Eu tava quase metendo uma porrada em um dos alunos de Hidetaka por ser um burro do caralho. Sabe nem como dar um soco decente no saco de areia e vem falar que mulher não serve pra porra nenhuma, sinceramente, queria dar um chute no cú dele, ainda mais quando ele chamou Wakasa pra ajudar ele porque não queria que eu ajudasse. Claro, não queria ser humilhado por uma mulher, homem de merda com masculinidade frágil da porra! Eu tava puta, puta pra um caralho nessa merda, fervilhando de tanta irritação.

Minha vontade era de arrebentar com a cara desse merdinha da porra, sinceramente. Infelizmente, não podia fazer nada disso, ainda mais porque senão eu seria mandada para a rua e perderia meu emprego. E eu precisava desse emprego pra sobreviver, já que meus pais são dois merdas da porra.

-Sabe lutar karatê?

Me virei para olhar Wakasa, franzindo o cenho com confusão. Porque caralho...? Ele estava encostado na parede, as mãos dentro dos bolsos da calça, o cabelo loiro caindo nos olhos e um meio sorriso nos lábios. Certo... Eu já tinha aprontado com ele essa manhã quando entupi o vaso da privada e fiz ele limpar, talvez ele estivesse buscando uma vingança. Mas apenas arqueei uma sobrancelha para ele.

-Sim, eu sei sim. Não luto karatê faz muito tempo, mas eu sei. - eu resmunguei e Wakasa riu.

-Percebi que faz tempo que não luta karatê, você ataca como uma retardada.- ele disse e eu fechei os punhos, me perguntando se seria tão ruim assim sentar a porrada nele ali e agora. -Vamos lutar.

-Você quer lutar comigo? Na frente desse bando de macho? Tá querendo perder, Wakasa, e ser humilhado na frente dos outros?- eu ri. Ele me deu um sorrisinho sarcástico antes de se inclinar na minha direção e dar um tapa na minha testa, me fazendo chiar. -Vou fazer você comer seus próprios dentes, seu babaca.

Ele apenas sorriu, dando as costas para mim e caminhando até o ringue atrás de nós. Wakasa entrou ali, se virando e me olhando, a sobrancelha arqueada.

-Tá com medo de perder, Azumi?- ele provocou. Maldito da porra, ele sabia meus pontos fracos e sabia que eu nunca ia aceitar que alguém insinuasse que eu era fraca! Merda do caralho!

Estralei meus dedos e me alonguei antes de caminhar até o ringue e pular lá dentro, ignorando os olhares curiosos que foram lançados na nossa direção. Wakasa apenas riu e eu arqueei a sobrancelha para ele.

-Vamos ver o que você sabe.- ele disse, se curvando de uma forma zombateira que me fez querer chutar o saco dele.

Lutar Karatê exigia mais prática do que simplesmente sentar porrada como se não houvesse amanhã. Exigia calma e concentração também, por isso respirei fundo, apenas observando Wakasa, esperando ele fazer o primeiro movimento para que eu soubesse que tipo de golpe ele iria aplicar contra mim.

Ele demorou menos do que eu esperava para atacar; Wakasa se movia tão rápido que era até difícil de processar, seus golpes sendo extremamente difíceis de desviar ou bloquear. Caralho, como ele era rápido. Não tinha notado isso antes, sinceramente, acho que ele nunca tinha lutado de verdade comigo antes, esse putinho da porra.

Arfei com o soco que ele deu no meu abdômen antes de descer um chute nas minhas costas, fazendo eu me curvar de leve. Nem mesmo faz a porra de um minuto, e ele já fez um yuko e um wazari, caralho!

Wakasa estava preparado pra chutar minha cara, mas consegui me recompor e bloquear, logo em seguida chutando o abdômen dele com força o suficiente para fazer ele recuar. Ele apenas me olhou antes de dar um sorriso, um sorriso que certamente teria me feito voar no pescoço dele e quebrar seus dentes, mas... Mas eu estava concentrada demais em ganhar dele para simplesmente apelar para a pura agressão sem nenhuma técnica.

Ele se moveu de novo, rápido como a porra de um raio, e praticamente voou enquanto tentava me atingir em cheio. Consegui desviar, me movendo mais rápido ainda quando o atingi com o pé no pescoço, fazendo Wakasa cair de costas no chão acolchoado. Ele fez menção de se levantar, mas pisei em seu peito, o mantendo contra o chão. Ele certamente poderia ter se levantando se quisesse, mas continuou ali, sorrindo com malícia para mim.

Foi só quando os babacas da academia começaram a falar que eu percebi que todos estavam prestando atenção na nossa luta. Wakasa certamente sabia disso, porque se levantou e deu risada sa minha cara de espanto com a platéia. E ai eu entendi o porque ele tava se segurando. Paea que todos vissem que mesmo que eu fosse a porra de uma mulher, eu podia acabar com todos eles. Wakasa aproximou os lábios do meu ouvido, sorrindo antes de sussurrar:

-Se você mantesse a calma, conseguiria ganhar muito mais lutas. Claro que não contra mim, mas você entendeu.

-Mas eu já ganhei contra você, seu imbecil. - eu murmurei, perto demais dele. Wakasa sorriu e deu de ombros.

-Eu deixei você ganhar. Eu realmente não me importo com essa merda de ganhar ou perder. E você luta bem, então se for pra perder pra alguém, tudo bem se for pra você. - ele disse como se não fosse nada demais. Wakasa riu. -Você é uma boa rival.

Ele se afastou antes mesmo que eu pudesse dizer alguma coisa. E percebi que seria muito, muito difícil continuar a "odiar" Wakasa. Ainda mais quando ele fazia com que eu gostasse cada dia mais dele ao invés de odia-lo. Porra...

Mai tava com os pirralhos em um parque, e eles pareciam um bando de imbecis querendo chamar a atenção dela e da Bul, como um bando de carentes da porra. Aquela cena me fez rir antes mesmo de chegar até eles, cutucando as costelas de Kazutora, que se assustou.

-Tá assustado demais, pirralho. - eu ri. -Qual foi, não tinha gente melhor pra vocês andarem?- falei empurrando Bul para o lado, e claro que ela chiou, e me sentando em cima de Mai que não demorou muito pra abraçar minha cintura.

-Como se você fosse uma puta influência foda.- Maisha riu. Dei um tapinha na testa dela.

-Ei, eu sou foda pra um caralho, né não, Kazutora?- falei encarando os olhos dourados do garoto, que os arregalou um pouco com a atenção, me fazendo rir. -Ele me falou que o pai dele é um merda, falei que vou sentar o velho no cacete.

-Você quer ser presa, é?- Bul gritou e eu chutei a coxa dela de leve.

-Eu sei livrar minha barra, puta burra.- eu retruquei e Bulma revirou os olhos para mim. -Vou ser presa não, e se eu for, você vai me levar batatinhas na prisão, né, Bul?

-Nem fodendo.- ela disse e eu ri.

-Eu te levo batatinhas.- Mai disse e eu apertei ela com força, dando um beijo na bochecha dela.

-Por isso ela é a porra da minha alma gêmea!- eu gritei animada e Mai riu, claramente pensando no quanto sou louca. Bem, que se foda.

-E se você for presa vai ser por matar aquele loirinho. Aliás, você tava até que em paz com ele ontem.- ela disse e eu revirei os olhos.

-Você me conhece.- resmunguei e ela riu.

-Sim, sua bipolar do caralho. Logo vai tá é dando um beijo nele.- Maisha zombou e eu fiz uma cara de nojo.

-Só se for fazer ele beijar minha bota quando chutar a fuça dele!- eu resmunguei.

-Porque vocês querem bater na Black Dragons?- aquele anão loiro disse, cruzando os braços. Eu apenas dei de ombros.

-São uns putinhos irritantes da porra querendo tirar nossa glória. A gente vai foder com eles, cara.- eu falei e ele torceu o nariz, o que me fez rir. -Ei! A gente pode adotar esses pirralhos e iniciar eles no mundo do crime! O Kazutora vai ser o meu bichinho, né, Kazutora?

O menino assentiu com tanta rapidez que me fez rir. Maisha e eu trocamos um olhar antes de rirmos mais ainda. Aí, merda, talvez eu esteja gostando demais desses catarrentos.