07.LIS
Olá pessoas lindas da internet! Vocês tão bem?Tão comendo direitinho, bebendo agua, passando protetor solar e usando máscara? Tem que ficar saudável! ~prova de que eu preciso de atenção médica.~ Espero que estejam bem!
Boa leitura <3
Na sexta, eu estava pronta para, finalmente, sair da minha caverna, o quarto. Embora estivesse muito animada para sair de casa, naquele dia nenhuma roupa que me fazia feliz. Depois de tentar algumas —todas— combinações do meu armário e pedir opinião para Rafa mil vezes, consegui escolher um look que me agradasse. Nada muito diferente do que já estava acostumada a usar: uma calça, coturno e cropped de renda, todos pretos, e, para dar uma colorida e não parecer que estava indo a um enterro, escolhi uma camisa da minha coleção de camisas com estampas legais e a deixei aberta como um kimono.
Tínhamos combinado de nos encontrar em uma das estações do metrô perto da Augusta e seguir andando até lá. Quando Rafa e eu descemos, encontramos Lucas. Ele é um dos nossos amigos mais próximos e que sempre estava nos nossos rolês. Também trabalha fazendo lives, e, por pura coincidência, é da mesma cidade que eu. Apesar de ser uma cidade do tamanho de um ovo, nós nunca estudamos juntos ou mesmo nos conhecemos, mesmo tendo amigos em comum, só viramos amigos no meu primeiro ano em São Paulo, durante um trabalho.
Depois de nos cumprimentarmos, encontramos um lugar para sentar e esperar por Bia e Lê, que deveriam chegar a qualquer minuto.
—E ai? Quem são essas meninas que surgiram do nada? —perguntou fazendo a própria cara de conquistador que só ele sabe fazer.
Apesar de ser o típico nerd tímido, Lucas herdou do seu pai os genes da beleza de um rockstar dos anos 80 —sim, seu pai teve uma banda muito famosa —, pele clara como se nunca tivesse visto o sol, sobrancelhas grossas, cabelo com um estilo de acordei bonito e sexy assim, além dos olhos azuis. Ele nunca precisou de muito esforço para ficar com meninas, mesmo sem tocar nenhuma nota, ele tinha o magnetismo de astro do rock.
—Eu conheci a Bia porque ela me convidou para uma entrevista. —A entrevista parecia estar longe na linha do tempo, Bia e eu tínhamos conversado tanto nos últimos dias que já parecia que nos conhecíamos há muitos meses e não poucos dias. —Bom, a Letícia fez questão de se apresentar sozinha.
Nós esperamos apenas alguns minutos até que Bia me mandou uma mensagem avisando que as duas tinham chegado na estação. Depois disso, as encontrei facilmente. A primeira que eu vi foi Bia, estava com o celular na mão, provavelmente me mandando alguma mensagem pra avisar onde elas estavam. Letícia estava do lado dela, olhando para os lados e tentando nós encontrar.
Bia estava radiante, com toda certeza ela tinha usado bastante iluminador para parecer que tinha um brilho natural ou que um refletor estava escondido em cima da sua cabeça, não que ela precisasse disso, eu a achei linda até quando apareceu na minha casa descabelada depois do trabalho. A roupa dela estava diferente do que eu já tinha visto, ela tinha escolhido um vestido de cetim rosa bebê, que descia até a metade das coxas dela, sem estar colado no corpo e, junto com o vestido, ela estava vestindo uma jaqueta jeans oversized e uma botinha preta de verniz. O cabelo dessa vez estava enrolado e a maquiagem estava com alguns tons de rosa, além do iluminador em todas as partes possíveis.
Assim que terminamos as apresentações, saímos da estação e caminhamos por alguns minutos até chegarmos ao nosso destino, a famosa rua Augusta. Na minha frente, Leticia estava engajada na conversa com Rafael, tinha até conseguido fazer com que Lucas se soltasse um pouco e os três estavam trocando ideias como se já se conhecessem. Enquanto caminhávamos, Bia e eu ficamos um pouco mais para trás e, antes que surgisse um silêncio esquisito, puxei uma conversa genérica. Não era o ideal, mas era o que tinha.
—Você tá muito linda hoje! —comentei. —Pronta pra passar a madrugada abraçada com a vodca.
—Obrigada! Eu sou péssima com tudo isso. —disse apontando para a própria roupa. —Foi a Letícia que fez tudo. —completou rindo junto comigo. —Você também tá linda. Eu amo suas camisas!
