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05. BIA

Eiiiiii, finalmente 2020 tá acabando e você tá aqui de novo!!!!! Como foram de natal? A saúde tá em dia? Conta tudo pra tia aqui! 

Boa leitura!
Com Carinho, Rapha <3

Lis foi minha última entrevistada, minha única obrigação era reunir todos os pedaços de papel e arquivos espalhados pela minha casa, jogados no fundo da bolsa e salvos na área de trabalho como BUZZIE. Precisava reorganizar tudo, revisar e reescrever, algo que estava me deixando louca. Do jeito que eu andava pelo apartamento, com pijama furado e cabelo sem lavar por uma semana, meus pets já estavam fazendo vaquinha online pra me levar num médico.

Apesar de escrever ser algo natural para mim e que me divirto fazendo, a matéria do concurso me deixou exausta, ocupou todas as minhas noites e madrugadas por mais de uma semana, reduzindo meu sono aos cochilos no metrô. Naquela altura do campeonato, minha mãe e Leticia já tinham desistido de tentar controlar meus hábitos de dormir, apenas torcendo pra que eu acabasse logo. Enquanto para minha mãe, eu estava me transformando em um zumbi por causa da poluição de São Paulo, para Leticia eu estava tendo um surto de perfeccionismo e precisava de um psicólogo urgentemente.

Depois dos três primeiros dias focada 100% na matéria, passei a ignorar a maioria das chamadas de vídeo da minha mãe, além de usar toneladas de corretivo e a beber um garrafa de café a cada duas horas. Meu estômago não deixou barato e revidou, me causando uma crise de gastrite que quase me deixou de cama.

Mas cada uma daquelas horas acordadas valeu a pena. Era uma terça feira sem graça, quando eu, finalmente, troquei a cara de zumbi por uma cara alegre no trabalho. Na noite anterior, tinha colocado o ponto final na matéria, só faltava a aprovação da Letícia e das entrevistadas. Eu estava dando pulinhos de ansiedade, curiosa para saber o que minha melhor amiga tinha a dizer, mas também estava insegura, se ela não gostasse, não sei se conseguiria mudar tudo de novo a tempo de participar do concurso.

Apesar disso, não contei para ela que tinha terminado, decidi que queria ver a sua reação enquanto lia, não podia correr o risco dela não gostar e mentir pra mim. Na verdade, precisei me segurar muito pra não mandar nenhuma mensagem, já que Lê tinha sido minha maior motivadora desde o inicio.

—Tenho uma surpresa pra você. —disse colocando meu pen drive na mesa dela e com uma tentativa de esconder o sorriso.

—Que cara é essa, Bia? — perguntou já conectando o pen drive no computador na frente dela. —Isso é o que eu estou pensando que é?

Enquanto Leticia lia a minha matéria, eu estava com o meu estômago revirando e pronta para ter uma sincope nervosa. Vigiei cada expressão dela, tudo que eu procurava era um sinal de que ela tinha gostado, mas minhas inseguranças só me permitiam pensar que estava uma merda vergonhosa e que Leticia ia rir do meu trabalho medíocre, me falando que tinha sido uma perda de tempo.

—Eu tô tão orgulhosa de você, Bia! —disse, me abraçando depois de terminar de ler.

—Tinha uma parte que eu queria te perguntar, pra ver se você acha que é melhor mudar e... —tentei continuar, mas fui interrompida.

Leticia me deu um empurrão e bateu na minha mão quando eu ia apontar para ela a parte que queria não estava satisfeita.

—Beatriz! Tá perfeito e ponto final. Não tem nada pra mudar, a única coisa que você precisa fazer agora é enviar essa matéria e esperar o seu trabalho novo.

—Muito obrigada, Lê! Por tudo, eu nem sei se vou conseguir, mas eu não conseguiria escrever tudo isso sem você!

Depois disso, ainda revisei mais algumas vezes o texto e eu, finalmente e graças a Deus, tinha a versão final da matéria. Com um e-mail de agradecimento, encaminhei o arquivo para Lis e para todas as outras meninas que tinham concordado em participar da minha matéria. Só faltava mesmo a aprovação delas e preencher o formulário do concurso. O Projeto Bia no Buzzie estava quase começando a voar, só faltava um passo e depois a espera.

