A Faculdade
Já estava ficando tarde a medida que Alice apressava o Uber para ir mais rápido, ela esperava algo mais do Rafael, um beijo talvez ou até uma explicação pelo que tinha acontecido naquela noite quando ela tinha brigado com seu pai, mas talvez alí mesmo ela tivesse percebido que no caso do Rafael seria menos compromisso e mais desencontros pois ele fingiu que nada havia ocorrido entre eles praticamente.
Finalmente ela chega na faculdade Krinstow, o campus era uma coisa incrivelmente linda, várias árvores e algumas mesas de piquenique espalhadas pelo gramado, no centro uma fonte onde no topo tinha uma águia, animal que possivelmente representa a faculdade, ela vai andando olhando para todo o lugar possível e admirando a beleza daquele lugar.
Entrando na faculdade estava uma mulher sentada atrás de um balcão mexendo no computador.
– com licença... – disse Alice se aproximando.
– pois não? – falou a moça ainda olhando para o computador.
– poderia me dar a chave do meu quarto?
– seu nome por favor...
– Alice Cooper...
– veterana não é?
– sim...
– toma... – disse a moça lhe dando a chave. – já sabe as regras de tudo não é?
– sei sim...
– ótimo, cada pessoa do quarto tem uma chave então se perder... pena.
– já sei...
– esse ano ao invés de duas pessoas dividindo um quarto serão três!
– o que! – berrou Alice no mesmo instante. – já não é difícil o bastante conviver com uma pessoa agora são três!
– esse ano Krinstow se tornou mais procurada, principalmente depois das férias de verão, vários alunos foram transferidos...
– que ótimo! – falou Alice pegando suas malas e saindo a procura do quarto.
A faculdade não tinha mudado muita coisa além do fato da divisão dos quartos mudarem, Alice era uma pessoa que preservava a sua intimidade, nunca teve alguém para confiar algo de importante então sempre foi ela por si só.
Na chave estava uma etiqueta que dizia o número do quarto “12”, os quartos ficavam no quarto e terceiro andar sendo o quarto andar a ala dos meninos e o terceiro a ala das meninas, o segundo eram as salas de aula enquanto o primeiro continha a recepção, banheiros, sala dos professores e a direção, a biblioteca tinha um prédio só pra ela, era enorme com muitos livros e também tinha a quadra de esportes, piscina, vestiário e também os prédios das fraternidades, quatro fraternidades ao todo sendo duas femininas e duas masculinas, Alice pertencia a “Lovers” o símbolo era um tigre com um belo coração na cabeça a outra fraternidade feminina se chamava “Crowns” onde seu símbolo era uma coroa.
Alice por fim achou o quarto e assim que entrou já desanimou ao confirmar o que a recepcionista já havia dito, três camas.
– não acredito nisso! – dizia ela olhando para as camas desanimada.
Após inspecionar o quarto por completo ela pega as malas e coloca em cima da cama do meio e começa a desfazer colocando as roupas no guarda-roupa até ser interrompida quando seu celular toca.
CELULAR (ON)
Alice: alô?
Rafael: onde você está?
Alice: desfazendo as malas...
Rafael: estou aqui em uma das mesas de piquenique, podemos conversar?
Alice: ...
Rafael: está aí?
Alice: ia dizer uma coisa mas deixa pra lá.
Rafael: o que?
Alice: depois eu termino de arrumar isso, estou indo.
Rafael: certo... estou te esperando.
CELULAR (OFF)
Alice larga as coisas em cima da cama, põe seu celular no bolso da calça em seguida pega a chave e tranca o quarto indo em direção do Rafael que sabe-se lá o que queria falar com ela...
Rebecca assim que pegou o Uber foi o caminho todo pensando como seu irmão iria levar a vida sem ela, os dois eram bastante grudados só não se falavam tanto, Rebecca mexia no celular olhando as fotos da faculdade para qual estava indo, uma parte dela havia gostado mas a outra clamava por socorro, ela estava vendo as fotos dos dormitórios até aparecer uma mensagem da Milena.
MENSAGEM (ON)
Milena: você foi embora sem se despedir?
Rebecca: não tive escolha Mi...
Milena: como não teve escolha? era somente mandar uma mensagem.
Rebecca: foi o que eu pensei em fazer mas... não sei o que deu em mim.
