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Capítulo 𝐬𝐞𝐠𝐮𝐧𝐝𝐨

Every day, all day,

Chapter 02.

O quê? O problema não era nada mau?

Em partes, foi um engano.

Sem o apoio de Jooheon, sozinho, foi difícil para Hyungwon conter Roseanne em seu primeiro dia na Terra. Ele interrogou aos céus inúmeras vezes por que aquilo teve que acontecer com ele — quem sabe uma nave espacial não descesse para responder e, então, levar a moça de volta.

Estudar 100% online também fez Hyungwon retroceder em suas habilidades de interação, por isso ele era um tanto mais rabugento do que Roseanne estava acostumada. Depois de voltarem para a casa dele, Hyungwon se recusar a responder as perguntas dela e querer que ela ficasse parada no canto como uma criança de castigo — sim, isso também acontecia no espaço —, ela perdeu a paciência e proferiu:

— Eu não gosto de você! Jooheon é muito mais simpático!

— É? Então vai lá com ele. — Hyungwon respondeu, venenoso. — Você não viu que ele te tratou como um problema e disse que era todo meu? Qualquer outra pessoa acharia que você é uma louca.

Roseanne cruzou os braços e expirou o ar com força, inflando as bochechas por um instante.

— Eu vou chamar meus pais agora mesmo.

Ela saiu da sala e foi para o quarto que Hyungwon dissera que poderia ser dela temporariamente; o antigo quarto do irmão dele, que já não morava em Gwangju. Sozinho na sala, Hyungwon tremeu. Quer dizer, se ela ia chamar os pais bem depois de se chatear com alguém, eles provavelmente iriam buscá-la e também punir a pessoa que era motivo da chateação de Roseanne?

Mas não era só isso. Ele se sentiu mal de verdade... Sua mãe não o tinha ensinado a ser assim.

Hyungwon esperou um tempo aceitável e, devagar, aproximou-se do quarto. A porta estava entreaberta. Ele empurrou com cuidado e encontrou Roseanne no assento sob a janela, abraçando os joelhos e olhando o que podia ver através do vidro. Ela o ouviu entrar, mas não se mexeu.

— Rosé — chamou baixo. — Tudo bem?

Roseanne dispersou o olhar da janela e o viu chegar mais perto, sentando-se ao pé da cama, próximo a ela.

— Não — disse, sincera, e tocou sua pulseira. — Eu não consigo me comunicar com eles, o sistema está dando erro.

— Isso é... ruim?

— Isto é péssimo, Hyungwon. Eu não queria ter que ficar mais aqui.

A sinceridade exacerbada dela continuava o desconcertando.

— É meio entediante e perturbador — completou ela. — O que você faz para se divertir?

— Eu não faço muita coisa, na maior parte do tempo estou ocupado com os estudos, mas gosto de jogar, assistir filmes, dormir...

Roseanne reprimiu um suspiro. Tão monótono. Eram coisas que ele fazia parado, e ela costumava ser mais ativa. Na realidade, não havia muita coisa que pudesse fazer na nave dos seus pais, mas viviam viajando pelo espaço e isso sempre trazia algum tipo de novidade ou aventura. Ela contou isso quando ele correspondeu a pergunta.

Roseanne também disse que costumava estar na cola do seu irmão, Changkyun, e que quando seus pais tinham tempo, todos se divertiam nas estações que possuíam instalações como o que chamavam na Terra de restaurantes e fliperamas, mas a maior parte dos jogos do último exigiam a participação física do jogador em uma realidade virtual.

Isso fez Roseanne retornar àquela questão. Ela estava mesmo dentro de um jogo? Se sim, era o jogo mais chato que já experimentara.

— Você sente fome? — Hyungwon perguntou como se estivesse estudando uma espécie totalmente distinta.

— Claro que sim, eu não nasci na Terra, mas ainda sou um ser vivo.

— Onde você nasceu?

— Meu planeta se chama Blink. Não está na órbita do Sol.

— Interessante. Lá é muito diferente?

— Um pouco. Temos mais tecnologias, nosso trânsito não é caótico e temos nossos lugares pessoais, mas não chamamos de casa. É um lugar bem vasto.

— Hmmm... E está sentindo fome agora?

— Agora, não. Meu estômago dói. — Ela se encolheu, franzindo o rosto.

