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Capítulo 5

12 Anos atrás

– Sky, sua louca! Vamos nos atrasar!

Ouço alguém gritando no salão da fraternidade, mas não identifico quem é. Minha cabeça está estourando. Quanto bebi na noite passada? Tento abrir os olhos, mas fica ainda pior. Sinto o gosto de vômito na boca e, instantaneamente, me arrependo da bebedeira.

– Porra! Tenho que parar de beber.

Era o que dizia para mim mesma todos os dias de ressaca, mas meu cérebro burro esquecia dessa indisposição algumas horas depois, e eu enchia a cara de novo. Por quê? A dor da ressaca era melhor do que outras dores. Apesar de todo esse processo chato chamado ressaca, eu ainda queria sentir algo, queria a adrenalina, queria o remorso, queria algo além da dor, até mesmo a raiva serviria como um prato cheio para mim. Porém, nada disso estava lá, nem mesmo quando eu bebia, tudo era tedioso e irrelevante.

Ouço o estrondo vindo da porta.

– Levanta daí, menina!!! Você vai perder a aula de economia. Dizem que a professora é um porre!

– Não aguento!! Tá tudo girando.

– Problemas se está girando, Sky!! Levanta. Se eu deixar você aqui, Ash vai te matar e me levar junto.

– Ash é um amor, não mata nem xinga ninguém.

– Você que acha! Tira essa bunda da cama e vai pro banho. Te dou 5 minutos, senão, eu juro que jogo um balde de água fria na sua cara! – Kat me puxa da cama e me arrasta até o banheiro. – CINCO MINUTOS.

Me arrasto com relutância até o banheiro, entro no chuveiro e deixo a água cair sobre meu corpo, com as poucas roupas que eu estava usando. Tento me lembrar de algo da noite passada, mas me arrependo logo em seguida. Meu cérebro não estava pronto para pensar. Ignoro; se eu tivesse feito algo muito ruim, alguém acabaria me contando.

Sinto as gotas de água pingando no meu rosto e lavando a maquiagem borrada. Prendo os cabelos em um coque e termino o banho após passar a bucha. Saio do banheiro e escolho a primeira roupa que vejo na frente: uma blusa dos Beatles larga e uma calça surrada. Calço meu All Star e saio pela porta.

– Às vezes, eu te odeio, Sky – Kat me inspeciona.

– Ham? O que eu fiz agora? Não demorei mais de 5 minutos.

– Você acabou de acordar depois de desmaiar de tanto beber, colocou a pior roupa do seu guarda-roupa e continua gata pra caramba. Como pode o universo ser tão injusto?

Sorrio para minha amiga e passo o braço em seu pescoço.

– Você sabe mesmo como fazer meu dia! Você também é gata pra caralho, Kat.

Kat era um pouco mais alta que eu, magra e com cabelos e olhos pretos. Tinha uma beleza simples, mas cativante.

– Me engana que eu gosto. – Ela sorri para mim e me entrega um remédio. – Toma isso logo. A aula vai ser um saco.

Pego o remédio e a água e engulo de uma só vez. Descemos as escadas, e a dor de cabeça ainda estava lá, mas resolvo ignorar.

Atravessamos o campus o mais rápido que pudemos, correndo até o prédio da aula de economia e torcendo para chegar antes da professora pesadelo.

Chegamos ofegantes e triunfantes: a professora ainda não tinha chegado. Entramos e olhamos as fileiras, procurando a cabeleira ruiva de Ash. Alvo encontrado.

Subimos os degraus até chegarmos ao nosso destino.

– Você está péssima! Quanto bebeu ontem, Sky Harris? – Ash me repreende, com sua voz delicada e ameaçadora.

– Algumas garrafas? – Falo, realmente na dúvida.

– Algumas? Você bebeu no galão, Sky. Apostou com o Tyler que conseguiria beber toda a bebida enquanto ficava de cabeça para baixo. Dois segundos depois de terminar e descer do galão, você vomitou e desmaiou.

Faço uma careta, imaginando a humilhação.

– Porra... Podia ter esperado mais umas horas para desmaiar. O Tyler vai esfregar na minha cara que não aguentei a aposta.

