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CAP.03 - Aposta Insensata

Yumi demorou um pouco para processar o que a fada tinha dito, e a princesa Irene tentou enxergar na feição da garota de cabelos tingidos de ruivo de que finalmente Yumi acreditaria nela, de que uma figura mitológica existia e estava bem ali, na frente da garota.

A jovem Lee depois de absorver tudo, pensou mais um pouco. Os olhos do rapaz de moletom amarelo, aqueles olhos ela reconheceria em qualquer lugar, castanhos escuros, puxados, tipicamente felinos; A pouca pele exposta do rosto por conta do capuz do moletom e a máscara preta que o rapaz usava mostrava o quão pálido era sua pele; A voz, rouca e grave... Tudo indicava que aquele rapaz que salvou Yumi de um ladrão em poucos minutos era Min Yoongi, ou como ele era mais conhecido, Agust D.

Ela finalmente acreditou na fada. E quando a ficha caiu ela pensou mais um pouco: Ela "tinha" uma fada, fada essa que a concedeu um desejo de poder conhecer o ídolo que ela quisesse, e ela tinha acabado de conhecer-lo, mesmo que ele não saiba que ela o reconheceu.

Meu Deus, se isso for um sonho, faça ele nunca acabar!

Pensou Yumi, abismada com o que acontecia.

— Ei, garota! Agora você acredita em mim? – A fada repetiu a pergunta enquanto balançava a mão em frente dos olhos de Yumi para chamar atenção dela.

— Hã... – Yumi mentiu, sorrindo de soslaio — Não.

A fada Irene olhava Yumi com indignação transparente em seu rosto acompanhado com os rosto vermelho de raiva e seus lábios rosados entreabertos.

— Como assim você não acredita? Não reconheceu ele?! – a fada alterou um pouco a voz.

— Ele estava usando máscara, não deu para reconhecer. – Mentiu Yumi, não olhando nos olhos da fada. — E que provas você tem de que era ele? – Questionou Yumi a fada, ainda sem manter contato visual.

— Qualquer fã reconheceria seu ídolo, a voz, o jeito e... Por que você não tá olhando para mim? – a fada franziu a testa, com a mão na cintura.

— Para as pessoas não pensarem que eu sou uma louca que pensa que está conversando com a princesa das fadas. – Yumi falou agora entredentes e o olhar fixo no outro lado da avenida, onde tinha um casal carinhoso em frente de uma cafeteria.

— Todos estão me vendo, babo¹. Quando estou sem as asas, aparento ser um ser uma humana como vocês, assim deixo me verem!

Yumi olhou para fada por três segundos e voltou a olhar para o casal, que entrava na cafeteria, em seguida olhou para os lados da avenida, vendo se vinha um ônibus que a levasse para longe dali.

— Mas você não existe. Então vou continuar a ignorar sua existência na minha cabeça.

A fada bufou ainda com o rosto vermelho de raiva. Yumi tentou segurar o riso.



Já no mundo mágico das fadas, a princesa fada Irene massageava as têmporas depois que surgiu magicamente ao mundo que sempre vivera. Ela estava naquele momento no seu quarto que era divido com suas quatro irmãs, com o corpo cansado e a mente borbulhando por causa da jovem Lee, que não acreditava que Irene era uma fada, pelo menos era o que fada Irene acreditava.

Fairyland era o nome do mundo que a fada estava, onde nascera e vivia sua vida. Desde cedo Irene sabia e foi treinada a assumir o trono junto com suas irmãs. Apenas uma poderia assumir o trono de rei ou rainha e governar Fairyland, mas para isso teriam que provar que eram competentes para o título aos seus pais prestes a se aposentarem, e por isso Irene estava sendo "A fada dos desejos" para Yumi. Uma missão para provar que é digna ao título de "Rainha das Fadas".

O governo de Fairyland não era cem por cento na monarquia, havia outras fadas homens e mulheres que ajudavam governar o reino das fadas, entretanto era tradição que todos os filhos homens dos fadas de sangue real governasse Fairyland.

Contudo, o rei e a rainha das fadas teve cinco garotas. A rainha tentou gerar mais um fada, porém todos morriam após nascerem, e foi daí que o rei e a rainha criaram uma lei de que fadas mulheres também poderiam governar o reino das fadas, então decidiram treinar Irene.

No começo foi um reboliço no mundo mágico. Alguns que ajudavam a governar Fairyland desaprovavam a atitude dos reis fadas mas era isso ou ficar sem um governante a frente do mundo mágico.

A fada Irene poderia estar agora com um título de rainha por ser a mais velha entre as suas irmãs se Wendy - uma das irmãs de Irene - não questionasse porque Irene deveria ser rainha, se as outras também eram mulheres e tão capacitadas para o trono como ela - e realmente eram.