— Deve ser preocupação. — Hyungwon supôs. — Isso acontece comigo.

— E como eu posso parar?

— Bem... Geralmente passa quando consigo me distrair dos pensamentos preocupantes.

— Como eu posso me distrair? — resmungou para si mesma e voltou a olhar a janela. — Estou presa em um planeta estranho.

— Escuta — começou Hyungwon —, nós podemos fazer alguma coisa.

— Tipo o quê?

— Hm... Você gosta de assistir?

Roseanne assentiu, embora não fosse seu entretenimento favorito, talvez não fosse ruim fazer na companhia de alguém. Hyungwon a guiou para a sala de TV e os dois se acomodaram no sofá.

Como Roseanne o disse que poderia ser qualquer um, Hyungwon escolheu o filme. Ele assistia de ficção científica à romance adolescente, logo, não foi trabalhoso. Colocou um filme chamado Love, Rosie, acreditando que Roseanne gostaria por ser algo mais leve.

Assim como ele sugeriu, Roseanne conseguiu se distrair assistindo e imergiu na história, vez ou outra fazendo Hyungwon pausar para explicar alguma coisa. Ele não se irritou desta vez, e ela observou que ele falava do filme com prazer e empolgação.

— Acabou? Por que demoraram tanto para nada? Ele poderia simplesmente ter convidado a garota para o baile. — Ela solicitou, os créditos finais surgindo na tela.

— Então o filme acabaria rápido demais. — Hyungwon riu. — Parece exaustivo, mas eu até gostei deste jeito.

— Sim, eu também gostei — admitiu, sorridente. — Mas não veria de novo.

Hyungwon revirou os olhos, brincalhão.

— Já viu muitas vezes? — Roseanne perguntou.

— Sim. É o meu favorito.

— Oh. — Ela ergueu as sobrancelhas, compreendendo. — Você é chato, mas gosta de romance.

A intenção não foi má, mas Hyungwon se incomodou com a colocação. E ele sabia que a culpa era sua.

— Desculpa se fui insensível com você — disse, após tirar o filme da tela. — É difícil acreditar que você é... o que disse que é. Ainda estou esperando as câmeras. Se isso for uma pegadinha, eu me isolo de uma vez do contato humano.

— Como assim? — Roseanne moveu o rosto e olhou diretamente nos olhos de Hyungwon. O coração dele balançou mais forte e suas pernas amoleceram. — Por que é difícil acreditar?

— Porque... Ah, deixa pra lá.

— O nome dela parece o meu. — Ela falou se referindo à personagem.

— É verdade. Também é possível te chamar de Rosie. Quer ver outro filme?

— Claro.

A noite caiu e o restante do primeiro dia foi mais calmo. Hyungwon logo se viu mais acostumado com a presença dela e não se importou que Roseanne ficasse consigo até conseguir se comunicar com seus pais e poder voltar ao seu lugar de origem. Ele aceitou a ajuda dela no jantar, mesmo que ela não soubesse fazer tudo como ele, e a ajudou em tudo mais que ela pudesse precisar.

Hyungwon se admirou por não ter sido atrapalhado de estudar pela noite. Roseanne entendeu que ele estava ocupado e ficou com seus próprios pensamentos, enquanto os de Hyungwon estavam tão agitados que ele mal podia se concentrar. Não soube apagar a imagem dela de sua mente.

Pela manhã, após o café, ele emprestou para Roseanne roupas de sua mãe que poderiam servir nela e então saíram outra vez. Hyungwon precisou ir à lavanderia e não queria arriscar deixar Roseanne sozinha desde que a viu tentar pegar um dos peixes de dentro do aquário. A obsessão dela por aquele objeto não havia acabado, mas Hyungwon tentou não ser chato, entretendo-a enquanto ensinava a como alimentar os peixes.

Na volta, eles passaram por uma loja de conveniência — onde Roseanne se encantou por Pringles rosa e ele comprou mesmo que ela não tivesse pedido —, depois acabaram encontrando Jooheon à espera de Hyungwon no prédio que ele morava.

— Onde você enfiou o celular? — perguntou um tanto enraivecido.

— Ficou carregando. — Hyungwon respondeu, simplista.

Jooheon pegou a sacola das mãos de Roseanne para ajudá-la, ainda que estivesse longe de ser pesada, e depois do elevador Hyungwon a entregou a chave do apartamento para deixá-la ir andando na frente.

