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˗ˏ FIFTY FIVE.

Não consegui dormir a noite inteira; me revirei de um lado para o outro na cama de Wakasa, pensando na mensagem de Satoru, sem conseguir pregar os olhos. Minha mente rodava e rodava e sempre acabava com perguntas que eu não fazia a menor ideia de qual eram as respostas. Tudo aquilo já estava me deixando louca da vida, e acho que Waka percebeu isso em determinado momento, pois ligou a luz do quarto e me puxou para perto de si e me forçou a olhar nos olhos dele, o que me fez fazer uma careta.

-Porque você está se mexendo tanto?!- ele disse perplexo e eu dei um suspiro, deixando que minha testa encostasse contra o ombro dele, esticando a mão para agarrar a dele e entrelaçar nossos dedos.

-Estou com um sentimento estranho.- murmurei, franzindo as sobrancelhas. -De que algo ruim vai acontecer. Não sei porque. Essa mensagem de Satoru... Não posso dizer que me agradou.

Wakasa ficou em silêncio por um tempo, seus dedos deslizando de forma suave pelo meu cabelo, me fazendo fechar os olhos e dar um suspiro.

-Ele deve estar arrependido de tudo o que fez, Azu.- Wakasa murmurou e eu apenas revirei os olhos, resmungando. -Porque não quer escutar ele, afinal?

-Porque Satoru acabou com toda a confiança que eu tinha por ele.- falei, me afastando de Wakasa para fitar seus olhos, aqueles olhos que eu amava demais. -Waka, ele era meu melhor amigo. Senti como se tivesse tomado uma apunhalada no meio do peito, e isso acabou comigo. Porque ele trocou Mai e eu por uma vadia! Ele traiu a gente.

-Eu sei. Mas... Azumi, você também cometeu erros, não foi?- ele disse, arqueando a sobrancelha para mim e eu fiz careta. Sabia do que ele estava falando e sabia o que queria dizer; eu tinha feito uma grande merda com Waka e, ainda assim, ele tinha me perdoado... Suspirei. -Pelo menos o escute.

-Tudo bem.- murmurei, colocando minhas mãos ao redor do rosto dele. -Mas não quero falar sobre Satoru agora.

Wakasa riu de forma maliciosa quando o empurrei contra a cama, minha boca grudando na dele. Wakasa deslizou as mãos pelas minhas coxas, me puxando para seu colo enquanto sua língua envolvia a minha lentamente, me fazendo soltar um gemido baixinho.

Eu sabia que teria problemas para lidar no dia seguinte, mas, enquanto isso... Eu apenas aproveitaria os momentos que tinha com Wakasa. Porque era isso que importava.

-O que você quer?- foi a primeira coisa que saiu da minha boca no instante que meus olhos se depararam com os de Satoru na noite seguinte, e ele torceu o nariz em uma careta antes de dar um passo na minha direção. Qualquer tentativa de aproximação logo foi descartada pela imensa cara de cú que Wakasa fez para Satoru, e ele não era burro ao ponto de comprar uma briga com Waka, pois sabia que perderia e sairia todo arrebentado. Às vezes, muito às vezes mesmo, Satoru sabia usar aquele meio neurônio que tinha. -Eu não tenho todo o tempo do mundo, Satoru. Estou indo me encontrar com Maisha.

A cara de horror e choque que Satoru fez foi o suficiente para me fazer perceber que tinha algo errado, alguma coisa fora do lugar, e foi impossível não sentir meu coração indo parar na garganta naquele momento. Algo tinha acontecido ou estava bem prestes a acontecer, e pela expressão no rosto de Satoru... Não era algo agradável.

-Desembucha!- rosnei, o agarrando pela jaqueta com força, meu rosto bem perto do dele. Satoru engoliu em seco, abriu a boca algumas vezes, mas parecia incapaz de formular uma frase, de colocar as coisas no lugar.

-Podemos dizer que Sawako foi destronada! - ele soltou, me fazendo piscar os olhos em confusão. Como assim?!

Lentamente, soltei Satoru, franzindo o cenho em confusão para o que tinha acabado de escutar. Que merda de papo era esse, afinal?

