Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 8 - Pura felicidade

Ethan Johnson

Emily estava grávida.

Eu seria pai.

Meu Deus do céu, eu ia ser pai!

As cenas de uns dias atrás passavam por minha cabeça como memórias vívidas. Eu parecia reviver o momento de novo e de novo e de novo, como uma maldita tortura. A dor no olhar de Emily, o seu desespero, o medo de sua mãe e o meu... tudo era tão fodido.

Ainda tinha a história do aborto. Eu sabia que a última coisa que Emily queria na vida era ter um bebê, por isso nunca sonhei com essa possibilidade – também nunca ousei contar sobre a barbaridade do meu pai. Mas agora não tinha mais volta. A bomba havia explodido e eu tentava, de forma falha, recolher os resquícios. Eu também não queria um filho nesse momento, isso atrapalharia meu trabalho e o meu relacionamento com Emily, mas agora, sabendo que uma parte minha e da mulher que mais amava na vida estava sendo gerada em seu ventre, e que poderia em breve não existir mais, me fazia questionar meus sentimentos e as minhas vontades.

Eu queria esse bebê. Eu queria assumir essa responsabilidade com ela. Queria ser pai.

Acordei dos meus pensamentos com a porta do meu escritório sendo aberta de uma vez e Eloise entrando. Isso era tudo o que eu precisava em um quase fim de expediente.

― Você não sabe bater? ― Perguntei, ajeitando minha postura. Eloise sorriu, desdenhosa, e se acomodou na cadeira de frente a minha mesa.

― Não se esqueça, irmãozinho, que a vaga que você ocupa quase foi minha. Então eu também tenho os meus direitos nessa empresa.

Forcei um sorriso para ela.

― Sempre tão simpática.

― Herança dos Johnson.

― O que você quer, Eloise? ― Perguntei. Ela colocou a bolsa na outra cadeira e se acomodou melhor.

― Vim saber o que está rolando entre você e Emily. Ela recusou o convite da mamãe para o dia das dondocas e eu sei que ela não está mais no apartamento.

― Como você sabe? Nossos pais sabem disso?

― Relaxe, só eu sei.

― E como descobriu?

― Tenho os meus métodos. ― Semicerrei o olhar para ela, nada satisfeito com a resposta. Ela revirou os olhos. ― Falei com a síndica do prédio.

― Isso é invasão de privacidade!

― Que seja. Eu não posso deixar vocês para lá, Ethan. Penso que a qualquer momento uma desgraça poderia acontecer, precisava me manter informada. Agora que Emily saiu, tenho certeza de que algo ruim aconteceu. ― Suspirei. ― O que foi?

― Não queira nem saber. ― Me encostei na cadeira, sentindo cada músculo meu doer.

― Ah, mas eu quero. Desembucha. O que aconteceu?

Sabendo que minha irmã não desistiria até que eu contasse, resolvi abrir o jogo. Além de que eu precisava para alguém para desabafar. Por mais que Eloise não fosse a pessoa que eu quisesse para isso, era a única que tinha e a única que realmente estava se importando.

― Nós tivemos uma briga dias atrás. Algo feio.

― Por que?

― Por um comentário que nossa mãe fez. Segundo Emily, ela foi homofóbica.

― Droga. Eu sabia que isso havia a deixado mal. ― Resmungou. ― Ela realmente foi, Ethan. Foi ridículo. Quase me retirei e levei Emily comigo, mas ela parecia fazer esforço para ficar lá, não queria confusão.

― Bem, ela depositou toda sua raiva em mim quando chegou em casa. Ficou... ― Suspirei. ― Ficou chateada porque nunca contei aos nossos pais sobre sua sexualidade. Eu só me pergunto porquê. Não tinha como falar isso para eles, Eloise.

― Acho que ela se sentiu invalidada por você. Ela queria fazer parte da sua vida, mas queria que você fizesse isso por completo, que a aceitasse com tudo que ela é.

― Mas eu aceito! Droga, eu realmente aceito.

― Não parece. Quando você omite isso dos nossos pais, parece que, inconscientemente, está omitindo para si mesmo.