—Tenho que admitir que já passei da conta na coleção. —disse, tirando uma risada dela. Quando ela ria, eu tinha a sensação que o som vinha pelos meus ouvidos e explodia fogos de artificio no meu cérebro.
—Eu sei como é! Eu já passei da conta com roupinhas pro meu cachorro, sendo que ele não usa nenhuma! —disse e riu novamente, mais uma vez os fogos na minha cabeça explodiram.
Aquela atmosfera de várias pessoas passando ao nosso lado, as luzes dos bares e das baladas, o cheiro de bebida e fritura, de algum jeito, tudo aquilo fazia com que Bia chamasse ainda mais minha atenção. Eu sabia exatamente o jogo que minha cabeça e meu coração estavam jogando. Aquilo era o início de uma paixão.
Assim que pensei nisso, percebi na merda que estava me metendo. Era uma das minhas regras de vida: Não me é permitido me apaixonar por uma menina hetero. Isso já tinha acontecido e não foi uma experiência bacana, resultou em tristeza, choro e muitas seções de terapia para resolver. Apesar dela não ter falado sobre sua sexualidade, a informação de que ela tinha ficado em um relacionamento de seis anos com um cara era um bom indício de que eu não tinha chance nenhuma com ela, mesmo que minha mente ficasse fantasiando isso.
Enquanto me convencia de que o que estava sentindo era carência e não uma paixão fadada ao fracasso, nós chegamos ao nosso destino, ao lugar onde deixaríamos nossa sanidade e venderíamos um pedaço do fígado para o álcool e talvez outro pedaço e um rim para pagar a comanda.
—Eu tô morta de fome! —soltou Leticia, antes mesmo que qualquer um de nós pudesse dizer qualquer coisa.
—Eu voto em abastecer o estômago antes da bebedeira. —concordou Rafa. Ele sempre votava na opção que envolvia comida e, desde que tínhamos saído de casa, estava dizendo sobre o enorme desejo que ele estava de comer um hambúrguer enorme, com essas palavras.
Como estávamos todos com os estômagos vazios e como isso não combina nada com bebedeira, nós cinco acabamos decidindo por um bar que estava com musica ao vivo e tinha um ótimo cheiro de comida gordurosa. Quando entramos, vimos que o cheiro vinha dos hambúrgueres que estavam sendo feitos nos fundos do bar. Sabia que Rafa estava comemorando internamente a realização do seu desejo.
Pegamos uma das mesas da calçada, na tentativa de evitar que o calor de dentro do bar nos fizesse derreter ou que ficássemos surdos toda vez que o microfone desse interferência. Começamos a noite com uma rodada de cervejas e com uma porção batatas fritas, enquanto esperávamos nossos hambúrgueres ficarem prontos.
—Então gente? Como vocês se conheceram? —Leticia perguntou colocando o cotovelo na mesa e segurando o queixo, ela estava sentada do lado de Bia e olhando para nós três esperando interessada pela resposta.
—A gente se conheceu pela internet mesmo, nada demais. —Rafa respondeu enquanto abria um das longnecks que tínhamos pedido.
—A gente é jornalista. —ela reclamou. —A gente precisa de informação pra viver. —continuou fazendo um falso drama e provocando risadas em todos da mesa. No pouco tempo que tive contato com ela, percebi que esse era o jeito dela mesmo, sem ser forçada, simplesmente a alma de qualquer festa.
Nossa noite continuou muito animada, Leticia e Rafa se encaixavam bem, os dois não perdiam a oportunidade de uma piada, mas percebi que até Lucas estava tentando chamar atenção da garota. Nosso grupo tinha química, nós conversamos muito e nem vimos o tempo passar. No inicio, Bia, assim como Lucas, estava tímida, mas depois da quantidade de álcool no sangue ter aumentado, os dois estavam bem alegrinhos também.
Nossos lanches demoraram a chegar, mas a espera de mais de uma hora valeu a pena. O cheiro forte de fritura que vinha da cozinha do bar não fazia jus ao sabor dos hambúrgueres, já que esses, pelo menos o que eu comi, estavam extremamente gostosos, uma maravilha formada por carne, bacon, um molho que eu nunca vou saber o nome e com uma alface com tomate, para diminuir o peso na consciência.
—Eu queria muito que isso não fosse tão gostoso. —disse Bia assim que terminou de comer o seu hambúrguer. —Desse jeito eu poderia continuar vivendo sem sonhar em comer ele de novo. — completou e eu ri dela, a versão Bia alegre e solta era muito divertida.