~*~

Todas as meninas fizeram comentários positivos sobre a minha matéria, me fazendo dar pulinhos de alegria na frente do computador, tenho certeza que meus colegas de trabalho estavam duvidando da minha sanidade, mas eu estava feliz com os feedbacks. A cada resposta, eu ficava mais confiante, a aprovação de outras pessoas me fazia criar um pouco mais de esperança no meu trabalho. A aprovação alheia era tudo que eu precisava, mas de alguma forma, queria saber o Lis tinha achado, ela passava uma imagem de ser muito sensata e inteligente, com certeza, me falaria se tivesse algo errado.

O feedback dela demorou a chegar e a cada minuto eu checava se não tinha nenhuma nova mensagem.

—Você tá esperando o que? —perguntou Lê, já um pouco irritada com minha rotina de ler um parágrafo e desbloquear o celular. —Alguém vai te mandar a localização e a senha do cofre do Silvio Santos?

—A Lis ainda não respondeu. —disse dando um suspiro. —Provavelmente ela achou uma grande merda e tá tentando achar um jeito de me dizer isso.

—Volta a trabalhar e não me faz pegar ranço de você, Beatriz. Credo, que paranoia, se todo mundo gostou e uma pessoa não gostar, você vai apagar tudo e ficar chorando? Por mim, você já tinha parado de chilique e enviado a matéria de uma vez. —minha amiga brigou. Eu, certamente, estava sendo insuportável e ela só queria paz para trabalhar, então a deixei e fui procurar um café na cozinha do escritório.

Durante a minha pausa da tarde, meu maior desejo era que eu fosse uma bruxa e pudesse fazer algum feitiço de transfiguração, transformar aquele café solúvel ruim no café moído na hora da minha vó. Mas como minha carta de Hogwarts nunca chegou e todo meu dinheiro tinha ido parar no uber, me contentei com a agua suja. Mas antes que eu pudesse ficar muito amargurada pela falta de café, meu celular vibrou com a notificação de Lis.

"Biaaa!!! Eu adorei o que você escreveu, foi tão rápido!"

"Desde que eu li os seus textos, tive certeza de que você é a pessoa certa para escrever sobre isso."

"Eu quero muito te agradecer por ter me dado esse espaço, por me deixar contar minha versão de tudo que aconteceu. Você foi perfeita e me ajudou muito nesse momento."

"Você é uma pessoa incrível, espero que você consiga a vaga do concurso."

Depois da minha dancinha da alegria ridícula, pensei muito antes de responder a mensagem. Por algum motivo, não queria responder nada errado para Lis, mas do que para qualquer outra pessoa. Minha ideia era ser legal o suficiente para conquistar a amizade dela, até trecho de música do Legião Urbana eu pensei em colocar. Maluca e desesperada, era eu mesma, querendo fazer amizade com uma menina com quem conversei por algumas horas.

"Fico muito feliz que você tenha gostado do que eu escrevi, eu não teria conseguido sem a sua ajuda e das outras meninas que concordaram em participar."

"Quanto à rapidez para escrever, bem, eu tenho um trabalho ruim e poucos amigos. Junta isso com algumas noites não dormidas e você ganha várias horas disponíveis."

"Espero que a gente se encontre algum dia desses. <3"

~*~

Depois daquilo, nós duas passamos o dia trocando algumas mensagens, coisas simples, memes, notícias das quais tínhamos que rir, porque se fosse para levar a sério a gente chorava. Conversas típicas entre qualquer jovem brasileiro. Parecia que nos duas já nos conhecíamos a muito tempo, mesmo sabendo tão pouco uma da outra.

Durante a troca de mensagens, ela me convidou para almoçar no dia seguinte no shopping perto do meu trabalho, que, por coincidência, era perto de uma loja que tinha a contratado para fazer algumas fotos da nova coleção deles voltada para o público nerd. Meu plano de fortalecer aquela amizade estava a todo vapor, na minha cabeça, seria ótimo ter mais alguém conhecido em São Paulo, sempre que Letícia ia para o Rio visitar os pais eu me sentia encurralada no meu apartamento.