― Não é bem assim. Eu só não sabia como contar para eles. Como eu contaria? Eles a esculachariam!

― Mas pelo menos você estaria do lado dela, teria dito a verdade. Talvez assim eles não tivessem forçado vocês a serem o projeto de novo casal americano recatado.

― Já está feito. ― Massageei as têmporas. ― Acontece que depois dessa briga, Emily disse que ia embora. Ela realmente ia, já estava indo para o quarto para arrumar suas coisas.

― Mas?

― Mas ela desmaiou. ― Eloise suspirou, surpresa. ― Eu me desesperei. Corri para leva-la para o hospital. Assim que chegamos liguei para a mãe dela e ficamos os dois esperando a médica examina-la. Ela ficou duas horas desacordada.

― Ficou tudo bem? O que era?

― Bem, a médica fez os exames, incluindo de sangue e comprovou o que havia desconfiado. ― Encarei minha irmã que tinha um olhar assustado, exatamente como o meu no dia em que ouvi aquela notícia. ― Emily está grávida.

― O QUE? ― Eloise gritou, ficando de pé em pleno choque.

Eu fechei os olhos por alguns segundos, para tomar coragem de encarar a fúria de Eloise.

― Me diga que isso é uma brincadeira.

― Não é. Acha que eu brincaria com algo assim?

― Não sei. Nosso pai adora fazer piadas nos momentos inoportunos, e a maioria é de muito mau gosto, então eu não me surpreenderia se você tivesse adotado esse hábito dele.

― Eu não sou a porra de um monstro, Eloise. No que pensa que me tornei?

Ela suspirou. Carregava decepção no olhar.

― Como você pôde fazer isso, Ethan? Como pôde engravidá-la? Isso a troco de que, dinheiro?

Me levantei, extremamente chocado. Eu não conseguia acreditar que ela ia mesmo trazer aquele assunto à tona.

― Tudo por uma maldita herança?! ― Gritou.

Bati as mãos na mesa, calando-a, e apontei o dedo para ela.

― Isso não tem nada a ver, Eloise! ― Esbravejei. Minha irmã continuava parada, furiosa. ― Eu não engravidei Emily. Cristo, você faz parecer como se eu tivesse preparado um plano para isso.

― E não foi isso? Não era esse o objetivo do nosso pai? Um neto, futuro herdeiro?

― Fomos descuidados. ― Cai sentado. O cansaço já batia.

― Por que nunca contou a ela? Por favor, Ethan, me diga que não fez isso de propósito.

― Claro que não fiz, droga. Nunca falei nada porque não achei relevante. Emily nunca quis ter filhos, eu já estava conformado, e falar sobre isso faria ela apenas odiar nosso pai ainda mais.

― E com razão. ― Eloise sentou. ― E então? Como ela está?

― Quer abortar. Emily não quer esse filho.

― O que? Por que?

― Ela nunca quis, Eloise. Eu disse. ― Suspirei.

― E você? Como se sente?

Olhei para minha irmã. Ela parecia menos brava e mais compreensiva, pareceu acreditar em mim.

― Quebrado? Perdido? Fodido? ― Passei a mão pelos cabelos, agoniado. ― Sinto que minha vida está afundada em merda e eu não posso fazer nada.

― Emily sequer falou com você sobre?

― Não. Apenas disse a médica assim que recebeu o resultado. Eu ainda tentei refutar, disse que a responsabilidade também era minha, mas ela disse que a decisão era só dela.

― Eu até que a entendo. Não é fácil. Ela já estava confusa, se sentindo mal, e de repente recebe uma notícia dessas, algo que ela nunca cogitou. ― Disse. ― Mas você está pronto? Para ser pai, quero dizer.

― Creio que nunca estamos prontos para algo assim ― Falei. ―, mas é algo de Emily e meu. Como eu não poderia não estar pronto para isso?

― Então realmente não tem nada a ver com herança?

