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False Prophets

Se houvesse mesmo um deus pelo qual os humanos dedicavam tão ardentemente suas preces e louvores, ouviria seu clamor esperançoso independente de quem o fazia e dos crimes que cometera – seria seu último e mais desesperado pedido. Estava apelando aos costumes religiosos que fora doutrinada desde criança e que, deliberadamente, relegou ao canto mais sombrio de sua mente, quase inacessível até para a própria concepção. Suas antigas crenças definharam a medida que cresceu, assistindo seus sonhos queimarem e desaparecerem, restando uma casca vazia e sem fé.

Thanatos conhecia a face imunda do mundo e esse conhecimento lhe trouxe a verdade e uma percepção mais realista de como as coisas funcionavam desde os primórdios. No entanto, abandonando a mágoa alimentada e a incredulidade, orou com tudo que tinha pelos dias que posteriores ao ocorrido com Arya.

Desamparada, começou a reviver o sentimento ferino da perda do filho: por ele não pôde lamentar, obrigando-se a engolir a dor da ferida recém aberta sem autorização para que cicatrizasse adequadamente e, a contragosto, passar pela transição do luto remoendo a tragédia, condenando sua fraqueza e recolhendo seus pedaços no meio do caminho espinhoso que escolheu. E, agora, por Ayden, liberou as emoções trancafiadas e que transbordavam sem saber onde fluir. Segurando firmemente a mão pequena do menino entre as suas, entendeu quanto havia perdido nessa jornada que lhe pareceu, num surto de racionalidade, um jogo descabido e egoísta. Tudo para saciar o capricho de um ser que não importava-se com a vida abundante que enchia o planeta. Chorou inconsolavelmente, tanto de raiva quanto de tristeza, agarrando-se a única faísca – a fagulha que, no fundo, não se extinguiu – que preservou de humanidade para implorar por um milagre, nem que isso lhe custasse sua existência miserável.

Perseverou, em grande conflito interno, para ser atendida. Seu afeto sincero pela criança deveriam ser o suficiente para que tornasse digna, talvez estivesse errada em odiar seu lado humano. O som ritmado e constante do medidor de batimentos cardíacos de Ayden indicavam, para o alívio do Pecado, normalidade com a pulsação e pressão estáveis.

Abriu os olhos, levada pela euforia intrépida da ansiedade e sorriu, enxugando as lágrimas que desfocavam seu campo de visão e atrapalhavam sua avaliação do estado de saúde do garoto. Pegou a prancheta e iniciou as anotações sobre os significativos sinais de melhoras, escrevendo em destaque o sucesso na transfusão de sangue realizada e o processo de recuperação do ferimento. Arya não blefou com sua investida quase mortal, decerto mataria todos os presentes se não tivesse ficado debilitada demais – o que a classifica como uma prioridade de execução.

Ayden murmurou frases incompreensíveis em meio ao sono. Com a convicta certeza de que sua gradual melhora fosse uma realidade, o jovem esboçava mais vivacidade que antes. Sua palidez mórbida adquiriu mais cor, um rubor tímido que acentuou-se nas maçãs do rosto.

– Como o garoto está? – Thanatos repentinamente engasgou com o susto, sentindo que sua compostura ruiu e seu coração que galopava com fúria contra o peito, falhou algumas batidas. Mesmo com sua capacidade invejável de captar energia e identificar auras, sendo até mais talentosa nesse departamento que os seus companheiros, não leu a assinatura energética do indivíduo. Trêmula e, entorpecida pelo assombro, olhou para a presença desconhecida: ele emanava uma aura que oscilava em seu entorno, porém não invalidava seu estrondoso e predominante poder obscuro. O próprio espaço lhe pareceu comprido e o ar, intragável. Seu corpo enrijeceu, como se seus músculos fossem conscientes da atmosfera perigosa que ele exalava e, para própria segurança, não quisesse demonstrar perturbação e fragilidade.

– Ele irá se recuperar – respondeu mecanicamente, procurando a coragem em sua voz. – Sua juventude lhe concede mais força pra sobreviver. Não posso dizer ao certo quanto a ele voltar a si, depende do próprio Ayden.

A figura imbuída de filamentos de trevas, aproximou-se, sua silhueta ganhava mais aspectos humanoides conforme prosseguia para o foco da iluminação incandescente: sua imponência e porte trabalhado na impassibilidade de um soldado revelaram feições belas, cabelos negros e olhos pueris.

As características eram familiares e lembrou dos arquivos que detinha com dados de alguns amigos de Diva, e, quase de rompante, ligou a fisionomia com uma das várias fichas e comprovou quem era: um dos filhos de Alexander Lockhard.

