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Capítulo 2

Estou ficando aflito. Não sei mais o que faço. Não temo mais apenas por mim. Se eu tiver de apodrecer cadavérico, que seja, mas e quanto a esta pobre menininha que dorme em meus braços? Posso aceitar que um ser dos infernos a fira? Não, não posso.

Esta não é a primeira vez que temo que algo machuque Terezinha. Na terceira noite em que dormi na casa, já acostumado ao calor e as janelas fechadas da nova residência. E por fim, totalmente descordado da coisa que a meses não via, dormi tranquilo.

No meio da madrugada senti uma dor no peito. Uma dor profunda como se garras me rasgassem meus pulmões. Aquela dor era angustiante, dava vontade de gritar. Quase a mesma vontade que sinto agora. Doeu, ardeu, queimou. Até que afinal não aguentei e abri a porta do meu quarto. Feito que no momento me pareceu um ritual profano "jamais abram a porta do quarto, crianças", nos dizia a velha Anastácia. Ordem que mesmo após ter desafiado a coisa da carranca que vigiava nosso lar, eu nunca desobedeci. Mas ali, em um novo "lar", mesmo gélido descumpri e desci ao banheiro mijar e depois beber mais um copo d'água para quem sabe, num golpe de sorte apagar aquele fogo que subia pelo meu esôfago como um vulcão em erupção.

A casa estava escura como se cegos fossem meus olhos. Tateando as paredes subi pelas escadas até voltar ao quarto de onde a cada passo mais sentia que não devia haver saído.

Foi um alivio quando consegui fechar a porta atrás de mim e voltar ao refugio tranquilo que era meu aposento. Mas eu não estava sozinho... eu sentia que algo pretendia nos fazer mal.

Meus braços arderam quando olhei para a janela coberta por uma cortina cor vinho. Me senti aleijado: queria abrir aquela cortina... mas algo no fundo do meu peito dizia "não faça isso".

"Ele está aqui..." pensei enquanto com os olhos fechados afastava aquele tecido liso e quase sem peso. Mas antes de abrir meus olhos ponderei que aquilo não passava de um medo bobo. O "bicho papão" jamais iria me perseguir para tão longe. E se perseguisse, a casa estava fechada. O que ele poderia fazer?

— Não! — exclamei. Fiquei estarrecido. Acocorado na porteira, bem debaixo da luz reveladora estava o maldito ser da face maligna, segurando com suas mãos deformadas, a forca que matara o irmão de Daniel e muitos outros. Ele sorria olhando diretamente para mim. Um sorriso tão branco e curvo que chegava a brilhar mesmo na luz. Um sorriso desforme repleto de maldizeres.

Eu estava paralisado. Estou paralisado. O "homem" chacoalhou a cabeça com seu ar mefistofélico e levantou o braço que segurava a corda. Ele havia estado dentro da casa.

Imediatamente fechei a cortina e sai de dentro do meu confortável quarto abafado. Sem exitar abri a porta ao lado. A porta do quarto de Terezinha. Quão covarde me senti, deparei-me com a janela do quarto da pequena e doce menininha aberta, o vidro marcado pelas garras de Satã e o vento a esvoaçar as cortinas para dentro como, se a qualquer momento aquele ser de olhos rubros fosse saltar para dentro e pôr fim à minha vida. Mas ele não o fez. O "bicho papão" queria apenas me provar que havia voltado. Queria que eu soubesse quem me matou. Quem vencera a aposta.

Com olhar ágil vi que Terezinha dormia inocente em sua cama. Imediatamente fechei a Janela. Antes que algo saltasse para dentro e desolasse aquela família.

— Jonatan... — bocejou a menina, — porque tá fechando a janela? Tá muito calor, primo.

— Pode entrar morcego, sabia? — respondi sem tirar os olhos da janela. Olhei fixo para a porteira onde estava a coisa, mas não havia mais nada ali. — deixe fechada, querida. Por favor, não abra a janela.

E saí. Ele não havia tocado em Terezinha, mas algo sumira de seu quarto; a boneca de pano chamada "Susi", que tanto a criança penteava, e a noite sempre dormia ao seu lado, já não mais estava ali. Estava nas mãos do monstro. Estava enforcada olhando para mim com lágrimas de sangue a escorrer de seus olhos de vidro.

No dia seguinte contei tudo para os meus tios. Contei da boneca. Mas deu em nada. Então sem mais opções, decidi recorrer à única pessoa que me veio à mente; Daniel.

Eu já sabia que ele havia completado 18 anos, e consequentemente deixado o orfanato, mas sei lá, não tinha o que perder. Quem sabe ele ainda estivesse na casa.

Rezando por resposta escrevi uma carta e pedi para meu tio enviar pelo correio. Nela eu narrava os acontecidos quase como faço agora. Torcia para que ele me ajudasse.

A carta foi enviada. E naquela noite nada aconteceu. Mas na madrugada seguinte, por volta das duas da manhã, ouvi um ruído vindo da minha janela. Saltei da cama como um condenado a morte. Senti que ele estava ali, querendo entrar. Já quase podia sentir sua corda tocando meu pescoço.

Puxei o travesseiro de lado e peguei uma faca que havia escondido antes de dormir. Não morreria sem tentar algo. Ele até poderia me matar, mas não seria assim tão fácil.

Ele está voltando para o quarto. Está chamando por mim; "menino, sei que está aqui... acha que pode escapar de mim? Ninguém escapa!". Ele vai me pegar. Me sinto tão indefeso... ao menos naquela noite tinha o reconforto de uma faca. Arma inútil, mas tinha algo nas mãos. Mas hoje tenho nada além da vida de uma inocente.

Naquela noite levei a faca comigo até a janela. Quando puxasse a cortina e visse a coisa, lhe cravaria a arma na testa ou onde conseguisse.

Puxei a cortina e gritei levantando a lâmina de cozinha! Ele estava pendurado na minha janela. Como era esquelético aquele demônio. Com uma mão cravada na madeira do batente se chacoalhava riscando meu vidro com suas unhas de lobisomem.

Eu gritei mais uma vez "vá embora!". Seus olhos brilharam. Seus dentes rangeram e ele uivou. Mesmo através do vidro pude sentir seu bafo fedendo à carne putrefata...

— Você é meu! — gritou e saltou para longe. Caindo suava sob a luz do poste como se a brisa o carregasse, desapareceu da minha frente.

— Tio Estácio, Tia Maria, corram aqui! Corram aqui, venham aqui!

Não demorou e eles entraram no quarto. Como esperado meu tio trazia na mão sua velha espingarda:

— Oque houve, garoto, viu alguma coisa? — perguntou ele admirado com aquelas marcas do lado de fora da janela, — o que fez isso no segundo andar?

— Era horrível, tio, — sentei-me na cama e comecei a chorar com as mãos no rosto, — eu vi ele, eu vi ele, tio.

— O que você viu, moleque? — mesmo comigo apavorado, Tia Maria não mostrava um pingo de afeição.

— Um monstro com olhos vermelhos, garras afiadas e bafo de carniça... ele quer me matar...

Maria e Estácio se entreolharam. Não pareciam crer muito naquela versão fantástica. Mas no final, seu lado religioso falou mais alto e eles decidiram chamar no dia seguinte, o pastor da região para fazer um culto na fazenda, para assim, quem sabe banir aquele "demônio" para longe.

No dia seguinte, após o culto, a carta chegou:

"Jonatan, meu querido amigo, mal consigo expressar em palavras a felicidade que sinto ao receber vossa carta. Foi quase um milagre, admito, ela chegar as minhas mãos. Por grande coincidência precisei buscar algumas roupas no orfanato, e a tia me entregou essa suas aflitas palavras.

Sei que não devia revelar nossos terrores epistolares à outras pessoas, mas quando li que você estava sendo perseguido pelo "bicho papão", não tive escolhas e recorri as mulheres que me viram tornar homem.

Lhe juro, caro irmão, vomitei quando elas abriram o jogo a mim. O perigo que passemos crescendo nesta casa é inimaginável. Não moremos anos ao lado de um monstro que pega criancinhas levadas... não, aquilo que matou meu irmão e agora lhe persegue não é o que nos falaram, meu amigo.

Prezado e amado colega de trincheiras, você está sendo perseguido por uma entidade tão poderosa que até os anjos a temem. Ele não pertence a este mundo. Devia estar descansando em paz ou ardendo no inferno, mas por algum motivo não está.

O nome do "bicho papão", segundo Anastácia é João Eduardo Carneiro, um dos primeiros meninos à ser abrigado por este orfanato. Isso já faz muitos, muitos anos. Esse menino não era como as outras crianças. Ele não brincava, não ria, não chorava. Era uma pedra revestida em carne. Essa é uma história morta, meu colega, ninguém deveria saber deste ocorrido; certo dia, quando João ficou sozinho no orfanato com outras crianças, o pior aconteceu. Por volta das cinco da tarde as tias chegaram e se depararam com uma tragedia de proporções grotescas. Todos os nove meninos estavam mortos. Alguns na cozinha, outros no quarto, um no banheiro... havia sangue, havia rastros de batalha... João foi pego escondido no porão do orfanato. As mulheres o enganaram e então o menino foi entregue para as "autoridades"... pois é, Jonatan, João Eduardo passou seus últimos dois anos de vida dentro de uma daquelas clínicas para malucos, onde no dia em que completou 14 anos, pôs fim à própria vida, levando consigo para os sete palmos o motivador daquele banho de sangue.

Os ocorridos na casa foram abafados pelas autoridades politicas e assim, a chacina do orfanato permaneceu morta.

O assassino mirim morreu, mas segundo a diretora Anastácia, certa noite pouco mais de um anos após a morte de João, pegou alguns garotos no porão jogando com aquela tábua de evocar espíritos, não sei o nome daquilo, mas sei que não é coisa boa.

Ao ver aquilo Anastácia se enfureceu! Quebrou o tabuleiro e lascou o couro no lombo daqueles garotos. Na noite seguinte o terror começou. Um ser começou a rondar a casa e muitas vezes ser visto dentro dela à observar os meninos dormindo. Não tenho certeza se realmente esse tal Black Jack é realmente o espirito do menino que voltou do além para continuar sua missão sangrenta, mas os meninos que jogaram na primeira noite dizem que o fantasma do tabuleiro se chamava João...

Para mim, a julgar pelos símbolos da casa, não estamos tratando de um fantasma em si, mas de algo mais poderoso; um Deus!

Quer saber, não é exatamente um Deus, mas alguma entidade Africana... aquelas estrelas são mais que repelentes de fantasmas, são símbolos de alguma religião espirita daquele continente, tenho certeza que já a vi antes. E se minhas especulações estiverem certas, alguma das irmãs realizava cessões idolatras na casa para aquele espirito, então, quando os meninos evocaram os mortos, ele se apresentou como sendo João... criou um personagem, criou a lenda, criou a forca... ele é poderoso... se manifesta em corpo presente; mortos não fazem isso!

Irei pesquisar alguma forma de bani-lo para o submundo, mas enquanto isso, mantenha a casa fechada... por algum motivo ele não pode atravessar paredes. E mais, de alguma forma aqueles símbolos repelem o Black Jack. Você os conhece. Faça-os e não deixe que aquele monstro lhe pegue!"

Depressa corri pro palhou, peguei uma talhadeira e comecei a descascar a porta do meu quarto. Precisava fazer aquele símbolo. Mas quando o terminei, só senti a sinta de couro estalar nas minhas costas:

— Que porcaria é esse?! — berrou minha tia já desferindo outra cintada, — trouxe para a minha casa um macumbeiro? Você vai aprender!

Tentei explicar a ela o que aquilo fazia. Mas não adiantou. Desta vez até meu tio ficou furioso comigo. Como eu queria que acreditassem em mim... a noite que viria os faria crer... infelizmente.

Acho que estou terminando meu relato. Naquela noite, meus tios me trancaram no quarto. Parte do castigo. Estácio pegou a espingarda e ficou de guarda no meio do mato.

Eu sabia que aquilo não era um bom plano. Aquele foi o primeiro sangue que Black Jack derramou na minha família... eu já sentia sua presença. NÃO, Terezinha está acordando. Meu Deus, ela não pode acordar... se acordar... pobre menina, tão jovem e já marcada por tantas tragedias.

Ela estava escondida no quarto naquela noite, mas sei que isso não amenizou sua dor quando, as nove na noite, minha tia abriu a porta e começou a chamar pelo marido que não voltara ainda da tocaia. A gente as vezes pensa ser o caçador quando na verdade... ouviu-se um grito vindo das trevas. O grito de Estácio e em seguida um tiro... um tiro no vazio. Sua voz silenciou-se. Alguma coisa movia-se nas trevas ferindo os animais e o vento das asas do anjo da morte fez nossa casa tremer... minha tia trancou imediatamente a porta, afastou-se dois passos e então pode ver o que fazia toda aquela maldade!

Com a forca na mão, Black Jack fitava Maria através da janela. Foi uma noite de terror. Temíamos que aquele vento derrubasse a casa e o ser nos pegasse.

Quando o sol raiou, saímos ver os estragos; todos os animais estavam mortos. Achar Estácio foi difícil. Demandou muita busca. E infelizmente quem o encontrou foi eu; meu tio havia sido enforcado no galho de uma jabuticabeira... lá estava ele pendido com a língua para fora, olhando para o horizonte com os olhos cegos de um morto; a espingarda não servira de nada contra a criatura de Satã.

Não havia mais como permanecer ali, então Maria pediu abrigo para sua amiga Eliane. A velha, claro, não rejeitou abrigo a nós naquela hora difícil

Sem mala alguma, viemos para a casa de Eliane e seu marido. Cheguemos aqui bem cedo. Bem calados... e assim permanecemos até o cair da noite, quando minha tia pediu para sua amiga que, deixasse as janelas e portas bem fechadas naquela noite.

No meio da madrugada acordei-me com sede. Saí do quarto e me esgueirei pelo corredor cinza da casa. Passei pelo sofá; o marido de Eliane dormia inabalavelmente. Cheguei a cozinha. Enchi um copo d'água e sorvi num gole só.

— Não! — gritei ao olhar para a janela da cozinha. Seu basculante estava aberto... uma simples entrada de ar... — Não! — gritei mais uma vez com o susto. Uma mão fria havia tocado minha perna; era Terezinha. — porque tá acordada, minha querida?

— Tô com medo... — choramingou me abraçando, — ele não tá brincando direito hoje...

— Ele quem? — perguntei fechando o pequeno basculante.

— O rapaz do quintal, — ela sorriu, mas eu podia ver em seus olhos que sentia medo, — ele está diferente...

Peguei Terezinha pela mão e a arrastei comigo rumo ao quarto onde eu fora alojado:

— Você c...conhece ele?

— Ahãm, a gente brinca de boneca todas as noites... — passemos pelo sofá onde Antônio dormia... não, ele não estava dormindo... havia sido enforcado... — ele me pediu hoje para abrir a janela... mas não quis brincar... ele machucou minha mãe. O Dudu tá estranho, tô com medo dele...

— Fique calma, ele não vai te machucar.

Tranquei a porta do quarto, NÃO, MEU DEUS! ELE ESTÁ QUEBRANDO O GUARDA ROUPAS... ELE ME ACHOU, PORRA, PORRA... SE ELE ABRIR A PORTA VOU ATIRAR...

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