-Digamos que os açores já não estavam muito satisfeitos com ela, e depois de Sawako ter chutado você e MaiMai, ficou ainda pior. E ai eu apenas mostrei esse lindo áudio da Sawako para todos, e ela e Gohan foram expulsos para sempre da Black Goshawk. - Satoru disse, balançando o celular em suas mãos. Antes que ele mesmo pudesse dar play, eu arranquei o celular dos dedos dele e apertei para escutar.

A voz de Sawako saiu pelo aparelho, cheia de um deboche irritante. Arregalei os olhos, perplexa, enquanto ela fazia um discurso baixo e nojento, dizendo o quanto odiava a Black Goshawk e tudo o que envolvia a gangue. Enquanto Sawako deixava extremamente claro para quem quisesse que, na verdade, ela apenas continuava ali por conveniência e pelos benefícios que ser líder da gangue trazia. Que ela não se importava com ninguém ali, porque para ela, não éramos uma família, mas sim uma fonte de dinheiro.

Claro que eu já sabia que, para Sawako e Gohan, a Black Goshawk nunca tinha tido tanto valor quanto para mim e para Mai. Mas escutar ela dizer coisas horríveis assim apenas serviu para me deixar ainda mais puta. Principalmente comigo mesma, porque Mai e eu que deixamos esses dois putos assumirem nossa gangue, quando claramente deveríamos ter feito isso nós mesmas...

-Todos precisam escutar isso e saber quem Sawako é.- rosnei, agarrando novamente a jaqueta de Satoru. Ele suspirou, arrancando o celular das minhas mãos e me olhando com certo sarcasmo que apenas serviu para me irritar mais ainda.

-Todos escutaram, Zuzu. Você não entendeu? Mostrei pra todo mundo. Eles sabem quem Sawako e Gohan são! Por isso eles não lideram mais a Black Goshawk! Por isso que ela quer tanto foder você e a Maisha!- ele disse irritado, como de eu não tivesse vendo tudo com clareza o suficiente, e eu apenas pisquei os olhos, começando a ficar confusa.

-Quem está no comando da gangue?!- falei, e Satoru apenas me agarrou, me puxando para subir as escadas do templo.

Pisquei os olhos em confusão, mas segui Satoru, que subia correndo, quase me fazendo tropeçar nos degraus da escadaria no processo. Mas, quando chegamos ao topo...

Quase cai das escadas quando várias pessoas voaram na minha direção, me puxando para abraços calorosos e animados, me fazendo dar um gritinho confuso. Todos tentavam falar ao mesmo tempo, mas eu não estava entendendo nada, apenas sabia vagamente que estava sendo apertada e amassada pelos membros da minha divisão, o que me fez soltar uma risada incrédula.

-Me larguem, bando de arrombado!- eu ri, sentindo meu coração voltando aos poucos de volta ao lugar, um sentimento de preenchimento que não sentia há muito tempo.

-Zuzu! Em nossa defesa, nunca deixamos você! - Hoshi disse, os olhos dourados brilhando de forma perigosa que entregava o quanto ele queria quebrar Sawako na porrada. -Saori disse que o melhor era esperar que Sawako se enrolasse sozinha, porque uma hora você ia voltar e a gangue ia ser nossa.

-E eu não tava errada!- minha irmã gritou, sorrindo ao lado de Kira, Miwa, Raijin e Bulma. Por um instante, foi como se nada tivesse mudado; foi como se tivéssemos de novo naquela época em que decidimos fundar a Black Goshawk, que Mai sugeriu que deveríamos ser os açores de Shibuya.

-Sawako é uma puta do caralho!- alguém gritou, um coro de xingamentos a ela e a Gohan vindo logo em seguida. Estava bem nítido o quanto eles queriam se vingar dela, e, no final das contas, pelo jeito, Mai e eu nem precisamos nos esforçar para ter nossa gangue de volta.

-Azumi, sei que você tá no paraíso agora com essa novidade, mas tem algo que precisa saber. É sobre a Maisha.- Satoru me alertou, olhando para a tela de seu celular. -Achei que ia ter mais tempo, mas pelo jeito, não.

