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Capítulo VII: Rumo ao Oriente

Fala aí gente! Tudo de boa? Capítulo fresquinho pra vocês! Espero que gostem.

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— Espera, o que você quer ver?! —  Mia perguntou questionou antes de ver Max sair disparado.

— O laboratório do Hynder! —  Ele respondeu, já virando a esquina.

— Quem é Hynder?! —  Mia gritou em questionamento, insatisfeita, e logo após se voltando ao quarto irrequieta.

*Inglês* — Ele fugiu? — Perguntou Harry, apreensivo ao notar a comoção.

*Inglês* — Não, ele foi procurar o laboratório de um tal de Hynder. Mas acho melhor a gente se organizar pra ir embora de uma vez, enquanto a gente espera. — Mia, chateada, esclareceu..

*Inglês* — Hynder? Laboratório? Deve ser aquele doutor que apareceu pra analisar a gente depois do soro. — O menino sugeriu, atento ao detalhe.

*Inglês* — E aí Mia? Ele é confiável? — Yan perguntou.

*Inglês* — Acho que sim. Ele realmente quer ajudar. — Mia confirmou, com um sorriso discreto e sonhador nos lábios.

*Inglês* — Então acho que eu também vou confiar nele. — Disse Yan, satisfeito.

*Inglês* "Que sorriso é esse, Mia?! Max... Aquele cara... É pior do que eu pensei..." — Harry se assustou vendo o semblante da mais velha. *Inglês* — Sobre irmos embora, temos que saber onde fica o aeroporto internacional e pensar em um jeito de embarcar em um avião, não podemos ir pro outro lado de outro jeito. — O garoto soltou em voz alta, escondendo seu descontentamento.

*Inglês* — Concordo. Mas por acaso, eu já descobri onde fica o mais próximo. — Comentou Yan, com uma expressão séria no rosto.

*Inglês* — Não gostei do seu tom... — Mia notou o tem cauteloso do monge.

*Inglês* — O aeroporto fica à uns 150 quilômetros daqui... — Yan cobriu a testa com o punho.

*Inglês* — Caramba, invadir um aeroporto?! A gente ia precisar de um carro, fora que é muito perigoso, não sei se a gente consegue sozinho, então... Então, acho melhor falar com o das presas, né? — Chloé se desanimando, invadindo a conversa, como sempre fazia, se tivesse algo a acrescentar ou se estivesse nervosa.

*Inglês* — "Das presas", Chloé?! Por favor! — Brigou a mais velha, apoiando as mãos na cintura. — Mas tá, vou falar com ele... Ahh, e peçam pro Haja secar as roupas dele se já tiver acabado de lavar. — No fim, Mia acatou, cheia de coisas para pensar, enquanto pegava o rádio em cima da cama, sem pensar que ninguém além dela e Jawari, que não acompanhava a conversa, conseguia dialogar com Haja.

*Inglês* — Ele já secou. — Disse Yan.

*Inglês* — Já?! Nossa! Então, Yan, só conversa com o Harry, e procurem um bom jeito de irmos até o aeroporto, por favor. — Mia pediu, logo antes de falar com os outros para se prepararem para ir embora.

Alguns minutos se passaram durante a explicação de Mia, e quando finalizou, aproveitou para saber como estavam, principalmente Mikhail, Pablo e Evelyn. Só então se dirigiu à janela e começou a usar o rádio para falar com Max...

Maxwell

O caminho até o porta-aviões foi rápido, mas não pude deixar de notar que todos que me olhavam ficavam assustados ao notar minhas cicatrizes expostas nos braços, nas mãos e no meu olho esquerdo... Era meio desconfortante, não que eu me sentisse atacado, mas nunca gostei de chamar tanta atenção... Ter tantos olhos em mim parecia invasão de privacidade, eu me sentia nu.

Outra coisa que me incomodava, em toda a minha situação, era minha própria falta de coerência. De um lado, meu corpo parecia agir por instinto, tanto quanto pela lógica. Eram impulsos intensos, brutais, difíceis de conter, reverberando em mim todo o tempo, o que se opunha a minha razão, ou certas vontades. Talvez fossem meus sentimentos que eu tentava conter? De qualquer maneira, eu não tinha o luxo e nem o tempo para pensar nisso.

Eu havia acabado de chegar ao local onde estava o navio, que apesar do incêndio, da explosão e da batida, estava apenas meio inclinado e praticamente inteiro. Praticamente porque além das chamas no convés, região frontal, havia um enorme buraco gerado pelo míssil que atingiu o hangar, buraco esse que eu poderia usar para entrar.

Para a minha sorte essa "entrada" estava já com o incêndio apagado, e ainda havia muita fumaça de outras embarcações mais à frente, cobrindo o caminho até lá, o que me permitia chegar sem ter que me preocupar com as duas equipes de bombeiros que tentavam reduzir o incêndio ou com o enorme grupo de pessoas que estava tirando fotos e fazendo vídeos, e muito menos com os repórteres.

Logicamente, antes de ir, queria ter certeza de que estaria sozinho no navio, mas não vi nenhum soldado. embora além dos carros normais ali parados também houvesse uma espécie de comboio composto por dois carros SW4-Diamond, claramente blindados, e uma van Mercedes-Benz 413, também blindada, todos pretos com insulfilm blackout nos vidros e o símbolo do exército equatoriano. De qualquer modo, era melhor não dar atenção àquilo demais, se houvessem inimigos no navio, afinal eu descobriria antes deles me detectarem.

Na água, havia uma grande fileira de barcos menores que apesar de danificados eu poderia usar para chegar lá sem ter que me molhar e me sujar com o óleo espalhado.

E além de tudo, aproveitando a água ainda ainda livre de impurezas inflamáveis, rasguei um pedaço da bainha da minha calça e molhei o trapo, seria bom tomar cuidado com o gás no navio.

E assim, fui saltando de barco em barco tranquilamente. Isso até o quinto, onde após a minha aterrissagem se ouviu um alto estalo e em sequência, notou-se o afundar, o que além de chamar a atenção dos bombeiros, me fez um homem desesperado.

Consegui passar de imediato para o sexto barco, mas tive de me esconder em um alçapão para não ser visto. Infelizmente, ele também começou a afundar, e eu ainda podia "sentir" os bombeiros olhando na minha direção, suas respirações e ranger de ossos os denunciavam.

Quando a embarcação estava prestes a submergir por completo, os bombeiros finalmente retornaram ao incêndio, e pude sair do compartimento onde estava, porém a porta emperrou, me obrigando a usar força bruta, acabou que lancei a porta longe, bem longe, talvez o som do fogo tivesse disfarçado, mas com certeza não queria ficar ali para descobrir.

Me joguei agilmente por mais alguns barcos até chegar no último, que estava apenas com a parte traseira esquerda para fora da água e tinha uma distância de quase dez metros até o buraco no casco, que estava expondo praticamente toda a extensão vertical da posição que ocupava no navio. Então minha melhor opção era pular até o interior do porta-aviões.

E mesmo receoso, o fiz, e ainda para minha surpresa, não só cheguei até o interior do navio, como também alcançei o segundo andar do mesmo. Minha aterrissagem foi problemática, principalmente devido à perda de controle da minha força, mas não me feri... Só me estrebuchei no chão.