Milena: você já foi melhor como amiga sabia.
Rebecca: a culpa não é minha pelo fato de eu estar agindo assim!
Milena: então a culpa é toda minha?
Rebecca: foi você que começou com aquela merda de conversa!
Milena: então tudo isso é por conta da conversa? por Deus Rebecca, você já foi mais fácil de entender.
Rebecca: eu nunca fui fácil Milena, só deixava você achar que podia me entender...
Milena: então é isso?
Rebecca: provavelmente sim...
Milena: ok... espero que me bloqueie e exclua meu número pois irei fazer o mesmo!
MENSAGEM (OFF)
Rebecca enxugava seus olhos com a manga de sua blusa enquanto guardava o celular em sua bolsa, ela escora a cabeça na janela do carro e mais lágrimas descem de seus olhos.
– está bem moça? – perguntou o motorista.
– ah... sim... estou bem! – respondeu ela se ajeitando no banco de trás.
– estamos quase chegando...
– certo.
O motorista estava certo, não demorou muito tempo para ela chegar no campus, ela paga o moço e o agradece, e lá estava ela parada com suas malas olhando para a porta de entrada da faculdade, ela observava tudo, o lugar parecia ainda vazio tudo que ela viu no campus era um rapaz sentado em uma das mesas de piquenique.
Rebecca respira fundo e vai em direção a porta sem desviar o olhar dela, sobe os poucos degraus e após abrir a porta ela esbarra em alguém, a mala de Rebecca escorrega de sua mão e cai dos degraus até chegar no último e abrir derrubando todas as suas roupas no chão.
– tá cega! – exclamou Rebecca.
– não fofa, estou com os olhos onde deveriam estar, você que parece meio descolada daqui! – respondeu Alice.
– olha o que você fez!
– não tenho culpa se você é pobre e compra essa mala ridícula que qualquer toque ela se abre! – Alice gritava.
– pra sua informação pareço pobre por que pelo menos sou humilde diferente de você!
– com essas roupas de segunda mão?
– garota você está me estressando! – respondeu Rebecca rangendo os dentes.
– só é você se manter fora do meu caminho!
– pode deixar, de pessoas como você eu quero é distância!
Rebecca desce os degraus para apanhar suas roupas e Alice continua sua jornada até o encontro do Rafael que havia lhe chamado.
Rebecca se segurava para não se descontrolar logo no primeiro dia, assim que apanhou todas as roupas ela subiu e foi direto para a recepcionista que agora estava de pé bebendo um copo d'água.
– nome... por favor. – pediu a recepcionista se sentando.
– Rebecca Sifuente.
– bem vinda, foi transferida não foi?
– sim... – disse Becca abaixando a cabeça.
– toma, aqui está a chave de seu quarto, cada pessoa tem apenas uma chave, se você a perder não ganhará outra, você irá dividir o quarto com outras duas pessoas... – continuava a recepcionista enquanto digitava. – ...quero lhe alertar que respeite as coisas dos outros e que...
– tudo bem, já li as regras de convivência no site da faculdade. – respondeu Rebecca revirando os olhos.
– certo... pode ir, esse primeiro andar fica a recepção, sala dos professores, direção e banheiros, no segunda andar são as salas de aulas junto com uma sala para os estudantes relaxarem e no terceiro e quarto ficam os dormitórios.
– certo, obrigada...
Rebecca segue seu caminho com a chave que mostrava o número “12”, ela não estava tão contente pois já tinha arranjado uma briga e sem falar que havia perdido sua melhor amiga, ela chorava subindo as escadas pensando em tudo, passou pelo segundo andar e finalmente chegou no terceiro até que achou o quarto 12 e entrou, viu que pelo menos já tinha chegado alguém e que não ficaria tão sozinha, ela escolhe uma cama, põe tudo no chão e vai dormir após colocar seu fone enquanto fechava os olhos suas músicas agitadas tocavam mais e mais.
Laura estava querendo ir para a festa Red Cup mas não podia deixar sua irmã e sua mãe nas mãos daquele psicopata, ela estava contando nos dedos quantos dias faltavam para chegar no próximo fim de semana onde ela iria até seu pai e o confrontaria cara a cara, se ele quisesse atacar a mãe dela teria que ataca-la também, esse era o pensamento dela.
–
mãe? – chamou Laura enquanto entrava no quarto de sua mãe.
– oi filha!
– aquele homem vai ficar vindo aqui?
– não...
– mãe, segunda eu vou para a faculdade, quero sair daqui sabendo que vocês vão estar em segurança.
Laura queria de verdade ter uma conversa definitiva com sua mãe mas ela apenas continuava em silêncio.
– seu pai ligou... – disse ela se levantando da cama.
– pra que? – Laura pergunta assustada.
– ele disse que iria vir aqui pessoalmente...
– pessoalmente? quando?
– não sei, ele não entrou em detalhes, só sei que ele vem e talvez passe alguns dias aqui.
– aqui nessa casa ele não fica! – exclamou Laura se levantando da cama.
– não temos um mar de escolhas no momento Laura.
– sei que não temos, mas tem vários hotéis por aí, por que ficar justamente aqui...
– você e eu sabemos o por que...
– se aquela vadia da Lully também vier eu juro que não sei o que sou capaz de fazer!
– filha, provavelmente ele virá dia de semana...
– e você acha isso normal?
– ele vai querer as provas que eu tenho... – dizia Aleida. – ...mas estão bem escondidas.
– espero que estejam, nem quero ver quais são essas provas...
– é melhor assim talvez, vamos descer?
– vamos, estou morta de fome.
As duas foram descendo as escadas diretamente para a cozinha onde iriam preparar algo para o almoço, Sasha ainda dormia, Laura e sua mãe não queriam acordá-la naquele instante então tiveram um momento família enquanto conversavam sobre o Jhon, Lully e as tais provas na qual ele tanto queria...
Não demorou muito para o almoço ficar pronto, lá estavam as duas sentadas na mesa ainda conversando, agora sobre roupas para bailes e coisas do tipo até alguém bater na porta, um silêncio invade a cozinha, Aleida se levanta mas logo é impedida pela Laura.
– deixa que eu vou...
Laura se levanta da cadeira e segue para a porta e ao abrir encontra uma caixa aos seus pés.
– é uma caixa! – disse ela confusa.
– devemos pegar? – perguntou Aleida da cozinha.
– por vias das dúvidas, me passa um pano.
Aleida rapidamente pega um pano em uma das gavetas e entrega para Laura que pega a caixa cuidadosamente e põe em cima da mesa.
– devemos abrir? – pergunta Laura com medo.
– provavelmente deve ter algum recado dentro da caixa filha.
– então por que não deixaram fora da caixa?
– pra sermos forçadas a abrir! – disse Aleida.
– então tá...
Laura abre a caixa e tem um leve susto com o que vê, uma cobra naja estava dentro porém estava morta, a caixa fedia muito e perto da cobra estava um bilhete, Laura o pega e em seguida abre rapidamente e começa a lê-lo em voz alta.
BILHETE
“Sei que nesse instante você já pegou a caixa e viu o que tinha dentro, cobra é considerado um ser com veneno e pode trair uma pessoa a qualquer momento sem pensar duas vezes, Aleida você sabe quem é, estou ficando realmente impaciente com tudo isso, espero que pelo bem das meninas você pense no melhor para todos nós!”
Laura larga o bilhete novamente dentro da caixa e fixa seu olhar em sua mãe que estava totalmente paralisada de medo, a tortura que o pai da Laura andava fazendo com ela era insuportável.
– filha, acho melhor... entregar de...
– não! nem termine essa frase! – gritou Laura.
– vai ser bem melhor vamos combinar!
Naquele instante enquanto as duas discutiam Sasha entra na cozinha e fica de boca aberta ao olhar para a caixa que estava em cima da mesa destampada.
– o que é isso? – perguntou Sasha confusa.
– é... não é nada. – falou Laura.
– nada? parem de mentir pra mim, vocês vem mentindo por muito tempo e eu já estou cansada disso tudo, acham que eu não percebo? não querem me contar por que não tenho idade suficiente? acordem por que juntas somos mais fortes! – gritava Sasha.
– Sasha para... vamos te contar... – disse Laura olhando para sua mãe que estava chorando sentada na cadeira.
Tudo aquilo estava se tornando um imenso pesadelo e para isso elas precisavam resolver aquilo de uma vez por todas ou então o próximo aviso poderia ser bem pior.
🌼 Continua 🌼
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