total de 33 soldados ao longo do corredor, e por lá se mantiveram.
Mesmo assim, com seus olhos brilhando um intenso azul mortífero, fios negros de cabelo caídos úmidos, em mechas lisas, sebosas e encharcadas de sangue alheio, também refletido por seu corpo e roupas, Maxwell, no auge de seus instintos, predatoriamente ouvia os movimentos de seus inimigos, em aguardo pela oportunidade certa.
*Japonês* — Parece que aquele é o garoto que fugiu do Gritante... — Disse um soldado.
*Japonês* — Tem certeza? Se for a gente tá fodido. Vocês viram o que ele fez no Runner, imagina o que faria com a gente! — Outro retrucou.
*Japonês* — Acho que devíamos esperar o coronel, ele pode lidar com isso. — Um terceiro apontou.
*Japonês* — Você é idiota? Temos ordens para matá-lo. Que tipo de soldados seriamos nós se não tentássemos? — O primeiro comentou.
*Japonês* — Vamos supor que a gente tente, o garoto é capaz de desviar de balas, conseguiu arrebentar uma daquelas correntes de titânio intra-reforçado com grafeno e até agora ninguém que encontrou ele sobreviveu pra contar. Mesmo que usemos NeoGears, não acho que consigamos lidar com ele do mesmo jeito que o comandante lidaria. Nossas armaduras são adaptadas para pessoas normais, estão cheias de amortecedores, isso acaba com o aumento da força física, sem falar na resistência, que é menor. — Um quinto homem argumentou.
*Japonês* — Independente disso, não sabemos se o coronel sozinho conseguiria eliminá-lo, acho que devíamos tentar enfraquecê-lo até que o comandante Kurt desça. — Falou um sexto soldado.
*Japonês* — Concordo com ele, vamos fazer o seguin~! — Uma explosão interrompeu o que o primeiro homem sugeria.
Uma granada de fragmentação estranha, que emanava um brilho roxo estranho por suas secções compactas, essa que fora arrancada de um dos cadáveres, explodiu na virada do corredor pouco antes de cair no chão, distorcendo de leve a luz e o espaço em seu entorno no instante de sua liberação de energia. Max havia calculado o tempo exato para surpreender os soldados, a explosão matou nove soldados e alguns fragmentos atingiram o braço de um mais distante da onda de choque.
Da fumaça densa e escura, o garoto saiu como um touro batendo o mais forte que podia com um golpe de palma aberta no homem ferido, que teve a armadura estilhaçada, diversos ossos quebrados e órgãos expostos pelo soco e foi jogado com tudo para trás, acertando três homens, que acabaram no chão pelo choque do impacto, mas mal colidiram contra o solo que foram atingidos bem nas viseiras, abatidos como cães.
Sem perder tempo, Max disparou contra os inimigos restantes. E os soldados, mesmo desorientados, atiraram contra o garoto no final do caminho, foi um tiroteio generalizado.
Sinuosamente o rapaz desviava dos tiros enquanto os retaliava freneticamente em meio ao show de luzes mortais que acontecia. Três homens foram atingidos e mortos enquanto Max sequer de raspão fora pego.
Um soldado conseguiu passar despercebido até se aproximar o suficiente do jovem para o acertar um golpe, numa tentativa desesperada de o nocautear. O jovem foi acertado em cheio no rosto, no entanto mau virou a cara e já estava recomposto.
Assustado, o soldado tentou se virar e correr, mas antes que fugisse, Max o alvejou pelas costas com sua mão, atravessando-a pelo abdômen, o homem gritou em agonia. Sem o menor esforço, levantou o sujeito ainda com a mão dentro e o usou de escudo.
Após abater mais dois inimigos, a tiros nas viseiras, cinco soldados se aproximaram, um deles segurou a arma de Max, distraindo-o por tempo o suficiente para que os outros quatro o atacassem de forma síncrona.
Max reagiu tão rápido que só o que acertaram foi o corpo de seu colega, o garoto desviou fluidamente até as costas do homem que pegara sua arma e, com um leve puxão pela mandíbula, quebrou seu pescoço.