Eu estava entrando no primeiro corredor quando o rádio começou a chiar, atendi e continuei a andar vagarosamente pelo primeiro corredor que vi.

— Max, é a Mia! — O rádio anunciou.

— Fala, Mia, já estão prontos pra vazar, qualquer coisa? — Questionei no automático.

— Mais ou menos, quase, mas descobrimos que o aeroporto internacional mais próximo fica à 150 quilômetros daqui, na capital. — Ela informou com o tom da má noticia.

— Isso é um problema... Mas a gente dá um jeito. Eu vou voltar logo, acabei de entrar no navio. — Apontei otimista, massageando o cenho em contradição.

— Espero que sim... Mas falando nisso, o que exatamente você quer encontrar ai?. —

— Hynder era o cientista que trabalhava no soro, se eu achar o laboratório dele talvez eu encontre algo de útil pra gente. Como o porquê de apenas dois de vinte pessoas ganharam "habilidades extra", como elas funcionam, e do que somos capazes. — Falei já dentro do corredor metálico enegrecido pelas cinzas.

— Correção: Quatro. — Mia afirmou sem incerteza na voz.

— Como assim? Quem mais tem poderes além de tu e do Yan? — Indaguei confuso.

— O Haja e você, ué. — Respondeu como se fosse óbvio.

— O moleque de Madagascar?... E como assim "eu"? —

— Não achou estranho as roupas do Alexander estarem secas? —

— Pra falar a verdade eu nem reparei nisso, mas agora que você falou... — Refleti em voz alta.

— Então. Ontem quando o Haja saiu do banheiro, as roupas dele já estavam secas. Ele disse que encostou nelas e sentiu um formigamento estranho, por causa disso ele tomou um susto e quando ele percebeu as roupas dele não tinham uma gota d'água. Ele falou comigo sobre isso depois e tentou fazer de novo... Ele fazendo em todas as roupas, inclusive nas suas, hoje. — Mia explicou.

— Agradeça a ele por mim, então. Mas e eu? O que te faz pensar que EU tenho poderes? —

— Ontem seus olhos estavam brilhando azul, você era mais forte do que todos mundo e mais rápido também... Muito mais rápido. — Parecia impressionada.

— "Então não foi só impressão..." —  Pensei esclarecido quanto ao brilhar dos olhos. — Bom, se eu tenho um poder, sinceramente não faço ideia de como funciona, nem como usar. Mas isso não importa agora, eu vou me apressar por aqui e te aviso quando acabar, ok? —

— Tudo bem... Olha, eu sei que é egoísta... Mas eu posso te pedir uma coisa? — Ela perguntou com receio, dava pra imaginar seu rosto aflito, mas também sentia constrangimento.

— Falando desse jeito, claro. — Indubitavelmente, cedi a emoção.

— Quando me levaram, eu tava usando um colar... Ele é muito importante pra mim, então se você o encontrar... — Ela dizia sem jeito.

— Certo. Como é o colar? — Questionei, positivo e operante, para não dizer motivado por motivos duvidosos.

— É um pingente circular, quase oval,  com uma Flor de Lis entalhada na frente, e meu nome, Mia Rei, atrás. Ele é todo prateado. —

— Certo, se eu encontrar eu te devolvo... É só você, ou mais alguém teve um bem de valor roubado? — Pareceu uma indireta de insatisfação? Talvez, mas era sério, vai que eu acho tudo entulhado, aproveitava e devolvia as coisas dos outros, uai.

— E~Eu perguntei, mas pelo visto ninguém mais perdeu nada. — A garota respondeu, com ainda mais vergonha.

— Tudo bem então. Vou ver se acho. Até daqui a pouco, Mia. — Confirmei, me despedindo.

— Até... Obrigada. — Ela soltou em um tom doce... Estonteantemente amigável.

— Não precisa agradecer, eu ainda nem fiz nada. — Soltei um riso desajeitado.

— Não... Você fez sim. — Soltou emotiva e desligou o rádio... Só porque tava ficando bom.

Ao encerrar a conversa, não parei com meu objetivo no lugar, continuei a explorar o navio. Foi quando comecei a pensar no tamanho dele...

— "Eu não sei ao certo, mas pelo que deu para notar o porta-aviões deve ter pelo menos 100 metros de altura, und 500 metros de comprimento e talvez uns 90 metros de largura, em resumo: provavelmente eu vou passar um bom tempo aqui..." — Pensava já de saco cheio do futuro, mas continuei explorando, apesar de preocupado com o grupo.

Isso e, não era seguro deixar os outros lá, sozinhos, mas eu tinha que arriscar, qualquer resposta naquela situação poderia valer o perigo... Que merda de linha de pensamento...

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3 horas depois

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Estava andando já há um bom tempo, pela coloração do raiar do sol já era próximo de quatro da tarde. O pedaço de calça que eu usava para me proteger da fumaça havia se tornado inútil, porém, por sorte ele não fez muita falta... Talvez o meu novo corpo fosse imune à gases tóxicos, pensei.

E de tantas horas vasculhando, mesmo após revirar o navio procurando não só o lugar onde Hynder trabalhava, mas também o colar de Mia, ainda não havia encontrado nada de interessante.

Nada além do motor, uma espécie de esfera negra, densa o suficiente para distorcer a luz, suspensa no ar, com bobinas ao redor da sala compostas de um material metálico desconhecido... Inegavelmente, se assemelhava a um buraco negro, não era uma fonte normal e nem nuclear, as descrições batiam, poderia ser, mas tinha certeza de que não era... Era pequeno demais, tanto que não devia ser muito maior do que a pedra icônica do Indiana Jones, ou seja, não deveria ser estável como se mostrava.

Óbvio que aquilo me deixou intrigado, mas seja lá o que fosse, não tinha tempo de descobrir, muito menos motivo para tal. Me restou esquecer o que tinha visto diante da sala de controle protegida que encontrei.

O fim, não prestei atenção em quantos andares subi após o achado, mas quando me dei conta, estava bem alto. O andar que alcancei possuía alguns corredores mais largos que o resto do navio, além do material que o compunha, era a região do Gritante. E para combinar, se encontrava repleto de cadáveres espalhados pelo chão, nada diferente dos outros nos níveis inferiores, a maioria sem ferimentos. Provavelmente haviam perdido suas vidas asfixiados pela fumaça.

Mais à frente no corredor, pude ver uma porta entreaberta, a única do corredor, com o que parecia ser um estande de armas no interior da sala. Pensei que seria uma boa ideia ir até lá, e olha, não podia estar mais certo.

Ao entrar na sala, fiquei perplexo ao ver que na verdade se tratava de uma enorme armoria com uniformes militares de diversos países, assim como armas de fogo, rádios profissionais de várias frequências, mochilas táticas e outros aparatos militares de reconhecimento, todos separados em sessões divididas por país, fabricante e qualidade. Estar lá era como uma criança numa loja de brinquedos, mas também... Meu lado racional não  podia deixar de se espantar.

— Que porra é essa? —  Falei em voz alta.

