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Like a Fire

Iludindo-se em um febril desespero, negando-se a verdade vil e inexorável, assistindo impotente seu precioso elo com sua humanidade ser devorado pelo fogo enquanto o grupo de fanáticos comemoravam triunfantes a vitória sobre um inimigo que nem eles mesmo compreendiam a dimensão, cegos pela própria ignorância e natureza manipulável. Os gritos de glorificação e maldições fundiam-se com os lamentos do vento que serviam como combustível para o frenesi coletivo, contribuindo para a cacofonia ensandecida. Feito animais irracionais – abutres – despejando imundície, os aldeões apontavam para onde os pecadores – as vítimas inocentes – deliciando-se com o espetáculo de choros cessados e carne fumegante desprendendo-se dos ossos, aos poucos transformando-se em cinzas – carcaças sem vida. Divertindo-se com a temporada de caça, a morte soava mais como uma festividade bem-vinda que um evento de desalento e luto.  

Não imaginou que após tantos anos, vivendo como peregrino solitário, fosse derramar lágrimas – que choraria pela única amiga que teve durante esse interim. Ele que fora sempre tão composto, encontrava-se desamparado, completamente devastado – com o coração estilhaçado. Tudo que ansiava dizer, o mal pressentimento que o tomou na despedida, subitamente, desmoronaram com toda violência contra si. Abriu a boca, porém nenhum mero som saiu, nem sequer um pranto com o que lhe arrancaram.

Em um funeral mudo, observou o que sobrou da pequena vendedora de flores com grande dor, chorando internamente por não ter compensado o carinho com igual intensidade e ter partido quando mais precisavam. A culpa apossou-se de seus sentidos, imergindo-o em seu pesadelo particular mais uma vez: sufocando-o em agonia e... Raiva. Saboreou o sentimento e em resposta, seu corpo encheu-se de calor, diferente do que as chamas produziam, esse carregava um complexo e íntimo ressentimento que o aquecia.

Lilly.

Não pude salvá-la, mas a vingarei.

Uma rajada de ar apagou a fogueira na qual castigavam aqueles que achavam conveniente com a omissa desculpa de bruxaria, a comoção animada calou-se, Sebastian subiu no simbólico palanque coberto de estacas e lenha chamuscada, ajoelhando-se para, com pesar, tocar as cinzas da menina – salpicando-as com suas grossas lágrimas. A fumaça trazia um aroma de ervas silvestres, principalmente o perfume de lavanda e sálvia que eram característicos da jovem florista. Ao experimentar tais fragrâncias, purificava-se de maus pensamentos e emoções, até mesmo recordava-se dos ensinamentos que tivera com sua mentora a respeito de rituais e plantas e suas funções. Arya lhe contava sobre o que cada flor recolhida significava em uma linguagem mística. E Lilly exalava como uma, a menina lhe presenteava apenas com sua prestativa e estonteante presença, incumbindo-se de sempre lhe entregar uma rosa ou mesmo uma sálvia. Tudo que lhe restou, naquele momento, eram lembranças.

Amaldiçoando-se pela fraqueza que o consumia, permitiu que toda fúria contida libertasse; se outrora usara seu poder para benefício e prosperidade dos humanos, agora eles conheceria a realidade do que ele é e do que guarda.

Ele não teriam como orar pela salvação de suas almas.

Sebastian despertou num rompante, suando e com o coração acelerado – prestes a sair pela boca. Massageou as têmporas para amenizar a pressão em sua cabeça, por fim, se recompôs e voltou a deitar, cobrindo-se quase completamente. O sonho ainda estava fresco em sua mente e continuava-se a revivê-lo numerosas vezes – era um castigo, um fardo que teria que o perseguiria por toda sua miserável existência.

– Eu sabia que isso iria acontecer – murmurou cansado. – Não deveria estar surpreso.

Seus lamúrias trancafiadas estavam flutuando perigosamente na superfície, o limiar mais vulnerável, e não queria realmente contê-las: não teria problema em, um curto período, externá-las admitiu para si. Absorvido em uma profunda linha de raciocínio, sentindo o ardor abrasante percorrer sua pele e o ar fumegante incomodar suas narinas com a lembrança materializada. Movido por um fugaz e inexplicavelmente precipitado ato infantil, escondeu parcialmente o rosto, fitando o relógio no canto mais distante do cômodo. A definição unitária de tempo lhe enchia de tédio, as passagens eram monótonas, mas pacientes – aprendeu a duras penas tal virtude. Oprimido pelos tempestuosos pensamentos que lhe ocorreram, não carecia de mais sono e consciente, inspecionou o local silencioso quase ocluído pelas trevas insondáveis e repousou na sombra imóvel e vigilante.

– Thanatos – o sono desfeito manteve seu tom manhoso e letárgico, porém bastante audível.

O Pecado da Inveja inclinou a cabeça plácida e curiosamente para mirar seu Superior, com feições rijas e mecânicas. Thanatos, dentre todos os demais membros de seu séquito, era o mais próximo que teve de uma figura parental.

– Deseja algo, meu senhor? – questionou resignadamente, fazendo uma reverência respeitosa.

– Não – respondeu roucamente. Seus olhos avermelhados, deslocaram-se de Thanatos para o relógio, seus movimentos sutis mais sonolentos que o normal.

– Dormiu mal?

Demorou um breve minuto para que achasse conveniente falar acerca do assunto. 

– Apenas uma lembrança longínqua. – pegou-se suspirando relativamente desconfortável. – Você ficou aqui a noite toda?

– É o meu trabalho. Assim como de qualquer outro relacionado aos Pecados.

– Você me odeia, não é? – inquiriu resoluto, recebendo um olhar abismado da mulher. – Não tiro sua razão para me detestar, porém esse era o destino daquela criança. Ele era... Não importa mais.

Thanatos não conseguiu processar o acontecido, tanto pela surpresa desagradável quanto pelo sentimento doloroso que contraia violentamente suas entranhas, optando pelo mais sensato: permanecer muda e escutar, não importando quão desolador seria cada frase proferida por, até então, um menino.

Sebastian fechou os olhos transportando-se para o campo sereno do sono profundo.

Surpreendentemente uma aura serena emanava do garoto.

– Ele está vindo ao meu encontro, após tanto tempo. Nero virá para me ver – sussurrou exultante subitamente. Havia um sorriso secreto desenhando-se em seu semblante, como se guardasse um tesouro importante e isso era deveras intrigante para o Pecado. – Nada vai nos separar novamente. 

Thanatos sentiu um calafrio subir em sua espinha com a maneira gentil que ele mencionara Nero, ciente de que isso seria um problema futuramente. Temeu pensar nisso e sua mente traiçoeira lhe guiar a coisas que desejava esquecer, sobretudo que Sebastian pudesse ler o ressentimento em seu coração.

Ele era um misterioso até para seus aliados – e temido e exaltado pela aura de poder que emanava –, mas, naquele instante, tratava-se de uma criança cheia de segredos.

O que ligava Nero a Sebastian afinal?

×××

Sob a luz fosca de um quarto alugado, Dante ajustou-se no pequeno sofá de couro gasto, encaixando precariamente a sua grande estrutura corporal no pequeno móvel que mal lhe comportava adequadamente. Seus lábios comprimidos não conteram o resmungo que exalou com os músculos desgostosos com a posição na qual deitara, não muito satisfeitos. Recordou a razão para ter escolhido o local enquanto existia duas camas dispostas e muito mais deleitáveis para um merecido cochilo: cedeu ambas para as duas mulheres que o acompanhavam em sua viagem.

A mestiça ruiva tinha saído minutos antes para comprar mantimentos, sobrando a mulher que, inconformadamente, servia como um lembrete do que deixara para trás. Observando-a a uma distância segura para sua sanidade, não conseguia livrar-se dos sentimentos que desabrochavam sempre que a escutava ou quando seus olhares perdidos cruzavam-se, as vezes seus instintos gritavam para que encurtasse a barreira inexistente que os separava para abraçá-la, mas seria como trair a própria resistência, no fim das contas não era ela quem queria desfrutar do gesto.

Voltou a sua postura original, divagando sobre a prioridade no momento: a libertação dos anjos. Seus devaneios o conduziram a uma zona desconhecida de possibilidades que nunca considerou, uma porta para poder rever sua mãe em um plano elevado. A última vez que se viram, há alguns anos, tudo que assimilou fora uma conversa que o salvou da escuridão que o corrompeu e, assim, ajudou Diva a voltar a vida. Seu amparo e carinho novamente o orientaria para o caminho correto. Sentia-se sem destino e a deriva, ainda mais com a carga emocional que carregava nos ombros. Ao abrir os olhos, reparou que Arya o encarava – com aqueles longos e graciosos cílios emoldurando os olhos claros feito água cristalina que o desestabilizavam de tal modo que mal coordenava os pensamentos.

– Algum problema? – Arya piscou atônita com a pergunta. – Algo errado no meu rosto ou gosta do que vê?

Esperou uma reação honesta de rubor tingir as maçãs de rosto da guerreira, contudo ela agiu diferente do que previu, franzindo a testa com um sorriso divertido.

– Nenhuma das duas coisas, apenas tive a vaga impressão de ter me chamado – retomou a leitura compenetrada.

Houve uma pontinha de decepção que lhe atacou, afetando-o mais do que desejou ser.

– Mas poderia me dizer o que eu tenho para atrair seus galanteios – ela retorquiu, ainda focada na leitura. – Você me olha como se eu fosse o pilar que o sustenta, como se eu fosse seu mais precioso ser, seu olhar é de alguém que ama. Enxerga a Diva em mim, não é?

Arya o sacudiu com uma sutil troca de palavras, abalando toda a construção gloriosa de confiança e firmeza. Dante aprumou-se, esticando os músculos doloridos pela pressão desnecessária. Levantou-se direcionado a mulher cuja expressão curiosa o motivou a prosseguir, ficando poucos centímetros próximos.

– Eu não sou a Diva. Sei que é ela quem procurar quando me olha. – acariciou o próprio rosto para enfatizar sua afirmação. 

Ousadamente estendeu as mãos para tocar o meio-demônio, este estremeceu diante do contraste de temperatura e a textura macia entrando em contato com a barba mal feita. Apesar da frieza dos dedos contornando suas bochechas, Dante, em um divergente estado de deslumbramento, segurou-a.

Dante inalou o frescor do perfume adocicado que vinha de Arya, lhe atraindo para perto – inebriando-o em êxtase. Seus sentidos estavam a mercê do fascínio que ela exercia sem notar: os ondulados cabelos presos e as roupas fora do comum consistindo em uma saia longa que deixava pouco para curiosidade e a camisa de manga comprida atribuíam lhe uma aparência séria e madura condizente com a sabedoria adquirida de séculos. Imergindo em reflexões, não pôde evitar comparar o convívio com ela, ciente de não tinham nenhum nível de afeição para servir de base, mas a aura de paz que afluía ao seu redor e que o mantinha tranquilo em meio a um turbilhão de conflitos reprimidos fornecia estabilidade necessária para não sucumbir a tamanhas provações.

Serpentou a cintura delgada, pressionando-a gentilmente contra si. Talvez estivesse mais envolvido no calor do momento, mesmo pela similaridade física que ela possuía com Diva, seja lá o que o induzia-o aprofundar a relação, até então amistosa, o embriagava e enevoava seu raciocínio. Arya o olhava humildemente um pouco impressionada com a audácia do caçador, no entanto, aquela troca de emoções vividas lhe preencheu de vitalidade a ponto de querer provar muito mais do lhe oferecia.

Estavam brincando com fogo e sabiam que sairiam queimados.

Mal o conhecia e queria deleitar-se com os sentimentos primordiais que a dominaram. Era inegável que, independentemente de sua realidade e identidade, pulsavam algo que os atava um ao outro.

Dante a soltou com um clique familiar que, por bem pouco, não os flagrou. Lyana transitou da porta entreaberta para a única mesa ali, colocando as compras com um zumbido satisfeito. Ela não percebeu o clima estranho e comprometedor entre o casal, relatando parte de seu percurso e o que comprou.

– Finalmente! Preciso comer! – exclamou alto.

Arya retrocedeu antes que o mestiço inventasse de encostar nela novamente, mesmo sem nenhuma conotação íntima. Aquilo a relembrou o abismo de inconsistências que nunca poderia mudar e reacendeu seu coração que palpitava em galopadas alucinantes.

– Vocês disseram que queriam uma forma de abrir o Paraíso – Arya interrompeu a agitação da ruiva, elaborando um discurso mental para recuperar a clareza de pensamentos em completo frenesi. – Podemos tentar todas as alternativas possíveis.

– E quais seriam elas? – Dante indagou. 

– Para começar, temos que ter em mãos o Livro de Abramelin – uma rajada de vento invadiu o cômodo, atirando objetos pendentes para diferentes direções, Arya evocou para si antigos cânticos, usando o livro que lia de suporte para a manipulação mágica que desdobrava-se no ambiente. – Esse livro nos dará informações para que seja acessível a passagem pelos portões bloqueados.

– O que está fazendo? – Lyana guinchou com a ventania caótica.

– Localizando o livro. No caso, certificando-me de onde ainda se encontra.

– Sabe em que lugar está então?

– Isla De Lunier – Arya e Dante disseram em uníssono, como se suas mentes estivessem se conectado por um fugaz instante.

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