Isso significava... Que ele, todo esse tempo, seria um Abissal. Incorporado totalmente.

Um poder monstruoso dessa estirpe, sem dúvidas pertencia a um dos três grandes do séquito das trevas.

– Informe quando ele acordar – comandou, rigidamente.

Thanatos assentiu, incapaz de assimilar o medo que a mera menção da presença dele pudesse despertar. O Abissal saiu, mas sua desconfortável e sufocante aura permaneceu, contaminando o local. Seus pulmões queimaram com o oxigênio tóxico e abrasivo que respirou, fazendo-a tossir.

Thanatos, com essa amostra, compreendeu a gritante diferença entre os Pecados e os Abissais. Nem mesmo sua proficiência sobre a morte – que a batizaram – seria o bastante para declarar um confronto direto a um Abissal. Sequer teria chance de tentar.

Engoliu em seco.

– Isso será um problema. – olhou para Ayden, feliz dele não ter sentido sobre si os efeitos colaterais da pressão energética. Deslacrou o envelope contendo os resultados da bateria de exames, principalmente a do sangue que, até a atual circunstância, tinha prioridade. Leu o relatório do laboratório pacientemente, cumprindo a regra de toda médica cientista em ter cuidado com cada informação repassada para evitar falhas – que pudessem causar danos irreparáveis. Pecado ou não, Thanatos gostava de fazer valer sua responsabilidade, ainda mais com uma vida em jogo.

– Pelo visto não há alterações de nenhum nível – comentou para si mesma, imersa em sua leitura. – Esses exames me deixam tranquila. – analisou o teste de DNA que solicitou para confirmar a compatibilidade e seu coração disparou ao checar as hipóteses. No impulso, levantou da cadeira, derrubando-a com a brusquidão. Desestabilizada, seu olhar repousou no garoto adormecido sobre o leito, tão indefeso e sozinho.

– Por todos esses anos – caiu sobre os joelhos, cedendo a força da gravidade. – Ele tem mentido pra mim... Aquele maldito viu meu sofrimento durante todos esses catorze anos e não disse nada! Nada! – rosnou em prantos, a raiva fervendo. – Mentiu sobre tudo! Eu o amaldiçoo por ter me privado de tudo, David! – prestes a explodir, um carinho acalentador a estabilizou, rompendo a onda de ódio virulento que ameaçava verter com a violência de um tsunami.

– Não chore, Thanatos.

×××

Os ecos de passos reverberaram pela igreja em prelúdio a uma nova regência. Um carrasco recôndito desfilava entre os jogos espectrais de luz e sombras projetadas pelas extensas janelas do antigo santuário que abrigava outrora uma quantidade generosa de adoradores, porém, sua única serventia em anos de negligência e abandono eram desfrutos de encontros fora do contexto civil – longe de olhares curiosos e indiscretos. Em seus braços, enredado em um lençol manchado e ligeiramente embebido de sangue, ocultava-se um cadáver – uma vítima inocente de um algoz impiedoso que lhe ceifou a vida. A cena abria as cortinas de um espetáculo que acabava de começar: os anfitriões reunindo-se em um pacto sigiloso. Vergil, parcialmente iluminado, jogou o corpo inanimado perante Amon, sem qualquer delicadeza decorrente da complexa afinidade que ela e o meio-demônio desenvolveram. Não esperava outra coisa vinda de um homem inescrupuloso que renunciou a humanidade que existia em si e abraçou sua herança demoníaca de bom grado. Sua natureza egoísta e perversa justificava seus atos vis – assim como os demais da espécie.

– Sua pontualidade é mesmo impecável – anuiu jocosamente.

– Seu pagamento – a frieza monótona transmitida na máscara que o mestiço compôs.

Nem em seus delírios mais selvagens achou que obteria a peça mais rara de sua coleção bem disposta aos seus pés: a reencarnação mortal da Luz. Um ser que desperdiça tempo obcecado por poder, não merece tal recompensa – o privilégio concedido aos seus colegas por Sebastian. Exatamente como previsto, Vergil não hesitou em matar Diva para realizar sua vontade pisando em tudo que a jovem ofereceu – uma ignomínia a seus feitos. De fato era alguém sem princípios tampouco moral para reclamar.

Tocou a face cujos contornos perceptíveis no tecido, deixaram-no mais ansioso para admirá-la. Umedeceu os lábios em expectativa, imaginando como tiraria proveito do produto da barganha.

– Como uma negociação justa, eu... – asfixiado, expeliu sangue antes de ter a chance de finalizar suas palavras. Vergil, impecável e rapidamente, retalhou o Pecado com destreza e graça dignas do mais disciplinado guerreiro. O pomposo e excêntrico Pecado transformou-se em restos de carne e sangue que formavam uma grotesca pintura maculando o solo sagrado do lugar.