― Caralho, Eloise, claro que não tem. É do meu filho com Emily que estamos falando. Eu amo essa mulher mais do que tudo nessa vida, e só de imaginar uma miniatura dela correndo por aí enche meu coração de alegria. Eu abriria mão de todo o dinheiro do mundo apenas para ter os dois comigo, Emily e nosso filho.

Ela concordou. Me surpreendi, encarando-a, quando ela tocou em minha mão sobre a mesa.

― Você deve lutar por isso. Não vai ser fácil, a decisão é sim mais sobre ela, mas você não pode desistir. Lute por ela, Ethan, e lute pelo seu filho também.

― Mas ela nem quer me ver. ― Falei em um fio de voz.

― Dê um jeito. ― Assenti, já pensando em maneiras de convencer a me ver. ― Mas, Ethan, já adianto que estou do lado de Emily, não importa o que aconteça.

― O que? Mas eu sou seu irmão!

― Mas é homem. As coisas sempre serão mais fáceis para você.

― Pode, por favor, não dizer nada aos nossos pais? Eu falarei no momento certo, depois de conversar com Emily.

― Você tem a minha palavra.

Assenti, um pouco mais calmo.

Eu precisava consertar as coisas com Emily, esse era o primeiro passo. Só então enfrentaria a família que, a partir de hoje, não eram mais a sua prioridade.

Emily Broussard

― Fiquei surpresa ao receber sua ligação. ― Alice disse, animada.

Nós caminhávamos pelo quarteirão do bairro dos Hayes, juntas, enquanto ela empurrava o carrinho com Margie dentro, que brincava tranquilamente com um ursinho. Ela era um anjo lindo.

― Precisava de boas companhias. ― Falei, pegando o pé de Margie. Ela sorriu, soltando a chupeta.

― Bem, fico feliz. Nós precisávamos sair de casa também. Papai resolveu reorganizar seu escritório e está tudo uma bagunça. Margie estava ficando estressada.

― Robert é uma figura. ― Ri, enfiando as mãos nos bolsos do moletom. Fazia frio naquele fim de tarde. ― É tão engraçado pensar que ele é outro homem depois do nascimento da neta.

― Ah, e como é! Fico me perguntando qual foi o nome desse fenômeno, e sei bem qual é ― Ela me olhou, sorrindo. ― Amor. Um bebezinho desses amolece o coração de qualquer um.

Engoli em seco, olhando para Margie. Ela era tão doce, tão inocente, e cada vez que sorria me dava alegria. Um bebê era a criatura mais adorável do mundo, mesmo que o mundo fosse uma merda.

Então por que deveria seguir a minha gravidez? Por que trazer uma criança apenas para sofrer?

― Emily ― Pisquei várias vezes, olhando para Alice. ― Você está bem? Ficou quieta de repente.

― Estou. ― Dei uma risada. ― Só estava pensando em umas coisas.

― Quer compartilhar?

― Não sei. Acho que prefiro te ouvir um pouco antes.

― Oh, adoro isso. Pode perguntar o que quiser.

Ri, negando com a cabeça. Alice era uma mulher muito mais leve depois da maternidade – e ainda mais linda também. Eu a admirava muito.

― Quando foi a última vez que saiu com suas amigas?

― Nossa... muito tempo atrás. Você estava na Europa ainda. Camila veio passar um tempo aqui, reuniu as meninas e passamos o dia na praia. Foi muito bom. ― Sorri. Lembro de ter visto as fotos e sentir vontade de estar com elas. ― Minhas saídas agora se resumem em família. Levo Margie ao médico, saio para almoçar com ela e Jordan, as vezes saímos só nós dois... essas coisas.

― E você... é feliz? Quero dizer, é feliz vivendo essa vida?

Ela pensou por alguns segundos, franzindo os lábios, mas, por fim, deu um sorriso leve, olhando para a filha.

― Sou. Muito feliz. ― Ela me olhou. ― Sei que deve me achar uma tola por não sentir falta da euforia de antes, mas é que sinto que minha vida não era completa antes dela. Claro, quero sair, quero curtir, porque ainda sou jovem. Mas se me perguntar se gostaria de trocar tudo o que tenho hoje para a minha vida de antes, diria que não. As coisas são como são, e eu sou muito feliz assim.