Quando dei mais um gole na minha cerveja, senti que minha bexiga estava pedindo por uma visita ao toalete. Assim que eu avisei que iria me aventurar no banheiro do bar, Bia se ofereceu para ir comigo. O lugar era surpreendentemente limpo, considerando que era um banheiro de bar na Augusta, algumas meninas estavam saindo quando Bia e eu entramos. Pela cara que ela fez percebi que ela tinha tido o mesmo pensamento que eu.
—Esse banheiro superou todas as minhas expectativas. —disse.
—Não fica acostumada, isso aqui é raridade.
—Pode deixar que eu seguro seu celular. —Ela disse estendendo a mão aberta na minha direção, eu entreguei meu celular e entrei em uma das cabines do banheiro.
Quando sai da cabine percebi que Bia estava com uma cara séria, enquanto isso digitava algo no celular.
—Aconteceu alguma coisa? —perguntei pra ela enquanto terminava de lavar as mãos e acionava o barulhento secador de mãos.
—Só minha mãe. —deu um suspiro. —Ela acha que eu vou desaparecer, ser sequestrada e morta hoje a noite. Ela está certa de que vai dar uma entrevista no Cidade Alerta amanhã.
—Pra ter uma filha jornalista, sua mãe tem um gosto meio duvidoso em jornais. —disse rindo e tentando a fazer ficar um pouco mais feliz.
—Ela tem um péssimo hábito de não ouvir o que eu falo. —disse já me entregando o meu celular e o dela.
—Você deveria mandar uma foto feliz pra ela, funciona com a minha mãe. —disse ajeitando minha franja pelo espelho. —O sorriso de um filho deve ativar alguma área do cérebro que faz as mães ficarem menos neuróticas.
—Acho que vale a pena tentar. —ela disse assim que saiu da cabine.
Assim que Bia terminou de secar as mãos e de ajeitar o cabelo, nós duas nos preparamos para tirar a selfie perfeita para acalmar o coração da mãe dela. Fiz a melhor cara de boa moça, tenho que admitir que a franjinha ajudava bastante, já Bia colocou um grande sorriso no rosto e tentou não parecer que estava muito bêbeda.
—Essa ficou perfeita! —disse depois de olhar algumas das fotos no celular dela. —Diz assim: olha mãe como eu estou feliz e me divertindo, moderadamente, com a minha amiga que tem cara de quem vai me levar pro bom caminho e que não vai me deixar ser morta hoje.
—Na faculdade, os professores diziam que uma boa foto pode dizer mais que uma matéria inteira, mas essa nossa selfie fala pra caramba. —ela disse rindo e eu me juntei a risada dela.
Quando, finalmente, voltamos para nossa mesa, nossos amigos pareciam um pouco impacientes com a nossa demora.
—Eu já estava pensando que vocês duas tinham caído na fenda do espaço tempo e descoberto que são mães de vocês mesmas. —disse Rafa assim que chegamos.
—Nós nem demoramos tanto. —eu disse. Nós duas tínhamos demorado, mas eu não precisava dar o braço a torcer, não foram mais que quinze minutos. —Você tá assistindo muito Dark, tá precisando arranjar alguma coisa pra fazer.
—Elas realmente acham que foram rápidas. —disse Leticia, percebi que Bia ia retrucar, mas a melhor amiga continuou a falar. —Acho que nós já podemos ir para a parte dois da nossa noite, né? Eu ainda tô muito sóbria pelo o que vocês tinham me oferecido.
Atendendo ao desejo de Leticia, que também era meu, nós pagamos nossa conta e seguimos para a porta de uma das baladas mais famosas da Augusta. Ficamos uns bons quarenta minutos na fila antes de conseguirmos entrar naquele lugar escuro, abafado e com cheiro de álcool misturado com coisas que eu preferia nem saber.
Enquanto estávamos na fila, um grupo de quatro garotas, que eram obviamente muito novas para estar na rua naquela hora, reconheceu Rafa, Lucas e eu no meio daquela confusão que são as filas de balada. No momento que eu percebi o que estava acontecendo minha alma saiu do corpo e voltou em um segundo, desde o incidente no supermercado tudo que eu não queria era que alguém me reconhecesse novamente.
Apesar de estar totalmente travada, aquela interação social pode ser considerada como um sucesso, já que não fui atacada como uma destruidora de lares e sonhos, além de ter conseguido trocar algumas palavras sem parecer um ET com problemas de comunicação. Quando as meninas pediram uma foto com a gente e Bia se dispôs a tirar a foto, fazendo com que o grupo percebesse que elas estavam com a gente.
—Não conheço vocês duas, vocês trabalham na internet também? —a mais alta delas perguntou para as meninas.
—A gente até trabalha. —disse Leticia. —Mas o nosso nome nunca está lá, a gente é jornalista. —completou apontando para si mesma e para Bia.
Bia que já estava com o telefone de uma das garotas na mão disse: —Pelo menos eu tive que fazer uma matéria de fotografia na faculdade. —Quando ela terminou de dizer isso, as meninas riram.
Tudo ocorreu bem e elas foram embora, espero que pra casa, já que elas eram muito novas para estarem sozinhas na rua às UMA da manhã. Na verdade, ninguém devia estar sozinho na rua nesse horário, principalmente adolescentes.
Assim que entramos na balada, nos nós separamos, Lucas e Leticia foram procurar algum lugar mais discreto para se pegar, óbvio que eles não deram essa desculpa, mas foi o que aconteceu. Já Rafael estava muito longe da realidade e se jogou no meio da pista, dançando de um jeito muito esquisito e vergonhoso, sem ligar nem um pouco pra minha opinião ou para de qualquer outra pessoa presente. Sobramos só eu e Bia, então, nós duas fomos tratar de cumprir a nossa promessa de terminar a noite abraçadas com uma garrafa de vodca.
Quando conseguimos a atenção do barman, pedimos um copo de energético com vodca e para não perdemos a oportunidade, Bia deu a ideia de virarmos uma dose de tequila, eu apenas concordei e senti minha garganta queimar. Depois de caretas sincronizadas, nós seguimos para o meio da pista, um pouco longe de Rafa que ainda estava chamando a atenção de todo mundo.
Nós duas estávamos, diferente de Rafa, dançando de um jeito mais tímido e contido, tentando curtir, mas sem atrair olhares curiosos. Apesar disso, muitos caras vieram pra cima da gente, alguns levaram um fora e só iam embora, outros insistiam bastante até que a gente simplesmente saísse e os deixassem falando sozinhos. Estávamos nós divertindo bastante, já tinha perdido a conta de quantos copos de energético com vodca eu já havia tomado com Bia. Para quem não estava acostumada com noitadas e com bebedeira, o fígado dela aparentava estar aguentando bem.
Entre as várias músicas da balada, próximo das quatro da manhã, o DJ resolveu voltar nos anos 80 e as primeiras notas de I Wanna Dance With Somebody da Whitney Houston preencheram todo o lugar, fazendo com que Bia e algumas outras pessoas dessem um gritinho desafinado.
—Eu AMOOO essa música! —gritou perto do meu ouvido, uma mistura de um alto nível de álcool no sangue e necessidade de vencer a música também muito alta. Depois disso, surpreendentemente, ela me puxou pro meio da pista e começou a dançar quase da mesma forma que Rafa estava fazendo no inicio da balada, totalmente desengonçada.
Talvez porque eu já estava muito bêbada, talvez porque a musica fosse muito atrativa, ou talvez seja porque eu faria qualquer coisa pra chamar a atenção dela, ou uma mistura de tudo isso, acabei me juntando a ela em meio a risadas. De alguma forma, ela já tinha uma coreografia planejada para aquela música, já que seus movimentos de girar os braços acima da cabeça e do quadril estavam estranhamente sincronizados com a batida que fazia todo ambiente tremer.
Girar feito um fidget spinner por uns cinco minutos não fez muito bem pra ela. Assim que a música acabou, Bia saiu tropeçando da pista, eu apenas fui atrás já imaginando o que estava por vir.
—O mundo tá girando, Lis! Tá tudo girando! —ela disse enrolando um pouco a língua e gesticulando bastante.
—Okay, acho que já deu por hoje. —disse passando meu braço ao redor dos ombros dela. —Vamos te levar pro banheiro, molhar o rosto e achar um lugar pra você vomitar sem que as pessoas te julguem.
Por intervenção divina, o banheiro feminino não estava com filas ou cheio. Então, eu a fiz jogar água no rosto e, depois que ela me garantiu que não ia vomitar, a deixei sair de uma das cabines e sentar na bancada da pia, mesmo com todos os olhares de desaprovação que vinham sempre que alguém entrava no banheiro.
Bia bêbada era uma atração a parte, ela fez todo um discurso sobre o quanto ela me achava linda, depois xingou todos os indivíduos do sexo masculino e, por fim, falou do quanto odiava o atual chefe. Depois do monólogo/ stand-up de trinta minutos, Bia começou a ficar sóbria de novo, sua expressão de conquistadora do mundo mudou para uma um pouco mais triste.
