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Meus olhos focalizaram; de repente tudo ficou claro. Absolutamente distinguível. A lua brilhava em harmônicos tons prateados. As estrelas eram múltiplos feixes de diamantes na escuridão da noite. A silhueta acima de mim, grande e com aspecto pouco humano, ajoelhou-se próximo de onde encontrava-me imobilizada. Então tive consciência do meu desafortunado destino e que tudo se tratava de um sonho — ou melhor, um pesadelo. O horror sufocou o grito que ameaçou escapar. Não consegui me mexer, embora lutasse contra o que quer que fosse para soltar-me. Sequer tinha voz para gritar por socorro.

A medida que meu medo aumentava, mais imobilizada sentia-me. Experimentei assim o paralisante medo, o puro terror, a impotência crescente.

— O que está fazendo?

A sombra ergueu a tampa de um caixão e, abismada, dei conta do que o sonho significava: estava prestes a ser enterrada viva.

Pare!

Não!

Os ruídos que estilhaçavam meu mundo de torpor silencioso tornaram-se ininterruptos, mais altos e incômodos. Havia uma série de sons que pude identificar, sendo um deles o bip bip interminável do monitor cardíaco. Outro era o ressoar de saltos no chão do quarto, possivelmente uma enfermeira dando uma checada. Inspirei com força pelo nariz e senti um ligeiro desconforto ao fazê-lo, atrapalhando meu exercício de respiração. Com a mão trêmula e irritantemente sem coordenação, tentei tirar a fonte da minha indignação pinicante. Era um tubo fino que, após uma avaliação superficial através do toque, reconheci. Em um movimento débil, puxei a cânula, mas prontamente fui impedida por uma mão que induziu-me a parar. Ouvi a voz suave dizer que não deveria retirá-la, seguida por um chamado, ela conversava com alguém que também estava ali e que não senti a presença desde o começo. Não dei muita importância a esse detalhe, tratando apenas de recuperar plenamente meus sentidos para sair desse estado de letargia certamente efeito de algum medicamento.

Desejei não chamar mais atenção e, para minha falta de sorte, tossi. Uma resposta dos meu pulmões pelo esforço de outrora. Podia ser uma crise de tosse discreta, mas saiu quase como se estivesse com excesso de muco na garganta – o que era nojento. Aquilo ativou diversas dores que se espalharam pelo meu corpo, feito um interruptor. Grunhi com frustração, procurando uma maneira de mudar de posição. Queria virar ou esticar os músculos que imediatamente protestaram com minhas investidas.

Um afago caloroso na minha testa, acalmou minha irritação, chegando a ser familiar.

Abri os olhos vendo nada além de uma névoa leitosa que encobria meu campo de visão. Pisquei inúmeras vezes para enxergar mais nitidamente, aos poucos, discernindo as formas e a quase ausência de cores no cômodo. Exceto uma mancha vermelha que adquiria mais estabilidade, deixando para trás a aquarela amorfa.

Outra tossida, mais seca e sem fôlego.

Outra voz pediu para que eu bebesse o que ele oferecia, o que aceitei de bom grado, engolindo em goles sôfregos a água que ele levava a minha boca ressequida. Pacientemente a pessoa esperou eu terminar de suprir minha necessidade desesperada por água, rindo e encorajando-me a continuar. Assim que tudo ficou claro para mim, meus olhos varreram a extensão do quarto excessivamente branco, fitando os móveis com curiosidade e apreensão, parando para estudar a jovem enfermeira que atendia-me com seus traços que sugeriam que ela teria poucos anos a mais que eu — pelo menos era isso que achava —, por fim, descansei meu olhar na figura disposta ao meu lado, sorrindo receptivamente para mim — doce e encantador. Tinha sido ele que cuidou para que eu não desidratasse.

Não compreendi a razão para que aquelas duas gemas de um azul intenso estivesse tão fixos em mim, por um breve momento, deu a impressão que elas seriam capazes de vislumbrar minha alma. E quanta ternura existia naquele mar infinito. Como se o mundo desaparecesse, restando somente nós dois em uma redoma, um paraíso particular que pertencia a nós. Seria possível um sentimento tão devastador emergir de uma simples troca de olhares?

O monitor denunciou minha inquietação diante dele, como se sua proximidade causasse uma confusão de sentimentos. Ele segurou minha mão, aquecendo-a entre as suas. Seu sorriso se ampliou quando um calor peculiar esquentou minhas bochechas. Ele estava muito ciente do poder que possuía sobre mim e que afetava-me sem que pudesse controlar. A enfermeira saiu dizendo que traria algo para que eu comer. Meu coração acelerou por ficar as sós com ele, mas não por medo, estava assustada com a confiança inexplicável que tinha nele. Ele retirou a cânula a sorri agradecida pela gentileza. Olhei para os fios conectados ao meu braço; o tubo do soro e alguns outros que não fazia ideia da serventia.

— Pode me ajudar a sentar? — pedi roucamente, em um arquejo quebrantado.

— Tudo bem — com extremo cuidado, auxiliou-me, acomodando-me confortavelmente no meu travesseiro. — Mais alguma coisa, doçura?

Antes que sequer dissesse algo, no caso, o questionasse, a enfermeira chegou com uma bandeja. Ela entregou ao homem de vermelho que acenou em um gesto de agradecimento.

— Uma semana dormindo deve ter te deixado faminta, eu estaria no seu lugar — gracejou, mexendo no prato que supus ser mingau ou algo muito semelhante e visualmente pouco apetitoso. Entretanto, com a fome súbita que estava, não fazia muita diferença.

— Uma semana...? — inquiri sem afastar os olhos do prato.

— Uma semana e meia na verdade. Pensei que tivesse entrado em hibernação como das outras vezes, mas parece que o que aconteceu te drenou mais do que imaginava. — explicou, ajudando-me a comer. — Você me deu um susto infernal. Fiquei muito preocupado, doçura. Não sabe o quanto.

Sorvi a massa pastosa que tinha um sabor melhor do que esperava, buscando em meus pensamentos confusos e conflituosos uma prova para viabilizar as palavras dele e descobrir alguma lógica.

— O que foi? Algo errado?

Neguei com a cabeça, abrindo a boca para receber outra colher do mingau — com gosto de frango. Aparentemente não satisfeito com minha resposta, examinou minha expressão.

— Sabe que não pode mentir pra mim, Diva.

— Desculpe-me — engoli em seco, forçando o bolo que se formou em minha garganta a descer. Seria muita crueldade da minha parte omitir, afirmando que estava bem quando não era, nem de longe, uma verdade. — Mas... Quem é você?

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