Eu me virei para Satoru, os olhos dele estavam arregalados mais uma vez, e de novo aquele sentimento de que algo estava muito errado me atingiu em cheio. De novo senti vontade de dar uma porrada nele para que me dissesse logo que merda estava rolando, mas o olhar de alerta de Waka foi o suficiente para me fazer ficar quieta na minha. Se eu queria ser a líder daquela gangue mesmo, bem, não poderia agir como uma puta emocionada e surtada. Eu não seria como Sawako.

-O que tem a Maisha?- Bulma e Miwa soltaram ao mesmo tempo, se aproximando de nós. Satoru ainda encarava a tela do celular, os olhos se arregalando mais a cada segundo. Ele abriu a boca uma vez, duas. Mas nada saia. Bufei irritada e arranquei o aparelho da mão dele, olhando para a tela.

Meu coração parou de bater dentro do peito com a foto que vi ali. Maisha, apagada, no saguão da casa de Sawako. Com uma legenda: "o que eu devo fazer com a vadiazinha da sua amiga?".

Deixei o celular cair. Eu teria começado a correr, sem nem mesmo ter um plano, e estava prestes a fazer isso, mas Satoru me agarrou com força em seus braços. Wakasa fez menção de dar uma porrada na cara dele, mas Satoru me largou.

-Calma. Calma. Você precisa ficar calma! - Satoru disse, agarrando meus ombros, mas era nítido que nem ele estava calmo.

-Que porra é essa, Satoru?! Sabia que ela ia fazer isso?! Você sabia, não é, seu putinho?!- gritei, agarrando eme com força, derrubando Satoru no chão e ficando por cima dele, o pensando contra o concreto. Ninguém ousou dar um passo para nos afastar, pois todos sabiam o como Satoru tinha errado.

-Azumi, calma. - Wakasa pediu, mas ignorei, minhas mãos tremendo enquanto agarrava a jaqueta de Satoru.

-Foi Satoru que armou pra Sawako ser chutada da Black Goshawk, Azumi! - Saori disse, me fazendo piscar. -Foi ele que derrubou ela. Sim, não apaga os erros dele, mas se temos nossa gangue sem aquela cadela, é por causa dele.

Minha cabeça estava girando e girando. Aparentemente, Sawako tinha Maisha, e se ela tinha conseguido pegar minha amiga, não estava sozinha. Levando em conta que a Black Goshawk está bem aqui, na minha frente e comigo, só resta uma opção, e a mais provável de ter aceitado a proposta indecente de Sawako para se unirem a ela contra nós, o que nos leva aos desgraçados que MaiMai e eu tentamos destruir alguns anos atrás. Uma ganguezinha de merda que se intitulava como Black Tigers.

-Azumi.- Wakasa disse, apertando meu ombro com força, me puxando para longe. Ele segurou meu rosto em suas mãos e, por um instante, apenas fitei seus olhos púrpura. -Se você surtar agora, não vamos conseguir tirar Maisha de lá. Você que vai comandar a Black Goshawk, Azumi, então precisa agir como uma líder. Surtar não é uma opção.

Assenti em confirmação, passando a mão pelos meus cabelos por um instante pare me acalmar. Eu sabia disso, sabia que se queria tirar Maisha das garras daqueles desgraçados, eu precisaria pensar em um plano. Sabia que chamar a polícia não era uma opção; essa era uma guerra que apenas eu poderia lutar.

Por isso, me virei para meus amigos. Para minha gangue, fitando cada um deles. Aqueles que haviam sido minha família verdadeira por tanto, tanto tempo. Eu era conhecida como uma vadia egoísta, mas também era conhecida como a melhor estrategista da gangue. Então, não era atoa que eu tinha sido a líder da divisão de ataque. E eu mostraria para essa vadia burra que Sawako era que ela jamais deveria subestimar um açor.

-Certo. Eu já tenho um plano.