O lençol na qual supostamente escondia o cadáver da jovem, se desfez em uma sutil cortina de fumaça. V andou sucintamente para o poço repulsivo de vísceras, certo de que a visão parecia menos agradável, mas necessária.

– E com isso, escreveu-se a última página – entoou, buscando a aprovação de Vergil, uma declaração de que o plano correra bem. O mestiço encarou desdenhosamente o líquido carmesim que escorria em uma direção, igual aquarela fluida que, influenciada pelo artista, deslocava-se sobre a tela para constituir uma pintura.

– Eu devo parabenizá-los pela audácia – o sangue agora dissolvendo-se no ar para recriar Amon que gargalhou audivelmente. – Você, caro Vergil, conseguiu me enganar. Quem poderia imaginar?

Amon limpou a fina camada de poeira em suas vestes com a expressão genuinamente divertida.

– Me surpreendeu. Achei que fosse sem escrúpulos e que não titubearia em matar Diva em troca de reviver sua mãe.

– Eu deixei claro que não faço acordos. E nunca a entregaria.

– Um falso profeta – V proferiu baixinho.

– De todo modo, pode me cortar inúmeras vezes se quiser. Sou quase imortal. – sorriu ilustrando sua soberba. – Acha que sou como criaturas inferiores que você executa? Que sou como demônios? Os Pecados estão acima dessas escórias. Meu caro Vergil... Um demônio sempre será um reles peão nesse jogo de interesses. Independente de qual lado sirva. – arfou dramaticamente, enfatizando o que dizia. – Claro que vocês que compactuam com o lado da Luz tem certos benefícios adicionais.

Uma rajada cortante desferida por Vergil, rasgou a bochecha de Amon apenas fez o sorriso arrogante do Pecado se ampliar com visível exultação. Seu prazer em provocar Vergil tornou-se um passatempo suicida. Entretanto, ao perceber que o ferimento não cicatrizava como deveria, como se tivesse impedindo-o de se regenerar, saiu do personagem e grunhiu com a dor. Olhou desesperado para as mãos que mostraram fendas e rachaduras pela tez que vangloriava-se ser perfeita, estilhaçando-o aos poucos.

– O que...? – devastado, tateou o rosto que estava em igual estado calamitoso. – Não é possível! Não! Não pode acontecer!

Vergil embainhou Yamato, questionando se o estrago ocasionado pelo corte da katana tinha relação com o uso de Diva há uns meses. A jovem banhou a lâmina com seu sangue sacro e aparentemente potencializou o alcance e o poder dela.

– Considere isso como um aviso para manter sua língua presa se não quiser morrer levianamente. Não mencione Diva com sua boca imunda – Vergil findou, saindo sem assistir o destino final do Pecado com V em seu encalço.

– Você vai deixá-lo ir? Isso é um ato deveras misericordioso – V comento serenamente.

– Ele vivo é mais útil – respondeu categoricamente. – Além disso, não poderia matá-lo. Esse foi o máximo de dano que ataques simples causaram. Como ele afirmou, os Pecados são essencialmente quase indestrutíveis. O único ponto fraco de toda e qualquer criatura oriunda da escuridão seria o sangue de Diva.

V optou pelo silêncio absorvendo a informação repassada, reflexivo. As peças no tabuleiro moviam-se em seus respectivos lugares, ainda assim, estava incerto a respeito de seu próprio papel naquela guerra. Não imaginou o rumo das coisas ao abordar Vergil após ter apagado Diva. Entendeu bem o propósito do mestiço e decidiu que o ajudaria a, ao menos, enganar o Pecado para atrai-lo a armadilha – uma possibilidade dele levá-los direto ao seu mestre –, mas... Por que havia algo em Vergil que sentiu que conhecia?

Retornando ao quarto alugado, viram que Diva estava acordando do sono induzido, balbuciando incoerências. Ela rolou na cama, confusa, lutando contra a vertigem que a consumia lentamente.

– Eu tive um sonho estranho. – anunciou grogue. – Vergil tinha me feito dormir do nada. Foi bem maluco. – começou distraída. – E tinha uma banana gigante e cristais, V e você eram modelos só que tinham books com fotos dos dois nus... – tagarelou desenfreadamente, fazendo V sorrir com o senso de humor peculiar da garota ao relatar com riqueza de detalhes o desfecho do devaneio.

Vergil balançou a cabeça.

– Foi apenas um sonho, Diva. Descanse mais. – V sussurrou com doçura.

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