Laura
Após minha vida virar de cabeça para baixo quando meu pai sumiu com uma ''rapariga'' qualquer, eu nunca liguei muito pra minha família mas ela acaba influenciando na minha vida de várias formas horríveis, tenho uma mania de fugir do mundo de uma forma diferente, ficando com os garotos o que acaba manchando minha reputação, minha irmã mais nova Sasha acaba se envolvendo em várias discussões para me salvar o que acaba sendo bastante admirável.
– Sasha viu aquela minha blusa preta?
– me deixa dormir! – ela diz se virando na cama.
– ah... Qual o problema, você precisa se divertir. – digo enquanto procurava a blusa.
– vivendo como você?
– não é tão ruim.
– praticamente eu já estou no seu mundo, sempre te salvo das merdas que você acaba fazendo. – Sasha diz se sentando na cama.
– olha sem lição de moral agora, tchau! – digo andando de fininho para a porta.
Eram dez horas da noite, já estava indo pra boate do centro enquanto minha irmã dormia e minha mãe ainda não tinha chegado do trabalho, provavelmente era um trânsito enorme.
Na boate tocava a música ''Tremor'', amo músicas eletrônicas e assim que entro vou logo no bar da boate e peço uma bebida enquanto reparava em tudo, tanto nos homens quanto em suas roupas, afinal um homem pobre não é nada.
Paquerar o garçom da boate é o que mais gosto na vida, tinha um crush enorme nele há anos, enfim chegou a hora da minha conversa.
– oi!
– o que? – ele grita enquanto limpava um copo.
– oii!
– não consigo ouvir, tá muito barulhento aqui.
– quando você encerra seu expediente? - digo com um olhar meio safado.
– o que?!
– esquece...
– vem cá, pode entrar aqui, vou dar uma fechada no bar. – ele fala sorrindo.
Ele pega na minha mão e me leva até a sacada da boate a luz do luar, sempre achei isso romântico, o lugar não era nenhum hotel cinco estrelas mas servia para passar o tempo.
– não está tão barulhento aqui não é?
– com certeza não. - falo sorrindo.
– o que você queria senhorita?
– vai me dizer que você é tão formal assim? – digo debochando.
– claro que não, foi uma brincadeira senhorita...
– tá ficando chato isso.
Ele sorri drasticamente e segura em minha mão e coloca em seu peito enquanto olhava profundamente em meus olhos.
– sente isso?
– o que? – pergunto olhando para os lados.
– o pulsar do meu coração ao estar perto de você.
– você diz isso pra todas!
– nem todas... – ele fala acariciando meu rosto.
– então hoje seria uma excessão?
– talvez...
– mas e o seu trabalho?
– ele pode esperar um pouco... – disse ele tirando a camisa.
Olho para ele e acabo me perdendo em seu rosto, no seu olhar penetrador e por fim, dou-lhe um beijo por impulso, ele se afasta rapidamente...
- o que foi?
- eu que tenho que fazer isso. - ele diz determinado.
Ele me pega de um jeito que faz subir um calor imenso no meu corpo, um beijo inexplicável enquanto sua mão passava e descia pelas curvas do meu corpo chegando a minha bunda e a cada aperto meu coração pulsava mais e mais, transar na sacada de uma boate não era um lugar ideal mas com aquele homem era tudo o que eu queria, tanto para esquecer os problemas quanto para me satisfazer de prazer...
Acordo no chão da dispensa da boate onde fizemos amor praticamente a noite toda, ele não estava ao meu lado o que me deixa bastante zangada, nem sabia seu nome, pego minhas roupas e a visto rapidamente e chego em casa de manhã abrindo a porta lentamente e passos silenciosos porém não adiantou tanto, acabo levando um susto enorme ao ver minha mãe saindo da cozinha.
– onde estava! - perguntou minha mãe olhando para mim.
– mãe eu...
– não precisa falar, você acaba sempre me magoando.
– mãe eu não faço por querer é só que eu me sinto presa!
– e você acha que eu não me sinto? Toda a semana trabalhando em uma estação de metrô pra trazer do bom e do melhor pra você e sua irmã, e você não reconhece isso? Eu não consigo mais! – dizia ela aos choros.
N
ão consigo dialogar com ela dessa forma, eu vejo seu esforço mas estou esgotada de recursos para torna-la feliz, enfim essa semana de férias de verão estavam acabando e finalmente estaria perto de acabar a faculdade.
Entro no quarto batendo a porta e acordando minha irmã num pulo só.
– você tá louca?
– Sasha eu só faço merda na minha vida!
– o que você fez agora? - diz a minha irmã se levantando da cama.
– transei com um cara na boate que nem sei seu nome e discuti com a mamãe sem saber o que falar depois do desabafo dela.
– o que?
– ela está desamparada enquanto o nosso pai está com a vadia da Lully em Bahamas.
– o que está pensando em fazer? – disse Sasha preocupada.