Era esquisito como confiava nela após pouco tempo, o que de fato era influencia dos olhares que arrancava e do fascínio magnético que Roseanne provocava nos terrestres. Era esquisito para ela, também, aquele tipo de chave, mas observara como Hyungwon utilizava.

— Vocês parecem estar bem próximos — comentou Jooheon.

Hyungwon deu de ombros.

— Acho que nos damos bem agora.

— E não se davam bem antes?

— Não exatamente... Precisamos de horas para dar trégua da hostilidade, a maior parte era minha, confesso.

— Você acredita mesmo... no que ela disse? — Jooheon perguntou mais baixo, olhando para frente. Eles caminhavam vagarosos pelo corredor, mas Roseanne já alcançava o apartamento de Hyungwon. — Sabe que ela pode estar te enganando, te usando para alguma coisa.

— Sim, eu sei. Mas não tenho escolha. Pelo menos, até agora ela se comportou bastante e nenhum objeto sumiu da minha casa.

— A não ser que seja algo muito pequeno que você ainda não percebeu.

Hyungwon suspirou.

— Mas, enfim, foi mal por ontem — prosseguiu Jooheon. — Eu não devia ter te deixado sozinho.

— Ah, tudo bem. Não tem problema.

Ambos chegaram assim que Roseanne acabou de abrir a tranca, segurando a porta para que eles passassem, como viu Hyungwon fazer em todos os lugares que frequentaram. Ela fechou a porta por fim.

— Então, eu estou indo encontrar um pessoal hoje à noite, por que vocês não vêm também? — Jooheon seguiu Hyungwon para a cozinha, com Roseanne atrás.

— Onde vão? — quis saber Hyungwon, abrindo a geladeira despreocupadamente.

— Ao fliperama.

— Não sei se é uma boa ideia...

Roseanne estava desempacotando as poucas compras e o lançou um olhar inquisidor.

— Não é?

— Você quer ir? — Hyungwon perguntou sem forças; ele mesmo não queria ir. Dificilmente se divertia fora de casa e só saía quando necessário, como no último caso.

— Eu adoraria.

— Então vamos! — incentivou Jooheon.

Para o azar de Hyungwon, eles foram. O que não se faz para agradar a visita? Isto é, uma visita adorável como Roseanne.

O fliperama ficava no mesmo bairro e era muito frequentado por adolescentes e jovens que moravam ou andavam pelas redondezas. Ele abrigava uma variedade de máquinas de jogos e cheirava a chiclete. Ainda assim, era simples, de aparência antiga.

Roseanne entrou atrás de Hyungwon, que procurava Jooheon conforme teclava uma mensagem para ele no celular. Enquanto via os outros clientes divertidos por videogames, sinuca, pingue-pongue e arcade, Roseanne se perdeu de Hyungwon, distraída sobre o que tentariam primeiro, quando uma dupla de garotos passou perto dela.

Um deles assobiou.

— Que fortuna, ruivinha. — disse ele, ocasionando que Roseanne virasse na direção, desentendida.

— Yugyeom, deixa a garota em paz. — O outro ralhou, puxando o amigo pela jaqueta.

— Calma, hyung! Não pode mais cumprimentar ninguém agora? — O nomeado Yugyeom resistiu e então se voltou para Roseanne. — Desculpe por momentos atrás. Como é o seu nome? Você vem sempre aqui?

Ela teve vontade de rir, mas segurou. O amigo de Yugyeom logo negou com a cabeça e demonstrou seu desgosto por presenciar aquela cena, apoiando o cotovelo ao braço cruzado e tocando a testa com a mão.

— Oi. Eu sou Roseanne, mas pode me chamar de Rosé. E não, não venho aqui sempre, estou só de passagem. — Ela já levava mais jeito para conversar com os terrestres.

— O que é uma pena. — Ele lamentou de forma brincalhona. — Eu sou o Yugyeom, este aqui é o Mark. Você vai ficar muito tempo por aqui?

Roseanne direcionou apenas um sorriso suave para Mark, um rapaz de sedosos cabelos loiros, que ficou calado a maior parte do tempo, mas sorriu de volta.

Yugyeom também tinha seus charmes, ele era alto e ficava muito bem de jaqueta jeans, mas durante a conversa trivial que se seguiu, ela não conseguia se impedir de reparar no garoto menos falante da dupla, que em poucos minutos deixou explícito que era do tipo que colocava — ou tentava colocar — juízo na cabeça dos amigos.

Entretanto, ela se recordou de Hyungwon, da sensação intensa que sentiu ao vê-lo pela primeira vez e de repente sentiu saudades. Não fazia nem 10 minutos que tinham se afastado, mas ela precisava procurá-lo. Antes, faria novos amigos.

— E então, Rosé, você quer jogar? — perguntou Yugyeom.

— Claro. O que vocês recomendam?

— Que tal um jogo chamado "namoro"?

— Pelo amor de Deus... — murmurou Mark.

Roseanne apenas riu.

— Deixa de ser ridículo.

A nova voz soou por trás dela. Os três olharam, encontrando Hyungwon.

— Oi! — cumprimentou Yugyeom, pois também se conheciam. — Eu só estava brincando.

— Rosé não é nenhuma peça desse seu jogo sem vergonha, Yugyeom. — Hyungwon colocou uma mão sobre o ombro dela e o sangue de Roseanne se eletrizou.

— Calma, Hyungwon. — O outro ria. — Eu não sabia que vocês estavam juntos.

— Vocês estão? — Mark quis confirmar.

— Hm... Sim.

Roseanne respirou fundo e jurou ter visto Mark formar um beicinho discreto de ciúme, olhando para o lado oposto.

— Você por acaso viu o Jackson por aí? — Ele trocou de assunto.

— Sim, ele está ali do outro lado com o Jooheon.

Todos se uniram e caminharam para um mesmo local. Por conseguinte, Hyungwon aproveitou que já tocava o ombro dela e passou um braço em torno do pescoço de Roseanne, depois de perguntar a ela se estava tudo bem. Roseanne aceitou, e ele só esperou que ela não pudesse ouvir seu coração acelerado.

Agora ela não iria se perder de Hyungwon. E nem queria.

Os quatro se juntaram a um grupo maior que inquiriu Hyungwon e Roseanne brevemente. Ele a apresentou como uma amiga.

Com o passar do tempo, os amigos dele souberam que ela viera da Nova Zelândia — apenas Jooheon sabia a verdade —, e Roseanne conheceu que Yugyeom era coreano, já seu amigo, Mark, era de origem taiwanesa; assim se seguiu, até que chegou às outras garotas ali. Joohyun, Seulgi e Yerim.

A primeira era a mais reservada das três, particularmente boa nos jogos que envolviam estratégia e namorava Jackson, um dos amigos de Hyungwon e Jooheon; Seulgi era a alma do grupo, a pessoa mais doce que Roseanne poderia conhecer; e Yerim também era reservada, mas não passava a mesma energia calma e relaxante que Joohyun; era alguém de personalidade aguda e sarcástica, porém amigável.

Aos poucos, Roseanne conquistou vitória quando competiam entre si e os demais brincaram sobre ter inveja dela e querer revanche. Ela aprendia tudo muito rápido. Isso durou até as garotas se juntarem e a convidarem para dar um passeio lá fora. Roseanne aceitou, somente disse que iria avisar Hyungwon antes.

— Vocês são namorados? — Seulgi perguntou assim que a viu voltar.

Roseanne parou, enrubescendo.

— Não...

— Mas você gosta dele? — Yerim acrescentou um tom de pergunta, mas já tinha sua opinião.

— Eu não sei. — Ela desviou o olhar. — Nós nos conhecemos há pouco tempo.

Em silêncio, Joohyun ficou ao lado dela quando saíram. Os olhos de Roseanne brilharam ao ver o carro dela. Era de um estilo retrô, embora ela não reconhecesse.

— Nossa, que lindo, eu posso dirigir? — perguntou, ansiosa para experimentar aquelas máquinas.

— Você tem permissão?

— Ahm... Não.

— E se ficarmos só pelo estacionamento? — sugeriu Seulgi, já entrando nos bancos de trás ao lado de Yerim.

Joohyun deu de ombros, atirou a chave nas mãos de Roseanne e deu a volta para entrar no banco do carona. Repleta de adrenalina, Roseanne sentou atrás do volante, colocou a chave na ignição e ligou o carro do mesmo modo que lembrava de ver Hyungwon fazer. Funcionou perfeitamente bem, até mesmo quando ela deu partida.