Eu acabaria com Sawako. Era isso a única coisa que conseguia pensar enquanto estava parada diante da mansão de merda que ela e Gohan moravam enquanto o restante da gangue se esgueirava ao redor da casa em busca de se esconder e arranjar uma forma de entrar sem serem vistos, tirar Maisha de lá. Não era justo; não era justo que eles tivessem que pagar por um erro que tinha sido meu, e não houve espaço para discussão quanto a isso. Aquilo era um problema que apenas eu mesma poderia resolver, e mesmo que tivesse tido vários protestos a respeito, no fim das contas, fariam o que eu tinha mandado.

Claro que lidar com Wakasa e Saori tinha sido a pior parte. Eles não queriam que eu entrasse sozinha naquela toca de lobos, mas se eu não fosse a isca, a distração que Sawako estava esperando, então estávamos fadados a falhar e a sermos derrotados. E, no final, eu realmente tinha medo do que Sawako era capaz de fazer. Ainda mais depois de toda a humilhação que Satoru fez ela passar, ser expulsa da Black Goshawk... Sabia que Sawako queria atingir onde doía mais para ele, e sabia que era Maisha e eu, sem contar que ela certamente queria uma vingança por eu ter acabado com Gohan na noite aterior. Então, daria a Sawako um belo motivo para se arrepender de ter saído do útero da mãe.

-Não gosto disso, nem um pouco. - Wakasa disse, chamando minha atenção. Eu apenas suspirei, me virando para ele e fitando seus olhos roxos, olhos que estavam cheios de preocupação e apreensão. Apenas ergui minha mão para tocar seu rosto, acariciando sua bochecha com calma e carinho.

-Eu estou cansada de me esconder, Waka. Tão, tão cansada.- murmurei, encostando a testa na dele. -Essa é minha história e está na hora de acabar ela. E quando eu colocar um ponto final nisso... Quero que você se mude comigo.

Ele piscou os olhos, parecendo surpreso por um instante e talvez até eu mesma tenha ficado com aquele convite um tanto inusitado, mas...

Eu amava Wakasa. Não imaginava uma vida sem ele e nem mesmo queria. Queria ficar com ele, queria morar com ele, queria ter tudo com Wakasa, tudo aquilo que nunca tive a chance de ter com mais ninguém. E, quando ele segurou minha mão e sorriu, soube que ele se sentia do mesmo jeito.

-O que você quiser, Azumi.- ele disse num sussurro, grudando a boca na minha com calma e com carinho.

Suspirei; foi difícil me afastar de Wakasa, mas eu precisava fazer aquilo. O olhei mais uma vez antes de dar as costas para meu namorado e caminhar em direção as imensas portas da casa de Sawako e Gohan.

Hoje, eu daria um fim nisso.

Hoje, essa parte da minha história iria se encerrar. Se por bem ou por mal, não me importava. Mas eu acabaria com isso, de uma vez por todas.

Meu punho se chocou com força contra a madeira, meu coração batendo com a mesma intensidade, a raiva e adrenalina começando a crescer cada vez mais enquanto gritos e risadas ecoavam do outro lado. Claro que estavam me esperando; a mim e a Satoru, mas se contentariam apenas comigo: Azumi Yamazaki, o demônio que tinha dado uma bela cicatriz no rosto ao líder de merda daquela gangue destruída e maldita. E agora, eu faria a ele o favor de acabar com o que tinha começado anos atrás. Eu acabaria com essa merda. Porque, no final das contas...

-Azumi Yamazaki! - aquela voz odiosa cantarolou quando a porta foi aberta e lá estava o babaca, sorrindo de forma cruel para mim, com Gohan e Sawako ao seu lado, como dois cachorros de estimação. Apenas arqueei a sobrancelha, abrindo para ele um sorriso venenoso.

-Ichiro. Sabe, essa cicatriz bem que combina com você! - cantarolei, vendo o sorriso vacilar nos lábios dele e a raiva ascender em seus olhos caramelo.

-Você sabe como isso vai acabar, não é, vadia?- ele rosnou, estalando os dedos.

Não tentei me afastar quando dois idiotas me puxaram e me jogaram no chão na frente de Ichiro. Calma; eu precisava manter a calma e ser a porra de uma distração para que pudessem achar e tirar MaiMai e Shinichiro daqui. Isso era o que importava agora. O resto...

-É assim que você deve ficar, sua cadela. Ajoelhada pra mim. - Ichiro disse, e não consegui conter a gargalhada que escapou dos meus lábios. Silêncio; todos pareceram parar de respirar enquanto eu ria, tanto que meu estômago começou a doer.

Ichiro se agachou, agarrando meus cabelos e os puxando para trás para que eu pudesse fitar seus olhos que estavam transbordando de tanto ódio. Eu ri mais uma vez, abrindo um imenso sorriso para ele.

-O que é engraçado, Yamazaki? Me diga.- ele rosnou e eu apenas dei de ombros, esticando a mão para enrolar o dedo em um cacho castanho de seu cabelo.

-É que mesmo depois de tudo, você ainda acha que pode me vencer, Ich! É tão, tão... Deprimente. - suspirei. Ichiro pareceu bem inclinado a me dar um soco, mas ele apenas deu de ombros, me soltando e se levantando.

-É mesmo, Zuzu?- ele disse, rindo. -Porque quem é a pessoa aqui, sozinha, porque sequer tem mais uma gangue já que foi expulsa dela? Pois é, Azumi. Você foi sempre tão, tão egoísta e escrota que, no final, acabou aqui, assim: sozinha, quebrada e condenada a ser vencida por mim. Sawako fez um bom trabalho tirando tudo de você.

-Tirando tudo de mim? Tudo o que, me diga?- eu ri, me levantando, me virando para olhar com deboche para Sawako. -Eu arrebentei a cara do irmão dela e ainda de quebra peguei a gangue dela pra mim. Então, vamos, Ichiro, me esclareça; o que Sawako poderia ter tirado de mim?

Sawako arregalou os olhos, porque ela era uma vadia, mas não burra. Ela abriu a boca, provavelmente para alertar Ichiro do quanto eu podia ser ardilosa, mas tarde demais. Antes mesmo que ela pudesse falar algo, Satoru já tinha aparecido e atingido a nuca de Ichiro com uma jarra de vidro, fazendo o imbecil cair aos meus pés, gemendo de dor.

-Seu filho da puta!- Gohan rosnou, avançando contra Satoru, mas Raijin e Kira foram mais rápidos, surgindo para Derrubar Gohan no chão.

O caos irrompeu logo em seguida, membros da Black Goshawk aparecendo e uma guerra se instalando ali na sala da mansão de Sawako, todo mundo se arrebentando e coisas sendo quebradas. A cara de perplexidade e horror de Sawako foi saborosa;

-Azumi!- Bulma gritou, chamando minha atenção para ela e Miwa, que tinham Maisha desacordada nos braços enquanto Wakasa puxava Shinichiro com ele. -Precisamos dar o fora.

Eu sabia disso; sabia que precisávamos ir embora antes que fosse tarde demais, ou antes que a polícia aparecesse ali. E eu já estava gritando para que todos corressem quando Sawako decidiu sair daquele estado petrificado e partir para cima de mim.

Consegui desviar do soco de Sawako e ela grunhiu. Claramente estava bêbada, e isso só tornava toda essa situação ainda mais patética.

Agarrei os cabelos dela com força, dando um soco no nariz dela. Sawako gritou e cambaleou para trás, levando os dedos até o rosto onde sangue escorria. Ela me olhou com horror, e eu apenas arqueei a sobrancelha para ela.

-Você é uma vadia fraca e patética que se esconde nas sombras dos mais fortes. Não sabe ser líder, não sabe porra nenhuma de nada, Sawako. É apenas uma estúpida do caralho que se acha superior, mas adivinha só? Você é nada. Apenas isso. Sem o menor significado. - falei, fazendo ela gritar de raiva, o que apenas servia para me deixar ainda mais feliz.

-Cale a boca, Azumi!- ela chiou. -Você nem família tem! Seus pais te odeiam! Você é egoísta, maldosa e baixa! Não tem nenhuma moral de falar nada sobre mim. Eu ainda tenho família, e quanto a você, o que você tem?

Em outra época, aquilo teria me atingido como um soco no estômago, mas agora, minha realidade era outra; eu não me importava com o que Sawako dizia, porque para mim, as palavras dela não significavam nada. Absolutamente nada, pois eu sabia que nada do que ela estava dizendo era de fato verdade. Por isso, apenas sorri.

-Eu tenho sim família, porque tenho Saori e tenho Maisha. Tenho Kira e Bulma, e Miwa e Raijin. Até mesmo o imbecil do Satoru. Eu tenho Wakasa. E eu tenho a Black Goshawk. - falei, fechando a mão em punho e o batendo contra o peito. -Eles são minha casa e minha família e tudo o que eu preciso. Se você tivesse de verdade envolvida com a gangue, sentiria o mesmo. Mas nunca se importou, não é? Por isso se sente tão vazia e perdida, Sawako. Porque não importa quanto dinheiro você tenha, quanta luxúria, glória ou poder você tenha, vai sempre continuar assim: completamente e totalmente vazia.

Sawako pareceu ter levado um soco bem mais doloroso. Ela apenas me olhou, raiva e mágoa brilhando nos olhos. Eu apenas balancei a cabeça, dando as costas para Sawako e me afastando dela para dar o fora dali. E trombei com Satoru no processo.

-Precisamos ir embora!- ele disse, agarrando meu braço, e eu fiz uma careta.

-Me larga, seu merdinha.- rosnei e ele revirou os olhos.

-Sem tempo pra brigas, né, Zuzu? Vamos logo, não quero ser preso hoje!- ele disse com um sorriso sarcástico, me puxando. -Todos estão lá fora, só falta você!

-Você! É culpa sua!- Sawako gritou, fazendo Satoru e eu congelarmos no lugar, lentamente nos virando para fitar ela. Ela olhava para Satoru com pura raiva. -Eu perdi minha gangue por sua causa!

-Você perdeu os açores porque você é podre, Sawako.- Satoru disse casualmente, fazendo ela soltar uma risada cheia de sarcasmo.

-Eu não era tão ruim assim quando estava fodendo comigo, não é? Não era tão ruim assim quando trocou suas amiguinhas de merda por mim, não é?- Sawako disse, abrindo um sorriso vitorioso para mim.

-Eu cometi a porra de um erro!- Satoru gritou, apontando para a cara dela, e eu nunca o tinha visto assim, tão nervoso, o que me fez piscar, surpresa. -Você me enganou, sua puta! Você disse que me amava, e que nunca ia fazer nada com Maisha e Azumi só por elas amarem pessoas de outras gangues! Você fez eu abrir meu coração pra você, e fez eu perder minhas melhores amigas. Você fez de propósito, não é, Sawako? Você fez por ciúmes! Porque sempre soube que Azumi e Maisha eram mais importantes pra mim do que você. Ou que a gangue amava mais as duas do que você. Ou que nunca seria tão respeitada quanto elas! Você fez isso porque é uma vadia perdedora que ninguém suporta.

Isso foi o suficiente para me fazer entender tudo. Satoru tinha errado; ele tinha errado, mas, ainda assim... Ele nunca tinha me apunhalado nas costas, ao menos, não porque quisesse me ver sofrer. Satoru tinha sido tão usado quanto Maisha e eu, e ver isso era apenas... Triste.

A cara de cú que Sawako fez foi imensa, e ela parecia bem perto de um colapso. Satoru estava vermelho de raiva, os olhos brilhando cheios de mágoa. Eu apenas suspirei, segurando a mão dele na minha, o pegando de surpresa e fazendo Sawako chiar.

-Vamos embora, Satoru. - murmurei e ele assentiu para mim, os olhos ainda fixos em Sawako.

-Eu odeio você.- ele murmurou para ela. -Por tudo o que me fez passar, vou sempre odiar você.

Nós dois nos viramos, mas apenas demos um passo antes da voz de Sawako chegar mais uma vez até nós.

-Se eu não posso ter o que quero, ninguém vai! E se você não vai ficar comigo, Satoru, não vai ficar com mais ninguém. - ela rosnou, e eu me virei.