– assim que essa semana de aula da faculdade passar, vou final de semana pra lá, preciso contar o que estamos passando!
– e acha que ele vai largar tudo nas Bahamas pra salvar a gente? - disse Sasha meio indecisa.
– não, porém farei ele vir, nem que eu faça um inferno na vida dele.
– Laura não esqueça que ele é nosso pai.
– pai que abandona a gente sem mais nem menos? – falo enxugando as lágrimas.
– é diferente, ele nos abandonou para viver sua própria história de amor...
– então ele destrói a história de amor da mamãe?
– bem... Isso foi um erro, mas na minha opinião ninguém é feliz pra sempre. – diz Sasha sorrindo.
Aquelas palavras vindas da Sasha foram lindas, porém não conseguia digerir tudo aquilo, de repente a mamãe nos chama com uma voz digamos que feliz e despreocupada, meu rosto ainda estava manchado da maquiagem quando misturado com minhas lágrimas mas mesmo assim diu as caras junto com a Sasha.
– filhas, quero apresentar vocês a alguém.
– quem é esse? - pergunto preocupada.
– prazer meninas sou o Peter e estou apaixonado por sua mãe assim como ela está por mim.
– como assim? - pergunta Sasha descendo as escadas.
– Laura e Sasha não questionem, estou feliz... – disse minha mãe beijando Peter em seguida.
– do nada você aparece com esse cara, o que quer que venha de nossas cabeças? – digo quase aos berros.
– meninas só foi isso que queria dizer, vamos tomar sorvete querem?
– não... – disse acompanhada de Sasha quase no mesmo tempo.
Eles saem de mãos dadas, fico observando pela janela e um lado meu estava feliz por minha mãe ter superado nosso pai agora outro lado dizia que tudo aquilo estava errado.
– o que está pensando?
– sinceramente... Não sei, nem sei mais quem é nossa mãe Sasha...
– como?
– ela não está sendo ela mesma.
– você poderia dar um voto de confiança para ela sabia. – disse Sasha sentando-se no degrau da escada.
– Sasha, isso não é normal, ela estava uma fera assim que cheguei, não faz nem dez minutos!
– eu sei, uma parte quer dar essa confiança, mas a outra... Espere aqui já volto.
A deixo falando sozinha na sala de estar e corro para alcança-los, não sei porque mas apenas tinha agido por impulso, ela não estava normal e enquanto ela falava percebi que seu olhar era de preocupação assim que apresentou o Peter, depois de umas corridinhas vejo os dois em um beco escuro conversando, fico olhando atentamente, não tinha nada de sorvete, e muito menos arco-íris nessa paixão, ele gritava e estapiava seu rosto, não podia ficar só observando mas não conseguia me mexer diante daquela situação tudo o que fazia era desmanchar em lágrimas enquanto observava tudo aquilo sem poder fazer nada.
Não consigo dormir após ver aquilo tudo, também não conseguia falar com ela nem olhar na sua cara por mentir para a gente, estávamos maus de problemas financeiros óbvio, mas aquele cara tinha alguma coisa que ela queria ou fornecia algo para ela e para nós.
Levanto da cama e vou até seu quarto, bato na porta e ela felizmente deixa eu entrar, nunca tivemos uma conversa sincera durante muito tempo, pra ser mais exata desde que meu pai saiu de casa.
– mãe?
– oi Laura. - ela disse escondendo uma caixa debaixo da almofada.
– sabe que pode contar comigo pra tudo não sabe?
– sim... Vocês são tudo que me restou.
– mãe... – digo quase travando.
– pode falar.
– ontem eu... Eu segui você e seu tal namorado e vi tudo, queria ter feito algo mas não podia eu fui covarde.
– ...
Tudo o que recebi dela foi seu humilde silêncio seguido por lágrimas, ela deita em meu colo enquanto chora, algo era muito difícil para ela contar assim simplesmente e eu acabava me sentindo mal por tudo aquilo, queria poder ajuda-la mas tudo precisava de tempo, tempo para ela saber que tinha meu total apoio para falar qualquer coisa comigo, mas não sabia eu que esse momento já havia chegado.
– Laura...
– pode confiar em mim mãe, estarei com você.
– seu pai ele...
– mãe, você consegue. - digo determinada com minha mão segurando sua mão.
– ele é mafioso, depois que eu descobri eu acabei com ele e eu tenho provas escondidas por todo o lugar da casa que podem prende-lo mas ele começou a me torturar depois que liguei para ele pedindo dinheiro e então eu ameacei contar tudo.
– aquele que batia em você era ele? – pergunto confusa demais.
– não, era um capacho dele e não vai sair da cidade até encontrar as provas e levar para Bahamas.
Olhava em seus olhos e via seu sofrimento que era passado consequentemente para mim e para a Sasha, não sabia mais o que fazer a não ser ajuda-la a descobrir e fazê-la entregar as provas para a polícia, mas não seria nada fácil...
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