Em menos de um segundo deu sequência ao resto, desferindo uma cotovelada ascendente no primeiro soldado ao seu lado veio a sucumbir diante do rompimento de seu pescoço, caiu ao chão ainda com um pedaço de pele ligando sua cabeça ás costas, expondo suas entranhas e um pedaço da coluna.
Em seguida, girando seu tronco seguido pelo quadril e as pernas, quase artisticamente, Max acertou seu calcanhar em um chute giratório na cabeça do outro soldado, tendo seu capacete destruído e um dos olhos pulando para fora.
Os dois homens restantes apontaram suas armas e atiraram. Como um clarão, Max correu para trás de ambos, que reagiram rapidamente dando duas cotoveladas em seu rosto. O nariz do garoto sangrou, mas isso apenas o deixou ainda mais mau encarado.
Com um movimento, usando ambos os braços, o garoto chocou a cabeça de um contra a do outro, quase mesclando a carne do rosto e o metal do capacete dos dois.
Ainda com os dois abates recentes, Max segurou a perna de um deles e chicoteou o corpo na direção de um dos nove homens restantes, esmagando o desprecavido contra a parede. Restou a Maxwell se desfazer da perna rasgada do cadáver chicoteado após isso.
Os oito inimigos restantes, amedrontados com o que viram, ainda com dificuldade de acreditar, executaram o movimento de atirar no monstro que se punha em sua frente por mero reflexo, um simples instinto de proteção. O medo já havia os tomado, não sabiam mais o que fazer se não uma tentativa desacreditada de acabar com o perigo, naquele ponto, uma morte certa.
Max desviou de todos os projéteis, rápido, muito rápido, veloz o suficiente para deixar uma espécie de miragem de sua presença nos lugares onde parava para mudar a direção de seu movimento.
Logo não havia mais distância entre os soldados e o cicatrizado. O pelotão não via mais saída frente tamanha força e brutalidade. A sensação da própria morte que emanava daquela "pequena criança", uma fúria lascívia e voraz que aparentava não ter fim... Pode-se dizer que isso matou os soldados antes mesmo de serem estraçalhados.
O desespero frente àquela escuridão tomou os corpos dos homens, suas pernas, trêmulas, bambeavam quase os derrubando. Seus dedos, com os poucos segundos que passaram, não tinham mais força para apertar o gatilho. Suas bocas, já secas, sequer conseguiam balbuciar o menor e mais insignificante grito de socorro. Todos pararam... Foi como aceitar o fim.
O jovem passou atropelando, trucidando e dilacerando seus corpos já sem vida, o corredor antes branco, ficou manchado de vermelho, restos mortais, ossos, órgãos e tripas, todos espalhados e rasgados pelo lugar.
Não muitos segundos depois Max se viu retomar plena consciência, afinal, já não restava nada vivo no lugar. E tanto sangue o cobria, que mal entendia-se por rosto o que era sua face. E suas roupas, todas encharcadas pela hemoglobina, pedaços humanos, confundidos com seu rosto.
Neste tempo, Maxwell perambulou a curtos passos pelo corredor como se estivesse perdido. Depois de tanta violência e fúria, ele havia até esquecido porque estava ali, naquele lugar. Até que um objeto o lembrou.
Em meio aos mortos partidos, uma pequena caixa laranja podia ser vista saindo de um dos bolsos da calça de um soldado, era o HD com as gravações. Max então, voltando a si ao ver seu objetivo, se aproximou e o pegou enquanto olhava para dentro da sala de segurança, todos lá estavam mortos, baleados e jorrando sangue, não muito diferente do resto das salas, exceto pela notória diferença de brutalidade.
O único som audível além do líquido espesso escorrendo pelo chão era o de algo descendo, atritando velozmente pelos cabos do elevador, que fora achatado no fundo do poço de translocação. A única parte funcional eram seus cabos, ainda agarrados na parte de cima do elevador achatada no chão e pelo contrapeso ainda suspenso.