O estacionamento era largo e estava vago. Roseanne acelerou e fez uma curva que assustou as outras.

— O que você tá fazendo? — interrogou Joohyun. — Cuidado.

— Desculpa — sussurrou, atenta à direção. Não podia ser tão difícil.

Não demorou até as garotas notarem que Roseanne as prendeu em um movimento circular. Joohyun não entendeu o que ela pretendia, já que o estacionamento possuía outros espaços que poderiam explorar; Yerim ficou quieta, observando; e Seulgi achou aquilo engraçado.

— Ah, é divertido, até — comentou Yerim.

— Por que nunca pensamos nisso? — Seulgi riu.

— Eu não sei se consigo ficar assim — murmurou Joohyun, inclinando-se para ligar o som e pôr música. — Tomara que eu não enjoe.

— Rosé!

Uma voz urgente soou ao longe. E insistiu chamando outras vezes.

— Ih, acho melhor parar, seu namorado tá te chamando — disse Seulgi, olhando pela janela antes que girassem e ela perdesse a proximidade.

— Ele não é meu namorado! Como eu paro isso?

— Você não sabe parar? — Joohyun a olhou atônita.

— Não, é que—

— Parece que você deixou a Rosé nervosa, Seulgi — brincou Yerim.

— Eu, não. Não fui eu que fiquei chamando por ela mais desesperado que o Jack de Titanic.

Roseanne freou subitamente e os pneus cantaram por um momento. Quando o carro parou, Hyungwon e Jackson se aproximaram da porta do motorista.

— O que foi isso? — quis saber Jackson.

— Sei lá, ficamos entediadas lá dentro — respondeu Yerim, de trás.

A porta abriu e Roseanne desceu, recebendo o toque imediato de Hyungwon em suas costas.

— Tudo bem, vamos. — Ele a guiou cuidadosamente até que parassem um pouco mais afastados. — Por que fez aquilo? Você já disse que não sabe conduzir, quase tive um ataque do coração quando te vi na direção.

— Sinto muito. — Ela sorriu, sem graça. — Eu só queria sentir como era.

— Acabou?

— Hmmm... Já, eu acho?

— Tudo bem se nós formos para casa agora?

Por trás de Hyungwon, Roseanne pôde ver Joohyun entrar no carro do lado do motorista para tirá-lo dali. As outras tinham descido e conversavam com Jackson, vez ou outra disfarçando olhares para ela e Hyungwon.

Roseanne suspirou fraco. Ele não estava sendo impaciente, mas parecia chateado.

— Tudo bem.

— Vamos dar tchau.

Quando acabaram de fazer como foi planejado, Hyungwon e Roseanne entraram no carro dele, da mesma forma que foram para lá. Ele dirigiu em silêncio nos primeiros minutos. E, pela janela, ela encarava os prédios e as pessoas em movimento.

— Acho que Jooheon ainda tem medo de mim, ele está sempre longe. — Ela comentou, iniciando.

— Você interpretou corretamente. — Hyungwon afirmou.

— Você está bravo comigo?

Roseanne decidiu perguntar, surpreendendo Hyungwon. Ele estremeceu, sem saber por que, e apertou as mãos no volante.

— Não, Rosé — disse com leveza. — Só fiquei preocupado.

Ela se voltou para ele.

— Por que você está sempre preocupado com alguma coisa, Hyungwon? Tem uma revista no quarto do seu irmão que diz que isso faz mal.

Ele riu imperceptivelmente, achando adorável que ela tivesse procurado e lido coisas.

— Apesar de não ser bom, todo mundo está sempre preocupado com alguma coisa, Rosé.

— Mesmo?

— Mesmo. Até você, lembra-se?

Roseanne ponderou. Ficara preocupada ao constatar que estava na Terra; nos momentos que encheu a paciência de Hyungwon sem querer; quando tentou fazer contato com a nave de seus pais e não conseguiu. Minutos atrás, ela também estava preocupada de ter feito algo errado, de ter chateado Hyungwon.

— É, tem razão.

— Além do mais, a vida é muito exaustiva e nós não podemos controlar praticamente nada. — Hyungwon parou em um sinal vermelho. — Há sempre preocupação, desde as diárias até as maiores, como conseguir um emprego, seguir uma profissão ou carreira, cuidar da saúde, encontrar alguém para casar ou apenas amar. É impossível fugir disso, então vivemos correndo, porque nosso tempo também é curto. Depois da morte, acaba.