Assim, depois de mais uma noite de sono de 8 horas muito bem dormidas, de um café reforçado e de uma hidratação bem feita no cabelo, eu estava pronta para sair em público sem que meu gato me julgasse. Os padrões do Gus eram altos e ele não me deu nenhum olhar de desaprovação quando eu saí de casa naquela manhã, um sinal de vitória. Pela primeira vez em dias eu me arrumei de um jeito legal e que me deixou contente comigo.

No meu horário de almoço eu corri para o shopping, não podia perder meus 90 minutos sagrados. Depois de algumas mensagens, eu a encontrei na frente de um dos vários fast foods da praça de alimentação. Por mais que pareça impossível, ela estava ainda mais bonita do que me lembrava. Nos dias que eu fiquei sem vê-la, ela tinha feito uma transformação, o cabelo e as sobrancelhas estavam rosa.

—Amei o cabelo novo. —elogiei durante um abraço.

—Obrigada, eu precisava mudar um pouco. —disse. Ela ainda parecia um pouco triste, mas o cabelo colorido dava um tom diferente, quase como se fosse um algodão doce chateado.

—Ficou ótimo mesmo. Como você tá? Fiquei tão feliz quando você me disse que vinha fazer um trabalho aqui no shopping. —disse, mas logo percebi que tinha falado alguma coisa de errado, ela ficou com uma expressão mais triste.

—A loja decidiu que seria melhor não fazer a publicidade agora, eu também não acho que seria interessante voltar do nada, depois de tudo isso, com uma publi de camisetas.

—Espero que as coisas melhorem logo. —concordei. —O que você quer comer?

Depois disso, nós duas andamos um pouco pela praça de alimentação até entrarmos em consenso sobre o que íamos comer. Eu podia dizer que somos sofisticadas e que entramos em um restaurante chique e caro, mas a verdade foi que, tanto eu quanto Lis, ficamos muito felizes quando encontramos a fila enorme do Subway, típica do horário de almoço em uma área cheia de escritórios.

Quando finalmente tínhamos nossos pedidos, sentamos perto de uma das fontes do shopping. Enquanto nos duas comíamos, Lis perguntou bastante sobre mim, quase como se tivéssemos fazendo uma entrevista, só que dessa vez eu era a entrevistada.

—Então, o que fez você largar BH e vir pra cá? —perguntou.

—Foi uma mistura de coisas. —disse e pensei, mais uma vez, no que tinha acontecido desde novembro. —Eu tava me sentindo estagnada no meu trabalho, no meu relacionamento e na minha vida no geral. Um belo dia, eu acordei e pensei, em quatro meses eu faço 24 anos e minha vida tá indo para um lugar que eu não gosto.

—E você largou tudo e veio?

—Nem sei o que me deu na cabeça. —concordei. —Num dia eu tinha um emprego bom, um relacionamento estável com um cara legal que conheci nos primeiros dias da faculdade. —Lembrar do Rodrigo foi um pouco doloroso, depois de 6 anos, alguns dias eu ainda pensava que ele iria me pegar no trabalho e me levar para jantar. —E no outro, eu terminei com ele, fiz minha mala e adotei 3 pets.

—Se você fosse aluna em Hogwarts, com certeza seria da Grifinória, tem que ter muita coragem pra fazer. —ela disse.

—Sério que você acha isso? —me surpreendi. —Coragem é uma das palavras que não me definem. Minha mãe tá chamando isso de surto. Ela ainda acha que eu vou voltar pra BH noiva e que daqui um ano ela vai virar vovó.

—Não é possível. —ela riu. —Tu deve tá exagerando muito a sua mãe, tadinha.

—Você não conhece a fera. —disse. —Mas e você? Qual seria sua casa em Hogwarts? —tentei tirar o foco de mim um pouco. A conversa sobre Rodrigo não tinha me deixado muito feliz.

—Esse é a grande questão da minha vida. —ela disse me fazendo rir. —Você ri, mas é verdade. Às vezes eu acho que sou da Corvinal, porque sou muito cética, mas o Rafa vive me dizendo que tenho cara de Lufa-Lufa.

—Mas você já fez o teste? O real oficial do site?

—Pois é, esse deu Sonserina. O Rafa disse que deve ser porque eu sou meio ambiciosa. Mas se lá falasse que eu sou uma borboleta, ele iria achar um jeito de provar.

—Borboleta, eu acho que cai bem com o cabelo. —brinquei e ela riu um pouco.

—Talvez eu seja borboleta. —concordou.

Depois de terminarmos de comer e de conversar, Lis insistiu em andar comigo até o escritório e nós duas continuamos a conversa. Era péssimo ter que deixar aquela conversa gostosinha para voltar ao trabalho, mas eu aproveitei cada minuto.

—Mas você não me disse até agora, você tá gostando de São Paulo?

—Bom, desde que eu cheguei aqui, vi pouquíssima coisa, meio que me afoguei no trabalho pra evitar pensar que fiz uma grande merda. —disse parada na porta do prédio.

—Nem a Augusta? O Ibirapuera? —perguntou e eu neguei tudo com a cabeça. —Eu não acredito nisso!

—Às vezes nem eu acredito! —disse rindo da expressão dela. Parecia que tinha acabado de falar que comia bebês fritos no café da manhã.

—Desse fim de semana não passa. Vou te levar na Augusta e a gente vai virar a noite lá. —disse, eu já estava pronta para negar, quando ela continuou. —Nem pensa em negar, você precisa viver uma experiência paulistana raiz. —terminou muito mais animada do que deveria.

—Você não deveria estar tão animada assim. —cortei. —Eu sou um desastre em baladas.

Só de me imaginar ficando a noite toda em uma balada, me dava vontade de rir. Eu tinha 0 habilidades sociais com musica alta e ambiente para dança. Como comecei a namorar muito cedo, nunca tive oportunidade ou vontade de sair muito, sempre fui a versão mais caseira. Um dos planos que Rodrigo, meu ex, e eu fazíamos sempre era cinema ou série em casa. Nosso relacionamento foi baseado em muita pipoca. Passamos seis anos dando de tudo pra ficar em casa e com alguns poucos amigos.

—Vai ser ótimo! —me contrariou. —Você não pode ser tão ruim assim, e, se você não gostar, a gente sai e vai fazer outra coisa diferente.

Nós nos despedimos e eu subi para o escritório, Letícia estava lá, esperando para ouvir tudo que nós tínhamos conversado. Ela não tinha colocado em palavras, mas eu sabia que por dentro ela estava em um conflito interno, estava feliz por eu estar fazendo novas amizades e ao mesmo tempo com ciúmes porque a abandonei durante o almoço.

Nós duas saímos juntas do trabalho e fomos direto para o supermercado perto da minha casa, nossa lista de compras incluía um vinho barato e ingredientes para um brigadeiro. Nós íamos fazer a típica festa do pijama da vida adulta, álcool de péssima qualidade e chocolate, tudo para comemorar o dia que eu enviaria a matéria e o meu formulário para o concurso.

Ela era tudo pra mim mesmo, conseguia fazer as coisas mais divertidas. Depois do banho e dos pijamas, abrimos a garrafa de vinho e fizemos o brigadeiro. Colocamos o notebook no móvel da tv e sentamos juntas no tapete para enviar energias positivas, tudo ideia da Leticia. Quando terminamos todo o ritual que ela inventou, apertamos juntas o botão de enviar. Comemoramos igual crianças recebendo presente, até Gus se envolveu na bagunça. O gato exigente sempre foi um puxa saco da Leticia.

Nós duas estávamos sentadas no sofá quando ela começou a me perguntar sobre como tinha sido o meu almoço com Lis. Ela tinha um problema, precisa saber de todos os detalhes quase como se estivesse presente.

—Ela é tão legal mesmo? Igual parece ser nas lives?

—Acho que até mais, ela tem um papo muito bom. —disse.

Não falei diretamente para minha amiga, mas, depois do almoço, fiquei com Lis na cabeça. Pra mim, ela tinha um ótimo jeito de conversar, sabia deixar a gente confortável e depois de algum tempo, percebi que tínhamos mais em comum do que imaginava quando a conheci. Naquele momento, alguma coisa me dizia que seriamos amigas muito próximas. 



Eae, gostaram? Me deixa um comentário com seu amorzinho, ou com alguma critica construtiva. Se puder me dá uma estrelinha de presenta, eu sempre fico muito feliz quando vocês interagem.

Bom final de ano pra vocês, se divirtam e recarreguem com boas energias pra 2021! Não custa nada inventar um ritual como a Letícia kkkkkkk

Até sexta feira! Com carinho, Rapha <3

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