― Você acha que estou fazendo algo de errado? Que estou desperdiçando minha vida?

Alice franziu o cenho.

― Que papo é esse? Claro que não, Emily. Quero dizer, se você está feliz, então não há porque ter essa preocupação. A vida é sua.

― Como consegue fazer isso? ― Perguntei, parando de uma vez, sentindo o choro arder em minha garganta. Alice parou, segurando o carrinho, preocupada. ― Como consegue ser essa mãe foda? Essa mulher incrível? Como consegue lidar com tudo com tanta perfeição? Como eu vou fazer isso, Alice?

― Emily, o que...

Eu comecei a chorar, desesperada, sentindo meu fôlego faltar para qualquer coisa que fosse tentar dizer. Meu peito parecia rasgar aos poucos, minha cabeça doía e eu só queria, mais do que nunca, me acordar do maldito pesadelo.

Corri para Alice, me jogando em seus braços. Ela me apertou contra si, sem dizer uma palavra, apenas permitindo que eu chorasse tudo o que tinha.

Eu estava exausta. Era como se me cobrassem força a todo momento. A exigência de que eu desse conta de tudo. Talvez tivessem criado essa ideia sobre mim por causa do meu jeito, da minha independência. Mas por baixo de tudo, só havia essa garota frágil, medrosa e extremamente assustada com o mundo. Tudo o que havia vivido antes, todas as dores, eram apenas meras preparações para o que estava por vir. Eu só esperava ser forte o suficiente... ou então precisaria me tornar, nem que fosse a força.

― Estou grávida. ― Falei com o rosto enterrado no busto de Alice. Ela continuou a acariciar meus cabelos.

― E não sabe se quer ou não esse bebê.

Não entendi se era uma pergunta ou uma afirmação, mas assenti.

― Eu entendo como é isso. Também imaginei que estivesse grávida.

Franzi o cenho e me afastei o suficiente para encará-la.

― Imaginou?

― Você está sensível e está com o rosto um pouco inchado. Passei pelo mesmo no começo da gravidez.

― Eu só... não sei, estou confusa.

― Quando descobriu?

― Alguns dias atrás. Ethan e eu tivemos uma briga, eu acabei desmaiando, fui levada ao hospital e o resto você já sabe. Entrei em pânico, disse na mesma hora que queria abortar, nem pensei em nada.

― O que Ethan acha?

― Não concordou. Ele diz que a decisão é nossa. Mas estou insegura, com medo, não sei o que fazer.

― Todas nós passamos por isso, acredite. Acho que você deve refletir sobre o que realmente quer, sobre as possibilidades, então conversar com Ethan.

― Passei esses dias todos pensando.

― Então já tem uma decisão?

Dei de ombros. Tinha e não tinha.

― Converse com Ethan já que se decidiu. A escolha é toda sua, Em.

― Você acha... ― Respirei fundo. ― O que você acha? Acha que me sairei bem?

Ela sorriu leve.

― Você já é mãe, Emily. Não tem como dar errado. Você se sairá melhor do que bem.

Sorri, assentindo. Ouvir isso de Alice me causava alívio.

― Pode deixar isso somente entre nós? Não quero que Camila saiba ainda.

― Não direi uma palavra. É sua escolha, já disse. ― Concordei com a cabeça. ― Vamos? Está para escurecer e Margie daqui a pouco vai chorar com fome.

― Sim, sim. Vamos.

― Você pode empurrar o carrinho. ― Ela disse, se afastando para que eu tomasse seu lugar.

Acabei aceitando, nervosa. Quando comecei a empurrar e vi o sorriso de Margie, cheguei à conclusão de que, talvez, houvesse esperança no fim de tudo.

...

Naquela noite, não sei qual bicho havia me mordido, mas esse bicho me fez ir até o meu apartamento antigo com Ethan. Era por volta das sete quando avisei a minha mãe. Ela não questionou, apenas assentiu, entendendo melhor o que eu estava prestes a fazer do que eu mesma. O que eu queria com aquilo afinal? Ver Ethan? Conversar com ele? Chorar em seu colo e pedir para que tudo ficasse bem?

Quando dei por mim, estava abrindo a porta com minha chave e entrando. Paralisei assim que entrei ao ver Ethan, saindo do corredor. Ele também paralisou, me encarando.

Faziam poucos dias desde a última vez que tínhamos nos visto, mas para mim – e tenho certeza que para ele também –, parecia uma eternidade.

― Oi. ― Ele disse, me acordando do devaneio. Usava ainda as roupas do trabalho, mas sem terno, sem gravata e a camisa dobrada até o cotovelo.

― Oi. ― Respondi em um fio de voz. Estava desconfiada.

― Não esperava você aqui. Me mandou mensagem? ― Ele passou a mão pelos bolsos. ― Desculpa se não vi, não sei onde meti meu celular.

― Não se preocupe, eu não mandei mensagem.

Fiquei brincando com a chave nas mãos, ansiosa.

― O que veio fazer aqui?

― Você não deveria estar trabalhando? ― Devolvi a pergunta.

― Saí mais cedo hoje. Venho saindo cedo esses dias. Minha cabeça não está para trabalho.

Os pensamentos dele estão todos na gravidez, pensei. Eu precisava falar sobre isso com ele, precisava mesmo, mas não sabia como.

― Emily ― Me chamou, fazendo eu encará-lo. ― O que veio fazer aqui?

Ethan começou a caminhar, diminuindo a distância entre nós. Aquilo fez meu coração acelerar, não sei se de medo ou paixão.

― Esqueci algumas coisas ― Falei a primeira coisa que venho em minha cabeça. Ele parou há alguns centímetros de distância. ― Preciso pegar.

Antes que ele pudesse perguntar mais alguma coisa, eu saí andando apressadamente pelo corredor até o quarto. Deveria ter trancado a porta, ter ficado sozinha, mas sentia que a casa, no momento, era mais dele do que minha.

Dei uma olhada no quarto. Tudo ainda parecia estar no mesmo lugar que deixei desde a última vez que estive aqui. Meus livros na mesa de canto do meu lado, o abajur de luz fraca, a colcha azul claro que era extremamente confortável. Aquelas simples coisas me faziam sentir saudade dali.

― Exatamente como você deixou ― A voz de Ethan surgiu, bem atrás de mim. Eu estava de costas, mas sabia que ele estava na porta, olhando para mim. ― Não ousei mexer em nada.

― Por que mexeria?

― Não sei. Para tentar diminuir a falta que você faz.

Fechei os olhos com força, sentindo o choro se aproximar. Eu estava realmente mais sensível esses tempos e Ethan falar aquilo era o gatilho perfeito para me fazer chorar feito um bebê.

Bebê. Meu Deus, tinha um bebê no meio disso tudo.

Eu fui até o guarda roupa e abri meu lado, vendo que a maioria das minhas roupas estavam lá. Antes de voltar para casa, arrumei uma mala pequena, com as primeiras coisas que vi. Eu realmente estava precisando de mais coisas, mas não estava ali para aquilo, e Ethan claramente percebia isso.

Ouvi seus passos pelo quarto, ficando cada vez mais próximos.

― O que veio fazer aqui, Em? ― Ele estava bem atrás de mim. Eu continuei a mexer os cabides, trêmula, mas sem tirar uma roupa do lugar.

― Não está vendo? Preciso de roupas.

― Não, não precisa. O que veio fazer aqui?

Prendi a respiração quando ele ficou ao lado da porta do guarda-roupa, me observando. Santo Deus.

― Ethan...

― Se você tem algo a me dizer, por favor, me diga.

Senti uma lágrima maldita escorrer por minha bochecha. Essas coisas de choro estavam ficando incontroláveis.

― Não faça isso. ― Pedi em um fio de voz.

― Fale comigo, Emily.

Comecei a chorar, nervosa, e saí andando, me afastando do guarda-roupa – ou de Ethan, na verdade. Estava odiando essa minha versão, choros desesperados com direito a soluço eram o que fazia parte da minha rotina. Mas eu não tinha como evitar, a gravidez fazia essas coisas.

E foi pensando nessa gravidez, e como estresse poderia fazer mal para o feto, que caí sentada na ponta da cama, ainda chorando.

Quando me acalmei mais, Ethan se sentou ao meu lado, e ficou em silêncio, esperando o meu momento.

― Eu quero falar sobre o bebê. ― Assumi. ― Só não sabia como começar a conversa.

― Eu também.

Consegui respirar melhor depois que ele disse isso.

― Fiquei assustada. Não sabia o que fazer. ― Falei. Ethan me ouvia com atenção. ― Nunca pensei na minha vida que iria ser mãe, nem sequer tinha planos para isso. Quando a médica disse que eu estava grávida... ― Suspirei. ― Entrei em pânico. A única coisa que se passava por minha cabeça era que eu deveria tirar esse bebê de mim.

― Por que?

― Eu não sou um monstro. ― Olhei para ele. ― Mas pensei que seria uma péssima mãe. Ainda penso, na verdade. Trazer esse bebê para um ninho de sofrimento era a última coisa que eu queria. ― Ethan franziu a testa, claramente não concordando. ― Ah, pelo amor de Deus, Ethan. Nós não estávamos vivendo nada bem. Brigas o tempo todo, mal nos tocávamos, como eu poderia trazer um bebê para esse meio? Eu não estava bem, você não estava. Além do mais, teria a intromissão da sua família a todo momento e eles, sem dúvida, não são as pessoas adequadas para cuidar de um bebê.

― Por que não me disse?

― Já passei tanto tempo aguentando coisas por sua causa, calada, não achei que dessa vez fosse ser diferente.

― Mas é! ― Ele exclamou. ― Como você mesma disse, Emily, tem uma criança no meio, um bebê. As coisas devem ser diferentes.

― Por isso estou aqui. Passei esses dias pensativa, tentando decidir o que queria e cheguei a uma conclusão. ― Encarei ele. Ethan estava ansioso. ― Eu vou continuar com a gravidez.

Ethan sorriu abertamente, pronto para celebrar, mas eu interrompi.

― Antes que você comece a comemorar que nem um idiota, tenho as minhas condições.

Ele passou o braço ao meu redor, se aproximando de mim.

― Sim, claro. Qualquer coisa.

― Nós devemos fazer isso juntos, porque eu, definitivamente, não saberei lidar com tudo isso sozinha. ― Ele assentiu. ― Devemos viver em um ambiente saudável, cheio de harmonia e se for para ter brigas, não vai ser na frente do bebê. Ah, e não quero nenhum tipo de estresse nesses próximos sete meses.

― Tudo o que você quiser.

Eu sorri leve, sentindo meu coração acelerar. Ethan parecia disposto e eu nunca me senti mais apaixonada por ele do que naquele momento.

― Os outros detalhes discutiremos depois. Por agora, só quero que me aceite de volta no apartamento ― Ele assentiu várias vezes. ― E que me beije.

Ainda consegui ver o sorriso de Ethan antes de ele me beijar com força. Caí deitada na cama, com ele por cima, devorando minha boca. Eu o apertava contra mim, como se necessitasse do seu beijo, sentindo toda a saudade evaporar.

Precisaria de Ethan comigo durante esse tempo. Na verdade, precisaria dele para sempre. Seu amor era essencial para mim.

Senti meus olhos marejarem quando ele se afastou e, apoiando-se no cotovelo, me encarou. Eu sentia toda sua devoção apenas pelo olhar.

― Eu amo vocês, Emily. ― Disse, descendo o olhar para minha barriga.

Senti uma lágrima escapar de meu olho e sorri, puxando Ethan para mim novamente. E, pela primeira vez, naquela noite, eu conheci o que muitos dizia ser a pura felicidade.

Muito animada (e com medo) do que vem por aí. Algumas teorias? Me contem! ♥️

Instagram: @sweetwriter8

Vejo vocês em breve! ♥️

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro