Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

When The Sun Goes Down

A HUMANIDADE SEMPRE, DESDE OS PRIMÓRDIOS, temeu a escuridão, mas deliciavam-se nela feito crianças travessas, atraídas pelos seus encantos ilusórios. Absorviam toda luxuria secreta e o refúgio que proporcionava, também embebiam-se uns dos outros com as sombras como esconderijo. Eram seres irônicos pelas contradições e podres pelos desejos e atitudes profanas. Permitiam que as trevas as devorassem de bom grado, incitavam até mesmo sua manifestação. Ainda assim, preferem a luz para se abrigarem.

Entretanto, da mesma impetuosa maneira que lidavam com a covardia, ainda se atreviam a desafiar os domínios lúgubres da escuridão. O mundo se estabeleceu ignorante, vivendo a falsa sensação de segurança e se apegando ao legado de Sparda, embora muitos já não se guiassem em contos de fadas. E aqui estava, disposto a ascender a pólvora que pode muito bem ser o detonante para uma catástrofe maior, não a nível global, a um nível pessoal. Precisava de uma razão muito poderosa para movimentar as peças e tinha quer ser agora.

O brilho das diversas placas dos estabelecimentos iluminavam as ruas enquanto as pessoas consumiam-se em diversões noturnas.

Desligando seus pensamentos desnecessários e concentrando totalmente sua atenção na pequena movimentação, observou mais atentamente o neon azul com letras cursivas destacando o nome do local cuja fama dúbia - Devil May Cry - se devia ao chamariz que seria. Eles atraiam demônios e os eliminava.

Sem pressa, atravessou em passos firmes a rua com o objetivo a vista - aproximando-se lentamente da agência. Com o arquivo de memórias que acessou de Diva, tinha conhecimento a respeito do dono e o que ele fazia. Chegando a entrada, abriu a porta sem cortesia. O rapaz que reconheceu de imediato o encarou com uma expressão entediada, não gastando muito tempo em analisá-lo. Ele parecia mais entretido em organizar seu extenso arsenal exposto que recepcionar o cliente. Caminhou para perto de algumas prateleiras com livros e objetos peculiares, então encurtou a distante entre si e o meio-demônio.

- Você se chama Nero, não é? - com a menção de seu nome, Nero ergueu a cabeça, seus olhos ligeiramente estreitos. - Um faz tudo.

- Depende. - retrucou, sugerindo uma postura mais ofensiva.

- Eu preciso dos seus serviços pra achar uma pessoa - retirou do bolso uma fotografia, mostrando para o jovem.

A neutralidade abandonou Nero e seu semblante alterou-se, endurecendo. Pegou sua pistola assinatura e, com a adrenalina jorrando em suas veias e aquecendo seus músculos, disparou repetidas vezes sem dar ao luxo de parar sequer alguns segundos para recuperar-se do susto. Os projéteis desapareceram em um rastro de poeira diminuta, desfeitas por um poder assombroso que pertencia unicamente a entidade que originou tudo - a Escuridão.

- Sebastian. - Nero rosnou, fazendo o senhor das trevas sorrir solenemente. - O que você quer?

Antes que obtivesse uma resposta, Kyrie, assustada com os barulhos estrondosos, apareceu. Nero sentiu o chão sumir sob seus pés quando o terror e a possibilidade do pior acontecer com a garota ali, vulnerável e desprotegida.

- Kyrie, volte pra dentro! - ordenou imperativo. Congelada no lugar, mesmo com o cérebro e o namorado gritando para correr, suas pernas não lhe obedeciam. A presença daquele homem estranho causou um medo incomparável, um sentimento de horror que não tinha palavras pra descrever. Sebastian agarrou o braço de Nero com extrema rapidez, lançando-o para longe, contra as prateleiras. Curioso com a reação do meio-demônio em relação a garota, andou até ela. Kyrie instintivamente encolheu-se, apavora e incapaz de fugir.

- Ela é sua namorada, suponho. - grosseiramente puxou o queixo dela para cima e encará-lo. Sebastian notou algo, pequeno demais para ser notado se não prestasse devida atenção, porém tinha certeza da existência dele.

- Deixe-a em paz, seu filho da... - seu apelo foi interrompido com o som cruel de estalo seco, como se algo quebrasse. Por um momento pensou inocentemente que estava ficando louco por alucinar com ruídos, mas não era tolo pra ignorar a verdade por mais devastadora que fosse. Em pânico mudo, observou a mulher que amava cair flacidamente no chão, sem vida.

- Não... Kyrie... - vociferou.

Com seu gatilho ativo, seu corpo fora completamente tomado pela raiva. Os pensamentos que surgiram tornaram-se frenéticos e incoerentes, os gritos de fúria que exalava a cada respiração pulsavam em seus ouvidos e reverberavam no ambiente aumentando a pressão já presente no ar.

Sebastian não abalou-se diante do desafio, tinha plena consciência de que o garoto estava em estado irracional de ódio. Lembrava de experimentar uma sensação semelhante aquela, esta vinha de sua irmã ao que pareceu anos demais para que pudesse relembrar. No entanto, conseguia recordar de absolutamente tudo do fatídico dia, onde o destino dele e de Arya chocou-se brutalmente. Isso nunca seria enterrado, nunca esqueceria. O mesmo tempo que passara trancado, prisioneiro da ardilosa armadilha de Arya não se apagarão. Ela dizia com tanta doçura que ainda o amava, mesmo em seus momentos finais antes de selá-lo, repetira essa tão cínica mentira.

O ódio que alimenta um propósito, ponderou. E nutriu Nero com essa chama indubitável e venenosa.

Ele viria para matá-lo.

- Essa é a declaração de guerra que faltava. - anuiu com placidez, atiçando ainda mais a fúria animalesca do jovem Devil Hunter. - Deseja se vingar, não é? Venha até mim, me odeie mais que qualquer coisa, mas nada mudará o resultado final.

Sebastian reconheceu algo no fundo do mar azul dos olhos do caçador, algo que remontava o passado - uma lembrança distante. Por um segundo, um instante fugaz, hesitou em suas convicções e em seus atos, no quanto aquilo significaria. No entanto, não durou o suficiente para que fizesse um exame completo de consciência.

Haviam verdades absolutas e uma delas que o mundo que nasceu de sua escuridão deveria retornar a condição original na qual nunca deveria ter saído. Cumpriria seu desejo e nada iria impedi-lo. Desviou com fluidez e elegância do soco do meio-demônio, pegando o braço dele - o tão orgulhoso Devil Bringer. Num movimento displicente, arrancou o membro vendo o sangue jorrar, tingindo o chão com o doentio tom carmesim característico. Dessa vez, os gritos que ele emitiu transmitia a dor crua de uma amputação forçada. Aos poucos, os ruídos cessaram indicando a falta de fôlego juntamente com os efeitos da hemorragia.

Ainda mantinha o braço em suas mãos, fitando Nero. Em uma última troca de olhares, levou consigo a importante parte do garoto, do que ele aceitou ser.

×××

AO INTERROMPER O CURSO DO BEIJO, separando os lábios com o sabor doce rescendendo em seu apurado paladar, repousou o olhar na amante que resfolegava timidamente, recobrando uma singela parcela de alento. A face tingida com um rosado característico que percorria, em sutis salpicadas como tinta espargida em um quadro imaculado, dos ombros até mesmo pelos seios desnudos que subiam e desciam ao ritmo de sua respiração entrecortada. Inclinou-se ligeiramente para prová-la mais uma vez e saciar a ânsia crescente e febril que o incitava a prosseguir e reivindicá-la para si, embora soubesse que ainda se encontrava um pouco distante de seu coração atualmente. No entanto, havia uma fagulha, uma chama diminuta que bravamente lutava para se manter acesa, da paixão e o carinho que construíram juntos após anos de idas e vindas, talvez essa última esperança bastasse para reavê-la.

Diva deslizou a mão trêmula pelo seu rosto, um gesto que se tornara simbólico dentro do que já passaram há meses, como se existisse ali uma necessidade quase irrefreável de constatar o quão real ele era, memorizando através do tato cada mínimo contorno. O perfume dela se infiltrava em seu olfato atiçando mais sua vontade. Sem perder mais tempo com pormenores, Dante retomou o beijo com mais gana, esmagando os lábios nos dela de um modo desleixado perdidos no ato e na proximidade, do calor compartilhado. Havia uma confusão de gemidos desconexos e a raivosa necessidade por mais contato, mesmo que ambos já não tivessem mais nenhuma peça de roupa que os separasse - permitindo que as unhas de mulher fincassem em suas costas e as mãos dele apertassem a carne tenra e espalhassem manchas rosadas.

Pareciam apressados para se devorarem.

Diva rompeu o beijo ofegante, os lábios avermelhados e levemente inchados. A visão fez Dante sorrir convencido do estado dela e do quanto conseguia afetá-la antes mesmo do evento principal. Ela mexeu no cabelo desalinhado dele, entorpecida pela voracidade do caçador que lambia e chupava a clavícula, se deliciando com o perfume doce e floral que manava, despertando a fera faminta dentro de si.

Suas mãos deslizaram pelas curvas dela como se reconhecesse cada detalhe como ninguém, sabendo onde e como estimular para transformar a mulher em massa sob seus cuidados.

Diva reclamava ocasionalmente por ser, segundo suas próprias palavras, menos voluptuosa que Trish e Lady, mas não via nenhum problema no tamanho modesto do busto dela. Eles cumpriam bem seu propósito: bonitos, cabiam perfeitamente em suas mãos e eram macios para apertar, o que sempre implicava com o caçador dedicando mais tempo a área entre depositar beijos que a arrepiavam a sugar, sem pudor algum, os mamilos, em alguns momentos, quando se lhe permitia ser mais duro, os mordiscava, roçando provocativamente os dentes apenas para voltar a mergulhar a boca neles. Por mais que não tivesse partes específicas para classificar como preferidas para explorar, Dante particularmente gostava de tudo que a mulher considerava uma insegurança, mostrando que cada centímetro dela estava perfeitamente bem.

Enquanto a cobria de beijos, percebeu as marcas na tez corada e a que mais lhe chamou atenção: uma cicatriz abaixo do seio esquerdo, apontando diretamente ao coração. Como poderia esquecer? O pacto, o golpe e tudo que aconteceu naquele dia nunca sairiam de sua mente, gravados a ferro quente. Sua intenção nunca fora lhe causar algum dano, entalhar uma memória dolorosa em um risco, mas não tinha como evitar. Na época Diva estava sob controle de Sebastian e sua salvação exigia sacrifícios.

Plantou um longo e demorado beijo ali, reforçando a ideia de que não tinha nada errado com sua amante.

Diva o puxou para um abraço diferente de todos que compartilharam antes, seus dedos afundando nos sedosos cabelos prateados do caçador que soltou um suspiro relaxado. Enterrou o rosto no pescoço delgado, roçando o nariz pelo local, apenas escutando o som da pulsão acelerada e cheia de expectativa da jovem. Estava inebriado pelo perfume natural impregnado em sua pele e nos longos cabelos castanhos, mexendo o quadril involuntariamente contra o dela e ganhando uma arfada contida.

Dante escutou os soluços que ela lutava para reprimir, não querendo revelar sua fraqueza em uma circunstância tão vulnerável. O caçador a envolveu com os braços firmes, protetores e cheios de compreensão, colando seus corpos nus mais do que era fisicamente possível, quase fundindo-se em uma só forma.

- Eu paro se desejar. - sussurrou em um tom suave, um pouco rouco pela sessão intensa de amassos.

- Não, eu quero. - afirmou, enlaçando o pescoço do caçador e o encorajando a continuar com um beijo mais carente, que prontamente fora retribuído.

Diva estremeceu.

Alerto a qualquer sinal de incomodo, se empurrou para dentro dela com um rosnado gutural, imobilizando o quadril para que a mulher se ajustasse com a intrusão. Deu algumas investidas superficiais para se acomodar melhor, arrancando um silvo tímido de Diva. Aquilo fora o bastante para iniciar os golpes em um ritmo mais intenso, balançando-se em uma velocidade moderada e com menos força que o usual. Esfregou delicadamente o clitóris estimulando o feixe de nervos que atuou como gatilho para que a mulher, em um frenesi sexual, cantarolasse seu nome.

Diva emitiu um gemido devasso e languido com a primeira investida profunda. Ditava sempre ritmo lento de início antes de seguir com impulsos mais implacáveis, enterrando-se fundo nas paredes aveludadas. O próprio caçador se esforçou mais do que pensou para não gozar no mesmo instante.

Dante tinha uma fama considerável e agia com bastante arrogância a esse respeito, era um perito em muitas atividades além do imaginário, dentre sua paleta de especialidade estava saber onde agradar Diva, tendo um mapa mental completo de todos os pontos sensíveis e que a levariam ao êxtase e não poupou energia para tal. Tudo no qual poderia trabalhar em sua amante, ele administrava com convicta destreza.

Diva entoava seu nome como uma oração, um clamor desesperado e que o fez com que estocasse com mais vigor, atendendo seus pedidos incoerentes por mais.

O mestiço se concentrou nas necessidades primordiais da sua amante, seguindo com os movimentos que tinha plena consciência que ela queria, explorando com os lábios ávidos suas zonas erógenas e usando as mãos e os dedos para extrair o máximo do prazer que conseguia com maestria, dominando-a, a tomando para si.

Escutou o murmúrio antes de senti-la se comprimir contra si, o que serviu como um aviso e um novo arrebato, não diminuindo seus golpes enquanto perseguia seu orgasmo com mais fúria, fodendo-a até a saciedade. Seu quadril que batia contra o dela, perde a cadência regular e passa a irromper errático antes de se liberar em ondas distraído demais na névoa de luxúria para se importar em ter gozado dentro, enchendo-a com sua semente.

Seu corpo gasto caiu cuidadosamente sobre Diva que arquejou surpresa, o colchão estalou com o súbito acréscimo com o peso. Se pudesse, ficaria assim com ela, em seu mundo que compõe o quarto que ocasionalmente dividiam, mas estava mais que seguro que nunca aconteceria. Tinham que retornar a realidade e lidar com um mundo sob uma nova ameaça, contudo, permaneceria do lado dela até que não o precisasse mais - o que não queria que chegasse nesse limite.

Ainda tão absorta quanto o mestiço, Diva afagou a cabeça do amante com doçura.

Ele pegou uma das mãos dela, sem cerimônia, beijando o dorso.

Se perguntou o quanto essa paz duraria.

Se entregou ao calor reconfortante de Diva, adormecendo com ela.

Diva acordou com brusco solavanco, gritando quase que um 'não' engasgado e sôfrego. O sonho parecia real demais pra assimilar, quase sentia como se estivesse presenciando a cena. Cada parte de seu corpo tremia em um febril e incontrolável êxtase sombrio, o medo visceral rastejava sob a pele abrindo caminho e corroendo-a por dentro. O simples ato de respirar custava demasiado esforço. Quando voltou totalmente a si, recuperando o fôlego, vasculhou com olhos ávidos o cômodo: a visão vagamente nebulosa, enxergou cores e formas familiares, porém sem distingui-las com precisa exatidão. Lentamente tudo ao seu redor ganhou nitidez, distinções e até mesmo o cheiro de álcool acentuado que incomodou seu nariz estava mais perceptível. Acostumada com a luz matutina que penetrava as persianas, tomou mais consciência de onde e como encontrava-se, emaranhada entre lençóis.

Mexeu um pouco o lençol fino que a cobria, saindo do conforto da cama. Avaliou com sarcasmo o produto da noite agitada que passara com Dante regada a piadas infames e um licor - algo que surpreendentemente não era de seu feitio. Fitando seu reflexo no espelho: a figura esbelta e atlética que transformou-se nos meses que estivera naquela dimensão cheia de marcas maculando a suave e levemente rosada palidez. Nenhuma delas doía e graças ao seu processo de regeneração sobrehumano, antes do dia terminar, não as veria mais. Caminhou preguiçosamente para o banheiro, ignorando a sutil queimação entre as pernas. Ela jurou não cometer a imprudência de ceder ao consolo que Dante oferecia. Tinha inúmeras razões para querer distância de contato, ainda maior um íntimo. Sua falha em negar aproximação - e uma que a instigava além de qualquer outra - fazia com que tivesse um tipo de ressaca moral, toda vez que caia na tentação, no dia seguinte prometia árdua e duramente não fraquejar. E essa determinação não durava tanto, só até ficar vulnerável e o acúmulo de seus problemas recaíssem sobre suas costas, obrigando-a a procurar formas de se distrair com outras coisas ou unicamente não pensar em nada.

Admitiu para si que estava presa em um ciclo vicioso, mentindo pateticamente para seu bom senso em uma supérflua desculpa de que todos os envolvidos sairiam beneficiados, sem corações partidos. Condenava-se constantemente por alimentar um vício afetivo que apenas proporcionava um prazer e esquecimento temporário. Também acreditava que os sentimentos desenvolvidos pelo meio-demônio embriagava seu raciocínio, aumentando mais a tendência de acabar nos braços dele - o que denominava como um defeito imperdoável de não resistência. Chegara em um ponto que evitava ficar muito tempo no mesmo espaço compartilhado, mas se tratando de Dante, a tarefa de difícil ia pra impossível.

Por mais que seus motivos fossem mais que convincentes para não reestabelecer um relacionamento mais concreto, ainda o amava, o desejava e queria ficar com ele. Todavia, o orgulho sempre seria um dos fatores que impediam essa ideia.

Jogou um pouco de água no rosto para despertar totalmente, aliviando a ardência em seus olhos com as ansiosas lágrimas querendo sair.

Forçou um longo suspiro, engolindo as emoções distorcidas que queimavam em seu estômago.

Escovou os cabelos, desembaraçando-os com evidente desinteresse. Eles caiam graciosamente como ondas pelos seus ombros a medida que os penteava, reparando mecha por mecha pacientemente. Abriu o pequeno armário embutido do espelho da pia e olhou para os frascos de comprimidos, procurando em meio a eles um em especial. Com um suspiro desanimado, segurou o anticoncepcional e verificou a quantidade que ainda tinha a disposição.

Detestava tomar aquilo, se sentia enferma ao ingerir e o coração palpitava.

Seu coração... Tossiu em uma crise brusca que contraiu sua barriga em uma ameaça de vômito que não tardou a ocorrer. Se debruçou sobre a pia despejando todo conteúdo do estômago, resfolegando a cada borbulho enjoativo.

Um toque gentil lhe arrancou de sua miséria, um afago em suas costas que a encorajou a pôr tudo para fora.

- Mal estar matutino?

Assentiu.

- Preciso tomar o anticoncepcional. - murmurou. Antes que tivesse a chance de ingerir um dos comprimidos, a mão do meio-demônio a tirou de seu alcance e, por instinto, bufou frustrada com a interrupção de seu ritual matinal. Dante olhou com curiosidade pra tabela, surpreso por ver que ela já havia ingerido alguns.

- Não acho seguro você tomar isso descarregar na pia - sugestionou bem humorado.

- Isso evita surpresas.

- Eu sei, mas assim como também te deixa doente - a preocupação do meio-demônio com sua saúde realmente a comoveu. Dante sempre agia como um protetor, mesmo eles sendo apenas parceiros de cama que namorados como antigamente.

Seria uma guerra perdida se ousasse confrontá-lo, por mais argumentos que tivesse, Dante a vencia pelo cansaço. Ele tinha um jeito particular pra resolver a situação e fazer a balança pender pro seu lado quando se tratava de mantê-la viva e saudável.

- Você deveria cortar essa barba - sugeriu, virando-se para o espelho e retomando suas atividades de higiene pessoal.

Dante riu, levando a mão para sua barba. Após alguns dias sem se barbear, os pelos faciais mostravam um crescimento rápido. Em seus quase quarenta anos, não aparentava tanta idade como naquele momento.

- Você não pareceu se importar com isso ontem - Diva corou com a provocação, algo que não acontecia sempre. Ou com a mesma frequência de outrora. O mestiço a ergueu, sentando-a na pia, apoiando mais o peso dela em si. Diva mantinha o olhar vago, distante, não o encarando diretamente.

- Agora, doçura, me diga: teve outro pesadelo? - falar sobre aquilo trouxe Diva de volta do transe, seus olhos castanhos fixaram no mestiço. A sintonia entre os dois não diminuiu com os meses e a separação, possuíam a mesma habilidade inerente de se comunicarem sem a necessidade de usar palavras. Pelo desconforto estampado na face dela, Dante soube que estava certo.

Diva ponderou se deveria repassar o pesadelo pra ele, queria esquecer o que seu cérebro criativamente macabro criou. Encher o meio-demônio de preocupações não faria com que se sentisse melhor, pelo contrário. Abriu seu mais convincente sorriso e saiu da proteção e calor restritivo de Dante, recolhendo roupas limpas para vestir.

- Eu estava pensando em falar com Nero - paralisou com a menção do rapaz, mas disfarçou sua perturbação. - Acredita que ele pensou em fazer uma franquia móvel?

- Franquia móvel?

- Sim, uma van. Levando nosso precioso serviço até os clientes

- Devia seguir o exemplo.

- Sou do tipo que gosta de ter o próprio canto e estou onde deveria estar - agarrou gentilmente o braço de Diva, trazendo-a para perto. - E com quem devo ficar.

Com os rostos perigosamente próximos, Diva preparou-se para recuar caso visse que as circunstâncias iriam sair do controle. E diferente do que previu, Dante não a beijou. Encostou os lábios em seu ouvido e sussurrou a frase que nunca, em seus sonhos mais loucos e fantasiosos, acreditou que o mestiço diria.

- Casa comigo?

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro