˗ˏ THREE.
Eita caralho, eita caralho! Sawako ficou ainda mais doida que o normal, mas não nego que amei a ideia de sentar porrada em uns dragões. Até porque eu sabia que o primeiro ataque viria da minha divisão e já tava planejando um caos fodido na minha cabeça enquanto Sawako continuava seu discurso cheio de raiva pela Black Dragons. Mai tava me olhando com o cenho franzido, porque ela me conhecia bem o suficiente para saber o que se passava na minha mentezinha deturpada, e eu dei uma risada que só comprovou o óbvio. Maisha me empurrou de leve com o ombro e eu ri de novo. Porra, agora sim cacete!
-Você ama a porra de um caos, né. - Mai disse com uma risada e eu arqueei a sobrancelha para ela.
-Quer mesmo vir falar de caos, sua piromaníaca surtada?- falei de forma zombateira e ela revirou os olhos antes de me empurrar com o ombro. -Qual é a da cara de cú da Bulma?
-Ela perdeu o encontro. - Mai disse se inclinando para tentar roubar o refrigerante que eu comprei com dinheiro roubado. Dei um tapa na mão dela, enfiando o cotovelo na coxa de Mai.
-Para com essa porra, cacete. E quando Bulma não tem encontros? Que fogo no cú. - falei revirando os olhos e Mai riu. -Quem é que precisa de macho nessa porra?
-Fala isso mas você bem que gostaria de um macho na sua cama. - Satoru falou com um sorrisinho, e eu nem mesmo tinha visto ele chegando, o que sempre era um perigo. Tateei o bolso da jaqueta só pra conferir se meu dinheiro ainda estava ali.
-Pau no seu cú. - eu retruquei, erguendo o dedo do meio pra ele. -Minha cama é apertada demais para dois, sinto em lhe informar isso, Satoru.
-Você bem que me queria na sua cama. - ele disse com um sorrisinho e eu dei uma risada sarcástica.
-Pra quando eu acordar você ter roubado até os lençóis? Não, valeu. - falei antes de chutar a canela dele. -Agora, tchau. Saí, saí.
Ele revirou os olhos antes de se afastar, procurando outra pessoa pra encher a porra do saco. Mai estava rindo e eu revirei os olhos para ela.
-Você é tão carinhosa com ele, acho impressionante. - ela zombou e eu dei de ombros, fitando Gohan que parecia mais entediado que o normal com os discursos da irmã dele.
-No natural eu já tô cagando para todos os seres humanos que não eu mesma, mas com Satoru tô cagando em dobro porque ele vive passando a mão no meu dinheiro.
-Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão. - ela cantarolou e ergui o dedo do meio para ela. Acho incrível que minha resposta pra tudo é simples: ou mando se fuder, ou mostro o dedo do meio, ou dou uma pancada no nariz e já tá tudo resolvido.
-Azumi.- Sawako me chamou e eu me virei para olhar ela, arqueando a sobrancelha. Sim, ela é a chefe dessa porra, mas como eu cago pra tudo e todos, não ia ser diferente com ela, e Sawako já tá muito bem acostumada com meu jeitinho lindo de ser uma puta vadia egoísta. -Espero que saiba o que quero e me venha com um bom plano amanhã.
-Caralho, Sawako, você me subestima demais, mano. Quem disse que eu já não tenho um plano?- falei arqueando a sobrancelha. Ela cruzou os braços, esperando, e eu abri um largo sorriso malicioso para Sawako. -Eu tenho uma fonte e ela me disse que a Black Dragons vai fazer uma reuniãozinha amanhã. Momento perfeito para a quarta divisão da Black Goshawk dar um recadinho, não acha?
Sawako abriu um sorriso maldoso para mim e eu dei risada, já sabendo que obviamente ela tinha gostado da ideia.
-A missão é toda sua. - ela disse dando de ombros. -Nunca decepciona, Azu. Pelo menos não quando o assunto é foder os outros, porque em qualquer outra coisa...
-Ir se fuder você não quer né, sua vaca?- eu resmunguei e ela me deu um chute na canela antes de se afastar. Revirei os olhos e me virei para Mai, abrindo um sorriso ainda maior para ela. -E você vai vir comigo. - cantarolei e ela torceu o nariz.
-Porque eu? Isso aí é rolo da quarta divisão, então é todo seu.- ela disse se levantando para ir embora, uma puta filha da puta. Me levantei e fui atrás dela.
-Qual é, cacete. Cadê a nossa parceria, hein?- eu reclamei e Mai me olhou com deboche.
-Posso até te amar, mas você é uma filha da puta que me largou da última vez que deu merda.- ela disse e eu suspirei.
-Aí, para vai. Nem foi assim. - falei revirando os olhos. -Achei que gostasse de tacar fogo nas coisas, mas se você não quiser, eu mesma faço isso!
Dei as costas para ela, sorrindo porque sabia que não demoraria nada pra Mai vir atrás de mim. Dito e feito, meio segundo depois ela tinha aparecido do meu ladinho.
-Vaca do caralho.- ela resmungou e eu dei risada. Estalei os dedos na direção de Saori para chamar minha irmã e ela revirou os olhos para mim antes de seguir Kira pra algum canto, uma bela desgraçada do caralho. Bem, ela que se foda então. -Vai, me fala o que essa sua mentezinha cruel está planejando.
E eu contei exatamente tudo a ela.
Saori ainda tava meio puta comigo quando chegamos em casa. "Casa", se é que da pra chamar aquele lugar de casa. Morávamos de favor no andar de cima da academia de box que eu trabalhava como auxiliar, um cubículo do caralho que tinha literalmente a cozinha, dois quartos e um banheiro. Mas eu não podia reclamar já que morávamos ali de graça e ainda tinha a puta vantagem de não termos que estar perto da merda dos nossos pais.
Eu caí na cama e dormi, cagando se Saori ia ficar putinha comigo ou não. Uma hora ela parava de frescura e voltava ao normal, eu não tinha que me preocupar muito com isso.
O dia foi um tédio do cacete porque só apareceu os adolescentes idiotas para treinar e eu tive vontade de quebrar o nariz de um deles, mas ali eu tinha que me controlar, porque se fizesse merda, não ia ser só o emprego que eu ia perder mas também a porra da casa.
Passei a merda do dia todo ansiosa para o anoitecer quando eu finalmente poderia fazer algo a respeito da minha imensa vontade de quebrar coisas, bater em pessoas, depredar lugares. Por isso fiquei feliz pra caralho quando Mai apareceu ali na academia, vestindo sua jaqueta da Black Goshawk.
Eu saltitei na direção dela, balançando a chave da minha moto no dedo e agarrando minha jaqueta antes de sairmos para a rua. Ela olhou para mim e franziu o cenho enquanto eu vestia minha amada jaqueta com o símbolo da Black Goshawk nas costas. Eu apenas arqueei uma sobrancelha para ela.
-Cadê a Saori?- ela perguntou confusa. Eu revirei os olhos.
-Sei lá, foda se também. - disse dando de ombros. -Vamos, a quarta divisão já tá indo para o local que eu falei.
Subi na minha moto e Mai não demorou muito antes de subir atrás de mim, se agarrando com força porque ela sabia como eu tendia a pilotar que nem uma desgraçada maluca. Era emocionante! Mas o lugar era ali perto, então não tivemos tempo o suficiente para aproveitar as minhas loucuras noturnas.
Parei um pouco longe do lugar onde a Black Dragons estava fazendo sua reunião e olhei para a metade da quarta divisão que eu tinha chamado para essa noite. Todos me encararam, ansiosos por uma briga e eu sorri, girando meu canivete em minhas mãos.
-Foda, como é ser uma gangue de motoqueiros sem motos?- eu disse pensativa antes de sorrir. Eles me conheciam bem o suficiente para entenderem perfeitamente o que eu queria dizer com isso. Joguei uma caixa de fósforos em Mai e ela sorriu para mim como se eu tivesse dado balinhas para ela. -Seja feliz!
Não sei dizer quanto tempo ficamos ali, furando os pneus das motos ou riscando elas, mas sei dizer que foi bem divertido destruir aquelas merdas dos putos da Black Dragons.
Agarrei o cabo do meu canivete com força, enfiando a lâmina no pneu de mais uma moto e rindo enquanto escutava ele murchar completamente. Depois, usei a ponta para riscar a pintura da moto.
Eu estava terminando de desenhar uma coisa obscena quando uma voz disse calmamente atrás de mim:
-Sabia que depredar motos alheias é crime?
Eu apenas me virei, arqueando a sobrancelha quando meus olhos se encontraram com olhos lilás. O cara na minha frente tinha cabelos loiros e usava um brinco na orelha. Mas o que mais chamava a atenção era sua cara de tédio, mesmo eu estando destruindo as motos da ganguezinha dele.
Apenas cruzei os braços antes de dar um assobio alto, uma mensagem para que minha divisão desse a porra do fora dali, algo que eu não duvidava que fariam logo. Eu podia lidar com um idiota sozinha.
-Quem é você, hein?- ele disse e eu dei de ombros, abrindo um sorriso.
-E o que isso importa? A mensagem já foi dada mesmo. - eu falei e ele arqueou a sobrancelha para mim.
-Que mensagem?
-Cadê seu comandante?
-Cadê a sua?
Semicerrei os olhos e ele apenas cruzou os braços. Mas que cara chato da porra.
Um grito de indignação foi o suficiente para fazer com que nossos olhares se desconectassem. Um cara de cabelo comprido e escuro parecia indignado vendo todo o caos que a minha divisão deixou ali, as pichações, a destruição e todo o resto. Isso porque ainda não tinha visto o caos que Mai certamente estava fazendo em algum lugar ali perto.
-Mas que porra é essa?!- ele gritou.
-Takeomi, calma ai, cara.- um outro garoto disse, franzindo o cenho. Pelo jeito que se vestia, não era difícil adivinhar que aquele era Shinichiro Sano, o líder deles.
Seu olhar se encontrou com o meu e ele arqueou a sobrancelha para mim.
-Ei, você. Foi você que fez isso?- ele disse e eu ri.
-Qual é, o que você acha? Que pergunta de idiota.- eu falei e ele torceu o nariz.
-E porque?
-Ela é da Black Goshawk. - o idiota na minha frente desse e deu um sorriso sarcástico para mim. -Pelo jeito a comandante deles é covarde demais pra vir enfrentar a gente ela mesma.
-Que?- eu ri. -Ai, para de falar merda, vai. Ela não veio porque ainda nem começamos nossa guerra! Isso foi só um aviso, seu bobo.
Dei um soquinho forte demais no ombro dele e o garoto agarrou meu pulso.
-Wakasa. - o Sano chamou e o garoto me largou. Eu dei risada.
-Isso, cachorrinho, escute seu dono. - eu cantarolei. Ele estava bem perto de dizer algo quando um estrondo fez todos nós nos virarmos, olhos arregalados.
Mas que porra...
-Aí meu Deus!- Mai gritou, correndo na minha direção. -Você viu isso? Explodi alguma coisa sem querer!
-Sem querer?- eu disse, perplexa.
-Espero que não tenha sido a porra da minha moto!- o tal de Takeomi disse. Mai torceu o nariz olhando para aqueles garotos.
-Caralho, que gata. - Shinichiro suspirou e eu o olhei incrédula. Meu Deus, que idiota!
-Caralho, Shinichiro, elas acabaram de destruir nossas motos, porra.
-Hora de dar o fora, né?- Mai disse arqueando a sobrancelha.
-Com certeza.- eu falei, agarrando a mão dela e começando a correr, ignorando os gritos de protestos dos babacas fundadores da Black Dragons.
Nós demos risadas pelas ruas, deixando aqueles imbecis para trás.
Ah, sim.
Isso era apenas o começo.
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