Sabia o que Sawako ia fazer antes mesmo que ela fizesse; sabia o que ela pretendia, sabia o que aquele discurso significava. Então, por isso, quando ela veio até nós, a raiva chegando a ser palpável, apenas tive tempo de empurrar Satoru para o lado. E quando aquela faca entrou bem no meu estômago, por incrível que pareça, eu não senti nada. Nem dor, nem desespero, nem medo. Apenas... Pena. Pena por Sawako ser tão perdida, tão quebrada e tão vazia ao ponto disso.

Satoru gritou; Sawako arregalou os olhos, gritando, perplexa consigo mesma, a faca caindo em seus pés enquanto ela recuava, as mãos tremendo.

Sangue manchou minha camiseta favorita do nirvana. Sangue pingou no chão de mármore imaculado da sala de estar. Sangue manchou meus dedos quando pressionei as mãos contra o ferimentos. Sangue escorreu pela minha boca quando eu tossi.

De repente, minhas pernas ficaram fracas demais para que eu conseguisse sustentar meu próprio corpo. Cai de joelhos, e senti as mãos de Satoru me agarrando quando cai mais uma vez.

Ele me segurou com as mãos firmes em seu colo, pressionando o ferimento no meu estômago. Os olhos claros dele estavam arregalados, a boca tremendo. O desespero de Satoru era nítido. Me fez até rir, mesmo que isso tivesse me feito engasgar com meu próprio sangue.

-Porque fez isso?!- Satoru gritou, lágrimas escorrendo e pingando na minha bochecha. -Porque você fez isso, Azumi?!

-No fim das contas, não sou uma vadia tão egoísta, afinal, não é?- eu disse com um sorrisinho, mesmo que fosse difícil sorrir. Respirar. Falar. Qualquer coisa que fosse.

-Vai ficar tudo bem, já chamaram uma ambulância pra Shinichiro de qualquer jeito, você vai ficar bem! - Satoru disse, se para mim ou para si mesmo, eu não sabia dizer. -Azumi...

-Eu tô tão cansada.- sussurrei, minha voz arrastada. Eu apenas queria fechar os olhos e me entregar a escuridão. -Só queria tirar uma sonequinha agora.

-Não faça piadas num momento como esse!- ele chiou e eu apenas ri, tossindo ainda mais sangue no processo.

-Eu não me arrependo. De ter conhecido você. E eu te perdoo, Satoru. Amo você. - sussurrei, apoaindo a cabeça no peito dele. -Fala pra Saori que amo ela, tá? Que quero que ela comande a nossa empresa e seja ainda mais rica que nossos pais.

-Você vai dizer isso pra ela.- Satoru falou, apertando com mais força meu ferimento, me fazendo chiar.

-E diz pra Bulma parar de correr tanto com o carro, porque é desesperador pra um caralho. Diz pro Kira que se ele magoar minha irmã, vou assombrar ele pra sempre. Diz pra Miwa e pro Raijin que quero que o nome da filha deles seja Azumi. - falei e nem mesmo sabia se Satoru estava me ouvindo. Dei um suspiro, e já não sentia mais nada. Absolutamente nada. -Ei. Fala pra MaiMai que eu amo ela? Que ela é minha alma gêmea? E que eu vou ver ela de novo, em outra vida, em outro mundo, outro universo, não me importa. Mas vou ver ela de novo...

-Azumi, para com isso!- Satoru chiou, um soluço engasgado na garganta.

-Diz pro Wakasa que sinto muito. - murmurei. -Queria que a gente tivesse mais tempo. Queria poder ir pra Alemanha com ele e ter uma família com ele. Diz pra ele... Que o amei com todo meu coração egoísta?

-Você não vai morrer, então diga você mesma!- Satoru chiou. Eu apenas sorri.

Não era verdade; eu sabia que não era verdade, porque minha vó já estava ali, bem do meu lado, estendendo a mão para mim, sorrindo. E eu sabia que só havia um caminho agora.

Eu apenas estiquei a minha mão...

E segurei a dela.

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