10- Jimin: Seja minha.
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Jimin era um daqueles garotos metidos da escola, que se acha só porque é bonito, que se veste bem e é rico. E eu não dou a mínima para isso. Ele já pegou quase todas as garotas do colégio; as mais descoladas, metidas e que andam com um toco de roupa. Ficaram só as mais desinteressantes; comuns de mais, não iam a festas e eram nerds, como eu.
Entrei na Escola Libert com treze anos, consegui uma bolsa, e sempre mantive minhas notas para conseguir estudar em uma escola boa até o fim dos meus estudos, como estou fazendo agora. Felizmente, estou no meu último ano, e no último semestre. Eu sou, sim, tímida e quieta, mas isso não quer dizer que eu nunca tenha me envolvido com alguém. Com quinze anos eu tive meu primeiro namorado, eu nunca me importei muito para isso, ele foi o primeiro em quem me interessei. Nós tivemos uma relação boa, estável, mas teve um momento em que nós percebemos que não combinamos um com o outro, então decidimos que seria melhor nos separar. Nosso relacionamento não durou mais que um ano, e ainda sim foi um bom tempo.
Agora, como estou no final do semestre, daqui duas semanas será o baile de formatura, e eu provavelmente não vá. E o que me deixa intrigada é que com tantas garotas caindo aos seus pés, Jimin não chamou nenhuma ainda, é como se ele estivesse esperando a pessoa certa, sendo que isso é meio difícil, já que esse não é muito o seu feitio. Bom, eu não tenho nada contra, ele nunca me fez nada de ruim, nunca nem tentou se aproximar, nem me irritar, no máximo eu percebi algumas olhadas discretas, decidi interpretar como curiosidade ou algo do tipo, talvez até tédio por não ter o que fazer.
Contudo, hoje eu percebi que ele me olhava mais do que o normal, sempre que eu o olhava ele já estava olhando, e isso me deixa incomodada, me deixa ainda mais tímida do que o normal. Bom, o tempo está fresquinho, mas para mim está quente como o inferno. Culpa do Jimin.
Já no fim da aula, estou calmamente guardando meus materiais, como faço todos os dias, a única diferença é que ele também está fazendo isso, mas obviamente; está enrolando. Deus! O que esse homem quer de mim? Se vir me encher o saco, eu juro que bato nele. Entretanto, assim que terminei, tentei sair da sala o mais rápido que consegui, mas fui interditada, e adivinhem por quem...
Sim, Jimin.
— Olá — ele me cumprimenta, com seu típico sorriso fofo, que faz seus olhos se transformarem em apenas uma linha.
— Jimin? O que você quer?
— Queria conversar com você, posso?
— Não sei, você nunca falou comigo antes. Sério, eu não tô para brincadeiras.
— Eu só quero conversar mesmo. Posso te acompanhar?
— Diz logo o que você quer, pare de enrolar — não vou dar trela para ele, não.
— É que... podemos pelo menos sair daqui? — eu apenas assenti e passei por ele, não preciso nem olhar para saber que ele estava logo atrás de mim. — Eu posso te acompanhar até sua casa? Nós podemos conversar enquanto andamos.
Como ele sabe que eu vou andando para casa eu não sei, mas preferi não implicar e apenas aceitei. Já fora da escola, estamos caminhando a uns cinco minutos e nada de ele me explicar o que quer. Chega ser engraçado pensar que ele precisa se preocupar para falar, teve até um momento em que eu me esqueci que ele estava aqui.
— Então... vai falar? — ele pareceu despertar de seus pensamentos, desviando o olhar. Ele coçou a nuca e voltou a olhar para mim.
— Sabe, eu sempre quis falar com você, mas eu nunca tive coragem.
— Como assim? Você que é o famosão e desinibido do colégio.
— É, eu sei, mas é que... S/n — ele parou, me fazendo parar junto, e me virou para que eu pudesse ficar de frente para ele. — Eu gosto de você — sua voz saiu quase como um sussurro. Paralisei, chocada.
— Uou, quê?
— É isso, eu gosto de você.
— Jimin, você bebeu? Não tem como você gostar de mim. Você é bonito, famosinho e rico, é meu total contrário. Você só pode estar brincando comigo — eu não vou cair nessa, não vou mesmo.
— S/n, eu estou falando sério, muito sério — ele se aproximou mais, serpenteando seus braços pela minha cintura.
— Ei, não chegue muito perto... Não temos essa intimidade toda.
— Eu quero que você vá ao baile de formatura comigo — eu estava em pânico, ele estava ficando muito perto, grudando seu corpo ao meu. Pelo desespero, me soltei dele e saí correndo, indo para minha casa.
Eu nem olhei para trás para me certificar se ele estava lá parado no mesmo lugar, e ignorei seu chamado quando ele gritou meu nome. O tempo tinha fechado enquanto eu estava na escola, eu não havia percebido, só notei agora que saí correndo. No entanto, antes mesmo de chegar à porta de casa, Jimin me alcançou e me puxou pelo braço, da mesma forma em que começou a chover, ele me puxou para algum lugar para não nos molharmos.
— Ei, calma, não precisa sair correndo, não vou fazer nada. Só quero que você vá comigo no baile.
— Como vou saber se posso confiar em você? Você não é a pessoa mais confiável do mundo.
— Eu sei, mas eu nunca enganei ninguém, todas as garotas na qual eu já fiquei souberam das minhas intenções. Alguma vez você já soube que eu zombei ou enganei alguma garota? Ou independente da pessoa. Alguma vez eu fiz mal a alguém?
— Bom, eu não fiquei sabendo de nada, mas eu não presto atenção no que as pessoas falam. E também, com tantas garotas, por que eu?
— Você é diferente de todas. Poxa, seu jeito simples me impressiona, você é linda, e da mesma forma você nunca tentou nada comigo só por todas as coisas que me tornam "famosinho". Você é especial, e eu quero que acredite em mim.
Não sei mais o que pensar, acreditar nele? Será possível? Bom, não tenho um sentimento forte por ele, mas ele mexe comigo da mesma forma que mexe com muitas garotas, ele é realmente atraente, principalmente molhado por causa da chuva, o que me faz lembrar que estou com um pouco de frio.
— Nós podemos sair daqui? Estou com frio.
— Claro! Desculpa, se eu tivesse alguma blusa eu te emprestaria, mas eu não trouxe nenhuma.
— Não tem problema. A gente pode conversar amanhã?
— Na verdade, eu queria terminar essa conversa hoje, pode ser?
— Depende, quais suas intenções?
— Olha, eu sou uma pessoa respeitável, mas eu confesso que não quero ir embora sem pelo menos um beijo.
— Você é abusado. Mas tudo bem, vamos até minha casa, que está perto. Mas mantenha suas mãos longe de mim, certo?
— Tudo bem, não vou fazer nada que você não queira.
Sendo assim, fomos correndo até minha casa, que não estava mais longe que dois quarteirões. Chegando lá, pedi para Jimin esperar, já que eu iria buscar uma toalha para que pudéssemos nos secar. Subi as escadas rápido e entrei no banheiro, procurando por duas toalhas. Me abaixei para olhar na bancada, logo encontrei as toalhas.
— Nossa, que visão maravilhosa — me virei rápido, encontrando Jimin encostado no batente da porta de braços cruzados, ele estava observando meus movimentos, com um olhar sedutor. — Eu desejo tanto você.
— Não se aproxime, nós só vamos conversar — eu estou nervosa, até demais, seu tom calmo me deixa assim, tanto quanto ele se aproximando. — Jimin...
— Seja minha, por favor — ele sussurra em meu ouvido, me deixando com as pernas bambas.
Ah, por favor! Eu sou adolescente, estou com os nervos à flor da pele, e estou a algum tempo sem ter relações com alguém, é óbvio que eu iria ceder a essa tentação. A propósito, Jimin não era um pedaço de mal caminho, ele era o caminho todo, sem dúvidas. Sendo assim; permiti que ele me tocasse, os dois completamente molhados pela chuva; permiti que ele deixasse beijos em meu pescoço, deixando um caminho de fogo por cada lugar em que seus lábios tocavam; e permiti que ele me tomasse em seus braços e me beijasse. Sinceramente, não sabia que precisava tanto de um beijo do Jimin até ele me dar um. O beijo começou calmo, tímido, mas logo foi se transformando em algo mais quente, desinibido.
— Ei, espera, nós... estamos molhados...vamos acabar doentes — eu estava ofegante, sem fôlego algum.
— O que acha de tomarmos um banho? — é claro que não seria um banho comum, nem sei se daria para tomar realmente esse tal banho, vai depender do fogo que existe em ambos.
Entretanto, eu apenas aceitei e em poucos segundos já estávamos nos beijando completamente nus debaixo do chuveiro. E que corpo ele tem, meu Deus! A sensação de suas mãos em meu corpo é inexplicável, cada toque, cada beijo, cada estocada; tudo indescritivelmente gostoso e excitante. A cada minuto, cada gemido, cada gota de suor (por estarmos com o chuveiro desligado); era um delírio e uma vontade incrível de não deixá-lo sair de dentro de mim. Eu o quero cada vez mais.
Contudo, não poderíamos demorar tanto, meus pais logo chegariam, então tivemos só uma rapidinha no chuveiro, depois tomamos o banho, saímos do chuveiro e fomos para meu quarto. Eu pedi para que ele esperasse em meu quarto até eu colocar nossas roupas na secadora.
— Então, vai ao baile comigo? — ele perguntou assim que eu entrei no quarto.
— Eu não sei... Nem sei se eu quero ir.
— Por favor! Eu quero muito ir com você.
— Tá bom, eu vou com você — o sorriso que ele abriu agora foi o mais lindo que eu já vi, o mais sincero.
Nós conversamos por mais algum tempo, apenas até as roupas estarem totalmente secas. Depois, ele se vestiu, nós nos despedimos e ele foi embora, me deixando com um sorriso enorme no rosto, extremamente feliz por ir ao baile com ele.
Durante as duas semanas seguintes, nós conversamos bastante, andávamos juntos na escola e até conhecemos a família um do outro. Hoje finalmente será o baile, e eu estou incrivelmente ansiosa. Minhas amigas me ajudaram com o vestido, com a maquiagem e com o cabelo, tudo estava perfeito. Mas, tinha uma coisa para me deixar desestabilizada e insegura; Jimin estava demorando demais.
Será que ele se arrependeu? Ou talvez tudo tenha sido uma brincadeira desde o início? O baile já havia começado há algum tempo, e eu ficava a cada minuto mais nervosa. Então, como uma luz no fim do túnel, a campainha tocou, e para não ficar muito mais nervosa, mandei mamãe atender a porta, se não fosse ele eu não iria passar vergonha aparecendo na porta toda arrumada.
— Boa noite! A s/n está? — era ele, finalmente. Pude perceber um certo desespero em sua voz.
Minha mãe apenas se virou para mim, eu me levantei e fui até a porta, esperando encontrá-lo com roupas comuns e uma desculpa dizendo que aconteceu alguma coisa e que não poderia ir. No entanto, ao chegar na porta, tive uma surpresa; ele estava extremamente arrumado, bonito e cheiroso, com um buquê de flores vermelhas.
— Mil desculpas pela demora, eu tenho uma explicação válida — ele se apressou em dizer, provavelmente por ver minha cara carrancuda. Esperei pela explicação. — É que, assim, eu estava hiper nervoso, ainda estou, então eu não conseguia decidir que roupa usar, fiquei duas semanas escolhendo a tal roupa e chegou na hora eu quis trocar, e isso foi até meio estranho porque os dois ternos eram quase iguais. Depois, eu decidi passar na floricultura para comprar essas flores, mas hoje é domingo, então ficou difícil encontrar uma aberta, e para piorar, a floricultura era longe.
Ele disse tudo quase sem parar, até eu fiquei sem ar, no final, eu estava rindo de sua atrapalhada história. Eu peguei as flores, agradeci e dei para minha mãe colocar num vaso com água, depois me despedi dela e caminhei com Jimin até seu carro. Ele abriu a porta para mim e depois deu a volta, indo para o banco do motorista. Logo nós já estávamos indo até o local do baile.
— Desculpa mesmo pela demora, foi mancada.
— Foi mesmo, mas o importante é que você chegou. Pensei que tinha me deixado plantada.
— Eu nunca faria isso, gosto demais de você para isso.
Nós rimos, eu sempre fico sem graça quando ele se declara assim, do nada. O importante é que o baile foi incrível, tudo muito lindo. Mas o que não me saía da cabeça era que Jimin estava nervoso demais, sempre olhando para os lados, depois para mim, e depois desviava o olhar, isso já estava me deixando nervosa.
— Chim! Para com essa inquietação toda, o que você está escondendo de mim? — eu questionei, chamando-o pelo apelido.
— Pode vir comigo, por favor?
Eu fui, desconfiada, mas fui. Ele me levou para o jardim, esse que estava cheio de luzes pelo natal e fim de ano. Ele parou em um certo local, olhando fixamente em meus olhos.
— S/n, nós estamos aqui porque quero te contar algo muito importante, algo que eu queria te contar há um tempo — a cada minuto eu estava mais nervosa. — Sabe, eu sempre estive apaixonado por você, desde o primeiro dia, mas nunca tive coragem de dizer. Então, quando percebi que estávamos no último ano e que eu não veria mais você, eu entrei em pânico, sabe? — ele deu um sorrisinho sem graça. — Então, sem muitas voltas, mesmo que você mereça um discurso lindo, eu estou aqui agora, no baile de formatura, para te pedir em namoro, para pedir que passe nem que só um pedacinho de sua vida comigo. É claro que se você quiser ficar comigo para sempre eu vou ficar extremamente feliz — nós rimos, eu já estava um tanto emocionada. — Então, eu preciso saber, você quer namorar comigo? — ele tirou uma caixinha do bolso, a abrindo logo em seguida, revelando duas alianças.
Nós nem nos conhecemos por tanto tempo, não conhecemos bem um ao outro, nem os costumes um do outro. Não sabemos se isso vai dar certo. Mas se ele gosta de mim, e eu também gosto dele, mesmo que só um pouquinho, então por que não tentar?
— Sim! — foi minha resposta. Eu gosto dele, estou me apaixonando, ainda não o amo, mas está perto de acontecer, então por qual motivo eu recusaria?
Ele colocou a aliança em meu dedo, com um sorriso do tamanho do mundo (às vezes me pergunto se ele consegue enxergar alguma coisa quando sorri assim). Eu coloquei a aliança em seu dedo também e demos o típico beijo pós pedido de namoro. Aproveitamos o resto de nossa noite da melhor forma possível. Aproveitamos o baile, dançamos juntinhos e ao fim de tudo, nos entregamos um ao outro, no carro, para depois irmos cada um para suas casas.
Sim, minha vida é quase um clichê. E eu amo isso.
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