– Sério? Essa é sua preocupação? – Ash me olha em desaprovação.

Apenas dou de ombros e sorrio para ela.

– Você não tem jeito, Harris. – Kat ri da minha cara.

Deito a cabeça no ombro de Ash e a alinho no pescoço dela.

– Me chama quando a professora chegar.

– Pode levantar, ela já chegou.

– Bom dia a todos! – A professora grita ao entrar. – Meu nome é Clare, sou a nova professora de economia. O professor Angelo precisou se afastar, e estarei substituindo suas aulas este ano.

A sala estava cheia, provavelmente devido à unificação das turmas. A professora pesadelo era famosa no campus. Mesmo no meu primeiro ano, já tinha ouvido falar dela. Me inscrevi na aula do professor Angelo porque estava fugindo da bruxa, mas, no final, caí em sua aula mal-assombrada de qualquer jeito.

– Hoje vamos discutir um tema que tem gerado muitos debates entre economistas e governantes pelo mundo: o rendimento básico universal. A ideia é fornecer uma renda fixa para todos os cidadãos, independentemente de sua condição de trabalho. Há quem diga que essa medida poderia reduzir a pobreza e gerar mais igualdade, enquanto outros argumentam que ela desestimularia o trabalho e aumentaria os gastos públicos sem garantir um retorno sustentável. Então, quero ouvir de vocês: o rendimento básico universal seria uma solução prática ou um sonho impossível?

  – Eu entendo que o rendimento básico universal parece uma solução interessante, mas vamos ser realistas aqui. Dar dinheiro para todo mundo, assim, sem qualquer exigência... Não seria incentivar o pessoal a não trabalhar? Já pensaram no impacto disso?

Meus ouvidos se atentam às palavras de algum idiota na sala, mas não me dou o trabalho de virar para trás.

– É uma solução mais do que necessária, professora! Tem pessoas que estão cansadas de ralar feito loucas e ainda não conseguirem pagar as contas. Essa renda básica ajudaria muita gente a ter uma vida digna. E quem acha que isso vai "desestimular" o trabalho tá vivendo numa bolha! - Digo entrando no debate, não poderia simplesmente ouvir uma afirmação idiota daquelas e ficar calada.

– Ah, claro, porque todo mundo vai correr pra "construir carreira" com uma mesada do governo. Sabe como é, nada mais motivador que receber um dinheiro fácil. Eu até apostaria que muita gente ia tirar uma "folga prolongada" se tivesse uma renda garantida. – A voz irritante se repete, e, desta vez, não ignoro. Giro meu corpo para trás, procurando o dono das opiniões estúpidas.

Seus olhos se encontram com os meus no mesmo instante, e lá estava ele. Havia meses que eu não sentia nada além do vazio, mas, quando cruzei meus olhos com os dele, senti. Eu senti pura raiva. Não sabia explicar, mas borbulhava dentro de mim.

– Dinheiro fácil? Jura, bonitinho? Você acha que sobreviver com um trocado é algum sonho? Se as pessoas tivessem um mínimo garantido, poderiam escolher trabalhos melhores, empreender... ter mais controle sobre a vida! Mas não, pra você isso é só preguiça, né? Muito fácil pra você falar com todas essas roupas de marca e esse relógio no pulso que foi lançado semana passada.

Seus olhos estavam fixos nos meus, e neles não via nada além de divertimento. Desgraçado.

– Então, estressadinha – ele sorri para mim e inclina seu corpo para frente –, qual sua solução? Vamos tirar dos ricos e distribuir como mágica? Só que o mundo não é tão simples, baby. A gente precisa de soluções que funcionem na prática, não só no discurso. O RBU precisa de um plano viável, não de raiva jogada ao vento.

– Jogada ao vento?! Quem você pensa que é pra falar assim? Esse "plano viável" que você tanto defende só funciona pra quem nunca teve que escolher entre pagar aluguel e comer! Fácil falar de "realidade" com tudo isso aí de luxo, né, playboy? Você sequer sabe o que é ralar de verdade? Acha que quem precisa do RBU tá só com "raiva ao vento"? Esse é o problema de vocês, que vivem no seu mundinho perfeito. Acham que todo mundo tá só esperando uma "mesada" pra fazer corpo mole!

Ele sorri. O filho da puta apenas sorri. Estava prestes a continuar seus argumentos quando a professora o interrompe.

– Muito bom, turma! Esse é o tipo de debate que espero de vocês! Bons pontos apresentados, Scott. E a mocinha, como se chama?

Meus olhos ainda estavam pregados aos malditos olhos castanho claro atrás de mim, fuzilando-o e desafiando-o a dizer mais alguma coisa.

– Senhorita?

– Sky. – Desvio o olhar. – Sky Harris.

– Vejo que a turma de Angelo também possui bons alunos. Espero que todos vocês sigam o exemplo da Srta. Harris. Quanto aos meus alunos, já passou da hora de aprenderem com Scott. Enfim, abram seus livros na página 205, para continuarmos estudando sobre isso.

– Deixa ver se eu entendi. Sky quase morre de coma alcoólico e precisamos seguir o exemplo dela? Ela quase não apareceu na aula de hoje! – Kat sussurra para Ash.

– Confesso que não sei como ela faz isso. Sky é boa em tudo. É realmente frustrante ser amiga dela, é melhor se acostumar; isso acontece com frequência.

Pego meu livro e abro na página indicada, meu sangue ainda borbulhando.

– Aliás, quem é ele? – Ash se inclina para perguntar.

– Sério que você nunca ouviu falar? – É a vez de Kat. – Ele também é do primeiro ano. É do curso de engenharia, mas faz diversas matérias de economia. Seu nome é Alex Scott. É o cara mais gato e cobiçado do primeiro ano. Eles o chamam de "deus Alpha". Se não me engano, ele é da Sigma Alpha. O apelido veio daí. Além de lindo, ouvi falar que é um dos melhores alunos de engenharia. E tem mais: ainda joga no time de futebol americano. Rumores dizem que já é um dos titulares.

– UAU, que currículo. – Ash diz, surpresa, e vejo-a olhando para trás.

– Sim! Mais da metade do campus está atrás dele.

– Dá pra calarem a boca? Estou prestando atenção na aula!

Kat arreda seu caderno e volta a olhar o quadro, claramente intimidada pelo meu tom de voz.

Ash me olha de lado e me avalia.

– Que foi? Perdeu alguma coisa?

Ash simplesmente sorri e acaricia minha cabeça.

– Fico feliz que essa chama ainda esteja aí. Senti sua falta, Sky.


---***---

-— Oi! Terra chamando Sky! — Liz estala os dedos na minha frente, tirando-me do transe.

— Oi?

— Então? — A morena me olha com dúvida, e eu continuo sem responder. — Você não ouviu nada do que falamos, né?

— Ash estava contando sobre a minha vida e o quanto eu odeio o Scott.

— Isso é óbvio. Ela já está falando há horas e você não prestou atenção em nada?

— Claro que não. É a minha vida, não preciso ouvir, já sei de tudo o que aconteceu. Além do mais, essa história não me interessa. Eu o odeio e pronto. Estou ocupando minha mente com meus casos importantes. — Minto. Afinal, eu estava aqui relembrando como conheci aquele imbecil, como se estivesse em um sonho revivendo aquele momento.

— Sei... — Ela me olha desconfiada. — Enfim, parece que você gostava de discutir com ele, até demais, não? — Liz me lança aquele olhar cheio de segundas intenções.

Reviro os olhos e mostro o dedo do meio para ela, sabendo exatamente onde queria chegar. Todas começam a rir.

— Não é como se fosse difícil para a Sky discutir com alguém — Amber começa a dizer entre risos. — Não é à toa que essa daí nasceu para ser advogada!

— Ela não nasceu para advogar — Ash interrompe, com o semblante sério e a voz firme. Ela encara Amber, quebrando totalmente o clima brincalhão. — Não confunda as coisas. Ela pode ser muito boa no que faz, afinal, é da Sky que estamos falando. Porém, não diga que ela nasceu para isso, porque você está completamente enganada!

Ash se levanta, claramente alterada, e caminha em direção à porta do apartamento.

— Vou sair para comprar vinho. Já volto. — Fecha a porta sem hesitar.

Olho para a porta e vejo minha amiga sair. Ash dificilmente se ofendia com algo ou se chateava com alguém, mas quando o assunto era esse, as coisas nem sempre seguiam a mesma lógica.

— O que eu fiz? — Amber pergunta, perdida. — Nunca vi Ash tão chateada... O que eu falei de errado?

— Não esquenta. Quando ela voltar, vai estar bem de novo. — Digo, acariciando a cabeça da loira. Liz faz o mesmo.

— Desculpa, Sky... Não sei o que falei, mas não foi por querer. Ash está com raiva de mim? — Lá estava a insegurança de Amber transparecendo, mesmo por algo que, aos olhos de qualquer pessoa, seria besteira. Amber já tinha avançado muito em muitos aspectos, mas em momentos assim, sua fragilidade ainda era visível. O constante medo de desagradar alguém e ser punida por isso permanecia.

Liz pega o rosto dela entre as mãos.

— Amberly, escuta bem: você não fez nada! Às vezes, o problema não é o que você diz, mas sim o que a pessoa interpreta. Ergue essa cabeça e diga para si mesma que está tudo bem. Desentendimentos acontecem, ok?

— Ok. — Os olhos inseguros de Amber ficam mais firmes, e ela sorri levemente.

Observo a cena e percebo como o passado de Amber ainda a atormentava. Mesmo por algo pequeno, fazíamos questão de não deixar passar. Era nossa missão ensinar Amber que o mundo podia ser melhor do que aquilo que ela viveu. Chego perto dela e a abraço.

— Não leve para si e nem pense que você é o problema. Nem mesmo quando o desentendimento for com uma de nós.

Solto o abraço e dou um peteleco em sua testa.

— Vou ali e já volto, ok? — Digo às duas e saio do apartamento.

Desço pelo elevador e caminho até a saída, sabendo que encontraria Ash sentada lá fora.

Assim que atravesso a porta, a vejo agachada, olhando para o horizonte, pensativa. Imito sua posição e espero que ela diga algo.

— Amber deve ter se assustado... Ela está bem? — A ruiva começa, com seu tom calmo de sempre.

— Se sabe disso, deveria subir e pedir desculpas.

— Eu vou, não se preocupe com isso. Só precisava sair um pouco.

— Eu sei. Afinal, é da Ashley que estamos falando, a calmaria e a sensatez do grupo.

Ela ri, seca.

— Bom, nem tão sensata assim. É só que... eu amo ver você se dando bem como advogada. Vejo o quão habilidosa você é, como fundou sua empresa e se saiu tão bem nela. Tenho orgulho de você por isso, orgulho de quem se tornou. Porém, você não nasceu para isso, e me pego pensando: se você é tão boa em algo que não é aquilo para o que nasceu, como seria se não tivesse desistido?

Suas palavras me pegam de jeito, e sinto meu coração apertar. É claro que eu também pensava nisso às vezes, mas não sabia que Ash também sofria por isso.

— Foi minha decisão, Ash. A verdade é que, desde que meu pai morreu, nada foi igual. Seguir aquele sonho me fazia chorar todas as noites. Você sabe o quão difícil foi para mim superar e, depois... — Sinto meus olhos queimando. — Quando achei que tinha superado, quando tentei voltar, tudo despencou novamente.

Respiro fundo, e ergo meu olhar para os altos prédios de Chicago.

— Estou melhor assim. Estou bem sendo advogada. Estou feliz, Ashley.

Ash me olha com os olhos cheios de lágrimas, que já escorriam pelo rosto cheio de sardas.

— Tem certeza?

— Sim, eu tenho. — Minto. Não tinha certeza, mas era o que repetia para mim mesma todas as manhãs. Não custava repetir para minha amiga.

Limpo as lágrimas que rolam pelo rosto dela.

— Agora vamos comprar as bebidas. Não podemos voltar de mãos vazias. — Digo, erguendo-me e estendendo a mão para Ash.

— Chocolate.

— Hã?

Ash pega minha mão e se levanta.

— Vamos comprar chocolate. Preciso me desculpar com Amber.

Sorrio para ela, e seguimos caminhando em direção ao mercado.

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