Os pais delas sempre compreensivos, entendeu o lado de Wendy e das outras irmãs, assim deu uma missão para cada uma provar sua competência.

A fada Irene xingava a irmã mentalmente. Toda essa missão estressava a princesa. Todavia se era pra ter o título de rainha, ela faria tudo para conseguir. Ela treinou por durante anos para ser rainha, sentia que era esse seu destino, o motivo de sua existência: Governar o povo onde nasceu.

— Olá unnie², como foi a sua missão? – Joy, uma das irmãs de Irene perguntou à ela entrando no quarto junto com as outras irmãs.

— Foi um saco. – Irene debruçou na cama que tinha um formato de folha vermelha, assim com todas as camas que tinha naquele quarto era daquele formato, cada uma com tom de vermelho diferente.

— Por que, unnie? – questionou Yeri, a irmã mais nova.

— Porque eu ainda não fiz Yumi e Yoongi se tornarem íntimos. Isso tá tão longe de acabar. – Irene cobriu os olhos com o antebraço.

— Mas mau começou, unnie, paciência. – Seulgi era a irmã mais sensata de todas e Irene começou a achar que era melhor deixar Seulgi no trono do que ela, uma garota que não tem paciência nem com humanos como Irene não parecia uma boa governante.

— Eu preferia mil vezes ter pegado a sua missão, Seulgi, – A princesa Irene sentou-se na cama e vez bico antes de continuar a falar. — Pegar todos os dentes de crianças adormecidas debaixo dos travesseiros delas deve ser mais fácil do que lidar com humanos acordados e cheio de opiniões.

Seulgi riu da irmã, vendo o olhar perdido de Irene. Seulgi indagava-se, pensando se Irene achava mesmo que a missão dela era o fim do mundo.

— Você que pensa, unnie. Você não sabe o que é desespero quando uma criança acorda. Vocês sabem o quanto eu sou desastrada, quase sempre deixo eles me verem.

— Do jeito que você é desastrada o produtores de pó de aminézia vão ficar ricos. – Yerim disse entre risos.

Todas no quarto riram.

— Mas se ver tanta dificuldade, porque não usa sua mágica, Irene-ah? – Wendy questionou a irmã Irene com um sorriso presunçoso.

— Você sabe muito bem que a gente não pode usar nossa magia para resolver nossa missão em um estalar de dedos... – Seulgi respondeu Wendy.

Irene suspirou. Com a magia seria tudo diferente, mas ela só poderia auxiliar Yumi com a missão, o que franzia o cenho da fada. Yumi era teimosa e desacreditada, o que dificultava tudo.

— Então acho que será um grande problema para a unnie Irene. Já estamos no segundo dia e nem sequer juntou os dois... – Wendy faz uma feição de desacreditada que Irene possa conseguir concluir a missão com sucesso enquanto enrola o cabelo castanho claro entre os dedos.

Mas só estamos no segundo dia?

Seulgi pensou, estranhando o pensamento da irmã.

— Mas no próximo dia eu resolverei isso... – Irene assegurou a si mesma.

— Mas lembra que só temos dois meses para concluirmos nossas missões... Sabe, se continuar nesse ritmo não irá tão longe... Eu soube que o cara que terá que ajudar tem um transtorno... não é algo que se cura fácil, eu desacredito muito que você-

— Que eu o quê, Wendy? Que eu não possa concluir a missão? – Irene interrompeu Wendy dos pensamentos negativos sendo proferidos da boca de sua irmã.

Wendy olhou para todas as irmãs que esperam a reação de Wendy, que confirmou a fala de Irene com um menear de cabeça.

— Wendy, você está querendo transformar isso numa competição? – Joy questionou a irmã com uma das sombrancelhas erguidas.

— É uma competição, Joy... Cada uma aqui está lutando em cada uma de suas missões para provar que é digna ao trono... Se isso não é uma competição, eu não sei o que é...

Todas as fadas ficaram estáticas no quarto. Realmente era uma competição. Apesar de nem todas as irmãs achavam que não serviam para o trono, apenas pensavam como seria governar Fairyland e com essa missão atiçaram sua vontade de sair com o título de rainha. Entretanto, o jeito que Wendy dissera parecia mas sério para irmãs.

Seulgi balançou a cabeça com olhar de reprovação. Ela já sabia no que daria aquela conversa.

— Eu aposto que Irene não vai conseguir concluir a missão. – Wendy falou e Yeri olhou para a irmã desacreditada.

— Eu discordo, unnie. Irene treinou anos antes de nós até você discordar que Irene não era a única que poderia assumir o trono. Ela tem mais vantagem...

Todas concordaram com a fala da fada Yeri e Wendy percebeu que todas deixaram a vontade delas de vencer as missões e falou:

— Anos de treino e nem sequer juntou dois humanos. Acho que tenho que te apresentar meu amigo cupido, Irene. – Wendy implicou mas só ela riu, enquanto as outras irmãs estavam de braços cruzados.

— Para de me ofender Wendy! Eu posso sim fazer eles dois se juntarem... É só... Questão de tempo. – Irene falou andando para longe das irmãs passando a mão nos cabelos, começando a acreditar nas palavras da Wendy.

— Tem certeza? – Wendy questionou Irene.

— Quer apostar? – Irene disse cansada de ouvir ofensas de Wendy, se perguntando no que deu na irmã.

— Eu aposto que não irá conseguir ajudar o humano com aquela humana em um mês! – Wendy levantou o nariz.

— Eu aposto que eu consigo até menos de um mês! – Irene se aproximou de Wendy com os braços cruzados e o nariz empinado que nem Wendy.

Ya, vocês duas podem desmanchar essa aposta – Seulgi disse afastando as duas que se encaravam com olhar de fúria — Já passaram na cabeça de vocês se mamãe e papai descobrirem? – Irene parou de encarar Wendy e olhou para Seulgi, que olhava para Irene em súplica no olhar, pedindo telepaticamente que Irene percebesse da idiotice que ela e Wendy acabaram de fazer.

Mas apesar do sangue mágico correr nas veias das fadas, elas não tinham o poder de telepatia e Irene apenas se afastou de Wendy.

— Já foi, Seulgi. A aposta não será quebrada. – Irene disse dando uma última olhada nos olhos de Wendy e saiu do quarto.


Min Yoongi digitou a senha da porta de seu apartamento, entrando nele quando a porta cinza abriu. O sensor de movimento ligou as luzes do hall de entrada quando Yoongi passou por ele, seguindo pelo extenso corredor onde nas paredes tinham seus posters e quadros que guardava registros da sua jornada de rapper, compositor e produtor, que havia simplesmente acabado ontem.

Quando Yoongi chegou no seu quarto, tirando a máscara e o capuz do seu moletom amarelo, o celular dele que estava no seu bolso vibrou, em seguida ecoou o toque de seu celular pelo recinto. Ao ver quem o ligava, suspirou, atendendo a chamada em seguida:

Omo³, filho! Por que ignorou minhas chamadas o dia todo, hum? Eu sou sua mãe, rapaz levado!! – Falou a mãe de Yoongi alto e mais rápido que os raps que o garoto cantava.

Omo digo eu, calma omma⁴... Eu só precisava de um tempo...

E esse tempo você passou vagando pelas ruas de Daegu?!

— Como a senhora soube disso? – Agora quem disse rápido foi Yoongi.

Sua tia lhe viu andando pela rua. Ela tentou falar com você mas você não a respondeu. Ignorou sua tia, seu malcriado?

— Não, omma, eu não a escutei...

Como você fica vagando por aqui em Daegu e nem passa aqui em casa, huh? Você tem que me explicar porque acabou com a carreira tão de repente? Está acontecendo algo, filho? Nem as mensagens do seu irmão você respondeu.

Yoongi deu o silêncio como resposta. Preocupou tanto sua família e nem sequer deu sinal de vida para eles. Apenas ficou perdido nos seus pensamentos, torturando-se com eles.

Filho? – Yoongi respondeu com um "hum" — Porque não vem morar aqui, huh? Vai ficar sozinho aí em Seul até quando?

Yoongi pensou na proposta da mãe.

A verdade era que ele queria apenas ficar consigo mesmo por meses, se insolando do mundo até se achar-se nele.

Por que quando eu acho que me encontrei eu me perco de novo nesse mundo?

Pensou ele, sentiu suas mãos tremerem e o suor escorrer na sua testa.

— T-tá, bom, o-omma, amanhã eu v-vou para aí, e-eu tenho q-que desligar.

Min desligou o celular e jogou ele na cama. Suas pernas tremiam enquanto andava até a sacada, se sentando nele e vendo as luzes da cidade.

Isso não pode está voltando...

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Babo¹: Tolo, bobo.

Unnie²: Forma de uma garota referi-se à uma irmã ou amiga mais velha. Significado literal: "irmã mais velha"

Omo³: Expressão usada para demostrar surpresa.

Omma⁴: encontrado também como "eomma", significa Mãe. Usado informalmente.

Wendy ainda vai atrapalhar muito Irene...

Teorias sobre o que tá acontecendo com Yoongi?

Era para eu ter atualizado ontem, mas o wattpad deu seus surtos de bugajem.

Desculpa pelo atraso (๑•﹏•)

Espero que tenham gostado ^^
Até em breve!

XOXO

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