Aquilo era algo bom, afinal serviria de disfarces e meios de defesa facilmente, mas era estranho existir um lugar com todos aqueles uniformes e equipamentos, infelizmente, não tive muito tempo para concluir seu sim, já que a minha linha de pensamento fora cortada.

Um barulho alto, de metal colidindo em metal, se fez, vindo de alguns andares abaixo, seguido por vozes e sons de articulação mecânica. Eu pude distinguir um total de oito homens adultos pelos batimentos cardíacos.

*Espanhol*  — Cacete! Essas coisas são um lixo! Eu sempre sinto que meu braço vai quebrar! —  Reclamou um dos homens.

*Espanhol*  — Talvez quebre, lembra do Ricardo? —  Disse outro.

*Espanhol*  — Nem fala... Vamos acabar com isso logo, quanto mais cedo tirarmos esses trajes melhor. —  O primeiro respondeu infeliz. E continuaram o que faziam.

Algo me dizia que o objetivo deles estava ligado à sala que eu havia encontrado, ou seja, meu tempo estava acabando, mas tinha certeza de que ninguém me ouvira, aliás só escutei as vozes e os sons mecânicos graças a minha audição melhorada, de qualquer modo, preferia me apressar e pegar tudo o que julgasse necessário.

Ao terminar, havia vestido o uniforme da divisão do exército do Equador "Libertad", cujo QJ fica em Guayaquil, um colete tático, resistente a balas, preto, uma máscara camuflada de meio rosto combinando com o uniforme, além de luvas de kevlar sem dedos, um coldre, joelheiras, cotoveleiras e um relógio de sobrevivência multifuncional, todos adereço pretos.

Também tomei armas de fogo, tais quais eram: Milkor MGL, um lança granadas de seis disparos, Para alvos grandes. SIG P226, uma pistola semi-automática de três disparos consecutivos, de alta mobilidade, discreta o suficiente para não andar sem. Steyr AUG, um fuzil de assalto, de baixa mobilidade, porém dentro dos armamentos disponíveis ao exército da nação equatoriana, com inigualável capacidade de penetração, para conflitos diretos. E por fim, um MP5SD3, uma variação da famosa submetralhadora MP5, de alta mobilidade, discrição e cadência, para situações de infiltração e afins.

— "Pelo visto eu ainda me lembro como mexer nelas." —  Pensei no que, rapidamente, desmontei e personalizei a AUG com um cano menor, visando maior mobilidade, minha principal preferência, visto que a perda de potência consequente não faria diferença, não com a minha mira.

Além disso, equipei a SIG com um supressor, tornando-a ideal para minha ocasião, principalmente se precisasse usar em locais mais movimentados sem alarmar terceiros.

Todo o armamento quer havia pego fazia parte do equipamento disponível para uso do exército equatoriano. Então se um oficial me visse fardado e carregando tais armas, não haveria conflito ou desconfiança.

Ao me vestir, deixei a SIG em meu coldre, e pendurei as outras armas em uma mochila militar, com as metralhadoras dos lados e o lança granada atrás. E dentro da mochila, a munição, que somadas às que estavam em meu colete totalizavam 750 unidades de munição, sendo 200 da AUG, 300 da MP5 e 250 da SIG, além 10 unidades de munição explosiva, duas granadas, dois supressores extra, um binóculos e um sinalizador.

Em outra mochila guardei mais duas máscaras e dois uniformes como o meu, três coletes balísticos do tipo social grandes e um pequeno, os quais prendi na alça da mochila.

E na terceira e última mochila botei dois pares de botas e dezoito rádios, agora cada pessoa do grupo teria o próprio rádio, o que além de facilitar a nossa comunicação, nos ajudaria a nos encontrar caso alguém se separasse.

Coloquei a mochila com as armas nas costas, e as outras duas em uma grande sacola feita de um material resistente, saí da sala e me dirigi à escada que ficava na esquina do corredor, mas fui surpreendido por aquele som de articulação mecânica e passos de metal se aproximando rapidamente por baixo. Ao lado da escada havia uma porta, a qual entrei para me esconder.

Passaram direto pela porta onde eu estava e foram para a sala de equipamentos, eu os ouvi jogando algum líquido lá, mas não fiquei muito para investigar, apenas subi as escadas silenciosamente e segui pelo corredor de cima, lambrecado de sangue, foi quando reencontrei os corpos de Elaine e Richard, cheios de moscas se alimentando do sangue ainda fresco de ambos, e larvas devorando sua carne. O resto do caminho estava bloqueado por destroços.

Mudei minha rota procurando um lugar que me levasse a ilha de comando, me recordava da saída após a batalha, estava bloqueada, mas um bom soco resolveria isso. Até que encontrei uma curiosa porta com uma janela redonda, coberta de um vidro estranhamente claro.

Ao olha por ela, pude notar algumas anotações ao lado de três balões de fundo chato, apoiados em tripés de metal com telas de amianto, as quais se punham logo acima de bicos de Bunsen, e os balões possuíam tubos que os conectavam à uma bureta que desembocava em um Becker com respingos de um líquido laranja brilhante, todos em cima de uma bancada ao fundo da sala, junto de um laptop ao lado.

Aquele era o "laboratório" do Hynder? Tinha que ser, mesmo que a cama ao lado da bancada fizesse parecer um quarto, eu realmente achei que aquele lugar estava ligado à ele. Então nem hesitei em abrir a porta, mas estava trancada, acertei logo um bom golpe no centro, só teve um problema:

Eu estava mais fraco.

O aço fora deformado, tomou um formato pastoso, mas permanecia no lugar. Sem nem pensar, bati mais duas ou três vezes, até que a entrada foi aberta. Eu queria investigar o laboratório, e se possível, localizar o colar da Mia, mas o tempo era curto, e a segurança menor ainda... Eu sabia que aquela era a última sala que investigaria no navio.

*Espanhol*  — Ouviram isso?! Tem alguém aqui? —  Anunciou um homem.

*Espanhol*  — Ouvimos, veio lá de cima. —  Exclamou o segundo.

*Espanhol*  — O quê?! Será que tem mais alguém?! Nada pode sair daqui, vamos! —  O terceiro falou.

Meu coração parou por um segundo, meu único pensamento foi pegar o laptop com cabo e tudo e enfiar na mochila em minhas costas. Assim, simplesmente saí da sala correndo e virei o corredor, pude ouvir os homens chegando e vindo na direção para a qual eu tinha ido. Continuei correndo por alguns minutos até encontrar uma escada por onde eu deveria chegar na ilha de comando.

Dei uma olhada para verificar a saída, confirmei o local. Subi e vi o amontoado de metal deformado bloqueando a porta, mas apenas um chute foi necessário para enxergar o céu. Eu consegui sair.

Do lado de fora o incêndio ainda ocorria, mas era possível transitar pelo convés lotado de corpos carbonizados. Fui rapidamente até a ponta frontal do navio e percebi uma corrente presa na ponta direita que eu poderia usar para descer sem que me vissem, mas antes que eu me preparasse o rádio ligou, era a Mia...

— Max cadê você?! Precisamos de ajuda! — E o rádio tocou de novo, com a voz de Mia desesperada dessa vez.

Meu coração quase parou ao ouvir aquilo...