Preocupado, o mancebo guardou o HD no bolso de trás de sua calça e correu silenciosamente até atrás da parede da sala de segurança, pois já tinha uma boa ideia de quem chegava baseado no que ouvira dos soldados que matou na virada do corredor.
A sala estava escura, porém cheia de sangue e corpos baleados, cuja única iluminação que os denunciava, além da do corredor, era a das grandes caixas de hardware, separadas de toda aquela umidez ferrosa apenas por uma grossa parede de vidro, imaculados dentro de uma saleta onde desembocava a outra saída de ar de um dos refrigeradores. Era um lugar prático para se esconder na situação de Maxwell.
Passados poucos segundos o som parou. Na entrada alguém chegara, era Simon, usando sua NeoGear preta com listras de tigre verdes e seu capacete com a mesma pintura.
Ao ver aquela cena, se assustou, passou a andar em leves cambaleios em meio a todos os corpos no chão e suas tripas e entranhas espalhadas, Simon quase perdeu a postura de impávida com tamanha violência, em sua mente ressoava:
— "Meus... Meus homens..." —
Simon não gostou de ver aqueles soldados abatidos, mesmo que não fossem "de sua laia", mesmo os considerando menores por sua etnia, por algum motivo, aquela cena o alterou, o fez sentir uma raiva amarga, e inquietante.
De repente o ar começou a ficar difícil de se respirar, Max quis tossir, mas por conta das palavras de Shogun, ele se segurou. E após poucos momentos, o jovem soltou um pouco de ar pela boca, fazendo um som tão ínfimo que mal poderia ser ouvido por um humano normal.
Mas Simon não era um humano normal, no instante que ouviu o som, já passada a sala de segurança, o comandante fez um movimento de puxão e nesse instante, uma força inexplicável pressionou Max contra a parede a qual se esgueirava e, atravessando-a, o colidiu contra a parede do corredor o qual se encontrava Simon.
Sendo chocado violentamente contra a parede, o menor se viu levantar desnorteado sem entender direito o que acontecia, apenas que havia se separado de sua arma, e sabe-se lá onde ela parou, já que os momentos que se seguiram nem lhe deram a chance de procurá-la.
*Inglês* — Então você é o garoto da cicatriz, Maxwell Rodrigues Lirod, a cobaia 11707. Eu tava ansioso pra conhecer o senhor. Um fuzileiro com as suas habilidades não se encontra em todo lugar... É uma pena eu ter ordens de te matar. — Simon comentou olhando os cadáveres em volta e apontando seu dedo de forma ameaçadora para Max num tom agressivo e irritado, porém perdido em pensamentos.
*Inglês* — Simon Kurt, não é?! O programa de desenvolvimento militar passou já faz um bom tempo... E francamente, sair deve ter sido a melhor escolha que eu fiz na vida. — Max retrucou recuperando o equilíbrio enquanto se levantava levemente atordoado, reparando em Simon os dois pontos brilhantes, um em cada lente do capacete, verdes limão, que davam a seu semblante uma atmosfera imponente, impávida... Quase repressiva.
*Inglês* — Porra! Você era um prodígio! Eu cheguei a sentir inveja quando li os relatórios! E mesmo assim você decidiu seguir uma ilusão de merda! Um caminho que te trouxe aqui, que matou meus homens! Que causou tanta desordem, caralho!... Mas Agora... Agora não tem mais futuro pra se iludir com a porcaria de um sonho. Tudo porque você vai morrer trilhando o mesmo caminho que você renegou! — Simon apontou furioso, enquanto gesticulava bruscamente e dava pesados passos de um lado para o outro no corredor.
*Inglês* — Morrer pra salvar aquelas crianças? Realmente não é a vida que eu queria... Mas é a morte que eu escolhi. E sinceramente, acho que vai valer a pena. — Max lançou um olhar forte, respondendo de maneira séria, porém hostil, afastando as pernas paralelamente e erguendo os braços, tomando uma postura de ataque.