O discurso dele levou Roseanne a um momento reflexivo. Ela compreendia parte daquilo, mas não tanto. As pessoas do seu planeta envelheciam mais lentamente e viviam um pouco mais que as da Terra.

— E, se morrermos... — começou Roseanne —, não é igual a um jogo. É impossível iniciar a fase outra vez.

— Sim.

Hyungwon permaneceu dirigindo em silêncio até que chegassem ao condomínio. Roseanne também não falou mais, preservando-se em seus pensamentos.

Chovia fraco quando chegaram a casa. Roseanne ficou admirada e queria olhar um pouco mais, mas esperou que subissem. Então ela se prostrou nas janelas grandes da sala e Hyungwon não deixou de notar.

— Eu nunca tinha visto água cair do céu. — Ela disse ao senti-lo se aproximar, olhando o exterior com fascínio.

— Sério? — fez uma pergunta retórica.

Aquilo era muito simples para Hyungwon, porém Roseanne se demonstrava maravilhada.

— Sim, é tão lindo, queria poder mostrar isso a... — Não completou, abaixando o olhar.

— Aos seus pais? — sugeriu Hyungwon, conversando sob o barulho da chuva. Ela balançou a cabeça baixa. — Então... Eu acho que você deveria tentar falar com eles de novo.

— Eu tenho medo. — Roseanne confessou e reergueu o olhar para a paisagem urbana e iluminada além do vidro que escorria água pelo lado de fora. — Eu sei que fiz bobagem em jogar aquele videogame e vir para cá.

— Como assim, você veio para cá jogando...?

— É... E, para ser sincera, eu também ainda tenho medo de não ser real.

— Eu sou real. — Hyungwon reivindicou, quase ofendido, mas não era culpa dela. — É você que parece irreal.

Roseanne riu, então o encarou ao seu lado. Hyungwon não evitou um sorriso pequeno em retribuição.

— Somos iguais, então — disse, refletindo. — Obrigada por me mostrar como é a Terra.

— Ah, você não viu nada demais. — Hyungwon estalou a língua. — Minha vida consegue ser bem chata.

— Eu achei tudo interessante e divertido — sussurrou, sorridente. — Mas... às vezes você poderia sair da rotina. Isso traz mais inspiração e motivação.

— Jura?

Ela se virou para ele, apoiada na janela, e Hyungwon copiou a ação.

— Sim. Este é meu conselho para você. Mas também pode me dar um, se quiser.

A cessão fez Hyungwon pensar profundamente, repassando em mente todos os momentos com Roseanne desde que a encontrou dentro de seu apartamento aleatoriamente.

— Seja menos curiosa, Rosé.

Como se fosse sincronizado, os dois riram em seguida, em um só tom.

— Brincadeira, mas sério... — prosseguiu Hyungwon. — Eu acho que você deve tentar falar com seus pais, porque por mais que eles fiquem zangados, você ainda é a filha deles, eles ainda vão querer protegê-la e provavelmente estão preocupados também. Isso não significa que eu não quero você aqui, porque gosto de você.

Ao fim, Hyungwon dispersou o olhar e o rosto dele ardeu pelas últimas palavras. Roseanne sorriu.

— Tudo bem, vou tentar... Sabe, eu estava com receio de dizer isso. Eu já ouvi que as pessoas da Terra não costumam ser muito abertas sobre seus sentimentos, mas eu vim de um lugar onde normalmente somos assim. Eu sei que foi pouco tempo, mas também gostei de você.

Comovido, Hyungwon voltou a encará-la com seus olhos intensos e úmidos.

— Mas ainda acha o Jooheon muito mais simpático?

— Hyungwon! — Ela riu.

— Bom, nem todas as pessoas da Terra são fechadas sobre seus sentimentos. E, também, acredito que a maioria se tornou por medo de ser usada pelas outras, mas não é naturalmente assim.

— Isso é triste... — murmurou Roseanne, pensativa. — Também precisamos controlar nossos sentimentos.

Calaram-se, mas Hyungwon voltou a falar minutos depois.

— Você quer assistir alguma coisa?

Roseanne assentiu.

— Pode ser Love, Rosie de novo?

— Achei que você tivesse dito que não veria de novo. — O sorriso de Hyungwon também era perceptível em sua voz.

Riram.

Desta vez, trocaram a sala pelo quarto de Hyungwon, graças à ideia do próprio, pois assim ficariam mais confortáveis. Roseanne já estava com o pijama que ele a emprestou quando se sentou na cama, encostada na cabeceira. Hyungwon foi para o lado dela, do mesmo modo.

Com as luzes apagadas, as cores na TV refletiam em seus rostos: o de Roseanne estava atento à tela, já o de Hyungwon por vezes desviava para observar as expressões e reações dela.

No fim, Roseanne adormeceu sem perceber; Hyungwon procurou ser cuidadoso ao fazê-la deitar, mas ela acordou. Roseanne logo recuperou a realidade e ensaiou levantar para deixar a cama dele. Hyungwon a impediu, dizendo que ela podia ficar e ele sairia, então foi a vez de Roseanne dizer que ele poderia ficar.

Deitados frente a frente, eles se olharam por curtos segundos até que ela pegasse no sono novamente, e Hyungwon não demorou a segui-la.

A noite era abafada, apesar da chuva que caíra. Eles sentiram que dormiram muito mais do que o tempo que realmente passaram em sonhos. No meio da noite, Hyungwon despertou com Roseanne o chamando baixo.

— Hm? — Ele gemeu, confuso e sonolento.

— Eles me ouviram. — Roseanne estendeu a pulseira em seu pulso, cujo visor piscava no escuro, reforçando o que ela indicava. — O sistema voltou a funcionar.

Hyungwon não precisou de mais nada para abandonar a sonolência. Ele se sentou na cama, e ela o imitou.

— Você vai embora?

— S-Sim, eu acho que sim. Eu não sei se alguém vem me buscar ou se vai ser tão imediato.

— Nós podemos esperar um tempo...

Eles não puderam se olhar no escuro, a não ser pela janela exibindo as luzes da cidade extensa.

Hyungwon acendeu a luz do quarto e ambos se adaptaram à claridade outra vez para esperar. Roseanne não conseguia parar, sentindo a necessidade de andar de um lado para o outro e ficar olhando a janela. Hyungwon não se mexeu muito, mas não ficou menos quieto. De repente, os dois estavam ansiosos e preocupados.

Por volta de duas horas mais tarde, Roseanne já estava vestida na roupa que chegara — ela decidiu ir colocar por não ter outra coisa para fazer —, quando sua pulseira piscou outra vez. Era um aviso.

— Alguém está aqui!

— Vamos lá para fora — disse Hyungwon, levantando-se. — Eu vou só trocar de roupa.

Em outras ocasiões, ele não se importaria de descer de pijama, mas correndo o risco de ver alguém da família de Roseanne, fez outras escolhas.

Apressaram-se até estarem do lado de fora, no térreo do condomínio. Roseanne inclinava o olhar para o céu alaranjado sem descanso, e Hyungwon aproveitava a brisa fraca em seu rosto.

— Rosé?

Uma voz sussurrada soou pelos arredores.

Ela saiu procurando, inquieta.

— Rosé? — soou de novo, um pouco mais alto.

— Changkyun! — Roseanne correu ao avistá-lo na lateral do prédio. Hyungwon seguiu mais atrás, sem pressa.

— Rosé!

A garota se chocou contra ele em um abraço aliviado e ao mesmo tempo tenso. Changkyun estava precisamente como ela se lembrava, apenas com roupas espaciais diferentes.

— Nem acredito que finalmente te encontrei, por onde esteve pelo tempo que passou? — Ele disparou quando se soltaram, para que pudessem se encarar. — Nós ficamos muito preocupados. Quando eu vi que você sumiu, sabia que tinha aprontado! Mas não fazia ideia de para onde você tinha ido, até mandar aquele sinal, que chegou atrasado.

— Desculpa. — Roseanne pediu de olhos marejados. — Desculpa, desculpa! Foi sem querer, eu não sabia no que isso ia dar.

— Tudo bem, Rosé... Que bom que está bem.

— Então isso é real? — Ela perguntou algo que já estava evidente, mas Changkyun entendeu sua dúvida.