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Alguns minutos antes

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Mia

O sol brilhava como num deserto, dava uma tonalidade saturada às coloridas casas pelas ruas, ao mesmo tempo que preenchia o vazio do profundo azul celeste ao horizonte, agora distorcido pelo calor. Ao menos, protegida pelas paredes do quarto, o frescor da brisa marinha transpassava numa corrente de ar.

Deitada a cama, esperava Max nos trazer notícias, fosse pelo rádio ou pessoalmente, e assim podermos finalmente seguir nosso rumo. Ao meu lado estavam alguns sacos com comida, água e as roupas de Max.

Sobre os outros?

Alexander e Chloé conversavam perto do guarda-roupa, algo sobre como bolos de chocolate eram gostosos. As irmãs Müller estavam sentadas no canto oposto, Evelyn quieta como um lagarto enquanto Heidi batia o pé no chão se distraindo com o barulho.

Pablo estava sentado ao meu lado segurando a minha mão, encolhido, o pobrezinho mal conseguia esboçar vida entre os olhos. Jawari e Haja, mesmo sem conseguirem se comunicar, se davam bem, estavam jogando pedra-papel-tesoura logo à frente.

Hana e Aki, apoiados na sacada da janela, contavam quantos carros, das cores branco e preto, passavam pela rua. Yoshiaki sorria com emoção, como não o via fazer desde que o conheci, morto para quem observasse, e Hana tentava não demonstrar cansaço, mesmo com olheiras tão inchadas.

Yuri tentava abordar Mikhail, queria conversar com alguém, desabafar, ou se distrair... Me lembrava que mesmo apoiando o quanto pudesse, ainda havia assuntos dos quais garotos tratavam apenas com garotos, e meninas com meninas. E eu sendo a mais velha, me mostrando como o poder judiciário e legislativo, não tinha permissão para me envolver com a maioria... Só o que eu podia fazer, era observar e rezar para tudo melhorar.

Ao lado dos norte-europeus, Diogo se ajoelhava em súplica, sem proferir qualquer palavra, poderia facilmente estar dormindo, mas o pequeno movimento tremulante de seus músculos denunciavam o contrário.

Junto do espanhol, Giovanni se escorava na porta do banheiro, com a mente desligada, parecia ver um espírito, inerte.

Já Kabir, cochilando do outro lado da cama, quase roncava de tão alto o som de seus ronronares. E Suyin, perto de Yan, na saída do quarto, aguardava o maior finalizar a conversa com Harry. Eles discutiam algo sobre um avião nas redondezas, ou algo assim.

E de tanto observar, me via aflita e desinformada, sem notícias de Maxwell, meu coração entalava a goela, repleto de preocupação. Onde ele estava? Ele voltaria? Estávamos seguros? Ninguém mesmo sabia onde nos encontrar? Tantas dúvidas e nenhuma resposta. Claro que podia chamar Maxwell pelo rádio, mas também não tinha certeza se era uma boa ideia. E se ele precisasse ser discreto? Não queria arriscar. Tudo ainda estava calmo demais.

E foi assim, como em um susto, ouvi meu nome estourar os ouvidos. Eram Harry e Yan, com caretas desajeitadas. Queriam dizer algo. Algo feio.

*Inglês*  — Mia, eu estou cansado de esperar o Max, então vou falar de uma vez... Eu e o Yan temos uma ideia... —  Harry anunciou despreparado.

*Inglês*  — Qual ideia? — Indaguei desatenciosa, quase sem me mover.

*Inglês*  — Bem... Decidimos que ir por terra seria muito perigoso... Então achamos melhor roubar um avião do aeroporto da cidade. —  Yan respondeu temeroso, não se atrevia a me encarar.

*Inglês*  — O QUE?! Mas ninguém aqui nem sabe pilotar um avião. —  Saltei da cama com surpresa.

*Inglês*  — Não vamos pilotar. Vamos sequestrar um piloto e ameaçá-lo pra ele pilotar para nós. —  O menor me encarou firme, e na mesma medida, sem vontade.

*Inglês*  — NEM PENSAR! ROUBAR JÁ É ERRADO O SUFICIENTE! SEQUESTRO NEM PENSAR! — Gritei irada. Sequestro? Não, inadmissível.

*Inglês*  — Mia pensa! Temos que passar por alguns pedágios até Guayaquil, se formos por terra vamos ser peg~ —  Harry foi interrompido por gritos de desespero e estrondos de portas sendo derrubadas.

Engoli seco, senti um embrulho na barriga. Minha espinha eletrificou minhas costas, meu corpo aqueceu. Meus pelos se eriçaram, e meus poros exalaram suor frio pelo meu rosto. Ficou difícil de respirar. Tudo pareceu desacelerar.

Junto de Harry e Yan, escutei apavorada o que se passava. Os outros levantaram-se assustados. Alexander passou a frente de Chloé, mantendo-a protegida conforme vagavam até a janela sem tirar os olhos da porta. Kabir ficou estático, fitando a entrada arrepiado. Os outros não se diferiram quanto a reação.

Na hora, me voltei para Pablo. Ele tremia, junto a respiração pavorosa, mal expirava o ar e já sugava mais para dentro, em soluços. Não tive escolha, respirei fundo tentando proferir algo que não fosse um arfar abafado e segurei firme sua mão, o trouxe para perto e disse o encarando com um sorriso amigável:

*Espanhol* — Vai ficar tudo bem, Pablo... Como sempre. Tá bom? — E ele assentiu deixando lágrimas escorrerem... Eu também queria chorar, mas se o fizesse, destruiria a tranquilidade que deixei para ele.

Logo, Jawari e Finn se aproximaram sem qualquer barulho, dizendo em sussuros:

*Africâner*  — Acharam a gente? —  Jawari arregalava os olhos, parecia estar com um instinto de sobrevivência, nada diferente de Finn.

*Africâner*  — A~Acho que sim. —  Respondi quase engasgando no soluço.

Finn começou a se aproximar da porta quando ouvimos uma voz.

*Espanhol*  — ACHEI O QUARTO! —  Gritou um homem que logo após deu um chute e derrubou a porta em cima de Finn, que caiu de susto. Na hora ele apontou sua arma para nós.

Yan pulou em cima encaixando um golpe tão rápido em seu trapézio que mal pude identificar sua palma esticada como uma lâmina acertando o músculo, mas foi o primeiro homem cair que mais inúmeros chegaram.

Entrei em desespero. Apontei para a janela fazendo um sinal chamando os outros, queria que saíssem, e berrei para que o fizessem, mesmo sabendo que ninguém entendia português.

As gêmeas Müller praticamente se jogaram para fora, Yuri, Giovanni e Alexander saíram num pulo, o Sueco carregava Chloé, e os outros vieram em seguida praticamente juntos.

Yan, um dos últimos além de mim, ajudou Finn a se levantar e pegou uma arma caída rapidamente. Ele odiava armas, repudiava, para Yan, uma arma era algo pessoal, aquela ignorância era mais do que sua doutrina, mas ele sabia que não era hora de ser pragmático. O monge disparou erroneamente para distrair os soldados que chegavam enquanto eu e Finn saíamos do quarto. Eu, desesperada, peguei as bolsas com os suprimentos rapidamente, sem nem entender meus movimentos e pulei  janela a fora.

