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Capítulo 7

 

Estava a caminho do orfanato, quando Bruno Mars começa a tocar na minha playlist "injeção de adrenalina".

Já era sábado, trabalhei feito louca nessa semana para montar o processo contra a InnovaMedix, e estava exausta. Desde segunda venho amaldiçoando o filho do demônio, aquele Scott maldito, que teve a audácia de me desafiar a ganhar essa causa. E agora tinha virado algo pessoal, eu arrancaria grande parte do dinheiro dele, nem que fosse a última coisa que fizesse.

Aumento o volume, ao som de "Uptown Funk", e começo a cantar a todos pulmões para extravasar o estresse da semana. Meu pé encontra o acelerador, abro os vidros sentindo o vento tocar meu rosto e me sinto ótima! A adrenalina vem forte nas minhas veias, o vento pressiona minhas bochechas, e a música injeta ainda mais emoção. Eu não tinha um carro esporte à toa, meu pé afunda ainda mais no acelerador e não me importo em olhar para o painel, já que fazia esse trajeto todo final de semana, sabia exatamente onde estavam os radares.

Eu estava a caminho de uma cidade vizinha, St. Charles. Ficava a um pouco mais de uma hora de Chicago, apesar de não estar muito longe, St. Charles era muito diferente de onde eu morava. Era uma cidade pequena repleta de áreas verdes, o ritmo de vida era mais calmo e familiar. Aquele lugar era meu escape da vida urbana.

Faltava apenas dez minutos para chegar ao meu destino, um orfanato que se encontrava um pouco afastado do centro de St. Charles. Me tornei voluntária há cerca de quatro anos. Conheci o estabelecimento por acaso quando vim à cidade visitar por turismo. Sempre tive um apego com cidades isoladas, então um dia achei St. Charles no mapa e resolvi vir visitar, coincidentemente estava tendo uma apresentação do coral do orfanato e tudo começou aí, e nunca mais parei de vir.

Viro à esquerda e chego ao meu destino. Estaciono na vaga de sempre e reparo em um carro que nunca tinha visto ali antes, um Porsche 911, último lançamento, preto de rodas douradas. Bonito pra cacete! Me aproximo e admiro o bom gosto do dono. Adorava meu Porsche Panamera, mas se não fosse pelas minhas amigas folgadas, facilmente voltaria para o 911.

— Inveja do seu dono por ter você! — Digo ao maravilhoso carro esporte na minha frente.

Dou um último adeus mental ao 911, coloco minha mochila nas costas e vou em direção à entrada do orfanato. Assim que atravesso as portas, uma porrada de crianças me atacam.

— SKY!! — Todas gritam, quase me derrubando no chão.

— Ei, seus pestinhas! Como estão? — Acaricio as cabeças das dez crianças que pulavam e se penduravam em mim.

— Bem!! — Todas gritam de uma vez só, quase estourando meus tímpanos.

— Senhor! Estão animados demais hoje, quase fiquei surda. — Limpo meus ouvidos fazendo um teatro.

Começo a cumprimentar cada um deles com um toque especial, cada um tinha o seu. Demoro um pouco até acabar com a leva.

Olho para o grupo e percebo que faltam cinco. Eles eram quinze. Faltavam os cinco mais velhos.

— Onde estão os senhores do grupo?

— Estão apresentando o orfanato para o nosso novo amigo mestre. — O termo "amigo mestre" era aplicado a todo voluntário, eles escolheram esse apelido.

— Quer dizer que vocês irão me trocar? — Digo com uma voz magoada.

— NÃO! — Eles gritam em uníssono, quase estourando meus tímpanos, de novo. — Sky é insubstituível!!

— Bom mesmo! — Sorrio largo para eles. — Vamos, acho que temos números a calcular.

— Ahhhhh... — Eles dizem juntos, e não consigo conter o riso.

— Vocês ensaiaram isso na aula de canto hoje? Estão mais sintonizados que a fila harmônica!

— Você já foi em uma apresentação deles? — Kit, um dos garotinhos, pergunta.

Meu coração se aperta com a pergunta, havia anos, mas não deixava de doer.

— Já sim. Muitas vezes, na verdade. Então posso dizer que vocês estão mais do que sintonizados. Agora vamos sintonizar com os números.

Eles resmungam mais um pouco, e puxo-os para a sala de estudos. Eu ensinava cálculo e geometria para eles, e às vezes inglês. Na verdade, era mais uma aula de reforço, já que eles tinham professores financiados por doadores.

Normalmente, eu passava uma hora na aula e as outras horas ficávamos em atividades recreativas: brincadeiras, gincanas, e esporte. E nessa última eu era realmente péssima.

— Depois da aula, o que faremos? — Pergunta Emília.

— Hum... o que vocês querem fazer?

— Futebol! — Dizem juntos.

— Sério? Têm certeza? Podemos brincar na casa da árvore. — Digo na esperança de mudar a ideia deles, eu era péssima em qualquer esporte, mas me destacava em futebol, para o lado negativo.

— Futebol, futebol, futebol! — Eles começam a rodar em volta de mim.

— Ok, ok, pirralhos. — Solto um riso. — Mas vocês terão que terminar todo o dever.

Eles gritam em uníssono e vão para suas cadeiras.

Passo a próxima hora terminando de ensinar o dever e aplicando algumas aulas. Eles milagrosamente se comportam, o que o futebol não fazia com crianças.

— Vamooos para futebolll!! — Emília grita e me puxa pelo braço, já em direção à porta. Mas, quando estávamos prestes a sair para o corredor, quatro dos faltantes surgem na sala.

— Ahh, olha quem apareceu! Estavam fugindo da aula, é? — Digo fingindo cara de brava.

— Claro que não... — Tyler, o mais velho do orfanato, que já tinha 16 anos, coça uma das cabeças mentindo descaradamente.

— Seu moleque! — Pego-o pela orelha, mas sem machucá-lo. Eu adorava Tyler, ele era extremamente inteligente e muito esperto. — Pensa que pode me enganar?

— Claro que não! — Ele solta uma risada anasalada. — Estávamos apresentando o orfanato para outra pessoa. Por sinal, ele está vindo, acho melhor já se conhecerem. A diretora disse que irão trabalhar juntos daqui para frente.

Tyler coloca a cabeça para fora da sala e acena.

— Ele está vindo, Matt levou ele para conhecer o refeitório e eu vim ver se você ainda estava aqui. O que vamos fazer?

— FUTEBOL! — Uma das crianças fala, e me viro fazendo uma careta. Todos riem.

— Eu ouvi futebol? — A voz grossa invade a sala, uma voz familiar que faz meus pelos se arrepiarem! Não é possível, eu estava imaginando coisas.

Viro minha cabeça bruscamente para olhar na direção da voz, e lá estava.

Scott vestia uma roupa despojada, uma calça jeans, uma blusa branca de malha com uma blusa xadrez vermelha e preta por cima, com o chapéu do time do Bulls. Olho para mim mesma e vejo praticamente a mesma combinação de roupa, calça jeans, blusa branca, mas meu boné era do Warriors, obviamente, o melhor time de basquete. Seu olhar era tão confuso quanto o meu.

— Você...

— Você... — Dizemos ao mesmo tempo, apontando o dedo um na cara do outro.

— Se conhecem? — Tyler pergunta.

Respiro angustiada. Scott invadiu meu espaço de paz espiritual. Agarro-o pela gola da camisa e o puxo.

— Você vem comigo — Falo com Scott. — E vocês, pestinhas, me esperem aqui!

Não ouço a resposta, apenas arrasto a praga para fora da sala.

O solto no meio do corredor, já longe das crianças.

— O que está fazendo aqui?

— Posso perguntar o mesmo, Moon.

— Não me venha com essa, eu já trabalho aqui há anos, e hoje é a primeira vez que te vejo. Está me perseguindo, é?

— Baby, financio esse lugar há mais anos do que você está aqui, te garanto!

Olho para ele incrédula, ele só podia estar zuando com a minha cara.

— Não me venha com piadas. Veio aqui só para me irritar?

Ele gargalha.

— Não tenho tanto tempo de sobra assim, ainda mais para gastar com você.

Estreito os olhos, o esquadrinho.

— Enfim, pode continuar financiando de longe, não precisa vir aqui. Fez isso por anos, pode continuar fazendo.

— Não, obrigado.

— Simples assim? — Pergunto indignada.

— Simples assim.

Estava prestes a iniciar outra batalha, quando a voz da diretora invade meus ouvidos.

  — Sky, vejo que já conheceu Alex. - A senhora de quase 60 anos se aproxima. Rosie era seu nome, ela tinha cabelos grisalhos, olhos verdes e um corpo bem esbelto para sua idade. Seu semblante era calmo, mas ao mesmo tempo era cheio de rugas formadas pelo tempo. — Ele é um dos grandes financiadores deste orfanato. Alex esta é Sky, nossa mais fiel voluntária, está conosco há quatro anos.

  —  Olá Rosie.  —  A comprimento com um abraço, e sorrio para ela. A diretora era um amor de pessoa, muito acolhedora e cuidava muito bem de todos, fossem eles crianças ou voluntários.

— Olá, minha querida. Como foi a semana?

— Tive alguns tropeços irritantes — olho de escanteio para Scott, que estava com os braços cruzados na altura do peito me observando — mas, no final, ficou tudo bem.

— Fico feliz. Bom, tenho algumas pendências para resolver. Sky, Alex irá vir aos finais de semana para trabalhar com você! Finalmente terá um pouco de ajuda.

— Rosie... — começo, mas ela me corta com um sorriso tão amigável que engulo minhas reclamações.

— Vou indo então. Vejo vocês mais tarde.

— Até mais, Sra. Lions. — Scott diz ao meu lado.

— Rosie, querido, me chame de Rosie.

Ela se despede e some corredor adentro. Cruzo os braços, angustiada, a observando sair.

— Então...

— Então nada, Scott. Vai procurar outro orfanato, esse é meu. — piso firme, cruzo os braços e me viro para ele como uma criança emburrada.

— Que fofa. — Ele me encara de volta e sorri de lado. — Sky Harris, tem que aprender que nem tudo funciona como você quer. Não vou embora, se você quiser, já sabe onde fica a saída.

Ele dá um peteleco no meio da minha testa, vira as costas e vai em direção à sala das crianças.

Corro atrás dele e pego sua mão, puxando-o de volta para mim, em um ato de o fazer parar. Sinto o desconforto me percorrer, um suor gélido se forma na ponta dos dedos e me sinto hesitante em encará-lo, pois sabia que isso tornava o desconforto ainda maior. Era assim toda vez que encostava Scott, eu devia mesmo odiar aquele cara.

Nossas mãos ainda estavam dadas, devido ao impulso de minhas ações. Recolho rapidamente, já que cumpri meu objetivo.

— Vamos fazer uma aposta. — digo tentando ignorar o incômodo no peito.

Scott, que ficou alguns segundos paralisado, não sei fazendo o quê, levanta a cabeça abruptamente.

— O que disse?

— Está surdo? Vamos fazer uma aposta. Quem perder, sai.

— Quantos anos você tem, Moon?

— 31, por quê? — Não é como se ele não soubesse, ele ri com a provocação vinda de mim.

— Ok. Uma aposta. Porém, quem ganhar decide o que fazer com a situação.

— Combinado. — digo sem pensar. Eu não perderia em nada para aquele imbecil.

Uma vez, uma amiga minha, a qual era psicóloga, me disse que às vezes podemos pensar que esquecemos de algo, mas nosso corpo nunca esquece. Naquele momento, percebi que ela estava completamente certa, pois, sem perceber, ergo minha mão com o mindinho suspenso. Percebo o olhar surpreso de Scott, com certeza ele não esperava por isso. Bom, eu também não. Em um ato de desespero, tento recolher a mão discretamente, mas ele não deixa, Scott rapidamente entrelaça seu dedinho no meu, e assim nos encaramos por alguns segundos antes de dar sequência no toque. Era um toque especial, algo nosso. Entrelaçamos os mindinhos, encostamos os polegares e giramos os pulsos em um movimento suave de 180º. Ao final do giro, batemos os polegares um no outro três vezes, como um ritual silencioso que só nós entendíamos.

Por segundos, horas, dias, não sei ao certo, nos encaramos. Me senti de volta ao terceiro ano da faculdade, na época onde eu e Scott nos tornamos o apoio um do outro. Sempre nos odiamos, sempre nos provocamos, mas isso nunca nos impediu de confiar um no outro. Bom, nunca é muito tempo, no quarto ano, tudo mudou.

— O que estão fazendo? — Tyler aparece nos tirando do transe.

Em um susto mútuo, separamos nossas mãos desengonçadamente.

— Nada. — respondo.

— Uma aposta, na verdade. — Scott olha para o garoto. — Por sinal, por que não definimos algo para apostarmos? Justo, não?

A última pergunta foi direcionada a mim. Um pouco aérea, acabei respondendo que sim. O que foi um belo erro.

— Sério? Que tal uma partida de futebol americano? Estamos doidos para jogar!!

Meus sentidos voltam como se tivesse levado um soco na barriga.

— O quê? NÃO! — digo desesperada.

Scott começa a gargalhar, gargalhar de verdade. Seus olhos começam a lacrimejar, e vai com a mão na barriga, se curvando aos poucos de tanto que ria.

— Tyler, escolha outra coisa, vai! Qualquer coisa! — junto as mãos, o implorando.

— Mas queremos jogar futebol, Sky.

— Porra, Scott. — Na maioria das vezes, tentava segurar para não falar palavrão no orfanato, mas foi impossível me segurar. — Futebol americano não, não vale. Nem venha com essa.

O desgraçado continua a rir.

— Não tenho chance nenhuma de vencer esse cara em qualquer esporte, Tyler, muito menos no futebol americano. Vamos lá, me ajude. — volto a suplicar para o garoto.

— Para de chorar, Moon — Scott diz entre risos, enxugando as lágrimas. — Está fugindo mesmo de uma aposta? Que covarde.

— Eu... eu... — gaguejo. Sim, eu era infantil, uma simples frase me chamando de covarde cutucava fortemente meu orgulho. — Aceito.

E ele ri ainda mais, filho do puto. Não podia xingar sua mãe, mas seu pai estava livre.

Enfio o indicador na cara dele e digo extremamente irritada:

— Uma mão amarrada nas costas ou os pés amarrados um no outro, pode escolher.

Ele segura o riso e responde.

— Uma mão amarrada.

— Não vale derrubar ninguém do time adversário, nem eu nem as crianças.

— Ok. — segura o riso de novo.

— Os mais velhos são meus.

— Ai não! Vai me deixar com os de três anos. 70% dos mais velhos são seus, e os mais novos a proporção tem que ser igual. Compensamos a diferença nos de "meia" idade.

Estalo a língua, pensativa. Tyler era bom no futebol, assim como Matt.

— Ok! Mas eu separo os times. Prometo seguir a regra da idade.

— Feito.

— Então vamos? — Tyler nos chama animado.

Fuzilo Scott e passo por ele, esbarrando em seu ombro. Ouço a risada rouca dele sendo deixada para trás.

  Separo o time da forma mais desleal possível, mantendo comigo os que tinham melhor conhecimento de futebol americano,  obviamente não tínhamos um time completo, e uma das crianças ficou de fora por ter machucado o pé, uma perda, já que ele sabia jogar muito bem. Acabou ficando de juiz.

  Éramos oito em cada lado, o melhor time com certeza era o meu. Scott se aproxima com um barbante.

  — Quer fazer as honras?

  Pego o barbante e prendo sua mão nas costas, a esquerda, já que Scott era canhoto. No último laço, aperto com mais força e ele resmunga em dor.

— Não adianta tentar me alejar, Moon. Você ainda vai perder. — Ele se vira para mim com sorriso ridiculamente presunçoso.

— Veremos! — Dou um soco no seu ombro e me viro para conversar com meu time.

Faço as estratégias. Apesar de ser péssima em esportes, não era porque não entendia. Muito pelo contrário, eu adorava futebol americano, o problema era 100% físico.

Acabo de alinhar com meu time, entramos em posição e o time adversário faz o mesmo. Encaro Scott, e me arrependo instantaneamente da aposta.

  Alexander Scott, titular do time de Michigan Wolverine. Quarterback destaque por três anos seguidos, convidado para jogar na NFL no quarto ano. Resumindo, eu estava fodida.

O jogo já começou pegando fogo. Meu time, era composto pelas crianças que tinham o mínimo de habilidade no futebol americano. Eu sabia que, fisicamente, a vantagem era do time de Scott, vamos falar a verdade, não era do time, era de Scott em si, mas eu mandava bem nas estratégias. Cada passe, cada bloqueio, tudo estava saindo como planejado. Os meninos do meu time estavam jogando muito bem, e não dava para negar, eles tinham mais técnica que o time de Scott. Eu estava controlando o jogo com cada jogada, e, no começo, parecia que a vitória estava ao nosso alcance.

Mas, claro, eu sabia que a experiência dele estava começando a fazer a diferença. A cada jogada, Scott conseguia virar a partida, como se tivesse um poder secreto. Ele lia o jogo como ninguém e, com um passe perfeito, seu time estava mais perto da nossa linha de gol. Mesmo tentando equilibrar as coisas com mais algumas boas estratégias, estava ficando claro: a força física e a habilidade de Scott estavam pesando. Mesmo com meu time dando tudo de si, os meninos do time dele começaram a pegar ritmo. A vitória estava escorregando pelas minhas mãos, mas não estava disposta a admitir isso sem lutar até o fim. Orgulho puro, porque lá no fundo eu sabia que era uma causa perdida.

E foi no último lance, quando tudo parecia perdido, que a bomba explodiu. A jogada de Scott foi impecável. Ele avançou, se esquivou dos nossos bloqueios com uma facilidade absurda e, com um único passe, fez seu time alcançar a linha de gol. Antes que pudesse fazer algo, ele me pegou com mão direita, me ergueu nos ombros como se eu fosse uma pena, e conseguia ouvir a maldita risada debochada escapar de seus lábios. 

— Achei que ia ganhar, Moon! — ele disse, me segurando firme enquanto eu ficava completamente fora de combate, sem poder fazer nada.

— Me solta, maldito! Eu disse que não poderia derrubar ninguém!

— Não sei se reparou, mas você não está no chão, baby.

Meu corpo pendia em seu ombro, e ele não fazia esforço nenhum em correr comigo pelo campo e pegou mais um defensor e colocou de baixo do braço direito, carregando nós dois como se não fossemos nada, e olha que o braço esquerdo ainda estava amarrado. Seu jogador, que ele colocou de recebedor, fez touchdown sem esforço nenhum.

As crianças de seu time comemoravam, e o defensor traidor do meu time, ria pela brincadeira de ser carregado enquanto Scott corria nos segurando pelo campo.

Acabo desistindo de socar as costas gigantes daquele brutamonte e apenas espero ele cansar de me carregar no ombro pelo campo. Engulo meu orgulho, pensando que devia ter feito isso antes, afinal, ganhar dele nessa categoria era impossível desde o início.

— Desistiu de se debater, Moon. — Ele fala sem nem mesmo estar ofegante.

O ignoro. As crianças do seu time vêm correndo ao seu encontro, bem animadas.

Ele primeiro coloca o defensor no chão, e, sem dificuldades, faz o mesmo comigo.

Fecho a cara irritada com ele.

— Suas jogadas foram ótimas. O problema é seu talento esportivo. Como pode não ter melhorado absolutamente nada?

Reviro os olhos e ele sorri para mim, sem deboche dessa vez. Scott estava visivelmente feliz, e isso, de certa forma, aquece meu coração, de uma forma estranha. Ele bagunça meus cabelos e parte para comemorar com as outras crianças.

No final, todos estavam bem felizes. As crianças, mesmo perdendo, se divertiram bastante. A única insatisfeita e prejudicada com a situação era eu.

Me sinto triste, muito triste, em pensar que eu deixaria o orfanato. Não era algo justo, Scott não podia destruir meus quatro anos de relacionamento desta forma.

— Então... — Ele volta depois de encaminhar as crianças para a cozinha. Era hora do almoço. — Acho que as crianças que acabei de conhecer vão me odiar se eu te mandar embora.

— Sim! Vão! — Digo sem receio, tomara que o odeiem pelo resto da vida deles.

— Então, eis o acordo. Nós dois ficamos.

Pisco duas vezes.

— O quê?

— Você ouviu.

— Não quero, obrigada. — Digo, cruzando os braços.

— Bom, não estou te expulsando, então você terá que dizer para as suas doces crianças que vai parar de vir. Porque eu não vou.

Engulo em seco, irritada e frustrada com aquele desgraçado. Penso nas crianças, e não consigo cogitar a ideia de deixar de vir visitá-los.

Solto um suspiro rendida, sabendo que não perdi apenas uma vez, mas duas. No final, ele ganhou a aposta e a ameaça.

— Faça o que quiser, Scott. — Faço careta para ele e vou em direção ao prédio pegar minha bolsa.

Pego minhas coisas e me despeço das crianças. Iria almoçar em Chicago, com Ash.

Vou caminhando até meu carro, quando vejo Scott encostado no 911 preto. Só pode ser brincadeira.

Destravo meu carro, ignorando sua presença.

  — Não sabia que tinha virado mãe de família Moon — O maldito debocha do meu Panamera.

  — Vá se Fuder Scott.

Ele alarga o sorriso e entra em seu 911, e para completar o maldito abre o teto do carro, arranca o carro e ergue a mão para cima.

Desgraçado!

  Como sinto falta do meu conversível.

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