Kurt, num surto, sem nem pensar na confirmação de estar caçando crianças, respondeu:
*Inglês* — Não, "Tenente"... Quando matarmos todas, não vai ter valido. — Simon provocou num tom violento e encarou de volta tomando uma posição ofensiva, se desfazendo de seu fuzil, o jogando para longe. Ele sabia que não poderia usá-lo contra Maxwell, devido ao seu próprio poder.
E assim, o combate teve início.
Sem hesitação, ambos avançaram intrepidamente um no outro e, ao se verem quase colados, o comandante e o garoto acertaram, sem se segurar, fortes socos no rosto um do outro, que quase não os abalou.
O segundo soco de Max, um belo direto, foi tão rápido quanto o disparo de um rifle de precisão, soltando um som até parecido no momento do golpe, porém Simon conseguiu desviar, estranhamente, sua mente não parecia acompanhar seu corpo, apresentando uma movimentação quase inconsciente, movida por uma força não identificável.
O Coronel logo desferiu um golpe movido pela mesma força, porém Maxwell conseguiu por pouco esquivar de seu cruzado de esquerda. E assim, ao instante que Max retornou ao seu estado normal de velocidade, ambos se reajustaram na postura.
Simon soltou um passo de avanço enquanto largava o braço esquerdo num jab perfeito, o qual Maxwell desviou, no entanto este foi acertado no diafragma pelo punho direito de Simon, que havia seguido num soco baixo.
O cicatrizado não dava importância, mesmo com todo o sistema respiratório gritando sem fôlego, Max tomou dolorosamente um ar e sem nem expirar foi numa porrada direto nas costelas de Simon, que revidou furiosamente num cruzado.
Maxwell desviou passando por baixo do golpe, terminando num gancho bem no queixo de Simon, este que se desnorteou.
Durante essa troca, o capacete de Simon se fragilizou por mais que o golpe, ou melhor, todos os golpes de Max parecessem amortecidos por alguma força inexplicável, enquanto o torturado sentia seu punho quebrar e sua pele ser arrancada. Além, é claro, de seu crânio rachar e seu rosto esmagar a cada acerto levado, mesmo assim, ele não deu um pingo de atenção para suas dores, diferente de Simon.
Max, na sequência do último soco, de repente conseguiu soltar um gancho de esquerda extremamente rápido, tal que fragmentou o capacete de Simon, que não conseguiu desviar, revelando sua expressão enraivecida, que sangrava o nariz.
Imediatamente, Simon segurou o braço de Max e subindo no mesmo, executou uma chave de braço voadora, mas antes de quebrar o braço do jovem ensanguentado, o soldado foi batido contra a parede sem piedade.
Tão forte foi o impacto, que sem ar, Simon soltou o braço. Max, antes que seu inimigo se pusesse de pé, se impulsionou apressado numa queda de joelho em uma tentativa de esmagar a cabeça do Coronel.
Kurt rolou desviando da joelhada, que causou rupturas no chão e na parede onde acertou. Levantando-se rapidamente após o rolamento lateral, Simon defendeu um soco cruzado de esquerda de Max com seu antebraço e foi impulsionado arrastando seus pés até a outra parede.
Por uma certeira previsão, o soldado desviou do golpe que se seguiu, um chute direto frontal. Aproveitando o movimento perdido, Simon desferiu um chute de meia-lua no flanco esquerdo de Max, que acabou por virar de costas.
Voraz, o comandante deu sequência a um chute por detrás do joelho esquerdo do garoto, obrigando-o a se ajoelhar de um pé.
E com um soco em sua nuca, Max foi completamente desorientado, de repente todas as formas tomaram um formato pastoso.
Sem pensar sequer uma vez, Simon o agarrou pelas costas, fechado os braços em torno de seu pescoço em um mortal mata-leão.
Max levou quase dois segundos até se recompor e notar que sua pressão arterial estava subindo e seu oxigênio caindo, nesse instante o garoto segurou, escorregando os dedos na umidez do sangue, o antebraço de Simon que pressionava seu pescoço e tentou pular até o teto, mas Simon o levantou logo antes do impulso, e ambos foram para o chão com Maxwell imobilizado.
O moreno acertou duas cotoveladas nas costelas de Simon, mas não soltou nem enfraqueceu, a luz já estava embranquecendo demais. Num movimento bruto, Max se virou a parede e num chute soltou sua perna, pegando impulso com a mesma no limite espacial e os jogando de encontro a parede oposta, e o sangue no chão só lubrificou o deslize.
A colisão abriu um rombo, uma cratera, onde ambos se viram enfiados. Maxwell saiu num puxão recuperando o ar com dificuldade a cambaleios.
Simon saiu num arrasto, levantou com apoio do braço. Estava com dor na pele e nos músculos, suas costas acertaram retas a superfície.
Max desferiu um soco direto de direita, porém Simon revidou, redirecionando o golpe de Max, e ganhando espaço pelo flanco do moreno, então travando seu ombro e puxando seu corpo para perto.
Simon soltou um soco direto no nariz de Max, que foi desnorteado pela força, e então segurou seus cabelos, puxou, endireitou a cabeça do cicatrizado e, durante a inércia do movimento, acertou uma cotovelada descente em seu crânio e uma joelhada ascendente em sua mandíbula, simultaneamente.
Assim, o loiro viu Max se ajoelhar quase desacordado com a mandíbula deformando a face e deu sua finalização num chute direto e reto que jogou o moreno até o poço destruído do elevador, quicou no chão duas vezes até lá. Cravou entre a parede do fundo e a terra.
Desorientado, o jovem se viu saindo do buraco na parede com a mente rodopiando confusa, enquanto, com uma mão apenas, colocou sua mandíbula quebrada no lugar, se regenerando deste rapidamente. Simon se aproximava a passos largos, Max apesar de ver só o que se chamaria de vulto embaçado enquanto deitado, sabia que tinha que se recompor, logo.
— "Merda... Esse cara..." — Devaneou o jovem, sentindo a diferença entre ambos.
Por instinto Max agarrou o cabo de aço do elevador ainda rastejando e, com um simples puxão, arrebentou o fio, sendo puxado instantaneamente pela grandeza vetorial que equilibrava o cabo.
Simon não perdeu tempo, correu por reflexo até o elevador e pulou tentando agarrar Max, que já tinha ganho uma boa altura. Apesar de tudo, o soldado conseguiu agarrar o tornozelo esquerdo de seu alvo e ambos continuaram ganhando altura muito rapidamente.
O garoto agarrado ao cabo balançou sua perna com força, mas Simon não soltava. Até que com um forte chute na parede, Max o lançou para fora do túnel do elevador.
Mas antes que pudesse relaxar, a velocidade com a qual subia começou a acelerar. Mal seria possível identificar qualquer forma do túnel se não fosse a visão mais acelerada do rapaz.
Parecia haver uma espécie de vácuo à frente, no túnel, gerando uma pressão com incrível magnitude. O túnel agora era como o cano de uma arma, e Max era a bala... O único problema: Este cano não tinha uma boca aberta.
Max não teve nem tempo de pensar antes de colidir com o teto e ser lançado vários metros acima da torre leste. Na tempestade, o garoto sequer estava consciente, sua mente estava inerte enquanto subia mais e mais.
Momentos depois, Max despertou, sentindo o vento bater em suas costas, gotículas de água subindo de sua nuca para suas bochechas e a gravidade o puxar para baixo, enquanto sua velociade aumentava cada vez mais, foi então que, antes de cogitar qualquer ação, uma força que sobrepôs a gravidade o empurrou para baixo tão forte quanto a que causou sua subida.
Max atingiu o teto da torre oeste com tudo, atravessou a parede, não só do teto, mas de vários andares abaixo, até a parte envidraçada do arranha-céu.
Momentos depois de cair, com dificuldade de se levantar, grunhindo de dor, coberto por destroços, o rapaz simplesmente foi acertado na cabeça por um golpe muito forte, ele nem entendeu o que estava acontecendo ao ser jogado vários metros até uma parede.
Com dificuldade para se levantar, Max, apoiado na parede, viu Simon se aproximar e dar-lhe uma joelhada na barriga, seguida por um soco no pescoço, que o chocou contra e quebrou a parede onde estava apoiado.
Atordoado e asfixiado, sem saber o que fazer, Max levantou e deu um soco desesperado, jogando todo seu corpo. Simon bloqueou com os braços, mas foi jogado de volta para fora do buraco na parede.
Sendo arrastado pelo piso que se rompeu logo que encontrou o chão, Simon parou e se recompôs, ligando alguma coisa em sua armadura, que fez um som estranho de carregamento.
Max controlou sua respiração, melhorando seu fluxo sanguíneo e reduzindo seu batimentos cardíacos descontrolados. Seu corpo se regenerou quase instantaneamente dos ossos quebrados e algumas hemorragias externas, mas algumas hemorragias internas e feridas abertas continuavam o assolando.
Os dois, Max e Simon se olharam irritados, com ódio. Maxwell sabia que deveria fugir, mas tinha ainda mais certeza de que se o fizesse ele morreria, não havia como fugir de Simon àquela altura. Então novamente eles correram para um duelo, os olhos de ambos brilhavam, os de Max em azul intenso e os de Simon em verde limão.
A presença ameaçadora deles emanava por todo o prédio e seus entornos, os pequenos animais urbanos próximos entravam em rebuliço ao sentir a hostilidade. Rosnares, grunhidos e piados estressados ressoavam pelo ar, sendo amplificados pelo vento que passava como um tornado.
Em frente a janela, onde Max e Simon bloquearam os socos um do outro com os próprios, um raio caia iluminando o andar, dando início a uma luta fervorosa... Ou era pra ser...
Max deslizou pelo punho direito de Simon, girando seu corpo e agarrando o ombro do mesmo enquanto imobilizava seu braço, acertando o rosto de Kurt com seu punho livre diversas vezes.
Simon, com um puxão brusco, retirou a mão de seu ombro, e acertou uma joelhada nas costelas direitas de Max, que se quebraram, fazendo o garoto cambalear sem equilíbrio, mesmo ignorando involuntariamente aquela dor, a qual já tinha até se acostumado.
O Coronel se aproximou em um giro de retorno sem dá-lo tempo de se recuperar e deu um cruzado de esquerda em seu rosto. Max desviou por pouco ao se agachar ajoelhado de uma perna. Agarrando as duas pernas de seu adversário em seguida e o derrubando contra o chão, que veio a ruir com tamanha força e os levou para o andar abaixo.
Simon conseguiu se soltar antes da colisão, o que diminuiu o impacto. Erguendo-se, Max novamente partiu para o ataque, mas o soldado desviou com maestria de seu soco errôneo, e com o corpo virado na mesma direção que o de Max, Simon acertou um chute na lateral do joelho do moreno... Não quebrou, mas deformou seu tendão.
Quase ajoelhado o jovem se virou, surpreendido por um "jab". Ele recuou a passos mecânicos com o nariz sangrando, e a bochecha inchada. Se preparando, ele avançou, mas Simon já previa seus movimentos.
Ao se aproximar, o comandante lhe acertou um golpe de palma aberta bem no queixo, sem dar chance de reação, junto ao barulho de quebra da barreira do som. Maxwell apagou por alguns segundos.
Despertando desorientado, o mancebo notou novamente o soldado se aproximando, logo após sair de um buraco no chão alguns metros a frente, seu rosto estava sangrando, sua têmpora estava aberta.
Eles estavam agora em frente às janelas do anel no andar suspenso, do lado contrário às escadas rolantes, também suspensas.
Ali a luta teria uma conclusão.
Max, ainda atordoado, mas explodindo adrenalina, levantou alarmado, desviou do primeiro soco de esquerda do comandante, que já se aproximara e segurou seu pulso. Torcendo o braço do soldado, o garoto deu dois fortes socos em seu nariz e boca, completando com uma cotovelada em toda sua face.
Em sequência o mancebo agarrou a parte do peito de seu inimigo e, puxando-o com força, bateu a cabeça dele contra seu joelho duas vezes.
Quase nocauteado, com nariz e boca expelindo sangue, Simon deu uma cabeçada na boca de Max, afastando o rapaz.
Max revidou com um soco cruzado de direita impulsionado pelo gingar de seu corpo, mas Simon desviou agarrando seu braço e levando-o ao chão e torcendo o mesmo até virar seu cotovelo ao contrário.
O jovem naturalmente arfou dor ao sentir seus ossos sendo implacavelmente retorcidos, mas se levantou com o braço ainda intacto e chutou o pé de Simon de dentro para fora, fazendo-o esparcar.
Girando seu corpo, ele acertou um cruzado de esquerda no rosto do soldado, mas o mesmo sequer moveu o pescoço, Max sentiu como se tivesse socado algo embaixo d'água.
Simon sentiu o soco apesar de tudo, mas não em sua máxima potência. Com dois chutes sequenciais no rosto do jovem e um puxão em sua nuca, Max caiu desnorteado de cara no chão, causando rachaduras no mesmo.
Kurt se ajoelhou e, com sangue quente, começou a desferir vários socos na cabeça do garoto. Quanto mais batia, mais o chão quebrava. Cada vez que Max sentia o impacto, mais sua mente esvaziava, mais sua vida o deixava.
— "Eu não vou... Morrer... Não aqui..." — Pensou com ardor.
Max girou seu corpo, desviando de um soco no último segundo e agarrando o peito do traje de Simon e, rapidamente, roubando uma pequena faca com gravuras em hebraico em sua lâmina, guardada no cinto do traje, e fazendo um corte profundo em sua bochecha até o zigomático.
Simon revidou com um soco no rosto de Maxwell, que largou a faca involuntariamente ao se desnortear, e o levantou, segurando-o pelo pescoço e criando um ponto de força, invisível, mas perceptivelmente denso e concentrado em sua mão esquerda, posicionada no peito do garoto.
O moreno pôs a mão no rosto do Coronel e começou a pressiona-la com a força esmagadora restante em seus dedos. Os olhos dos dois brilharam mais intensamente do que nunca, pequenos raios eletrostáticos eram gerados entre o chão e os pés de Max, que sentia a esfera de força na mão de Simon aumentar em seu peito.
Ambos sangravam, aquele líquido carmesim espesso escorria pelo nariz de Simon e pelo canto de sua boca, além de sua bochecha que já regenerava deixando uma cicatriz. Já os ferimentos de Maxwell sequer podiam ser identificados, de tanto sangue manchando sua pele, mas o garoto cuspia litros de seu próprio, seu rosto estava inchado e seus olhos, mesmo brilhantes, indicavam um derrame com a cromática normalmente azul estando levemente avermelhada.
Eles amentaram sua força até chegarem em um pico. Foi quando, aos gritos de fúria de Maxwell e os de dor de Simon, a concentração invisível de força do coronel estourou, porém com muitas dispersões, causando um enorme e ensurdecedor som de explosão, que se espalhou por todos os lados no quarteirão.
Os andares mais próximos foram todos danificados, as janelas do anel foram todas quebradas uma a uma pela dispersão da força, assim como as janelas dos andares abaixo, que não ficaram num resultado muito melhor que as outras de cima.
Max foi lançado, atravessou várias paredes do andar destruído até sair do prédio e entrar em queda livre. Perdendo a consciência em meio a perda de altitude. Um raio, grande e poderoso, atingiu a torre do arranha-céu, onde ocorreu a briga, o que destruiu todos as suas janelas restantes e ruiu várias partes de sua estrutura como um todo, de ambos os lados.
O rapaz caiu a dois quarteirões do Umeda Sky, em um beco entre prédios depois de uma avenida. Ele acertou um topo do primeiro edifício, quebrando sua sacada e em seguida colidiu contra a parede externa do alto do prédio seguinte, para então se encontrar com o chão dez metros abaixo.
E assim, carros de polícia, aviões militares, helicópteros e tanques que não pararam de rondar a cidade um minuto foram rapidamente até o local da luta, agora em chamas e ruínas, mesmo que ainda não tivesse caído... O desastre que marcaria o fim da empreitada terrorista no Japão.
<--To be continued...
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