O problema foi que, ao encontrar meu pé na rua, fui espantada por três carros blindados com canhões em seus tetos e vários soldados nos cercando. Sem querer, soltei um violento flash com tamanho pavor, não tive controle, o disparo veio com tudo.

Quando a luz de meu poder se apagou, dando lugar a luz natural, pude ouvir gritos saindo de dentro dos carros e os homens que estavam nos cercando se debatiam ao chão.

Entretanto, as crianças coçavam os olhos com aflição, o ataque havia os cegado... Pelo menos, mesmo aos soluços, se levantaram antes que pudesse me preocupar. Mas ainda não era um alívio.

Foi minha culpa... Eu os feri. Não devia. Estava com medo. Isso justificaria? Eu não tinha esse direito, mas eu estava tão assustada... Eu não queria morrer...

Um grito me tirou de meu transe.

Yan pulou para fora do quarto aos berros para corrermos. O som de sirenes ecoava pelas ruas como uma torrente se aproximando.

Disparamos a passos largos adentro da cidade, foi quando peguei o rádio e chamei desesperada por Maxwell.

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Presente

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Maxwell

Meu coração quase parou ao ouvir aquela voz desesperada pedindo ajuda. Respondi prontamente enquanto jogava a corrente para fora do navio.

— JÁ 'TÔ INDO! VOCÊS TÃO ONDE?! — Gritei acelerado.

— Acabamos de virar na esquina do hotel, direto pro centro, precisamos sair da cidade! — Mia apontou aos berros.

— Tá, Já chego aí, tô providenciando o transporte! — Finalizei prendendo o rádio.

No que desliguei o rádio, pulei sem nem pensar nas correntes e fui me impulsionando até o final, correndo passo a passo inclinado, elo a elo, o mais rápido que qualquer coisa na terra poderia, até me encontrar nas ruínas do farol, ocultas da multidão curiosa, por detrás da sombra do lado oposto do porta-aviões.

Mal bati os pés no concreto e já tinha avança até a van no local cheio pela multidão. Para meu atraso, havia um grupo de quatorze soldados voltando ao comboio, oito na van e mais três em cada um dos dois carros. A minha máscara não estava cobrindo o meu rosto na hora, então logo me identificaram.

*Espanhol*  — Ei! Não é o moleque da cicatriz que 'tavam querendo? —  Disse o soldado que iria dirigir o carro de trás.

*Espanhol*  — É ELE! MATEM! —  Gritou outro que entraria atrás da van, sacando sua arma.

Aquele breve diálogo me deu a permissão que eu precisava para atirar, afinal se sabiam quem eu era, então eram inimigos.

Tudo ficou lento no que um sinal elétrico percorreu minha espinha, me fazendo sacar minha arma, apontar e atirar, e quando o fiz, os desgraçados sequer haviam puxado as deles.

Acertei cada um na cabeça, como se fosse apenas um disparo engolindo suas vidas simultaneamente. Caíram ao chão deixando possas de sangue mancharem a rua.

Guardei a SIG e levantei minha máscara, foi tão rápido que as pessoas se viraram já quando eu jogava os suprimentos dentro da van. Em seguida corri até o volante e sai sem esperar para engatar a terceira marcha e então a quarta, antes da esquina. Deixei lá os repórteres e curiosos assustados como tamanha brutalidade dos assassinatos.

No pouco tempo que acelerei rumo ao grupo, notei que o interior da van era bem espaçoso, daria para todos apesar de alguns terem que ficar no chão, havia uma estande de armas trancada com duas armas diferentes, cinco pistolas beretta 92 e cinco rifles PSG-1, e algumas cordas logo abaixo, junto de alguns tasers, além de bancos acoplados à parede, quatro de cada lado, com cintos de segurança.

E separada por uma repartição, a parte da frente, a do motorista e a do passageiro, na posição do porta-luvas se encontrava uma espécie de computador integrado com uma interface semelhante a de um tablet.

Entrei na rua do hotel e segui o som de tiros pela avenida principal da região. Foi cruzar a esquina que me deparei com Mia e os outros, fugindo de uma viatura, estavam disparando... Atirando em crianças inocentes... Imperdoável.

Baixei o vidro e armei uma granada, esperei 3 segundos me mantendo logo atrás da viatura e a lancei para baixo do carro. Um clarão incandescente explodiu de baixo do veículo, o lançando em chamas para o alto.

Ultrapassei o carro tombado, destroçado, alcancei o grupo numa freada busca e gritei:

— ENTREM! —

Yan veio na frente, quase arrancou a porta, Mia e os outros foram atrás e eu segui caminho ainda tenso devido ao som das sirenes que se aproximavam.

— Vocês estão bem?! —  Perguntei à Mia exaltado.

— ...Sim, estamos. —  Ela me respondeu eufórica.

*Inglês*  — O que é isso? —  Perguntou Yan se referindo a interface a sua frente.

*Inglês*  — Acho que é um computador, mexe aí descobre. —  Falei para ele ainda tenso.

*Inglês*  — Tá legal~ CUIDADO! —  Yan avisou, imediatamente ao notar um carro de polícia acelerando contrário a nós na mesma via. Cruzei uma rua adjacente quase tombando a van.

Outra viatura bateu em nós, lançando a van ao meio-fio, felizmente sem danos consideráveis me mantive acelerando a saída do lugar.

O problema: os policiais começaram a atirar. Eu tinha de revidar, precisava, mas como observado, eram policiais... Eu não podia crer que eram todos corruptos, não queria... Eu não queria matá-los. "Haviam homens bons ali?" Essa incerteza não me deixava agir como deveria.

Então tive uma ideia para driblar meu dilema.

*Inglês*  — Yan abre o vidro! Abre porra! —  Ordenei impaciente e Yan o fez, enquanto ele abria eu acelerei engatando a quarta marcha, e quando alcançei o fim da rua, joguei o volante todo para o lado ao mesmo tempo que puxava o freio de mão, girando a van na direção oposta.

Quando tomei visão das duas viaturas disparei mirando os pneus. Com apenas uma bala na SIG, perdi um segundo expondo a van aos disparos inimigos enquanto recarregava. Mas antes do segundo segundo se completar, reajustei minha pontaria e finalizei o ato.

Com ambos veículos policiais incapacitados, acelerei de volta a avenida e segui para fora da cidade.

*Inglês*  — O que você tá fazendo?! a gente tem que voltar e ir pro aeroporto! —  Harry anunciou irritado, invadindo o vão que separava a frente de trás da van.

*Inglês*  — Ele não ficava à 150 quilômetros daqui? —  Questionei indignado.

*Inglês*  — Não é isso! —  Yan soltou receoso.

*Inglês*  — Vamos sequestrar um piloto e obrigá-lo à nos levar ao aeroporto internacional, com um dos aviões do aeroporto da cidade. —  Harry esclareceu em um tom confiante.

*Inglês*  — Nem fudendo! —  Respondi rígido.

*Inglês*  — Como é? —  Yan me fitou, mau encarado.

*Inglês*  — Você me ouviu. —  Soltei em um tom ameaçador, forte.

*Inglês*  — Escuta aqui, babaca! Você pode ser bom num tiroteio, mas claramente não é estrategista! —  Harry disse com raiva. E logo depois pudemos notar viaturas vindo atrás de nós, aos disparos.

*Inglês*  — Ah me desculpa, se eu nunca treinei com um grupo tão grande, porra! Mas se o plano for envolver um inocente por meio de um crime desse tipo, eu não vou nem ponderar a sugestão, né, caralho! — Rosnei intransigente.

*Inglês*  — CRIME DESSE TIPO?! A GENTE JÁ COMETEU ROUBOU CARALH~ CARAMBA! —  Yan gritou mais alto invadindo a discussão acalorada.

*Inglês*  — Foda-se?! Roubar é o limite das nossas merdas! —  Completei enquanto virava a van para a direita em alta velocidade para tentar despistar os policiais, entramos em uma rua praticamente deserta com pequenas lojas nas calçadas e o que parecia ser um muro de campo de futebol à direita.

*Inglês*  — LIMITE?! Tá de sacanagem! Você mata claramente sem remorso, e se depender até come, QUER FALAR DE LIMITE?! —  Provocou Harry indignado.

*Inglês*  — Sim, quero, porra! Eu mato vermes! Você tá falando de inocentes, caralho, inocentes! Ainda quer falar de limite?! —  Questionei furioso, e assim Harry ficou se calou, sem comentários... Na verdade, assustado.

A discussão podia ter cessado, mas as viaturas estavam se aproximando e eu tinha de bolar um plano, não vi alternativa que não fosse baixar o vidro e tirá-los da jogada da mesma forma que fiz com os primeiros veículos.

Desacelerei, abri o vidro e saquei minha arma e fui disparado. As viaturas foram gradativamente passando conforme seus pneus eram rasgados pelas balas. Os policiais parados saíram e revidaram descarregando o pente.

Foram quatro das oito viaturas, quando notei uma curva para a esquerda. Freei bruscamente e curvei, me dando visão à todos os outros veículos ultrapassando a esquina. E como a situação pedia, puxei a AUG e estourei cada pneu a minha vista, tão potente eram as balas que os pneus perdiam toda a borracha.

Todos os policiais perderam a perseguição.

Voltamos à rua principal, e voltei a rumar a saída da cidade. Aquela altura já não ouvia mais sirenes.

Então notando a calmaria, mandei Yan marcar o aeroporto internacional no GPS e verificar os voos que poderíamos pegar, ordens que ele executou relutantemente.

Todos continuamos atentos aos arredores, em silêncio, até sair da cidade para a rodovia. Foi nesse ponto, declarando segurança, que soltei, calmo, o que descobri no navio.

— Mia, eu procurei... Mas não consegui achar o seu colar... Sinto muito. —  Comentei com pesar na voz. Não que eu me importasse com o colar, mas... Bom, eu queria agradar a Mia, né, e fracassei.

— Tudo bem. Era um pedido egoísta mesmo, você nem precisava ter procurado, mas obrigada por procurar, vou me lembrar disso —  Ela falou tranquilamente em tom de agradecimento, mas parecia chateada.

— O que são essas Mochilas? —  Mia questionou curiosa.

— Uma tem dois pares de coturnos e 18 rádios, a outra tem dois uniformes militares e três coletes sociais balísticos do lado de fora. —  Respondi.

— Pra quê dois uniformes militares? —  Ela perguntou confusa.

— Eu tinha um plano em mente, mas depois do que aconteceu ele foi por água a baixo. —  Expliquei frustrado.

— Entendi... Posso guardar a água e a comida aqui? —  Ela perguntou educadamente.

— Claro, mas passa um colete pro Yan, veste o outro e bota o menor no Pablo, não somos à prova de balas. —  Pedi gentilmente.

— Certo. —  Ela disse começou a reorganizar a mochila.

Mia distribuiu os rádios e depois os coletes, ela acabou percebendo o conceito do colete balístico social e o botou por baixo da camisa de Pablo, assim como da sua, obviamente depois de pedir que as meninas a cobrissem... E foi o que fizeram, com exceção do lado da abertura, me proporcionando aquela paisagem...

O Yan nem deu bola já que estava ocupado com seu próprio colete, já eu, tentei não espiar... Mas confesso acabei olhando hora ou outra pelo retrovisor... Ela estava de sutiã, mas que bela visão... Poderia ter sido a última se eu não tivesse voltado a prestar atenção na pista, já que eu quase bati em uma carreta que entrava na rua...

— EI! Eu pensei que você soubesse dirigir! —  Mia brigou indignada e assustada.

— Eu só tive umas aulas básicas do meu Pai e do meu Tio quando era mais novo, não é como se soubesse como funcionam as ruas. —  Respondi disfarçando meu nervosismo.

Um tempo depois notei que todos atrás da van pareciam cansados e perguntei se eles queriam dormir um pouco, eles disseram que sim, então assenti e fechei o vão da parede de metal depois de avisar que o faria.

E assim rodamos por vários e vários minutos, se não horas já, em silêncio, até que, de repente, um certo monge o quebrou, e pelo melhor motivo.

*Inglês*  — Foi mal... —  Yan soltou com a voz baixa.

*Inglês*  — O que? Pelo que? —  Perguntei confuso sem tirar os olhos da estrada.

*Inglês*  — A minha ideia e do Harry era realmente passar do limite... E sobre o que o Harry falou... Não foi por mal, ele só é meio superprotetor com a Mia, então talvez ele não confie em você por isso. —  Yan disse me encarando.

*Inglês*  — E você tá com ele? Também me vê como uma ameaça para a Mia? —  Perguntei em um tom brincalhão.

*Inglês*  — Talvez... Seu problema de presas e garras assustou ele... Todo mundo na verdade, até eu. —  Ele disse, sério.

*Inglês*  — Ué? A Mia não pareceu se importar... —  Comentei, confuso, apesar de entender o sentimento.

*Inglês*  — Ela se sente em débito com você, além disso ela se preocupa com todo mundo, até com quem não deve... —  Yan comentou tirando os olhos de mim.

*Inglês*  — Me considera uma dessas pessoas? —  O questionei, fitando de rabo de olho.

*Inglês*  — Acho que ela tá se apoiando em você, por isso ela se preocupa, o problema é que você não faz isso por si... Coisa que pode ser um problema. —  O monge esclareceu, áspero.

*Inglês*  — Não é bem assim! A vida de vocês é mais importante, tá legal! —  Respondi em um tom indignado, mas controlado.

*Inglês*  — Eu nunca disse que isso seria um problema pro grupo, não na sua frente. — Yan apontou com vigor, com o dedo em minha direção.

*Inglês*  — Mas você disse. —  Concluí com uma expressão seca, sem o olhar.

*Inglês*  — Disse... Mas foi só pra Mia não ficar dizendo pra eu não me preocupar. —  Ele esclareceu, quase envergonhado.

*Inglês* *  — Ahh saquei... Acho que sei onde você quer chegar... —  Falei em um tom sarcástico, queria implicar com Yan.

Só que ele respondeu com silêncio... Sabe qual é a parte ruim de discutir com um monge? Eles tem o péssimo hábito de saber se comportar quando alguém se exalta, e o feito de Yan não foi diferente... Gostaria de não admitir, mas, ter dado a última palavra daquela forma acabou me fazendo sentir... Culpado. E um homem culpado sempre tem algo a dizer.

*Inglês*  — Me desculpa também. —

*Inglês*  — Pelo que? —  Yan perguntou tão confuso quanto eu, quando estava no lugar dele.

*Inglês*  — Eu também exagerei... Fui mal educado o tempo todo e gritei sem parar. Não parei pra pensar que você e o Harry também não queriam fazer aqui, que não tinham uma intenção ruim. Foi mal. —  Falei desviando o olhar.

*Inglês*  — Tudo bem... Aquele plano era bem ruim mesmo... —  Ele respondeu tranquilo apenas olhando para estrada.

*Inglês*  — Não era ruim, era seguro. Mas envolver um inocente nisso tudo, mesmo que o ameacemos pode custar a vida dele depois, talvez. Fora que seriamos verdadeiros criminosos. É por isso que, se for pra passar por cima das leis contra inocentes, o roubo é o limite. —  Expliquei, sentimental, também me concentrando na estrada.

*Inglês*  — Eu te perdoo, Maxwell. —  Yan falou olhando para mim, com aqueles malditos olhos pacíficos... Eu nunca disse a ele, mas seus olhos... Eu queria poder ter aqueles olhos.

*Inglês*  — Valeu. —  Soltei com um sorriso ladino, aliviado.

*Inglês*  — Pra ser sincero, eu ainda não entendi o que é aquela sua versão canibal... —  Falou descontraído, curioso, após finalizar o assunto sério.

*Inglês*  — Honestamente, nem eu. Só sei que acontece quando eu sinto fome ou fico com... Bem, quando eu fico exageradamente nervoso. Depois eu apago, e acordo com restos mortais na boca sem entender nada. —  Expliquei.

*Inglês*  — Deve ser difícil... Tem certeza de quevo'cê que não precisa de um exorcismo ou algo assim? —  Yan brincou fazendo estendendo sua mão como um padre faria num ato daqueles, e eu ri, ele também, nós dois rirmos, de doer a barriga até soluçar. E pensar que um monge tinha um humor ácido, que porra é essa? *Inglês*  — Pra falar a verdade, a Mia tem conhecimento psiquiátrico, acho que ela pode saber o que é, só não disse ainda. —  Ele falou com seriedade, mas ainda continha um sorriso na cara.

*Inglês*  — Bom, a gente pergunta pra ela quando der. —  Concluí já sem rir e tentando ligar o rádio da van para ver se tocava algo legal, mas me decepcionei ao ver que todos os canais FM e AM estavam sem sinal, aquilo era estranho para a região onde estávamos, mas eu não dei importância e desliguei.

*Inglês*  — Certo. — Yan respondeu.

E seguimos em silêncio, dessa vez, pra valer. Afinal, parte de uma viagem é aproveitar a vista. Não que desse pra relaxar na nossa situação, mas fazer o quê, se você virou a noite não demora pra cair no sono, e com Yan não seria diferente, ele apagou em poucos minutos depois que nossa conversa acabou. E eu continuei dirigindo, até Guayaquil...

.

.

.

Quase duas horas depois

.

.

.

O GPS marcava menos de 15 quilômetros até nosso destino, estávamos chegando finalmente. Apesar dos problemas que tivemos na saída, ou melhor fuga de Salinas, não tivemos mais problemas com perseguições, e passar pelos pedágios foi tranquilo, já que a van tinha uma espécie de sem parar e os seguranças não pareceram se importar com as marcas de bala na lataria e nos vidros.

Na estrada onde estávamos haviam árvores que nos separavam do outro lado da via e algumas casas e lojas pequenas nos arredores e nenhum carro passava já há algum tempo, em nenhuma das duas vias.

Yan, assim como o resto da turma, caiu no sono, provavelmente nenhum deles conseguiu dormir na noite passada, e se conseguiu não teve um sono bom. E falando em noite, já estava escurecendo e o relógio marcava mais de 18:00.

Tudo parecia calmo quando de repente tive um mal pressentimento e escutei o som das hélices de um helicóptero. Eu não sei exatamente o porquê, mas entrei em um estado de tensão e novamente tudo pareceu ficar mais devagar, o som das hélices ecoava lentamente, quase que uma de cada vez, o ar ficou frio e meu sangue ferveu, engoli seco e minha respiração ficou pesada.

Eu olhei para o Yan preocupado e depois abri o vão na parede metal para verificar Mia e os outros, eles estavam bem, pareciam ter um ótimo sono. Eu olhei para frente de novo e vi o helicóptero se aproximando pelo alto, ele reduziu a altura gradativamente até ficar alguns metros acima de van, eles ficaram voando na mesma velocidade que eu, mantendo a distância.

Meu estado de tensão apenas se agravou, eu olhava apenas para frente, mas estava com toda a minha atenção no helicóptero, que no caso era um "Eurocopter Phanter" com camuflagem digital floresta. Alguns segundos passaram e pareceram uma eternidade, foi quando uma bala acertou o vidro, e diferente das outras vezes o vidro rachou violentamente.

— CARALHO! —  Gritei com raiva e acelerei a van com tudo de imediato, no momento em que o tiro atingiu o vidro.

O helicóptero acelerou junto comigo, Yan acordou e o resto do grupo também. Todos estavam confusos e assustados.

*Inglês*  — O que está acontecendo?! —  Chloé perguntou assustada e indignada, provavelmente por ser acordada de tal forma.

*Inglês*  — Merda! Muita, muita merda! —  Respondi nervoso.

Eles perceberam o helicóptero atirando em nós e ficaram tão tensos quanto eu, os mais novos se desesperaram, mas Mia tentava os acalmar dizendo que tudo ia ficar bem.

A blindagem do vidro não aguentaria outro tiro, fui forçado a nos colocar abaixo do helicóptero, o que funcionou muito bem até chegarmos em uma área sem muitas árvores ou casas em volta da rua que o atrapalhassem, estávamos próximos de Guayaquil e na entrada de um trevo eu podia ver um batalhão.

Batalhão este composto por dois tanques (Leopard 1), 5 carros (Agrale Marruá) e um batalhão de dez homens com armas anti-carro (Rafael Spike; MILAN; RPG-7). Só que diferente de Salinas, onde eu não podia ter certeza do envolvimento dos soldados e policiais com o pessoal do experimento, naquela estrada eu pude os ouvir falando...

*Espanhol*  — Tropas preparem-se! As aberrações estão chegando! —  Disse o piloto do helicóptero e em seguida ouvi várias vozes respondendo à suas ordens.

Não pude pensar em mais nada que não fosse  — "Se pra ele somos aberrações, então ele deve saber do estágio superior. Fora os tanques, que estão sendo usados em uma ocasião como essa." — . Minha expressão se tornou hostil, eu abri o vidro e vi meus olhos começando a brilhar pelo reflexo no para-brisa. Peguei a MGL e atirei nos carros e no helicóptero, causando uma explosão grande o suficiente para matar não só os integrantes dos carros, mas também todo o batalhão, os carros viraram destroços e o helicóptero caiu no chão em chamas. Não havia carros ou pessoas na rua então ninguém se feriu.