— É real. O videogame é só um disfarce, porque as viagens à Terra são vistas como algo obsoleto, você sabe. Mas acredite, nossos pais adoram este lugar e criaram um transporte. Você e eu estamos aqui de verdade, não é um jogo. Fiquei com medo de você não saber se virar, sempre fugia das aulas de sobrevivência em outros planetas.

Ela riu baixo, passando a ponta dos dedos embaixo dos olhos.

— Eu tive ajuda...

Portanto, Roseanne se moveu e os dois se viraram para trás, focalizando em Hyungwon. Ele sorriu, sem graça, e cumprimentou Changkyun com uma reverência. Changkyun se curvou de volta em um movimento automático.

— Este é o Hyungwon, um amigo que fiz — disse ela. — Hyungwon, este é o meu irmão, Changkyun.

— Obrigado por tê-la ajudado. — Changkyun agradeceu.

Hyungwon acenou uma mão em sinal negativo.

— Não foi nada.

— Como não foi nada? — Changkyun não compreendeu a expressão, pensando que ele não havia gostado e por isso considerava um "nada". — Ela te incomodou?

Roseanne riu.

— Não, ele quis dizer que não incomodei, que não custou nada. É só uma resposta ao seu agradecimento.

— Ah...

Os três riram.

— Bem, então... Nós já vamos? — Roseanne perguntou ao irmão.

— Sim. Você já está pronta?

— Eu posso me despedir do Hyungwon antes?

— Claro.

Changkyun se afastou momentaneamente, olhando em volta, e Roseanne guiou seus passos para mais perto de Hyungwon. A garganta dela já estava apertada, o coração dele se agitava no peito. Não existia nenhum controle que pudesse mudar a situação; eles queriam poder passar mais tempo juntos e se conhecerem um pouco mais.

Roseanne suspirou pesado.

— Despedidas são difíceis e... preocupantes — definiu, tirando um sorriso tristonho de Hyungwon. — Prometo controlar minha curiosidade, mas, se não fosse por isso, eu não teria te conhecido.

— Então eu agradeço à sua curiosidade. — Ele brincou.

— Espere por mim, eu vou dar um jeito de vir de novo. Sem acidentes.

— Não demore muito para voltar. — Hyungwon a olhou com ternura. — Vou estar esperando.

Roseanne delineou um sorriso, apenas com um movimento de lábios, e se aproximou um pouco mais. A respiração de Hyungwon falhou, mas ele sequer pensou em hesitar. Ela segurou os lados do rosto dele com delicadeza e, de olhos fechados, pressionou os lábios nos dele em um selar suave. Acabou rápido. Hyungwon abriu os olhos e inspirou como se tivesse acordado de um sonho que não gostaria de esquecer.

Por fim, ela o abraçou forte e foi correspondida.

Sem alternativas, Roseanne voltou para o lado de Changkyun, que já estava bem perto novamente.

— Que beijoqueira — provocou a irmã em um cochicho.

— Fica quieto, por favor. — Roseanne retorquiu. — Me leva de volta logo antes que eu me arrependa de ouvir a mamãe brigar comigo.

— É para já. Segure-se em mim, agora.

Roseanne segurou um dos braços de Changkyun, o que não estava envolto por um dispositivo de metal. Enquanto ele mexia na tela, ela olhou para Hyungwon sob as luzes dos postes, o vento da madrugada fazendo seu cabelo ruivo se espalhar ao redor de seu rosto. Roseanne delineou outro sorriso e soltou uma das mãos para acenar.

Antes que a dupla se desmaterializasse diante de seus olhos, Hyungwon disse, e foi compreendido:

— Até logo, Rosie.

Ele ficou, ela foi. Ambos possuíam a mesma expectativa de que aquela foi a primeira, mas não a última vez que se viram. Roseanne ainda iria passar por lá e o coração dele ainda iria assobiar para ela.

Quem sabe, um dia...

Sozinho na rua deserta por um tempo que pareceu imenso, ponderando em tudo que acontecera, Hyungwon fez uma pergunta para si mesmo.

— Será que alguém ainda gosta de jogos com aliens?

Nota da autora:

Oioi, eu sou a milkyunway, vocês podem me chamar de Nina. Agradeço muito ao projeto e à Anylight por me dar a oportunidade de fazer parte dessa collab gatíssima. Espero que vocês gostem e deem amor para todos que participaram. ♡

por: milkyunway

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