—Aconteceu alguma coisa? —perguntei encostada na parede do lado dela.
—Nada, eu só fico emocionada depois de beber. —ela disse dando uma risadinha e eu a acompanhei. —Eu tô muito feliz por ter vindo aqui hoje. Muito obrigada, Lis!
—Você não precisa me agradecer pela bebedeira, eu faço isso de graça mesmo. —eu disse, arrancando uma risada dela.
—Eu tô tentando ser séria, Lis! —disse e fez uma pequena pausa procurando por um pouco mais de ar. —Eu nunca, em todos os meus 24 anos de vida, fiz isso. Como você sabe, eu fiquei seis anos namorando e acabei perdendo todas as festas da faculdade. Eu nunca, nunca e nunca tinha me divertido tanto assim, eu perdi muitas coisas.
—Você não perdeu muita coisa não. —disse e ela deu mais uma risada gostosa, embora olhasse para mim como se não fosse concordar. —Provavelmente você deve ter mais esperança na raça humana, porque é cada coisa que a gente vê nessa vida.
—Talvez o caminho seja montar uma sociedade restrita no meio da floresta. —Esse era o sinal de que ela ainda estava bêbada. —Se a gente vivesse na floresta em uma sociedade secreta, podíamos ser as ditadoras e mandar todo mundo nos fazer felizes.
Depois de uma discussão sobre quem estaria na nossa sociedade restrita, Bia e eu perdemos a noção do tempo, só vimos que já era cinco e meia da manhã quando meu telefone tocou e o nome do Lucas apareceu na tela.
—Você tá com a Bia, né? —perguntou, direto e reto, do outro lado da linha.
Avisei que estava tudo bem e que estávamos indo os encontrar. Depois de desligar me virei para Bia, que aparentemente estava achando a bota dela muito mais interessante do que era.
—Tá na hora de irmos, princesa! —eu disse, oferecendo a mão e a ajudando a descer da pia.
Nós encontramos Leticia, Lucas e Rafa parados no meio da pista, as luzes da balada já estavam todas acesas e grande parte das pessoas já tinha saído, ficando apenas nós cinco, alguns sentados no chão e os funcionários do lugar. Os três estavam com uma cara de impacientes quando nos viram, mas nem liguei muito, estava morrendo de fome e daria qualquer coisa por uma coxinha.
Assim que nós pagamos nossas comandas, começamos a caminhar em direção à estação de metrô. Quando passamos na frente do bar que tínhamos comido na noite anterior, o mesmo cheiro de fritura entrou pelo meu nariz.
—A gente podia terminar a noite com uma coxinha, né? Eu tô morrendo de fome. —disse parada na frente do bar, com um pé já no primeiro degrau da entrada.
—Você leu as palavras do meu estômago. —concordou Rafa, com isso nós cinco entramos novamente no bar, mais uma vez para fortalecer o corpo para sobreviver ao álcool.
O dono daquele bar com toda certeza era um grande empreendedor, porque o lugar estava cheio de jovens que, assim como nós, estavam na procura de uma coxinha e de um café bem forte para iniciar a cura da ressaca. Nós comemos nossos pedidos no balcão mesmo, pois todas as mesas estavam ocupadas. Continuamos a conversa do resto da noite, só que dessa vez um com um tom mais baixo e um pouco mais monossilábicos, já que a ressaca já apresentava os primeiros sinais em todos.
Nós nos despedimos das meninas na estação quando elas entraram no metrô que iria para a direção oposta da nossa. Lucas também pegou um caminho diferente do meu e de Rafa, então nós dois acabamos ficando por último. Graças ao bom Deus, o metrô estava vazio e nós dois conseguimos fazer a viagem toda sentados, ele até dormiu encostado em mim.
Já em casa, nós nem fizemos muita cerimonia, apenas tomamos um remédio para dor de cabeça, um litro de agua cada e fomos para nossos quartos. Zara, minha cachorra, estava pronta para brincar e correr uma maratona dentro do apartamento, mas eu apenas joguei a bolinha dela pra longe e entrei no banheiro. Acredite se quiser, mas eu consegui dar um cochilo dentro do box e não me lembro de como cheguei na cama.
Deu gatilho, né? Na verdade espero que tenha dado, porque tudo que eu queria era sair com os amigos que eu gosto para virar a noite kkkkkk Vamo na fé que algum dia a gente vive isso de novo!
Gostou? Me conta tudo nos comentários e me deixa uma estrelinha! Você me deixa muito feliz e eu fico com o coração mais quentinho para responder.
Até o próximo capitulo!
Rapha <3
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