Obviamente a explosão de um lança-granadas ou uma arma anti-carro não fizeram efeito nos tanques, esses se mantiveram praticamente intactos.

*Inglês*  — Max, os tanques! —  Yan gritou.

*Inglês*  — Eu sei, pega no volante. —  Ordenei apressado, enquanto saía pela janela.

*Inglês*  — Eu nem sei dirigir! —  Ele gritou surpreso.

*Inglês*  — Só continua acelerando e mantém a van na pista! Só vai reto! —  Expliquei o mais rápido que pude, já fora da van indo para o capô.

*Inglês*  — O QUE VOCÊ VAI FAZER?! —  Yan perguntou gritando inutilmente para mim ouvir.

*Inglês*  — Só confia em mim e dirige! —  Soltei pondo apenas um dos meus joelhos em cima do capô e meu pé mais à frente.

Eu não sabia como meus poderes funcionavam, mas sabia que tudo ficava mais lento quando eu corria um risco extremo, quando eu achava que fosse morrer, pelo menos era isso que os indícios apontavam. Yan continuou dirigindo em linha reta como eu mandei e eu fiquei esperando que os tanques disparassem. Estávamos chegando muito perto e por um momento pensei que eles fossem se usar de escudo ao invés de atirar, mas eles apontaram seus canhões e dispararam em seguida.

Como eu havia previsto, tudo ficou extremamente lento, deve ser porque as chances de um míssil me matar são absurdamente grandes. Os misseis se aproximaram em câmera lenta, posso dizer que pareciam um "jab" dado com intuito demonstração para o aprendizado de um iniciante. Eu consegui pegar os misseis e redireciona-los de volta aos tanques. Eu tenho que admitir ter as coisas lentas torna tudo mais fácil, eu tive tempo de mirar no interior dos canhões dos tanques, que explodiram em seguida.

Retornei ao banco do motorista e segui caminho rumo ao aeroporto...

*Inglês*  — Como você fez isso? —  Yan perguntou confuso.

*Inglês*  — N~Não sei... Só acontece. —  Eu falei recuperando o fôlego.

*Inglês*  — Saquei... E agora? —  Ele perguntou também se recuperando do susto.

*Inglês*  — Agora, a gente pega o primeiro voo que for pro oriente e vaza. —  Falei fazendo um sinal para que procurasse informações sobre isso no computador.

*Inglês*  — Tem um avião que vai decolar pro Japão em 20 minutos. —  Ele disse olhando para a tela do computador depois de alguns segundos.

*Inglês*  — O que a gente tá esperando então? —  Mia entrou na conversa e eu acelerei.

O trânsito estava ruim mais adentro na cidade, parecia que tinha acabado de começar um horário de pico. Conforme eu me aproximava do aeroporto eu me perguntava como faríamos para entrar em um avião sendo que as autoridades estavam nos procurando, e além disso não tinha como passar pelo detector de metais com as armas... Eu estava realmente preocupado, até que Mia apareceu com uma ideia.

*Inglês*  — Gente, o Diogo teve uma ideia pra invadir o avião! —  Mia comentou animada.

*Inglês*  — Manda! —  Yan disse voltando sua atenção para ela.

*Inglês*  — Ele acha que seria uma boa ideia viajar nos espaços onde ficam as rodas do avião, além de ser mais fácil de invadir a gente não precisa ficar preocupado com uma aeromoça nos incomodando. —  Mia explicou.

*Inglês*  — O QUÊ?! —  Eu, Yan, Harry, Finn e Chloé dissemos em uníssono.

*Inglês*  — Genial, não? —  Ela perguntou de forma inocente.

*Inglês*  — Óbvio que não! Isso é absurdamente perigoso! —  Gritou Harry, que depois de uma pequena pausa disse *Inglês*  — Depois as minhas ideias são ruins! Essa ideia é tão... Tão... Genial... —  Ele disse irritado e depois se acalmou com uma expressão de quem tinha pensado em algo.

*Inglês*  — Viu! Eu falei! —  Mia comentou.

*Inglês*  — Ela é genial, mas os espaços nas rodas são muito perigosos, seria melhor ficarmos no compartimento de carga... Mas não sei se vai ter espaço... E o oxigênio também não vai ser grande. —  Ele disse pensativo.

*Inglês*  — Não acho que vai ser um problema, tinha fumaça entrando aos montes no navio e eu não senti nada de diferente, mesmo sem nada para proteger o meu rosto. Sobre o espaço... Yan olha aí quantos passageiros tem? —  Comentei.

*Inglês*  — Tem 39 passageiros ingressados... Não é muito para um "Airbus A319-115", acho que vai ter espaço pra nós. —  Yan disse.

*Inglês*  — Então... Decidido? —  Mia perguntou.

*Inglês*  — É, decido. —  Eu, Yan e Harry dissemos juntos e Mia explicou o que faríamos para o resto e eu pude ver Diogo ficar um pouco chateado, mas ele se recuperou.

Conseguimos invadir o aeroporto dando uma volta na cerca da pista de decolagem até a parte sul e... bom, quebrando-a.

Restavam apenas dez minutos para a decolagem, mas era mais tempo que o necessário. Fomos rapidamente até uma cobertura abaixo da estrutura do aeroporto e nos esgueiramos até o avião desejado, convenientemente ninguém nos viu nesse caminho.

Depois de explicar como funcionavam meus poderes para o Yan eu pedi que ele atirasse em mim com a SIG, no ombro no caso, mas só quando tivéssemos uma abertura para entrar no compartimento de carga.

Faltavam apenas duas malas e havia espaço de sobra para todos. Pegamos um cone e jogamos na direção oposta ao compartimento ao mesmo tempo que Yan apontava a arma para mim, hesitante, mas deu o tiro. E espetaculosamente a ideia deu mais do que certo.

Eu aproveitei cada segundo do "modo acelerado" que consegui, e assim levei todos para o compartimento de carga sem problemas, levando apenas 10 segundos para acabar, 5 segundos antes de os funcionários voltarem ao trabalho e fecharem o compartimento.

Apesar de momentos de insegurança, não nos viram entrar ou mesmo escondidos lá dentro. A invasão ocorreu com sucesso. E assim nos organizamos melhor naquele pequeno e escuro espaço, acabou como uma lugar bem confortável no fim das contas, e a escuridão estranhamente não era tão nebulosa.

— Mia, posso te pedir um favor? —  Perguntei enquanto o avião decolava, aproveitando estar ao lado dela.

— Claro. —  Ela respondeu se virando para mim.

— Estamos indo para o Japão... Seria legal ter uma noção qualquer da língua local... —  Expliquei o meu pedido.

— Senta aí que você tem é coisa pra aprender. —  Ela falou animada e nos viramos um para o outro. Ela passaria o resto do voo me ensinando japonês. E eu estava um pouco aliviado por finalmente estarmos a caminho de lá, devo admitir que foi um milagre conseguirmos sair do Equador aquele dia, sinceramente, nem fazia sentido aquele avião estar saindo... Mas finalmente íamos rumo ao Oriente...

Espera! Eu disse milagre?... Que piada de mau gosto...


<--To be continued...

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O colar de Mia:

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